quarta-feira, 24 de julho de 2013

IPHAN Assume área de Estação Ferroviária em Aracaju.



Publicado no Jornal do Dia, em 26/11/2012

IPHAN Assume área de Estação Ferroviária em Aracaju.

Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br

Em 1913 chegou a Sergipe o trem. O objetivo era que o Estado fizesse parte do plano de prolongamento do ramal de Timbó (atual cidade de Esplanada, na Bahia), na linha que ligaria a Estação de São Francisco em Alagoinhas (BA) a Sergipe.
De lá pra cá, muita coisa mudou, o trem deixou de fazer o transporte de passageiros, agora apenas trabalha com cargas, surgiram os ônibus, carros e motocicletas.

Com as mudanças, a linha férrea que era administrada pela Companhia Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien foi transferida de mãos e em 1935 quem assumiu a administração foi a V.F.F. Leste Brasileiro, e em 1975 a Rede Ferroviária Federal S. A. Em 1996, mais uma vez, muda de direção e quem assume o comando é a Companhia Ferrovia Centro Atlântico, que até hoje administra a linha em Sergipe e em outros Estados, a exemplo de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, entre outros.

Em Aracaju a antiga Estação de Trem estava localizada próxima ao antigo cais do porto, na rua da Frente, nas imediações do mercado municipal. O trem chegava à estação pela antiga avenida Artur Bernardes, atual avenida Coelho e Campos, onde na década de 70, ainda era possível ver os trilhos que restaram. Na década de 50 uma nova e moderna Estação foi inaugurada na praça dos Expedicionários, no bairro Siqueira Campos, junto às oficinas da Rede Ferroviária Federal. Com a mudança o itinerário foi mudado, chegando o trem pela avenida Rio de Janeiro (atual avenida Augusto Franco) e seguindo pela avenida São Paulo e vice-versa. Até hoje é possível ver os trilhos nesses locais.

O prédio da estação também pode ser visto, está em ruinas, as locomotivas empilhadas e corroídas pela ação do tempo. Tudo está desativado. Os trilhos perderam sua legitima função. Serviam ao desenvolvimento social e econômico do estado.

Segundo o diretor do sindicato dos Ferroviários, Jurandir Almeida Lima, o funcionamento da linha em Sergipe é esporádico e por conta do pouco uso, poucos são os funcionários no Estado, apenas 26. "No passado, a rede ferroviária empregava 800 pessoas, hoje quase nada", relembra ele. Mas o sonho de quem já viu os trens chegando e partindo é a revitalização do pátio, e quem sabe até fazendo novamente o transporte de passageiros, já que em tempos de sustentabilidade ambiental, o trem é menos poluente.

Transformação - O transporte de passageiros ainda pode demorar a acontecer, mas o pátio ferroviário deve passar por transformações em breve. Segundo o coordenador de Patrimônio Ferroviário, José Cavalcanti, a Ferrovia Centro Atlântica já formalizou a cessão do prédio da estação ferroviária em Aracaju para que se torne sede regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Os 26 funcionários da Ferrovia Centro Atlântica que trabalham perto da sede vão mudar para um prédio vizinho, que será restaurado para esta finalidade. Ainda de acordo com José Cavalcanti o pátio possui uma parte operacional e outra não operacional. Com a lei 11.483 que extinguiu a Rede Ferroviária Federal S.A., os imóveis não operacionais passaram para a Secretaria do Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento e a área operacional foi destinada ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que permite a subutilização da concessionária FCA.

Para acontecer a restauração do espaço, um caminho ainda deve ser trilhado, pois parcerias precisam ser formalizadas. O objetivo da revitalização é a construção da Casa do Patrimônio, onde funcionará o Iphan e o Centro Nacional de Arqueologia subaquática. É o conceito de cidade da cultura, onde os parceiros ocupam os espaços. Um grande projeto de reestruturação orçado em R$ 5 milhões. Toda a estação, seis galpões, o antigo local para manutenção dos trens, a caixa d'água devem passar pela reforma, mas não existe data para começar a obra.

"Lá estarão os funcionários do Instituto, além do local se tornar mais um ponto turístico do Estado", relata José Cavalcanti. Ao lado da linha férrea também há imóveis em péssimo estado de conservação, que devem ser revitalizados.

Sobre a possibilidade da utilização da linha férrea no transporte de passageiros, Cavalcanti diz que o potencial existe, mas o objetivo da ação do Iphan não é esse. "Vemos potencial de ligação entre Aracaju e São Cristovão, mas sobre esse assunto só instigamos o debate".

Foto e texto reproduzidos do site: jornaldodiase.com.br

Um comentário:

  1. No Brasil fala-se em VLT (veículo loeve de trilho) comum na Europa e em Maceió já tem, só q, a diesel. É projeto p,ra todas as capitais brasileira, mas, quando Aracaju for ter isso, todas as capitais já teve bem primeiro. A ferroviária em Aracaju foi inaugurada em 1912 e em 1958 ou 1978, já estava inaugurado o trajeto Recife a Cabo, funcionando até hj. Quanto o traçado da linha férrea é de traçado arcaico e isso poderá ser corrigido, começando ali no DETRAN até Rita Cacete e após o VLT.

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