quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Dia da Rainha do Mar é celebrado por fiéis no B. Industrial

 Devotas saem em cortejo em aclamação a Iemanjá.

 Trio guiou devotos durante cortejo até Orlinha do Bairro Industrial.

 Ialorixá acredita que país precisa avançar quando se fala em respeito a religiões.

Babá Janilson (a direita): Expressão religiosa e cultural.
Créditos - Portal Infonet.

Infonet > Cultura > Noticias > 02/02/2016.

Devotos do candomblé saúdam Iemanjá com presentes.

Dia da Rainha do Mar é celebrado por fiéis no B. Industrial.

Entre cânticos, danças e expressões culturais típicas das religiões de matrizes africana, vários seguidores do candomblé saíram em cortejo pelo Bairro Industrial na tarde desta terça-feira, 2, em homenagem ao dia de Iemanjá. Como de costume, os fiéis prepararam pequenas embarcações com flores e outros presentes destinados à Rainha do Mar. Devotos do candomblé aproveitaram a ocasião para criticar a intolerância religiosa e ampliar o desenvolvimento cultural do Estado no segmento teológico.

Conforme um dos organizadores da aclamação, babá Janilson Teixeira, o evento não só é de cunho religioso, mas também de caráter cultural. Para ele, é importante essa aproximação da comunidade no intuito de desmitificar algumas visões que a população tem do candomblé. “Nós estamos aqui simbolizando solidariedade, mostrando para as pessoas que nossas crenças não são o que elas pensam. Precisamos desmistificar essa impressão que a população tem da gente e mostrar que temos pensamento ecológico, de integração com a sociedade e de autoafirmação”, reflete o religioso, acrescentando que os presentes enviados a Iemanjá não afetará o meio ambiente.

Levantando a bandeira contra o preconceito entre religiões, a Ialorixá Lígia Borges destacou o quão importante é saudar a Rainha do Mar no seu dia e clamou pelo respeito a qualquer expressão religiosa. “É preciso reverenciar a mãe de todas as cabeças, dos pescadores e do mar. Mais uma vez estamos aqui prestigiando e entregando os presentes ecológicos a nossa mãe”, diz. “Esse ano em especial, estamos dizendo não a intolerância religiosa, prezando pela liberdade de reafirmar nossa fé e que isso seja respeitado, porque está previsto na constituição o direito da gente professar nossa devoção”, pontua a fiel.

Ainda segundo a Ialorixá, as religiões de procedência africana continuam sofrendo preconceitos em todo país. “No dia 22 fizemos a caminhada contra o desrespeito entre religiões porque notamos que cada vez é uma questão que tem se agravado. Temos exemplos de casas [terreiros] fechadas, queimadas e hostilizadas em todo Brasil. Parece que estamos voltando aos tempos da inquisição e isso não pode acontecer. É preciso que haja um combate a isso”, desabafa Lígia.

Partindo da Associação Luz do Oriente, no bairro Industrial, os religiosos do terreiro Aguás de Yá Orí seguiram o trio e cruzaram toda a Avenida João Rodrigues retornando pela General Calazans, conhecida como a Orlinha do bairro. Todo percurso foi acompanhado por viaturas da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT).

Por Ícaro Novaes e Aldaci de Souza.

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura

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