quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

‘O Segredo do Poço Redondo’ chega à capital

Foto: Divulgação.

Publicado originalmente pelo site do Jornal da Cidade, em 16/02/2016.

‘O Segredo do Poço Redondo’ chega à capital.

Apresentação acontece na próxima sexta, 19, na Praça General Valadão.

Por: Gilmara Costa/ Equipe JC

A capital da aventura encabeçada por Chico de Poço Redondo e Glorinha de Maranduba se tornará palco para o grupo de teatro Raízes Nordestinas encenar o espetáculo ‘O Segredo do Poço Redondo’, que estreou em novembro do ano passado no interior sergipano e chega por aqui no próximo dia 19, às 17h, na praça General Valadão, em frente ao Centro Cultural de Aracaju. Levando à risca a máxima de Oscar Wilde, que dizia que ‘a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida’, a peça propõe uma reflexão a respeito da sobrevivência das comunidades no semiárido, cuja falta de água impõe a necessidade de se reinventar, mas também de buscar o que considera melhor, fugindo do ambiente escasso para onde se acredita ter uma vivência abundante.

Essa é a escolha de Chico de Poço Redondo e Glorinha de Maranduba, que desbravam o interior do estado sergipano rumo à capital para encontrar a solução para a escassez de água. “Na busca desesperada por uma solução para os problemas vivenciados em seu cotidiano, Chico convida Glorinha a acompanhá-lo numa viagem atrás de um segredo quase revelado por Padre Cícero num sonho que ele teve com o santo padre, que iria mudar o seu destino. Abandonando a sua casa e tudo que construíram com muita dificuldade, Chico e Glorinha se arriscam nessa aventura. O desfecho desta história é surpreendente, pois convida o público presente a uma reflexão acerca de que tesouro procuramos para as nossas vidas: se o tesouro dos contos de fada, que não existe, ou se o tesouro da sabedoria de perceber quando o ouro reluz perto de nós”, explica o autor e diretor do espetáculo, Raimundo Venâncio.

Destaca ainda Raimundo que durante as suas andanças, Chico e Glorinha vão cruzando com personagens ligados ao universo da cultura popular, como ciganas, ladrões, cordelistas, mestres populares, loucos andarilhos, os quais vão auxiliando-os em sua viagem. “Eles passam por Siriri e Nossa da Glória, tendo encontros e conversas com outras pessoas e comunidades do Semiárido e Alto Sertão. E ao final, descobrem que tudo o que precisavam está na comunidade deles mesmo, que, na verdade, eles precisam aprender a conviver com aquela dificuldade da falta de água. E aí temos a presença das cisternas no calçadão, a qual possibilita o armazenamento de água. É uma produção que tem como objetivo fazer as pessoas refletirem sobre o meio ambiente, as relações humanas, bem como a relação do homem com o ambiente. Já fizemos mais de 20 apresentações e agora chegamos à capital”, ressaltou.

Em cena, um total de 14 integrantes do grupo de teatro Raízes Nordestinas, entre atores e músicos, que exploram não somente o corpo e a fala, mas também a sonoridade por meio dos seus instrumentos. “Tem trilha sonora cantada e tocada ao vivo. Todos eles tocam algum instrumento. O Raízes Nordestinas é um grupo de teatro feito por jovens atores do semiárido sergipano. Neste espetáculo, o mais velho tem apenas 16 anos. São encantadores e desenvolvem um trabalho lindo na cidade, fazendo arte pela arte e, através dele, sendo agente transformadores na comunidade deles. E isso é muito bom. Para se ter uma ideia, eles construíram um teatro na cidade, sem qualquer recurso público, para eles terem o espaço”, disse Raimundo Venâncio.

A raiz nordestina

Foi no ano de 2001 que vários jovens das comunidades Maranduba e Queimadas, em Poço Redondo, conscientes e motivados pela coletividade, decidiram se organizar e criar o Grupo de Teatro Raízes Nordestinas. Assim, o grupo ganhou forma, com o intuito de contribuir ainda mais com o processo de formação sociocultural da juventude local, utilizando como matéria-prima o resgate da cultura popular nordestina, através de montagens teatrais que servissem como ferramenta de fortalecimento da luta camponesa; a partir de atividades de agitação e propaganda, artísticas e culturais, comprometidas com processos de convivência com o semiárido e de transformação da sociedade.

Entre as montagens dos grupos tem ‘O Consócio do Bode’, de Virgínia Lúcia; ‘Os Corumbas’, adaptação de Valfran de Brito do romance homônimo de Amando Fontes; ‘A Megera Domada’, adaptação de Virgínia Lúcia da clássica obra de Willian Shakespeare; ‘A Água Dividida’, adaptação de Eduardo Montagnari da obra A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht, entre outros.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

Chico de Poço Redondo e Glorinha de Maranduba encaram uma grande aventura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário