sábado, 12 de março de 2016

"Velho Chico" em arte, ambiente e debates




Publicado originalmente no Jornal da Cidade, em 08/03/2016.

"Velho Chico" em arte, ambiente e debates.

Exposição itinerante acontece na Vivência da UFS.

Por: Gilmara Costa/Equipe JC.

Até o próximo dia 11, o espaço de Vivência da Universidade Federal de Sergipe (UFS) abriga a exposição do Museu Ambiental Casa do Velho Chico. Objetivo da exposição é despertar na sociedade a importância do Rio São Francisco para que sejam cobradas dos gestores públicos medidas efetivas para a revitalização e preservação do rio. Por conta disso, durante a semana também ocorrerão discussões sobre a situação ambiental do rio com mesas-redondas e uma audiência pública que será realizada no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), no último dia de evento.

Reunindo objetos recolhidos ao longo do Rio São Francisco, a exposição revela a vida e sobrevida do curso d’água e comunidades ribeirinhas. “São 18 cenários, com inúmeras peças que foram encontradas no rio em toda bacia. Só quem visita essa exposição pode conferir e avaliar a sobrevivência do rio e das pessoas que dependem dele. Trouxemos essa exposição com intuito fomentar o debate sobre a temática do Rio São Francisco”, disse Antônio Gois, do Movimento de Mobilização da Sociedade Civil pela Revitalização do ‘Velho Chico’.

Segundo o responsável pelo itinerante Museu Ambiental Casa do ‘Velho Chico’, Antônio Jackson Borges Lima, mais de 100 mil pessoas já visitaram a exposição que este ano completará 15 anos no mês de outubro. “A primeira exposição aqui no estado foi há seis anos, na cidade de Neópolis. E a primeira vez da exposição foi em outubro de 2001, quando então seis mil pessoas tiveram acesso. Hoje, são mais de cem mil. E esse trabalho nasceu da minha indignação ao ver o rio sujo, quando via uma garrafa ou qualquer sujeira, ia lá e limpava. E daí nutri a necessidade de fazer algo por ele, afinal minha vivência com o ‘Velho Chico’ é antiga. Morava em Igreja Nova, em Alagoas, que ficava a 40 km do leito do rio e com a chuva quando o nível subia batia no meu quintal, e foi aí que aprendi a nadar”, destacou Antônio Jackson Borges Lima.

Entre redes de pesca e elementos que reforçam as características das cidades ribeirinhas, desde a realidade dos carros de boi ao imaginário lendário das carrancas, que tomam forma e ganham cores em pedaços de madeira, a exposição exibe a riqueza e vida do rio de outrora. Para a atual fase, referências à transposição fazem o rio jorrar vermelho, o anúncio de já alardeada morte lenta que agora tem curso veloz sobre as águas.

Também na exposição é possível conferir as informações a respeito do bom e ‘Velho Chico’, a exemplo da sua passagem por 507 municípios, distribuídos em cinco estados brasileiros (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe), sendo que a bacia atinge o estado de Goiás e o Distrito Federal, perfazendo um total de 18 milhões habitantes.

Além da exposição, na programação acontece a mesa–redonda ‘Rio São Francisco: Diagnósticos, Comunicação dos Riscos Ambientais e Políticas Públicas’, no auditório da reitoria, no próximo dia 10, a partir das 14h. Sob a coordenação da professora doutora Maria José N. Soares, a discussão contará com os expositores professor doutor Eduardo Matos; professor doutro Gregório Aguiar; professora mestre Michele Amorim Becker; e o professor doutor Evaldo Becker.

Museu itinerante

Desde que foi inaugurado, em 4 de outubro de 2001, o Museu Ambiental Casa do Velho Chico já percorreu centenas de cidades nordestinas levando a mensagem de preservação ambiental. Dentre as suas atividades está a de trabalhar com o público jovem e estudantes das redes municipal, estadual e privada para desenvolver uma consciência de preservação do meio ambiente. A exposição tem acesso gratuito e tem como público-alvo a população em geral, além de pesquisadores, militantes ambientais, políticos e gestores.

Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldacidade.net

Fotos/Legendas:
F/1 - Antônio Jackson afirma que mais de 100 mil já visitaram a exposição.
F/2 - É a segunda vez que o museu itinerante chega em Sergipe.
F/3 - Objetos revelam o “Velho Chico” na “alegria” e na “doença”.
Créditos - André Moreira/Equipe JC.

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