terça-feira, 2 de maio de 2017

A Atração da “Casa de Noca”, na visão Naif da sergipana Ana Denise


A Atração da “Casa de Noca”, na visão Naif da sergipana Ana Denise.

Por Luduvice José *

Tenho acompanhado o traçar história com sua arte sergipanamente universalizada, como tem bem feito a artista ANA DENISE, salvaguardando memórias e lembranças ligadas umbilicalmente à vivencia popular, em registros memoráveis que integram a história de Sergipe, em variadas facetas numa diversidade de assuntos, digna de registro. Desta feita, deparo-me com uma verdadeira “Casa de Noca” um Lupanar, um Cabaré, um Brega, uma Casa de Tolerância, como se queira chamar algo tão brasileiramente genuíno, que muda de denominação, mas não muda de objetivo. E a artista transpôs para a candura do Naif, a força explícita de uma festa como denominam de boca cheia, fiéis aficionados dos velhos tempos, que frequentavam regularmente o Beco dos Cocos e a Avenida Otoniel Dória, onde pululavam a “casa das meninas”, com mais destaque.

A artista sergipana ANA DENISE conseguiu cravar no quadrilátero da tela, num naif policromicamente festivo, os ângulos feéricos que retratam os bordéis de Aracaju de antanho, num revival que fielmente retrata as razões de promover tanta atração popular, que alimentou essas casas que fizeram época no Aracaju de outrora, com público cativo que buscava distração na liberdade do que se ofertava, na razão direta das fantasias que faziam o imaginário dos habituês, que mantinham uma fidelidade presencial até quando estas “casas”, com seus locatários, se tornaram substituídas por algo mais moderno, prático e mais seletivamente discreto. Com sua arte, ANA DENISE oportuniza um memorável registro de algo tão popular e histórico, numa visão que promove um reencontro do ontem com o hoje, perpetuando uma nesga de história que foi destaque em nossa Aracaju, eternizada num naif sergípanamente universal.

* jornalista e crítico.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Luduvice José.

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