segunda-feira, 22 de maio de 2017

SCAS comemora 66 anos homenageando dirigentes e sócios


Publicado originalmente no blog Cláudio Nunes/Infonet, em 22 de maio de 2017.

SCAS comemora 66 anos homenageando dirigentes e sócios. 
Por Cláudio Nunes.

Na última sexta-feira (19), a Sociedade de Cultura Artística de Sergipe (SCAS) reuniu em sua sede, no Edifício Cultura Artística, no calçadão da Rua São Cristóvão, personalidades da cultura sergipana e ex-dirigentes para comemorar os 66 anos da entidade, fundada em 19 de maio de 1951. Uma noite de encontro de gerações que trabalharam pela cultura sergipana.

O atual presidente, o ator Isaac Enéas Galvão, considerou importante marcar a data fazendo um resgate da história da entidade e homenageando a todos que ajudaram a construir essa importante instituição de apoio e fomento à cultura sergipana. “É importante comemorar mais um ano de vida da SCAS e valorizar as pessoas que fizeram parte dela. Hoje, mais que a celebração de um aniversário, é um dia de reconhecimento às pessoas que dedicaram parte de suas vidas à cultura sergipana. Temos que reconhecer o valor desse trabalho de amor à cultura que essas pessoas prestaram e hoje estamos dando o primeiro passo no sentido de resgatar essa bonita história que elas escreveram na SCAS”.

Isaac fez uma apresentação aos convidados contando a história da SCAS, desde sua fundação. Um passeio pelo tempo revelando presidentes, diretores, sócios e mostrando espetáculos nacionais e internacionais trazidos pela entidade, entre eles o humorista Chico Anísio, a cantora Ângela Ro-Ro, o pianista Arthur Moreira Lima, o fagotista Noel Devos e a pianista Maria Lúcia Pinho, Festival de Arte de São Cristóvão, espetáculos de dança do Grupo Studium Dança, da eterna Lu Spineli, e o renomado Balet de Câmara Stagium. Recentemente, apoiou o espetáculo “Bibi Ferreira Canta Frank Sinatra”, trazido pela produtora cultural e jornalista Solange Gomes, e iniciativas em parceria com o Sindicato dos Artistas de Sergipe (SATED) através do seu presidente, o ator Ivo Adnil, e o coletivo artístico Penarte.

Pelo quadro de sócios da SCAS passaram juristas, empresários, políticos, jornalistas, professores, agentes culturais e profissionais de diversas áreas do conhecimento como o ex-prefeito de Aracaju e ex-governador de Sergipe, João Alves Filho, os empresários Antônio Carlos Franco e Luciano Barreto Franco, o atual Presidente do Tribunal de Contas do Estado, Clóvis Barbosa, as professoras Maria Thétis Nunes e Teresa Prado, dirigente da entidade entre os anos de 1977 a 1997. Sua filha, Fátima Prado, recebeu homenagem póstuma da professora Teresa Prado e falou do amor de sua mãe pela cultura. “Além dos filhos, a cultura era a coisa mais prioritária na vida de minha mãe e esse reconhecimento sempre vai ser maravilhoso, porque ela merece”.

Uma das convidadas para esse encontro cultural foi a assistente social Sonia Marlene Matos , que destacou o aspecto plural da entidade, “a diversidade de representações sociais no universo da cultura”.

“Durante a bela apresentação feita por Isaac Galvão, me impressionou a diversidade de atores sociais em torno da cultura. Foi bastante revelador. Gente que eu jamais imaginaria ter um dia pertencido a uma entidade de cultura. Isso mostra o vigor e importância desse setor na vida da sociedade e que, infelizmente, não recebe um melhor tratamento dos nossos organismos públicos. Os orçamentos destinados à cultura e a falta de cuidado com as pessoas que fazem cultura em Sergipe mostram esse abismo”, criticou Sonia Matos.

Em um momento de especial agradecimento, Isaac Galvão registrou a importância do ex-prefeito de Aracaju e ex-deputado federal José Carlos Teixeira para a cultura sergipana e para a SCAS. “José Carlos Teixeira é um dos mais importantes mecenas da cultura sergipana. Sergipe deve muito a esse homem público e refinado amante das artes. Particularmente, sobre a SCAS, ele, com trabalho obstinado na Câmara Federal, conseguiu trazer grandes espetáculos para Sergipe e colocar nosso estado em um circuito cultural nunca antes visto, aliás, um dos objetivos que constam na Ata de fundação da SCAS. Além disso, através de uma emenda parlamentar junto ao Ministério da Educação, José Carlos Teixeira conseguiu realizar um sonho dos fundadores da SCAS, que era ter uma sede própria. Graças a ele, hoje, a SCAS tem essa sede, um patrimônio para a cultura sergipana”, reconheceu Isaac, mostrando foto do prédio de 5 andares e do seu idealizador, José Carlos Teixeira.

No final da apresentação, foram entregues placas de agradecimento a todos os ex-presidentes e diretores pelos préstimos à cultura sergipana. Um dos homenageados foi o jornalista Célio Nunes (in memorian), pai do também jornalista e blogueiro Cláudio Nunes, que recebeu a placa de homenagem póstuma ao pai. Antes de colaborar como diretor social na SCAS, o jornalista já atuava no setor cultural. Fundou uma casa de cultura no sul da Bahia, o Instituto de Cultura de Itabuna, além de sua atuação como jornalista e ativista político no Partido Comunista do Brasil, o partidão (PCB).  Esse justo reconhecimento da SCAS a Célio Nunes passa a integrar o acervo de diversas medalhas e placas de homenagem que ele recebeu em vida. Para o jornalista Edson Júnior, colaborador da SCAS, Célio Nunes simboliza a importância do jornalismo na cultura, “ao sonhar sempre com um mundo melhor e justo”.

“O papel do jornalista é ajudar a sociedade a tomar decisões a partir de informações corretas e também sonhar com um mundo justo, feliz e solidário. Célio Nunes fez isso, como um cuidadoso e sensível contista da realidade, jornalista e militante político preocupado com o seu semelhante. Seu legado é a decência; uma biografia inspiradora. Sempre sonhou com um mundo melhor. E o que é a cultura, senão, o fantástico mundo dos sonhos possíveis? ‘Seu’ Célio acreditou e trabalhou na construção desse mundo possível”, declarou o jornalista Edson Júnior.

Os jornalistas Amaral Cavalcante e Ivan Valença receberam placas de agradecimento, registrando importantes momentos da SCAS em Sergipe. Também receberam o reconhecimento da entidade o ex-prefeito de Aracaju, João Augusto Gama, os secretários Luciano Correia e Jorge Carvalho, o professor Antônio Joaquim, o ator Orlando Vieira, o arquiteto Ricardo Nunes e o ex-governador Seixas Dória, falecido em 31 de janeiro de 2012.

Mozart Santos, superintendente da Tv Sergipe nas décadas de 70, 80 e 90, foi diretor social da SCAS entre 1991 a 1997. Não pode comparecer para receber sua homenagem em virtude de compromissos no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, mas enviou emocionado depoimento sobre o período em que esteve em Sergipe e na SCAS. Mozart agradeceu aos sergipanos pela acolhida que teve durante o tempo em que trabalhou no estado - recebendo, inclusive, título de cidadão sergipano - e enalteceu o papel da SCAS como fomentadora cultural. Prometeu que em visita que pretende fazer a Sergipe para rever amigos, irá na sede da SCAS para um encontro com o passado e receber sua placa de homenagem.

Como parte do aniversário de 66 anos da SCAS, Isaac Galvão inaugurou a Sala Antropólogo Felte Bezerra, primeiro presidente da entidade (1951/1953), que servirá de espaço para cursos e debates culturais. Também anunciou ações em andamento em sua gestão.  Por meio de um blog, fanpage, twitter e instagram, lançados no evento, será sistematizado um cadastro geral de entidades e profissionais que atuam na cultura sergipana, para servir de consulta aos associados e sociedade em geral. “O objetivo é fazer com que os profissionais da cultura sejam facilmente localizados. Quem faz cultura sabe a dificuldade de encontrar profissionais específicos para uma área, seja técnica ou artística. Queremos encurtar essa distância. Também há dificuldade de saber quais entidades de classe, associações e entidades do terceiro setor que atuam na área. Pretendemos ser o endereço de consulta para quem faz cultura e para a sociedade, que procura cultura”, destacou Isaac.

Isaac pretende realizar com sua equipe e agentes da diversidade cultural, um grande fórum de discussão sobre os rumos da cultura em Sergipe e instituir o “Prêmio SCAS de Cultura”, uma premiação anual a todos que fazem a cultura em Sergipe, tendo como data indicativa do prêmio o dia 5 de novembro, quando é comemorado o Dia Nacional de Cultura. A data foi instituída por meio de decreto presidencial em homenagem ao jurista e jornalista Rui Barbosa, que nasceu nesse dia.

O encontro foi finalizado com um coquetel, muitas confraternizações e encontros, e a abertura da Galeria dos Presidentes, na Sala Antropólogo Felte Bezerra. Um mural com fotos de todos os presidentes e seus períodos de gestão frente à entidade, que ficará permanentemente aberto para visitas.

Um renascimento para a SCAS.

O titular deste espaço participou da comemoração dos 66 anos da SCAS e viu a disposição da diretoria em propiciar um renascimento para a entidade no sentido de atuar com mais amplitude no fortalecimento da cultura em Sergipe. Apesar das dificuldades e do momento atual, a SCAS pode, com algumas ações, com a edição do prêmio cultural e o fórum, ajudar na construção efetiva para a cultura sergipana, atraindo novos sócios e parceiros, principalmente da área privada para efetivação destes projetos.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs/claudionunes

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