terça-feira, 16 de maio de 2017

Registro do Centenário de Edelzio Vieira de Melo

Foto reproduzida do blog: fontesdahistoriadesergipe.blogspot.com.br
De: Adailton Andrade.

Trechos reproduzidos de publicação no site Jusbrasil.

Registro de Homenagem da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe,
ao centenário de Edelzio Vieira de Melo.

A Assembleia Legislativa de Sergipe realizou (...) sessão especial em homenagem ao centenário de Edelzio Vieira de Melo (...). O historiador sergipano Luiz Antônio Barreto foi o convidado da Casa para fazer um relato da trajetória de vida deste que é considerado um dos homens públicos mais importantes do Estado de Sergipe. Entre os presentes à sessão especial estavam a viúva do homenageado, dona Mary Barreto, e os cinco filhos: Sérgio, Geraldo, Gilza, Arminda e Sílvia. Além deles, estiveram presentes o historiador Jorge Carvalho; o desembargador aposentado Artêmio Barreto; o historiador alagoano Douglas Aprado Tenório; e o presidente da Associação Alagoana de Imprensa, Laurentino Veiga.

Antes de começar o relato da história deste sergipano que nasceu em Rosário do Catete, o historiador Luiz Antônio Barreto disse, no início de sua explanação, que considera que a figura de Edelzio Vieira de Melo tem sido injustiçada pelo esquecimento desde seu falecimento, em 1962. Edelzio nasceu no engenho Catete Velho, filho do desembargador José Sotero Vieira de Melo e Arminda Barreto de Melo, no contexto de uma área produtora de cana de açúcar, de onde saíram grandes lideranças políticas, como Leandro Maciel, Luiz Garcia e o próprio Edelzio. “Rosário pequeno deu a Sergipe os disputantes principais daquele período da redemocratização brasileira”, disse.

Edelzio Vieira de Melo estudou em Maruim, com a professora Quitéria Rollemberg, município onde seu pai tinha residência. Estudou também em Aracaju, com o professor Etélio Gouveia, considerado um dos intelectuais do magistério nas primeiras décadas do século 20 e que foi a pessoa que o encaminhou para a Escola Militar, no Rio de Janeiro. De lá seguiu para Salvador, onde cursou Medicina, na Faculdade de Medicina da Bahia. Formou-se na turma de 1936 e veio para Sergipe, onde exerceu a profissão na região de Capela. Estabelecia-se então seu primeiro vínculo com a cidade onde encontraria sua futura esposa, Mary Barreto.

Luiz Antônio Barreto revelou que, em Capela, Edelzio teve três atividades importantes: foi médico, professor voluntário do Colégio Imaculada Conceição e diretor do Grupo Escolar Coelho e Campos. “Essas três atividades deram a ele uma popularidade que o interventor Maynard captou e terminou por convidá-lo a ser prefeito de Capela na segunda interventoria, entre os anos de 1941 e 1944”, contou. À frente da prefeitura, ele deu sequência ao trabalho de médico e professor, convivendo com os problemas da comunidade e dando algumas soluções. Entre os vários melhoramentos que deu ao município estão a construção do mercado e da pista de pouso.

O historiador disse que acredita que foi a junção dessas ações políticas, sociais e culturais em Capela que levou Edelzio Vieira de Melo a se filiar ao Partido Social Democrático (PSD), em 1945. Tanto que em 1947, no contexto do processo de redemocratização e constitucionalização do país, Edelzio foi um dos eleitos para compor a Assembléia Constituinte estadual. Ele assumiu as funções de secretário e coordenou os trabalhos dos constituintes, juntamente com Marcos Ferreira de Jesus. Quando este foi nomeado pelo então governador José Rollemberg Leite prefeito de Aracaju, Edelzio Vieira foi eleito duas vezes presidente do Poder Legislativo estadual.

No Executivo.

Em 1950 que Edelzio Vieira de Melo foi eleito vice-governador, como companheiro de chapa de Arnaldo Rollemberg Garcez, numa campanha difícil. Com o resultado das eleições para governador sendo contestado, Edelzio assumiu o posto de líder do Executivo no curto período de 17 de fevereiro a 12 de março de 1951, até que, recontados os votos, Arnaldo tivesse a vitória confirmada e Edelzio continuasse como vice até 1955.

Como resultado de sua postura firme em assumir o governo enquanto o resultado era decidido, o nome de Edelzio Vieira de Melo foi um dos cogitados como possível candidato do PSD ao governo do Estado. No entanto ele perde a eleição para Leandro Maciel. Mas não se abateu. Em 1962 ele se candidata a deputado federal. Segundo o historiador Luiz Antônio Barreto, ele faz uma campanha bonita, mas tem problemas, inclusive em Capela, e que de alguma forma repercutiram tanto em sua eleição quanto em seu ânimo pessoal. “As pessoas que o conheceram o viram muito deprimido com o resultado da eleição de 1962, quando ele perdeu por poucos votos para José Carlos Teixeira, o último a ser eleito”, revelou.

De acordo com o historiador, aos 53 anos de idade, doutor Edelzio Vieira de Melo encerra sua carreira de homem público, ao morrer de arritmia cardíaca deixando, mais do que uma saudade na família, um exemplo de cidadão ímpar, que em todas as atividades das quais participou deixou uma marca indelével que, infelizmente, as gerações novas não conhecem e os que conhecem está faltando um L na placa, disse Luiz Antônio Barreto, referindo-se ao nome pelo qual ele ficou conhecido: Edézio Vieira de Melo. Quando se comemora o centenário dele, a sugestão de Luiz Antônio é que o nome da ilustre personalidade sergipana fosse grafado corretamente em locais públicos que levam seu nome.

O historiador destacou a alegria de estar no Legislativo estadual para evocar a figura de um dos seus mais importantes membros e presidentes, além de um homem público deveras importante para o Estado. É bom que o esquecimento não tenha passado de seu centenário, disse, ao agradecer a oportunidade...

Trechos de publicação reproduzidos do site: al-se.jusbrasil.com.br

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