sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Prefeitura e Conselho realizam entrega do Troféu Pipiri





Simone Santana

Kleber Alves

Natália Vasconcellos

Suely Magalhães

Legenda da foto: José Alves - (Crédito das fotos: Ascom/Assistência Social)

Publicação compartilhada do site da PMA, de 21 de setembro de 2022

Semana da Acessibilidade: Prefeitura e Conselho realizam entrega do Troféu Pipiri

Assistência Social e Cidadania

Nesta quarta-feira, 21, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Coordenadoria de Políticas para Pessoas com Deficiência, vinculada à Diretoria de Direitos Humanos (DDH), da Secretaria Municipal da Assistência Social, em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPcD) e a Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), deu início à "XIV Semana da Acessibilidade" que, neste ano, traz como tema “Direitos e Igualdade”.

Para dar início à programação que se estenderá até o dia 23, sexta-feira, foi realizada, no auditório da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe (CAA/SE), situado na região central da cidade, a entrega da 14ª edição do “Troféu Pipiri – Gente que Faz a Diferença”, símbolo de reconhecimento e homenagem a cidadãos que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida na capital sergipana.

De acordo com a secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Santana, o evento oportuniza a discussão sobre os desafios e avanços e destaca a ampliação das ações municipais previstas pela atual gestão para pessoas com deficiência em Aracaju.

“É uma semana na qual intensificamos nossas ações e discutimos os desafios e avanços. Dentro do nosso planejamento estratégico, existe a construção intersetorial de um plano municipal decenal dos direitos humanos, no qual já iniciaremos no mês de outubro, a formação da comissão, que será composta por grupos em situação de vulnerabilidade social, ao lado de pessoas com deficiência, para a promoção de políticas voltadas a esse segmento”, destaca Simone.

Para a presidente interina do CMDPcD, Natália Vasconcellos, o evento objetiva conscientizar à população sobre a luta das pessoas com deficiência por inclusão social.

“A Semana da Acessibilidade é um evento realizado todos os anos e conta com uma vasta programação para chamar a atenção da sociedade sobre a luta pela inclusão social das pessoas com deficiência nas políticas públicas. Neste primeiro dia, homenageamos aqueles que batalham, diariamente, pela garantia dos direitos e pela qualidade de vida do público e reconhecemos a importância desses cidadãos que junto a nós, atuam pela inclusão e qualidade de vida das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida na capital”, salienta Natália.

Parceria

De acordo com a presidente da Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB/SE, conselheira titular do CMDPcD de Aracaju, Sheila Christine Santos, o intuito é unir agentes que atuam em prol das pessoas com deficiência, o que resulta em ganhos positivos.

“Quando iniciamos a programação do Setembro Verde, campanha já prevista pelo Conselho Federal da OAB, em reunião no Conselho, também houve essa mobilização para organizar um evento com a mesma temática, então, entendemos que fazer a Semana da Acessibilidade em parceria traria ganho para todos. Nosso objetivo é que trabalhemos todos juntos para nos unirmos e somarmos forças para o bem comum a todos”, destaca a presidente.

Homenageados

O total de oito pessoas foram homenageadas com e entrega do troféu, dentre eles o apresentador do Programa “Inove Notícias” na Rádio Cultura de Sergipe, Kleber Alves, que possui o quadro “Sergipe Inclusivo”. É o único programa no rádio sergipano que oferece espaço para PCDs.

“Hoje, também comemoramos o Dia do Radialista, o que torna o dia ainda mais especial. A Prefeitura, por meio da Assistência Social, e Conselho Municipal, junto às outras instituições, está de parabéns. É muito gratificante receber esse reconhecimento de pessoas que tentam a inclusão todos os tempos e é isso que fazemos no quadro, no qual abrimos um espaço de 30 minutos, tentando minimizar um pouco o sofrimento deles e trazendo oportunidades”, conta Kleber.

A professora da rede estadual de ensino, presidente da Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down (Cidown), Suely Maria Magalhães Moura Rodrigues, é mãe de um casal de filhos com Síndrome de Down, o que a levou a realizar cursos especializados na área de PCDs, além de se inteirar na defesa da inclusão das pessoas com deficiência.

“Me sinto muito feliz. Quando temos um filho com deficiência, renascemos para o mundo, e participar dessa luta que não é só da pessoa com deficiência, é gratificante. Agradeço a todos e às pessoas da instituição que lutam pelos direitos, especificamente das pessoas com Síndrome de Down. Muito obrigada”, agradece Suely.

Além deles, foram homenageados: o médico ortopedista José Alves do Nascimento Filho, que atua no Centro Especializado em Reabilitação (CER II); a coordenadora administrativa do Centro Especializado em Reabilitação (CER) do Tipo II Rosa Azul, do Centro de Integração Raio do Sol (Ciras), Josilda Moura Rollemberg; o advogado e professor das redes municipal e estadual de ensino, Helon Belmiro Sampaio Bacellar, que exerce a advocacia com foco na inclusão de pessoas com deficiência; a administradora do grupo “Mães que Lutam” de apoio e inclusão de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), Amanda Laís; o especialista em odontologia para pacientes com necessidades especiais, Thadeu Roriz; além da homenagem póstuma a Sueli dos Santos Cunha, entregue ao viúvo Adriano Matias da Rocha.

Programação

Na noite desta quarta-feira, 21, é promovida a “XIV Mostra de Artes sem Barreiras – Concerto pela Vida III”, no Teatro Atheneu, localizado no bairro São José. O evento celebra as manifestações artísticas protagonizadas por pessoas com deficiência com apresentações musicais e culturais realizado pela Federação Nacional de Arte Albertina Brasil em parceria com a Associação Luz do Sol de Sergipe e a Companhia de Dança em Cadeiras de Rodas Loucurarte.

Nesta quinta-feira, 22, a programação inicia às 9h no auditório da CAA/SE e segue até às 17h com ciclo de palestras e debates sobre temas como “Inclusão pelo trabalho”; “Inclusão pelo esporte”; “Inclusão pelo turismo e lazer”; e “Inclusão pelas tecnologias assistivas”.

Um ato será realizado na Praça dos Mercados Centrais de Aracaju na sexta-feira, 23, com panfletagem, apresentações culturais promovidas pelo Centro de Integração Raio de Sol (Ciras) e por alunos do Conservatório de Música do Estado de Sergipe, além de apresentação musical com o cantor Victor Sertanejo.

Sobre “Pipiri”

A premiação leva o nome de Pipiri em homenagem a Humberto Santos, um artista popular, poeta, nascido em Penedo (AL), na década de 1930, e que veio muito cedo para Sergipe. “Pipiri”, como era conhecido, possuía deficiência intelectual e, ainda jovem, foi aposentado sob a justificativa de ser "débil mental". Devido a todo processo de discriminação e preconceito que sofreu, acabou entrando no alcoolismo.

Humberto Santos ficou conhecido como "Boca do Inferno Sergipano", numa alusão ao também poeta Gregório de Matos, pois usava a sátira em suas poesias, para criticar a sociedade e a política sergipana.

Considerado o "Maluco de Deus", por crianças e adolescentes, Pipiri se dedicou também à realização de shows em praças, teatros e educandários, com apresentações de imitações e anedotas.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Museu promove exposição sobre Arthur Bispo do Rosario

A exposição é um recorte do universo de Arthur Bispo do Rosario

Legenda da foto: A mostra é composta por peças inspiradas na obra de Arthur Bispo - (Crédito das fotos: Diego DiSouza)

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 22 de setembro de 2022

Museu promove exposição sobre Arthur Bispo do Rosario

Em um labirinto chamado ‘Nossas Histórias’ todos os caminhos levam a elementos da identidade cultural sergipana. E a partir desta terça-feira, dia 20, mais referências de sergipanidade são encontradas no Museu da Gente Sergipana Governador Marcelo Déda. É que foi lançada a exposição ‘Arthur Bispo e seu rosário’, composta por peças inspiradas na obra do artista sergipano Arthur Bispo do Rosario.

A inauguração abriu a programação da 16ª Primavera dos Museus, que esse ano tem como tema ‘Independências e Museus – outros 200, outras histórias’, com a proposta de refletir sobre o Bicentenário da Independência, a partir da avaliação sobre quais independências o Brasil conquistou nesses 200 anos e o que ainda é preciso conquistar.

Foi nessa perspectiva que o sergipano Arthur Bispo do Rosário, um expoente das artes, foi escolhido como referência para toda a programação da Primavera dos Museus no Museu da Gente Sergipana, uma vez que é um artista marcante na construção da história da arte e da cultura ao longo dos últimos 200 anos, mas que ainda não recebeu o devido reconhecimento por sua vasta contribuição.

Vida e obra de Arthur Bispo

A exposição, de curadoria de Solange de Oliveira, desempenha o importante papel de reconhecimento da importância de Arthur Bispo, apresentando aos visitantes o modo como o próprio artista via a sua obra e como ela passou a ser reconhecida. “A exposição rememora a posição de Bispo em relação ao seu acervo, que para ele era uma profissão de fé, mas que para nós é obra de arte. E através de exposições como essa damos voz a ele que passou a vida silenciado. Foi com muita felicidade que recebi o convite para fazer essa curadoria nessa casa linda que é abrigo das tradições cultivadas pelos sergipanos e que agora apresenta um acervo exuberante e emocionante sobre Bispo”, destaca Solange.

A exposição reúne peças confeccionadas por artistas e artesãos sergipanos inspiradas nas obras de Arthur para o filme ‘O Senhor do Labirinto’. São fardões, miniaturas, vitrines e estandartes, todos produzidos com técnicas utilizadas por Bispo, a exemplo da assemblage, do bordado, da costura, da marcenaria, da colagem e da pintura.

A exposição é um recorte do universo de Bispo capaz de contar a sua história, resguardar o seu legado e tornar cada vez mais públicas as suas obras, integrando o valor cultural do artista ao contexto nacional e local, sendo essa uma das responsabilidades do Instituto Banese, através do Museu da Gente Sergipana. “Esse espaço é para dar voz, visibilidade e para eternizar essas manifestações da nossa cultura e os nossos artistas. O filme O Senhor do Labirinto, patrocinado pelo Banco Banese e pelo Governo de Sergipe na época, movimentou uma cadeia produtiva muito grande, incluindo artesãos locais que foram capacitados para produzirem essas peças, além da gravação de uma das cenas ter sido aqui no pátio do museu quando o prédio ainda estava em ruínas. Então, é muito simbólico incluirmos essa exposição no acervo. Arthur Bispo vem para o lugar que lhe é de direito através dessas peças que são muito representativas”, afirma Ezio.

Fonte e foto: MGS

Texto e imagens reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Aos 74 anos, morre Magnólia, primeiro travesti assumido de Aju

Crédito da foto: Tiago Oliveira 

Texto publicado originalmente no site do JORNAL DO DIA, em 21 de setembro de 2022

Aos 74 anos, morre Magnólia, primeiro travesti assumido de Aju

Por Rian Santos (riansantos@jornaldodiase.com.br)

Boatos e mentiras deslavadas, todo mundo sabe, crescem feito mato nos descampados virtuais. De vez em quando, os desocupados de plantão nas redes sociais matam um. Já aconteceu com Magnólia, episódio lamentável. Desta vez, no entanto, informações confiáveis dão conta da veracidade de tão triste notícia.

Sabe-se muito pouco a respeito de Magnólia. Há a lenda sobre a primeira travesti de Sergipe, decantada pela língua grande e maliciosa do povo, o comércio de roupas íntimas masculinas no centro de Aracaju. Por regra, no entanto, o rótulo colado sobre a carapuça das aparências pouco diz da criatura de carne e osso que transpira sonhos envelhecidos sob o peso da armadura. Para conhecer uma pessoa mais ou menos a fundo, o fotógrafo Tiago Oliveira garante, uma vida inteira não basta.

Tiago seguiu Magnólia no dia a dia sem graça de todo mundo e teve a oportunidade de um vislumbre. As fotografias reunidas no ensaio batizado com o nome da “personagem”, exposto na coletiva ‘A olhos nus’ (2015), como que procuram frestas num semblante desconfiado. Naquelas instantes, entretanto, Magnólia ainda não se entrega por completo. Razão pela qual o fotógrafo jamais dará o trabalho por encerrado.

A intenção de Tiago era retomar o convívio com Magnólia, uma intenção postergada até nunca mais. Com quem conversava sobre o projeto, ele revelava o incômodo com estigmas sociais e o fascínio motivado por histórias ocultas atrás de biombos, encerradas em quartos escuros, de paredes desbotadas. A dor e a delícia de toda experiência fascinam o fotógrafo, mais do que tudo. Daí a busca incessante por Magnólia.

Em ‘Magnólia’, o ensaio fotográfico, a imagem depõe sobre a coragem de se travestir numa Aracaju ainda mais careta do que a capital de agora, em mil novecentos e bolinha – um enunciado em preto e branco sobre exílio e marginalização. O trabalho é comovente, dialoga com questões que emergem com força aqui e agora, mas o fotógrafo queria mais.

Vítima de infecção generalizada, Magnólia morreu no Hospital de Urgência Governador João Alves Filho, às 21h34 de ontem, aos 74 anos. Foi-se Magnólia, envolta em brumas de silêncio e mistério.

Texto reproduzido do site: jornaldodiase.com.br

Professora lança livro infantil sobre inteligência emocional

Publicação compartlhada do site JORNAL DA CIDADE, de 14 de setembro de 2022

Professora lança livro infantil sobre inteligência emocional

A obra será lançada no próximo dia 22, em uma cerimônia realizada no Museu da Gente Sergipana, a partir das 17h.

Às vésperas do mês das crianças e com a sensibilidade de observar o desenvolvimento das relações entre elas, a professora da rede pública de ensino Nathalie Lima desperta a leitura de adultos e da criançada (claro!) para o livro “Turma da Aninha em ‘A Brincadeira que Protege’”. A obra será lançada no próximo dia 22, em uma cerimônia realizada no Museu da Gente Sergipana, a partir das 17h. Resultado de um olhar atento de quem atua com professora há mais 18 anos, o livro infanto-juvenil ensina sobre inteligência emocional e prevenção ao abuso infantil para crianças.

Segundo a autora, toda a narrativa foi baseada na observação do comportamento das crianças durante o intervalo das aulas, momento em que ela notou que, enquanto brincavam, os pequenos acabavam se envolvendo em conflitos de relacionamento. Ciente da necessidade de intervenção nesses casos, a educadora decidiu realizar uma brincadeira que ensina as crianças sobre relações saudáveis e prevenção ao abuso sexual infantil. Assim, com conteúdo voltado especificamente para esse público, o livro foi escrito com o objetivo de ensinar a inteligência emocional e a prevenção ao abuso infantil de forma lúdica, com linguagem simples e adequada para as crianças leitoras, a fim de conscientizar os pequenos sobre os casos de risco, e oferecer para pais e educadores uma ferramenta simples que trata sobre os tipos de violência. “O meu sonho é fazer com que “Turma da Aninha” leve crianças, pais e mestres a dialogarem e refletirem juntos sobre temas indispensáveis à infância, desenvolvendo senso crítico e, especialmente, protegendo nossas crianças de todos os tipos de violência, contribuindo ainda com o amadurecimen.

A AUTORA

Com mais de 18 anos de carreira, Nathalie Lima notou na rotina diária, como profissional, a necessidade que pais e mestres tinham para encontrar ferramentas simples, práticas e eficientes para lidar com um assunto tão complexo como é o da prevenção ao abuso psicológico, físico e sexual infantil. Ela abraçou a missão de proteger as crianças de todos esses tipos de violência e, através de cursos e palestras, dedica todo o conhecimento para conscientizar responsáveis e professores sobre a importância de um novo olhar para a infância.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

Magnólia, um ícone, uma estrela LGBT+ aracajuana, que nos dá adeus!

Crédito da foto: Tiago Oliveira - reproduzida da TV Atalaia e postada pelo blog

Texto publicado originalente no site JLPOLÍTICA, em 20 de setembo de 2022

Opinião - Magnólia, um ícone, uma estrela LGBT+ aracajuana, que nos dá adeus!

Por José Marcelo Domingos de Oliveira (Coluna Aparte) *

Orgulho é um sentimento interno, pessoal, demarcador de nossa existência. É a palavra mais apropriada para definir a vida ousada, corajosa e plena de Magnólia, que parte rumo ao céu neste 20 de setembro de 2022, aos 74 anos.

Confesso que Magnólia lutou bravamente em busca de seu itinerário existencial. O propósito dele era sempre o de tecer a rede de pessoas ousadas em Sergipe. 

Era uma forma de resgatar a contribuição para a cena LGBT+, e suas lutas internas, familiares e sociais para se firmar enquanto homossexual.

Não resta dúvida das presencialidades de Fofinha, Lisboa, Wellington Andrade e tantos outros ícones de uma sexualidade discordante, externalizada numa cidade provinciana como a nossa Aracaju.

Magnólia ousou vestir vestido. Ato de liberdade, de afronta à sociedade local, em seus espaços de socialização. A “fama” não tardou e o preço de tão grande rebuliço veio com o escárnio.

Mas isso não impediu que Magnólia se convertesse num nome eternizado no imaginário da cidade. 

É inegável a contribuição dele para se pensar a identidade de gênero, a orientação sexual e, talvez poderia ter sido ainda maior a se dispor a relatar sobre a sexualidade LGBT+ na terceira idade e o convívio familiar.

Agora resta o silêncio da memória, o respingo de um depoimento aqui e outro ali, as fracas lembranças de momentos corajosos ao transitar entre populares nos fins de tarde no Calçadão da Rua João Pessoa.

Orgulho-me das poucas conversas, dos inúmeros encontros pela cidade, com a inesquecível Magnólia.

Orgulho-me de sua existência e solidarizo-me com seu sofrimento, suas alegrias e seus sonhos. Sobretudo com seu legado. Em cada um deles sempre estivemos todos nós LGBT+ massacrados com a reprovação do olhar alheio, com as piadas, as chacotas, as humilhações e a escassez de oportunidades para se firmar na sociedade pelo trabalho formal.

Leve, agora, Magnólia se encontra a brilhar no universo e aqui todos nós a contemplamos com seu sorriso, sua maquiagem forte a passar como um raio em meio a multidão.

Por isto, saiba o quanto a amamos e agradecemos a coragem de viver sua sexualidade sem amaras e disfarces.

Gratidão, Magnólia, por nos ensinar a nos a respeitar e ser em plenitude o que somos. Muita luz em sua nova jornada e morada!

[*] É ex-presidente do Dialogay.

Texto reproduzido do site: jlpolítica.com.br

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Morre Magnólia, a primeira travesti de Aracaju, aos 74 anos

Crédito da foto: Tiago Oliveira

Publicado originalmente no site do Portal A8 SE, em 20 de setembro de2022 

Morre Magnólia, a primeira travesti de Aracaju, aos 74 anos

Ela estava internada no Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) mas não resistiu

Por redação Portal A8SE

Morreu na noite desta segunda-feira (19), por volta das 21h30, Magnólia, a primeira travesti de Aracaju.

Ela estava internada no Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), mas faleceu devido a uma grave infecção e insuficiência cardíaca.

Magnólia marcou a história da resistência LGBTQIA+. Através da coragem, ela assumiu a orientação sexual aos 17 anos, ocupou espaços e lutou por respeito.

" Foi pioneira no movimento de afirmação enquanto pessoa dissidente sexual e de gênero em uma época de pouca informação e muito conservadorismo, durante as décadas de 60 e 70 em Aracaju. Uma mulher à frente do seu tempo e que exalava mansidão, mas também ousadia. Manifestamos nossa mais profunda gratidão por sermos contemporâneos dessa figura tão importante para o movimento LGBT em Sergipe, que abriu caminhos e muito nos ensinou", lembrou, em nota, o Conselho Estadual de Promoção da Cidadania e Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.

O sepultamento aconteceu hoje (20), no cemitério São João Batista.

Texto e imagem reproduzidos do site: A8SE

'Morre Magnólia, a primeira travesti de Aracaju', por Adiberto de Souza

Foto reproduzida do Facebook/Douglas Magalhães e postada pelo blog

Texto publicado originalmente no site DESTAQUE NOTÍCIAS, em  20 de setembro de 2022

Morre Magnólia, a primeira travesti de Aracaju
Por Adiberto de Souza

“Magnólia”, a primeira travesti de Aracaju, morreu vítima de infecção generalizada provocada por problemas urinários. Ela estava internada no Hospital de Urgência Governador João Alves Filho e faleceu às 21h34 dessa segunda-feira (19). “Magnólia” tinha 74 anos e passou boa parte da vida vendendo cuecas e meias maculinas no centro da capital, particularmente nos mercados centrais. Morou um bom tempo em Santos (SP), onde se prostituiu e trabalhou como garçonete nos cabarés.

Entrevistada em 2011 por por Wesley Pereira de Castro, “Magnólia” contou que começou a se prostituir aos 17 anos e não parou mais: “Aqui, é ruim de ganhar dinheiro. A gente roda, roda e não encontra nada. Em Santos eu era garçonete numa zona rica, me pintava igual a Elizabeth Taylor e os estudantes eram tudo atrás de mim. Eu fechava o trânsito”, recorda sorrindo. “Magnólia” confessou ser fanática pela atriz inglesa: “Eu amo aquela mulher, a mais linga do mundo, com aqueles olhos de violeta. Adoro cinema, principalmente os filmes de Elizabeth Taylor. Assisti ‘A Megera Domada’; ‘X, Y e Z’; ‘Vigília nas Sombras’; ‘Cleópatra’; ‘Gata em teto de Zinco Quente”.

Enquanto vendia um par de meias brancas a um rapaz com a camisa do Flamengo, “Magnóloia” conta que “quando eu tinha a idade desse jovem bonito – e aponta para o cliente – era linda, bela e loira. Novinha, não ligava para nada e, por isso, terminei sendo expulsa de casa. Hoje, moro sozinha. O que eu faço, ninguém vê! (…) Eu gosto de dormir no quarto sozinha. Ligo a televisão, o ventilador… Ainda vendo alguma coisinha, lavo roupa, passo ferro, tudo. Gosto de ler romances”, confessa.

Na entrevista, “Magnólia” também afirma que nunca contraiu AIDS, embora não usasse preservativo nas relações sexuais. “Ser travesti foi um destino em minha vida. Na cama, eu não gosto de mulher. Mulher, só amizade, sabe? Tenho tara em homens. Eu nasci assim mesmo. Deus sabe o que faz, né?”, questiona. Apesar dos pesares, ela disse, durante a entrevista prestada em 2011, que “a vida foi ótima” e encerra a conversa com um “fica com Deus, amigo!”. Descanse em paz, “Magnólia!

Texto reproduzido do site: destaquenoticias.com.br

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Pesquisadora lança livro sobre a história de Frei Paulo


Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 16 de setembro de 2022

Pesquisadora lança livro sobre a história de Frei Paulo

O município de Frei Paulo é tema do livro “Das matas de Itabaiana a Frei Paulo: 350 anos de história documentada”, da advogada e pesquisadora Ana Maria Dantas e Santana. A obra publicada pela Editora Diário Oficial de Sergipe, será lançada nesta sexta-feira (16), a partir das 16h, no Memorial Gilza Maria de Matos Dantas – Fazenda Onça, na rodovia Manoel Soares de Souza – Km 02, em Frei Paulo.

Ana Dantas começou a sua pesquisa que resultou na publicação, em 2015, com o interesse de conhecer a árvore genealógica da família. A partir daí ampliou o foco da busca, aprofundando a temática colonização do território que compõe o município de Frei Paulo, com o objetivo de identificar as primeiras famílias que se instalaram nas matas de Itabaiana. “Nesse contexto, busquei identificar como se fundou a cidade, a participação dos índios, escravos, capuchinhos, e outros elementos que compõem a cultura do município”, explicou a pesquisadora.

Na obra de estreia fica clara a paixão de Ana Dantas pela história da sua família e da cidade em que nasceu, Frei Paulo. “O estudo de nossas origens tem como objetivo maior ajudar a tirar o véu que o tempo criou sobre nossos ancestrais e, principalmente, sobre a origem da povoação do município de Frei Paulo e seus primeiros habitantes”, comenta a escritora.

Oito capítulos

O livro está dividido em oito capítulos, são 326 páginas que reúnem pesquisas em documentos oficiais e históricos, notadamente, através dos relatórios relativos ao período de 1835 a 1930, pesquisa ao acervo digital da Biblioteca Nacional, Arquivo do município de Frei Paulo, na historiografia da colonização das terras de Sergipe, com enfoque para a colonização da cidade de Itabaiana. Foram utilizados também jornais, relatórios apresentados por governantes, párocos, câmaras de vereadores e juízes, as informações da revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, além da pesquisa in loco, que se deu por meio de visitas em igrejas, cemitérios, arquivos, cartórios e bibliotecas.

O prefácio ficou por conta do do historiador e pesquisador, José de Almeida Bispo, para ele, o trabalho pretende engrandecer o município de Frei Paulo “e toda essa trajetória da sua história municipal: de pintar nossa aldeia para então ser universal, como sugeriu o grande escritor russo Leon Tolstoi”, observou. Ele ainda destacou “vê-se que não foram poupados esforços para isso: dos levantamentos genealógicos das famílias tradicionais de Frei Paulo, ao do seu fundador primo, o frei Paulo Antônio Damele de Casanova di Rovegno”.

O leitor irá encontrar na publicação um trabalho de pesquisa profundo, riquíssimo, variado, composto de leituras prazerosas em obras consagradas, mas muito mais de extração de valiosíssimas informações de fontes primárias, desde as frei paulistanas como da Câmara Municipal de Frei Paulo, em funcionamento desde a sua emancipação, e mui familiar à autora e ex-servidora da casa.

Fonte: Ascom/Edise

Texto e imagens reproduzidos do site destaquenoticias.com.br

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Festival do Caranguejo reuniu gastronomia, música e teatro na Orla da Ataiala










Fotos: Marcelle Cristinne

Publicado originalmente pela Agência Aracaju de Notícias, em 5 de setembro de 2022

Festival do Caranguejo reuniu gastronomia, música e teatro na Orla da Ataiala

O Festival do Caranguejo, evento realizado através da parceria entre Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo (Semict), e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/SE), foi concluído na Praça de Eventos da Orla da Atalaia, entretanto, seguirá até o dia 11 de setembro nos estabelecimentos participantes, associados à entidade, sempre a partir das 17h. 

Com o intuito de valorizar a identidade cultural da capital sergipana, apresentando os mais variados pratos com iguarias típicas da região, o caranguejo, o Festival conta com 23 apresentações gastronômicas distintas, fomenta a economia na cidade e oferece uma experiência única e marcante para quem frequenta o evento.

Ao longo dos quatro dias da primeira parte do evento, realizada na Praça de Eventos da Orla da Atalaia, turistas e aracajuanos lotaram o local para aproveitar os pratos que apresentavam o caranguejo como item gastronômico principal. Como resultado, o secretário da Semict, Jorge Fraga, destacou que “quem ganhou com o festival foi o aracajuano, o hoteleiro, o turista, que veio e viu coisas diferenciadas, pratos diferenciados. Foram quatro dias de muitos elogios”. 

O secretário destacou e agradeceu a parceria firmada com a Abrasel/SE, o apoio de outras secretarias do Município e a participação de empresas privadas.

“O festival do caranguejo resgatou a nossa tradição e fez com que movimentasse a Orla da Atalaia, trazendo alegria para aracajuanos e turistas, deixando os hoteleiros satisfeitos. Foram quatro noites com a praça superlotada, com as pessoas aproveitando o que tem de melhor. Sou grato pela parceria com a Abrasel e o apoio dado pela Prefeitura e as secretarias do município, como a Secom, SMTT, Sema, SMS, Guarda Municipal, todos reunidos em prol desse festival que estamos resgatando e que vamos fazer ainda maior no próximo ano. Tivemos, também, a participação do empresariado, com parceiros como o Grupo Maratá, Sebrae, Fecomércio, Celse, Energisa, sem contar com a Universidade Tiradentes que, pela primeira vez, trouxe a Cozinha Show para o evento”, ressalta Jorge Fraga.

Além dos 29 stands, sendo 26 para bares/restaurantes comercializarem seus pratos, e três para a gestão municipal (Prefeitura de Aracaju - secretarias da Saúde e do Meio Ambiente), o local também dispôs de espaço kids com brinquedos para a criançada; cozinha show da Universidade Tiradentes (Unit), para demonstração da elaboração de pratos; espaço de empreendedorismo do Sebrae/SE, para exposição de artesanato; e duas baterias de banheiros químicos, sendo nove para o público feminino e nove para o masculino.

O presidente da Abrasel/SE, Bruno Dórea, enfatizou a importância de um evento como esse não só para a retomada econômica do setor de turismo, mas também como um gancho motivador que levou as pessoas de volta à vivência na Orla da Atalaia, onde foi possível ver a participação de famílias completas, grupos de amigos e casais que se reuniam socialmente e se divertiram, depois dos períodos de distanciamento impostos pela pandemia, agora, voltando à normalidade.

“O retorno do Festival do Caranguejo foi fantástico, um verdadeiro banho de sergipanidade, não só pelo festival desse patrimônio sergipano, que é o caranguejo, mas tivemos, também, no local, artesanato, músicas regionais, apresentação de teatro com conscientização sobre a preservação do mangue e do caranguejo e os 23 restaurantes que fizeram pratos típicos. Uma rotatividade muito boa e um verdadeiro festival de alegria e gastronomia. Foi um evento muito importante para a retomada da economia e para as pessoas voltarem a sair mais de casa. Sem a parceria da Prefeitura e suas secretarias, não teria como acontecer esse grande evento de importância econômica e até educacional”, declara Bruno.

Além da experiência gastronômica, o festival apresentou, ainda, atrações culturais, como a peça de teatro da Sema, e os grupos musicais propiciados pela Funcaju. 

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Autorretrato Autorretrato com Marlene Alves Calumby

Publicação compartilhada do site JORNAL DA CIDADE, de 5 de setembro de 2022

Autorretrato Autorretrato com Marlene Alves Calumby

Por Thaís Bezerra - JC

A nossa convidada de hoje é Marlene Alves Calumby, sergipana de Aracaju, mulher inteligente, forte e íntegra. Viúva, mãe amorosa e avó presente. Uma irmã e amiga leal. Graduou-se em Pedagogia pela UFS e em Ciências Jurídicas pela então Faculdade Integrada Universidade Tiradentes/SE; graduada em Planejamento Educacional pela Universidade São Judas Tadeu/ SP; Especialista em Metodologia da Informação Ocupacional pela Fundação Getúlio Vargas/RJ; Especialista em Treinamento de Pessoal Técnico – Administrativo – Educação à Distância pelo MEC, Especialista em Administração de Empresas e Recursos Humanos pela Universidade Extremadura/Espanha; Radialista.

Exerceu as funções de destaque dentre essas, Professora concursada pelo Estado e Município; Diretora do Colégio Estadual Atheneu Sergipense; Superintendente da Fundação Aperipê de Sergipe; Lecionou na Faculdade Pio X, UFS. Membro da Sociedade Filarmônica de Sergipe, da Associação Sergipana de Imprensa e da Academia Sergipana de Letras – Cadeira nº 35. Lançou seu primeiro livro “Tudo valeu a pena... memórias de uma vida” em 2001; o segundo livro, “Até onde eu sei...”, em 2011; o terceiro livro, “Construtor João Alves, sem reticências”, em 2015; o quarto livro, “Passagens de uma vida”, em 2019. Exerceu o cargo de Secretária Municipal de Governo de Aracaju.

Produziu e apresentou o Documentário “Calumby de nós”, em 2018. Recebeu o Título de Cidadã Itabaianense; Medalha de Mérito Cultural Inácio Joaquim Barbosa; Diploma e Medalha de Ordem ao Mérito Parlamentar – ALESE. Participou do Curso Técnico Promovendo PPPs em Educação e Mobilidade Urbana - Fundo de Prosperidade do Ministério das Relações Exteriores e da Commonwealth, projetado e implementado em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Políticas de São Paulo. Filiada ao Patriotas, é candidata a deputada federal nas eleições deste ano de 2022. Ama trabalhar, viajar e ler, e hoje faz revelações para TB.

Nome completo: Marlene Alves Calumby

Momento preferido do dia: Noite

Um motivo de orgulho? Minhas filhas e netos

Trilha sonora da sua vida: Várias, sou apaixonada por música, dentre elas Al di lá

Bússola moral: A fé em Nossa Senhora

Um talento doméstico: Gostar de cozinhar, comida caseira.

Uma referência: Meus amigos.

Qual é a primeira coisa que pensa ao acordar? Deus seja louvado!

E antes de adormecer? Obrigada Senhor por mais um dia vivido.

O que mais aprecia em seus amigos? A fidelidade e singeleza.

Rede social preferida? Wattsap.

Uma mania: Organização.

Qual a sua melhor lembrança do início de carreira? Minhas aluninhas do Colégio Patrocínio de São José.

Em que momento do dia é mais feliz? Noite.

Por que motivo chorou a última vez? Sempre saudades.

E por que motivo sorriu? Aprendi com minha mãe, que mesmo atravessando períodos difíceis é importante sorri. Lembro Charles Chaplin- Smile. Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo? Uma grande líder tipo Margareth Thatcher.

E onde gostaria de viver? Numa casa de campo arrodeada dos meus animais de estimação.

Música marcante? Várias. Ária de Bach.

Uma culinária que faz bem ao paladar: Um belo café da manhã nordestino.

Você tem medo de que? Pavor de baratas, símbolo satânico.

Um cheiro: Lavanda. Gasta muito com: Frutas, água de coco, biscoito de milho.

Qual a sua idéia de um domingo perfeito? Quando posso cozinhar, ouvir minhas músicas, assistir filmes antigos, ler em paz, fazer minhas preces.

Uma lembrança da infância: Minhas bonecas e os livros dos contos infantis.

Uma palavra: Gratidão.

Qual o seu bem mais precioso? Minhas filhas.

Um hábito do qual não abre mão: Bom café da manhã.

Um hábito de que você quer se livrar? De levar as coisas tão a sério.

Um gosto inusitado: Pela simplicidade.

Memória afetiva: Pelos meus que já se encontram no reino de Deus.

Uma imagem marcante: Salzburgo-Áustria

O que não come de jeito nenhum: Comida japonesa.

Um elogio inesquecível: Um amigo querido, Raimundo, do MAC da Academia de Letras, me chamar de A Pequena Notável

Um livro insubstituível: Impossível citar um, amo meus livros!

Que dom gostaria de ter? Ter voz afinada e poder cantar kkkkkkkk.

Um filme que sempre quer rever: Aqueles de romance, histórias de belos amores.

Que pecado comete com mais freqüência? Acreditar demais nas pessoas.

Principal qualidade em um homem: Caráter e inteligência.

Um arrependimento: O tempo não volta...

Principal qualidade em uma mulher: A elegância discreta, a simplicidade.

Em que situação vale a pena mentir? A boa mentira que objetiva uma harmonia.

Lugar inesquecível? Lugares visitados no Brasil e exterior.

Traição é perdoável? Perdoável quando há firmeza de propósito.

Em que situação você perde a elegância? Com hipocrisia.

O que você faria se não fosse proibido? Sem resposta

Qual a sua maior realização? Idealismo e seriedade no campo profissional.

Um sonho de consumo? Viajar mundo afora.

Uma frase: O amor é a mola mestra do princípio, meio e fim de nossas vidas.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net/thais-bezerra

sábado, 3 de setembro de 2022

'Os torpedeamentos de agosto de 1942', por Andreza Maynard

Crédito da imagem: Revista O Cruzeiro, 29 Ago 1942, p. 5.

Publicação compartilhada do site do Portal INFONET, de 13 de agosto de 2013

Os torpedeamentos de agosto de 1942
Por Andreza Maynard*

* Doutoranda em História pela Unesp - Membro do Grupo de Estudos do Tempo Presente(GET/CNPq/UFS) - Do Blog GETEMPO                                                                                                                                                                                                            >  Em 1942 o Brasil foi levado a se envolver diretamente na Segunda Guerra Mundial. Desde janeiro desse mesmo ano, o país havia rompido relações diplomáticas com as Potências do Eixo (bloco constituído por Alemanha, Itália e Japão). No entanto os torpedeamentos dos navios brasileiros, ocorridos entre 15 e 17 de agosto, gerou uma série de manifestações populares contra os autores dos ataques, forçando Getúlio Vargas a tomar uma postura mais firme diante do conflito. Ainda no dia 31 a Agência Nacional Brasileira (ANB) anunciava que o presidente da república havia decretado o “Estado de Guerra” em todo o país.

O submarino alemão U-507 disparou vários torpedos, causando afundamentos e mortes no litoral brasileiro entre os estados de Sergipe e Bahia. A primeira embarcação alvejada no dia 15 foi o Baependy, atingido por dois torpedos por volta das 20h. Na mesma noite o Araraquara foi torpedeado onde o Baependy fora atacado. Aproximadamente às 4h da manhã do dia 16 foi a vez do Aníbal Benévolo. Essas agressões ocorreram nas proximidades das praias sergipanas, onde foram parar muitos dos destroços das embarcações, sobreviventes e cadáveres. As próximas vítimas foram o Itagiba e o Arará alvejados no dia 17 no litoral baiano.

Temendo perder o controle sobre as manifestações populares, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que realizava a censura dos meios de comunicação no Brasil, procurou intermediar as notícias sobre o acontecimento. Assim, no dia 18 de agosto os jornais impressos e programas de rádio foram obrigados a transmitir um comunicado do DIP. Na nota o órgão oficial atribuía a autoria dos ataques aos submarinos do Eixo. Mais tarde a Alemanha assumiria a responsabilidade pela agressão às embarcações brasileiras. Documentos encontrados no submarino U-507 confirmaram a autoria dos disparos.

Outras embarcações brasileiras já haviam sido torpedeadas, mas esta era a primeira vez que os ataques ocorriam no perímetro nacional. Os chamados navios de cabotagem também faziam o transporte de passageiros civis, além da tripulação e em alguns casos de militares. Isso aguçou a indignação dos brasileiros. Além disso, oficialmente o Brasil não estava participando da guerra, o que deslegitimava os torpedeamentos. Pois de acordo com a normatização bélica vigente à época, uma nação só poderia atacar outra para se defender.

O apelo do Governo Federal para que as pessoas não se exaltassem, não depredassem o patrimônio particular e não se aglomerassem em manifestações públicas caiu no vazio. Diante da comoção gerada pelas notícias e imagens divulgadas por jornais e revistas a exemplo de O Cruzeiro, foram registradas manifestações populares em várias partes do país. Em muitas cidades as propriedades de estrangeiros foram alvejadas e a polícia teve trabalho para conter os revoltosos.

Político ardiloso, Getúlio Vargas não barrou as manifestações em frente ao Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro. Ao contrário disso, deu ordens para que os portões fossem abertos e aproveitou para discursar à massa. As placas de “Queremos a Guerra”, a queima de bandeiras com o símbolo nazista e o povo nas ruas levou o chefe do Estado Novo brasileiro a anunciar uma retaliação à altura.

Nesse sentido a decisão do Brasil participar efetivamente da Guerra agradou, mas demorou a se concretizar. A formação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) em 1943 revelou as dificuldades do Exército Brasileiro em preencher os quadros necessários. O recrutamento, seleção e treinamento destes homens não se realizaram de forma fácil. O equipamento dos pracinhas da FEB precisou contar com a ajuda dos companheiros norte-americanos, que também foram responsáveis pelo transporte da tropa brasileira até a Europa, em 1944.

O ataque brutal e sem justificativas, ao menos legais, do U-507 em 1942 mobilizou a população brasileira a exigir o direito de reparação. E embora o governo Vargas tenha atendido aos anseios dos seus cidadãos, a participação do país na Guerra revelou as fragilidades de uma nação incapaz de se defender sozinha. Após a entrada do Brasil na Guerra, a população se deu por satisfeita. Havia conformidade até mesmo diante da falta dos direitos civis, suprimidos durante o Estado Novo. Esperando pelas benesses do “Pai dos Pobres”, como Vargas era chamado, a população brasileira parecia incapaz de se defender sozinha em seu próprio território.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

'Adreza Maynard Imortal', por Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

Imagem reproduzida do Google

Texto publicado originalmente no site do JORNAL DO DIA, em 3 de setembro de 2022

Adreza Maynard Imortal 
Por Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

Vivendo uma fase de desencantamento da vida acadêmica-literária, é necessário muito e algo realmente significativo para me tirar de meu voluntário e necessário ostracismo cultural e social. Desprovido de minha fantasia, vestido à paisana e ostentando, orgulhosamente, na lapela de meu paletó uma insígnia da Universidade Federal de Sergipe, a mesma que recebi por ocasião de minha posse no Departamento de História, dirigi-me ao Museu da Gente Sergipana com um único e importante propósito: prestigiar a posse da professora e historiadora Andreza Santos Cruz Maynard na cadeira de nº 5 da Academia de Letras de Aracaju, cuja patrona é Aurélia Dias Rollemberg.

Já tive a oportunidade de escrever algo a respeito de Andreza Maynard quando da publicação de uma de suas produções mais recentes: “De Hollywood a Aracaju – antinazismo e cinemas durante a Segunda Guerra Mundial”. Farei aqui novamente, sobretudo para destacar aquilo que tem faltado e muito nas “eleições” de postulantes à condição de imortais da vida cultural e literária sergipana: MÉRITO. Ela, para começo de conversa está entre as mais promissoras e importantes historiadores da nova historiografia sergipana e só isto já seria suficiente para lhe conferirem à imortalidade, não somente aracajuana, mas também sergipana.

Andreza Santos Cruz Maynard é professora efetiva de História do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe (CODAP), desde 2016. Nasceu na cidade de Aracaju, no dia 20 de abril filha de Maria Das Dores Santos Cruz e Pedro Meneses Cruz, tendo feito sua formação escolar e universitária seguintes instituições: Colégio Estadual Edelzio Vieira de Melo (Pré-escolar), Colégio Estadual Irmã Maria Clemência (Ensino Fundamental I), Colégio Imaculada Conceição (Ensino Fundamental II), Instituto Federal de Sergipe (Ensino Médio), Universidade Federal de Sergipe (Graduação em História), Universidade Federal de Pernambuco (Mestrado em História), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Doutorado em História) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (Pós-Doutorado).

Atuou, ainda, na Faculdade José Augusto Vieira e na Faculdade São Luís de França. Construiu uma carreira sólida, com produções de qualidade, das quais destaco os livros autorais “A Caserna em Polvorosa: A revolta de 1924 em Sergipe (2012)” e”Educação militar em Sergipe (2015)”. E aqueles que ela fez parte da organização, notadamente com seu esposo, o Prof. Dr. Dilton Cândido Santos Maynard, tais como: Leituras da Segunda Guerra Mundial em Sergipe (2013); Visões do Mundo Contemporâneo vol. 2 (2013); Pequeno Guia do Rio São Francisco: paisagens, lugares e outras riquezas (2013); História e Educação: Ensaios sobre Cultura e Ensino (2015); Segunda Guerra Mundial: apontamentos do tempo presente (2020), entre outros. Afora um expressivo número de capítulos de livros e artigos.

A solenidade de posse de Andreza Maynard na Academia de Letras de Aracaju contou com as presenças de seu presidente, o professor Francisco Diemerson, do presidente da Academia Sergipana de Letras, Dr. José Anderson Nascimento, da coordenadora do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho, a poetisa Jane Guimarães. Entre as autoridades, Luciano Corrêa, representando o prefeito de Aracaju, e o reitor da Universidade Federal de Sergipe, o Prof. Dr. Valter Joviniano de Santana Filho. Abrilhantando o momento cultural, a Orquestra Sinfônica da UFS e o casal de músicos Jair e Taís Rabelo. Uma representação do Grupo de Pesquisa do Tempo Presente (UFS) também esteve presente, prestigiando a neo-acadêmica.

Entre as falas, o discurso de recepção proferido pelo professor Fernando Aguiar, do qual ressalto a citação feita à escritora nigeriana, Chiamamanda Ngozi: “Escolher escrever é rejeitar o silêncio”. Bem como, o discurso de posse de Andreza Maynard, o qual classifico como tendo sido primoroso, artístico, sensível e leve, mas também de combate ao fascismo e de defesa das liberdades individuais e da democracia plena.

A Academia de Letras de Aracaju (ALAS) ou A Casa de Santo Souza, fundada no dia 18 de abril de 2015, com a posse de Andreza Santos Cruz Maynard ficou ainda mais rica e justifica sua ascendência promissora entre as academias literárias criadas no último decênio em Sergipe, cumprindo um papel importante, sobretudo o de esforçar-se por sair de seus nichos e ir ao encontro da sociedade, tarefa que deve ser cada vez mais exercida por esse tipo de agremiação, em que pese o nosso tempo e as demandas que ele nos impõe, de garantia de acesso pleno ao saber, ao saber fazer, à cultura e à educação.

Texto reproduzido do site: jornaldodiase.com.br

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Festival do Caranguejo acontece na Orla de Atalaia a partir do dia 1º

Texto publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 31 de agosto de 2022 11:55

Festival do Caranguejo acontece na Orla de Atalaia a partir do dia 1º

Até o dia 4, o festival ocorre na Praça de Eventos da Orla, enquanto de 5 a 11, o evento continua sendo realizado nos estabelecimentos participantes. 

A partir desta quinta-feira, 1º, a Orla da Atalaia, um dos pontos turísticos mais visitados da capital sergipana, sediará o Festival do Caranguejo, evento de iniciativa da Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo (Semict), em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/SE), executora do evento.

Até o dia 4, o festival ocorre na Praça de Eventos da Orla, enquanto de 5 a 11, o evento continua sendo realizado nos estabelecimentos participantes, associados à entidade, sempre a partir das 17h.

Além de disponibilizar aos aracajuanos e turistas pratos variados com a iguaria típica da região, o caranguejo, com 23 apresentações gastronômicas distintas, o Festival vem para fomentar a economia na cidade e oferecer uma experiência única e marcante para quem frequentar o evento.

Para animar ainda mais a experiência, atrações musicais farão parte da programação, sendo duas por noite, numa iniciativa da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). Artistas locais, cantando o melhor da música regional, se apresentarão entre as 19h e as 22h30.

Para acomodar todos de forma confortável, o Festival do Caranguejo será realizado em uma área de 3.800m², com 26 stands, sendo 23 deles de bares e restaurantes, e outros três para a Prefeitura de Aracaju, onde estarão presentes as secretarias municipais da Saúde (SMS) e do Meio Ambiente (Sema), sendo que esta última apresentará peças teatrais sobre sustentabilidade.

O evento conta, ainda, com espaço kids, que terá brinquedos para entreter as crianças; cozinha show da Universidade Tiradentes (Unit), para demonstração da elaboração de pratos; espaço de empreendedorismo do Sebrae/SE, para exposição de artesanato; e duas baterias de banheiros químicos, sendo nove para o público feminino e nove para o masculino.

O Festival do Caranguejo tem o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Grupo Maratá, Universidade Tiradentes (Unit), Coca-Cola e Eisenbahn; apoio do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio/SE), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Sergipe (Sebrae/SE), Energisa Sergipe, Celse – Centrais Elétricas de Sergipe S/A; e participação das seguintes secretárias e órgãos da gestão municipal: Secretaria Municipal da Comunicação Social (Secom), Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec)/Guarda Municipal, Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) e Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Aracaju (SMTT).

Programação cultural

Quinta-feira – 01/09

18h – Teatro da Sema

19h – Trio Ceará

21h – Trio Baião de 3

Sexta-feira – 02/09

18h – Teatro da Sema

19h – Pifano de Pife

21h – Burundanga

Sábado – 03/09

19h – Teatro da Sema

19h30 – Zabumbadores de Vó Lourdes

21h – Sena in Cantoria

Domingo – 04/09

19h – Teatro da Sema

19h30 – Forró pé de serra Siri na Lata

21h – Tonho Baixinho

Texto reproduzido do site: infonet.com.br