quarta-feira, 30 de abril de 2014

A rua vista da insônia

A rua vista da insônia.

A insônia me leva a esconderijos de onde xereto a vida nos escaninhos da casa.
O cotidiano vai se acomodando pelos cantos
para que a noite atue os seus fantásticos elencos.

No lusco fusco da varanda monto guarda aos meus tesouros:
nesga de sanidade mental guardada no velho baú de palavras inconsúteis,
duas ou três metáforas reumáticas
e a fotografia de algum sorriso atônito
amarelando entre mágoas.

O chinelo faz gemer os tabuados,
a casa estrala em tremores que vão do rodapé à cumeeira.
É a noite inventando medos, ruidosa

O vizinho tosse a mulher ri o filho choraminga a empregada geme no quartinho dos fundos enquanto o pai se masturba no quartinho ao lado.
Uma gata mia entrecortando o cio e logo
o gatão da vizinha espreita a rapariga chorosa no muro baldio.
Vai dar certo!

Na rua uma ratazana frinfa o nariz no ar e dá cinquenta e quatro corridinhas para chegar à lata de lixo,
onde uma multidão de baratas faz a festa.
Um lava-cu solitário sobrevoa a sarjeta e pousa elegante na poça,
roçando a extremidade do cu na poça plácida
e um sariguê, roendo cascas de velhos e dourados pomos, de vez em quando me olha com ar concupiscente.

O carro corta a mortalha da noite chispando no asfalto
e traz, voando atrás de si, em poeira e ventania,
o lixo das ruas despertas
Cascas de amendoim, pontas de cigarro. latinhas amassadas, filipetas de shows imperdíveis, endereços de amails revelados, miçangas perdidas no frege do amor entre as crianças
e muitos baratões mortos voando em festa,
redivivos no levante dos pneus. (Eus)

O dia começou de novo com a sua claridade impune.

Amaral Cavalcante.

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE.

Chiquinho do Além Mar e “A História de Sergipe contada em Versos"


Chiquinho do Além Mar e “A História de Sergipe contada em Versos".

O cordelista Francisco Passos Santos, mais conhecido como Chiquinho do Além Mar e a primeira coletânea de cordel com a temática da história de Sergipe.

A obra intitulada “A História de Sergipe contada em Versos” é fruto de uma pesquisa de 10 anos e traz quatro passagens: a chegada dos portugueses em Sergipe e a batalha contra os índios no século XVI; a vinda de Maurício de Nassau por Sergipe; sobre João Bebe Água e a mudança de capital e o torpedeamento do litoral de Sergipe na 2ª Guerra Mundial. “São cordéis que já tinha publicado separadamente em 2005, 2007, 2008 e 2010. Juntei num só livro de cordel”, explica.
O livro não é didático, mas traz a história de Sergipe de forma criativa e divertida, motivando a leitura. “Muita gente não conhece a história de Sergipe e poderá ajudar alunos e professores a conhecer detalhes dela”, acredita o autor.

A coletânea traz o prefácio do professor José Paulino, da Universidade Federal de Sergipe, e é composta por 104 páginas, com ilustrações de Fábio Sampaio e Cláudia Ném. A pesquisa teve ajuda dos historiadores Thiago Fragata e Luiz Antônio Barreto e da jornalista Ilma Fontes.

Chiquinho do Além Mar também é professor de inglês e educador social. O poeta também é compositor líder da banda Forró de Mala e Cuia que funde a linguagem do cordel com o forró tradicional. Dentre outras publicações já lançadas estão:

- João Bebe Água o Rebelde de São Cristóvão (2005);
- Cantos e encantos de Aracaju (2005);
- A Invasão holandesa (2010)
- Mar Vermelho (2007), que virou curta-metragem "U-507'' e está sendo adaptado pela Academia Sergipana de Ballet;
- A Invasão Portuguesa (2008);
- Proteja o Meio Ambiente (2008), vencedor do prêmio de produção de texto nível superior da Olimpíada Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

Com informação de Silvio Oliveira/f5news/31/07/2012.
Fotos: Divulgação.
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 Função social

Para o poeta o cordel tem uma função social de suprir “a carência do povo de Sergipe em conhecer sua própria história”. Por conta desse potencial o projeto da publicação inclui doação exemplares às principais bibliotecas e centros de pesquisa de Aracaju, sendo possível utilizar o livreto também em sala de aula.

A identidade visual e as ilustrações do livro são dos artistas plásticos Fábio Sampaio e Cláudia Nên que deram uma bela interpretação para os versos. Outra preocupação do poeta foi a revisão dos dados e da pesquisa que ficou sob responsabilidade do historiador Thiago Fragata. O projeto teve como principal patrocínio e apoiadores o Instituto Banese, FUNCAJU, SEMED e SEGRASE.

Com informação da Assessoria de Imprensa
e reprodução de texto/foto do Portal Infonet.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

sábado, 26 de abril de 2014

Cleber dos Santos Tintiliano




As aquarelas de Titiliano têm como tema Aracaju

Cleber dos Santos Tintiliano, 29 anos, nascido em Propriá, no interior de Sergipe, vem sendo apontado como uma das grandes estrelas da nova geração de pintores do Sergipe. Dando vazão a seu talento, Tintiliano começou a pintar ainda na terra natal, incentivado pela avó.

“Eu comecei observando as pinturas em cerâmica que minha avó fazia para vender aos turistas, durante a festa de Bom Jesus dos Navegantes. Em seguida, passei a acompanhá-la. Tudo começou ali, ainda em Propriá”, conta.

Em Aracaju, Tintiliano vem desenvolvendo um trabalho com referências impressionistas. Suas aquarelas retratando importantes pontos da cidade estão adquirindo fama, na medida em que o artista vai se tornando conhecido.

Outra especialidade do jovem artista é o óleo sobre tela de inspiração impressionista.

“Minha identificação com o impressionismo é muito forte, pois gosto de sair do ateliê e retratar o que vejo. Os cenários aracajuanos são, no momento, minha maior fonte de inspiração”, diz ele.

Foto e texto reproduzidos do site: 50emais.com.br

Gastronomia de Pirambu

  Camarão.

Peixe ao Molho de Camarão.

Sabor Sergipe.

Gastronomia de Pirambu/SE.

Pirambu é um forte entreposto de pesca de Sergipe e não poderia ser diferente uma vez que sua base gastronômica são os frutos do mar. O peixe escabeche, o quebrado de caranguejo e o camarão pistola ao alho e óleo são encontrados em todos os restaurantes.

Sua gastronomia é tão marcante na cidade que no mês de setembro acontece o Festival do Camarão, resultado da união entre bares, restaurante e pousadas do município.

Sua realização é de iniciativa privada, mas já faz parte do calendário turístico e esse sucesso tornou a cidade conhecida como a Capital do Camarão.

Imagens e texto reproduzidos do site: sergipetradetour.com.br
Fotos: Restaurante Pirambeleza.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Missa de despedida de Dom Henrique emociona católicos.


Infonet - Cultura - Noticias - 20/04/2014.

Missa de despedida de Dom Henrique emociona católicos.

“Todos ficarão órfãos”, diz uma jovem católica.

Na tarde deste domingo, 20, na Catedral Metropolitana de Aracaju foi realizada a Missa de despedida do Bispo Auxiliar de Aracaju

Uma despedida marcada por emoção. Na tarde deste domingo, 20, foi realizada a Missa de despedida do Bispo Auxiliar de Aracaju, Dom Henrique Soares da Costa, 51 anos.

O bispo viaja nesta segunda-feira, 21, para o estado de Pernambuco onde foi nomeado pelo Papa Francisco, Bispo Diocesano da cidade de Palmares (PE) em substituição a Dom Genival Saraiva de França que completou 75 anos. A posse será no dia 1º de junho a partir das 16h na Diocese de Palmares, mas segundo Dom Henrique a viagem antecipada é para resolver toda a documentação a cerca da nomeação.

No Domingo de Páscoa, o Bispo lembrou que a Páscoa significa a renovação.

“A Páscoa é a passagem, assim como foi a minha passagem por Aracaju sendo sempre uma passagem para a vida. É uma passagem que deixará marcada pela experiência desses cinco anos”, disse.

No dia da despedida, um momento de grande emoção para Renilda dos Santos que conseguiu abraçar o Bispo. “Desde que Dom Henrique chegou aqui acompanho o trabalho dele, sou mãe de um filho dependente químico e as palavras do Bispo sempre me consolaram”, fala.

A jovem Anna Karla Santos transmite o sentimento com a despedida do Bispo. “Estamos órfãos, porque Dom Henrique sempre fala aquilo que ele sente e acredita e isso marcou para mim”.

Para a assistente administrativa, Thais Ávila Almeida, o momento é de tristeza. “Estou triste porque Dom Henrique passou todo o tempo nos ensinando coisas boas. Ele é insubstituível porque tem o Dom da Palavra e de tocar o nosso coração”.

Givando Silva enfatiza que o sentimento é também de alegria. “É um sentimento de tristeza pela partida, mas também de alegria porque todo Bispo precisa do seu rebanho e chegou a hora de Dom Henrique. Com certeza ele levará um pouco de nós para essa nova missão. Nós aprendemos muito com a sua sabedoria e seus ensinamentos”.

Por Kátia Susanna.
Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br

domingo, 20 de abril de 2014

Um Pobre José.




Um Pobre José. 
Por Petrônio Gomes.

Viro as páginas amarelecidas de um álbum da infância e dou com o rosto miúdo de José Antônio dos Santos lá no fundo, nesses retratos em que só aparecíamos com os olhos, com um pingo da testa. E é surpreendente como a alma toda se revela em simples riscos de uma fotografia antiga, como despontam recordações inteiras da infância através de meio centímetro de uma velha estampa...

Andávamos sempre juntos, eu, ele, Antônio Eduardo e Murilo Barreto. “Maximino” era como o chamávamos, o mais pobre de nós quatro, talvez até o mais pobre da classe. Mas nossa idade era aquela em que as diferenças econômicas não contavam, uma idade de ouro sagrada, de ternas e perenes recordações.

Vibrávamos, unidos, enquanto seguíamos para o colégio ou de lá voltávamos, ao som das mesmas canções que “Maximino” soltava em seus maviosos assobios. Lembro-me até de uma de suas favoritas, a bela “Minha devoção” (My devotion), que ainda guardo, na voz feiticeira de Doris Day.

Revoltávamos, muitas vezes, também juntos, contra tudo o que agredia a superfície límpida de nossas almas irmãs, pois estávamos na aurora da vida. E não existem auroras que não sejam brancas, imaculadas e puras. É o tempo das intenções que somente o romantismo entende e consulta, a idade que não admite gestos embuçados ou mentirosos.

Mas José Antônio era daquelas pessoas cuja vida se resume em um rosário de sofrimentos, um “caipora”, no dizer de minha mãe, para designar as criaturas que a vida escolheu para castigar sem pena.

Uma vez, no Parque Teófilo Dantas, foi a ele que o guarda municipal escolheu para agarrar pelo braço. Havíamos decidido atormentar os macacos, e todos o fizemos com relativo sucesso. Mas na hora da retirada, somente José Antônio resolvera permanecer. Seguro pela mão possante do guarda, fora levado para casa. No dia seguinte, compareceu ao colégio ostentando sinais físicos de uma surra violenta. Havia sido espancado pela madrasta, mas este fato só nos foi narrado por um seu vizinho. Nesse dia, soubemos que José Antônio era órfão de mãe.

De outra feita, um professor de maus bofes achou ter sido Maximino o aluno indisciplinado que lhe havia atirado uma casca de laranja, mas não foi. Nosso colega sofreu o clássico castigo do domingo, que eu também conheci: eram cinco horas de pé, com a farda abotoada, no pátio do colégio. Mas ele não denunciou o verdadeiro culpado, que se manteve em covarde silêncio.

Lembro-me bem da cena, pois fui ao colégio quando voltei do cinema. Lá estava o Maximino de pé, mãos cruzadas às costas, molhado de suor. Não me disse uma palavra, sorriu. Aguardava certamente um novo castigo da madrasta, bem pior do que aquele. Um herói de doze anos.

Dispersamo-nos. Espalharam-se os protagonistas que compunham o retrato do colégio. O tempo empalideceu a gravura, sepultou alguns, cumulou de benesses outros, apagou os risos de nossas faces, trouxe o esquecimento para muitos.

Certo dia, no Rio de Janeiro, vejo um homem sentado em um banco na Cinelândia. Era o Maximino. Mal vestido, a barba crescida a cobrir o lugar da gravata, de que tanto gostava quando menino. Pareceu-me que falava a sós, como em conversa com o próprio destino, dialogando com o sofrimento. Ele me reconheceu, mas desviou os olhos. Fingimos um desconhecimento mútuo, a bem do amor próprio, em nome de um passado que não merecia um abraço carregado de dor.

Segui com minhas lágrimas para a fila do ônibus do subúrbio, deixando-o a sós com as suas, mas estreitando-nos em um abraço longo e afetuoso.

Um pobre José que conheci na aurora da minha vida, exemplo de humildade e coragem que eu daria tudo para ter a coragem de imitar.

Comecei a solfejar para mim próprio, a música “Minha devoção”...

Crônica reproduzida de postagem feita por Gabriel de Andrade Gomes,
na página do Facebook/Minha Terra é Sergipe, de 18/04/2014.

sábado, 19 de abril de 2014

Familiares e amigos se despedem do poeta Santo Souza

Foto: Portal Infonet.

Infonet – Cidade - Noticias - 18/04/2014.

Familiares e amigos se despedem do poeta Santo Souza
O corpo do poeta foi velado no Cemitério Colina da Saudade.

Por Aisla Vasconcelos.

Muita comoção durante o velório do escritor José Santo Souza que faleceu nesta sexta-feira, dia 18, quando dormia, aos 95 anos de idade. Santo Souza deixa oito filhos, 28 netos e 18 bisnetos.

O corpo do poeta está sendo velado no Cemitério Colina da Saudade e o sepultamento será às 16h. Familiares, amigos e escritores foram se despedir do grande amigo e poeta.

A neta de Santo Souza, Iumara Souza fez questão de falar sobre o legado deixado pelo avô. “Faleceu um dos maiores escritores da língua portuguesa. Meu avô não deixa nada a desejar a nenhum escritor. Fui criada com ele e depois da morte da minha avó ele parou de escrever. No carnaval ele acamou de vez e foi que descobrimos depois dos exames que ele estava com câncer de pulmão. Espero que o nome dele não fique esquecido porque é um homem que tem um legado maravilhoso como avô, pai e amigo”, diz.

O presidente da Associação Sergipana de Imprensa (ASI), Cleiber Vieira esteve no velório e falou sobre a simplicidade de Santo Souza. “Estamos todos de luto. A Associação Sergipana de Imprensa porque ele foi um membro, a Loja Maçônica porque ele era um membro da maçonaria e a Academia Sergipana de Letras pela sua condição de acadêmico. Sergipe perde um de seus maiores poetas, senão o maior. Santo Souza era um homem simples que veio do interior, conseguiu dar a volta por cima, superar todas as dificuldades e criar uma família e um estilo poético e literário único. Um homem humilde, mas um mestre, um sábio, um homem que trabalhou sua poesia dentro de uma visão mitológica de mundo e místico filosófica”, conta.

Falta de reconhecimento

O escritor Domingos Pascoal fez questão de falar sobre Santo Souza, mas lamentou a falta de incentivo aos grandes poetas do Estado.  “Santo Souza é daquelas pessoas que você tem um prazer grande em conhecer. Conheci ele depois que entrei na academia em 2009.  Tive um relacionamento muito legal porque eu o visitava sempre e foi quando ele começou a adoecer de fato e impossibilitado de ir a academia e andar. Eu sei que é o maior poeta órfico do Brasil, então Sergipe precisava fazer um melhor reconhecimento disso, mas Sergipe é muito parto em reconhecer os valores que tem, pois estamos pensando pouco nos nossos grandes escritores. Ele que recebeu prêmio da crítica literária em São Paulo, mas aqui em Sergipe era anônimo”, lamenta.

Domingos Pascoal aproveitou ainda para falar da poesia de Santo Souza. “A poesia dele é rascante, dura, uma poesia realista demais. A poesia dele tem ritmo, rima e conteúdo. É uma linguagem muito bonita. Sergipe perdeu muito e lamentavelmente não vai perceber porque já não percebia, mas a gente espera que isso mude e que a gente não deixe se enterrar com ele a sua memória que deve sempre ser reverenciada”.

A secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, recebeu com tristeza a notícia da morte do poeta Santo Souza e encaminhou uma nota de pesar. "A obra de Santo Souza lhe rendeu vaga na Associação Sergipana de Imprensa, cadeira na Academia Sergipana de Letras, um grande prêmio concedido pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo e o carinho do povo sergipano. Lamentamos sua perda, mas ficamos com a certeza de que suas palavras atravessarão gerações", diz a secretária, que se solidariza à família e aos amigos do poeta nesse momento de pesar.

Artista Ilustre

O poeta José Santo Souza foi um dos artistas ilustre homenageado pelo Portal Infonet durante o Infográfico Sergipanidade.

Entre as obras do autor estão Cidade Subterrânea (1953), Caderno De Elegias’ (1954), ‘Relíquias’ (1955) e ‘Ode Órfica’ (1955/1956/1968), cuja primeira edição, foi publicada, como os livros anteriores, por José Augusto Garcez em seu Movimento Cultural de Sergipe. Após 46 anos sem fazer lançamento de livro ao público, o poeta sergipano Santo Souza, lançou em 2010, duas obras: ‘Crepúsculo de Esplendores’ e ‘Deus Ensaguentado’.

Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br

Sergipano acompanhado de falcões participa de A Paixão de Cristo em PE.

José Percílio é conhecido por cuidar  e criar falcões em santuário de aves
Foto: Aquivo Pessoal

Publicado originalmente no site G1 SE, em 18/04/2014.

Sergipano acompanhado de falcões participa de A Paixão de Cristo em PE.

Percílio é responsável por santuário de aves em Sergipe.
Ele foi convidado pelos organizadores para participar do evento.

O sergipano José Percílio que é responsável pelo Parque dos Falcões, santuário, faz parte do elenco do espetáculo 'A Paixão de Cristo' encenado, em Nova Jerusalém, Pernambuco, juntamente com dois falcões, um da espécie Asa de Telha e o outro Cauda Branca.

Reconhecido por realizar um trabalho com falcões e outras espécies ele integrou-se ao elenco a convite dos organizadores do evento.
Percílio posa com ator Carlos Machado que faz Pilatos no espetáculo.

Parque dos Falcões.

Na entrada da Serra de Itabaiana está localizado o Parque dos Falcões. Seu fundador, José Percílio, possui uma relação de amor e carinho com as aves que cria e recupera: falcões, gaviões, carcarás e corujas. O parque é um dos poucos locais do país com autorização do Ibama para a criação dessas aves em cativeiro. Com o objetivo de proteger as espécies de aves de rapina que habitam o céu brasileiro, o Parque dos Falcões tornou-se uma referência mundial no manejo, reprodução e reabilitação desses animais, acumulando um grande conhecimento sobre o seu comportamento.

A relação entre Percílio com as aves começou na década de 1980, quando ele encontrou uma ave carcará morta perto da sua casa, ficou sensibilizado com a situação e tentou reanimá-la. Depois, percebeu que havia um ovo dentro da barriga da ave. Percílio retirou o ovo e, depois de 28 dias sendo chocado por uma galinha, nasceu Tito, seu primeiro grande amigo. Hoje, Tito tem 29 anos e Percílio, que tem 36 anos, cuida de mais de 300 aves, entre gaviões, falcões, corujas, pombos, patos e galinhas.

Parque dedicado a aves de rapina é atração de Itabaiana, em Sergipe

O Parque dos Falcões é aberto ao público das 8h às 11h e das 13h às 16h. O valor por pessoa é de R$ 20, e as visitas devem ser agendadas nos telefones: (79) 9962-5457 / 9131-3496.

Para chegar ao centro conservacionista siga de Aracaju em direção a Itabaiana. Depois de passar pelo município de Areia Branca, percorra aproximadamente nove quilômetros. No lado direito, há uma placa indicativa sobre o Parque dos Falcões. Siga por essa estrada por mais 2,5 quilômetros.

Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com/se/sergipe 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Aracaju também é minha.

Publicado originalmente no blog Espaço Público, em 17/03/2014.

Aracaju também é minha.
Por Luciano Correia.

A inevitável força do acaso me jogou para todos os cantos do mundo desde cedo, de uma maneira tão irremediável, que resultei me sentindo em tantas cidades e ao mesmo tempo em nenhuma delas. Esse mundo do trabalho e da vida que nos impõe uma desterritorialização, me fez órfão de endereço fixo. No dizer dos Titãs: “Não sou de nenhum lugar/ sou de lugar nenhum”. E antes que soe lamuriento, vos asseguro: isso não é bom nem ruim, melhor ou pior do que poderia ter sido. Apenas um registro de coisas como o pouco tempo que a vida me deu para reviver na doce e pequena Macambira os primeiros sinais de vida, justamente aqueles que nos marca, lapida e garimpa pelo resto de nossos anos. Anos depois, talvez já muito tarde, busquei em vão retomar laços perdidos, mas, como a Itabira de Drumond, fotografia na parede, a “minha” cidade já não existia: Macambira vive na minha memória.

Em Itabaiana cheguei aos dez e fiquei até os dezessete, tangido pela aprovação em Engenharia na UFS. Mas lá ficaram os demais, a maioria deles, pai e mãe principalmente, razão que fez dela um razoável porto seguro, onde sei que tenho cama cativa. A Aracaju que parecia a parada final só me abrigou por três anos, o suficiente para a Engenharia desistir de mim, antes que eu dela. Fui viver, conforme Gil e Caetano, na Cidade da Bahia, uma estranha gente que nos via como “o quintal da Bahia”, proféticas premonições de que um dia, muito tempo depois, surgiria aqui um grupo de empresários musicais dispostos a nos devolver a condição de colônia, colonizados que nos mostrávamos entre requebros e abadás.

Vivi uma Salvador que trazia nos becos da velha cidade o fantasma ainda fresco de Gláuber Rocha, o cinema “de arte” dos Bairris, as festas na faculdade de Medicina do Canela, cerveja e pilombeta no Terreiro de Jesus, as putas do Maciel, o projeto Pixinguinha no TCA, todas as peças de Nelson Rodrigues na Escola de Teatro da UFBa. A residência estudantil das meninas na Araújo Pinho, a residência de Jacobina, as mijadas nas centenárias árvores do Campo Grande. Alegre Bahia onde busquei régua e compasso para outros traços. Triste era a Bahia oficial que eu ignorei do começo ao fim. Tanto que no carnaval eu largava antecipadamente minha morada, no Corredor da Vitória, antes do primeiro baticum. Ia descansar minha cabeça em amores sergipanos numa Atalaia Nova bucólica, de tantas lendas e tantos ais.

E assim fui por aí, Oropa, França e Bahia. Começando pelo Paraná, depois Cuba, a francesa São Luís do Maranhão, outro tanto em Maceió, mais cinco anos entre o Rio Grande do Sul e seis meses em terras de Espanha. Comigo houve de ser assim: sempre estou indo, sempre voltando. Aracaju nunca me foi estranha. Aqui, faço cara feia ou bonita sempre que me aprouver, porque sou dono do meu sorriso. Aqui recomeço como se nunca tivesse nada interrompido. Aqui sou unha e carne, fogo e paixão, encantamento e enfado, onde minha dialética se aplica no correr dos dias e noites.

A primeira Aracaju era o lugar para onde Papai ia todos os meses para os deveres de sua Exatoria em Macambira e voltava com a pasta cheia de maçãs, aquela fruta nobre, deliciosa, de algum lugar que só poderia ser muito distante de nossas jacas e pitombas. Era o lugar que eu pensava onde moravam aqueles artistas do álbum de figurinha Coleção 69, Roberto Carlos, inclusive. Lembro de Mamãe demonstrando um certo ciúme de Ângela Maria, a cantora, sei lá eu por quais motivos. Mas, como ela morasse ali onde Papai ia com uma frequência capaz de criar limo, não tive dúvidas: “Papai deve estar comendo esta moça”. Ele chegava com sua pasta de documentos e eu corria, antes das minhas irmãs, para pegar uma das maçãs destinadas aos cinco filhos (Serginho só veio depois, já em Itabaiana). Jamais, em toda minha vida, senti o cheiro de maçã como o da pasta de Papai, um maravilhoso aroma também colado à minha memória de forma definitiva.

Por essa mesma época, comecei a fazer viagens curtas para as visitas a um dentista, no cruzamento dos calçadões. Papai parava sua imensa Rural na Rua da Frente, cujo rio Sergipe me foi apresentado por Mamãe como sendo “O Mar”. Hoje, sabedor de que as palavras não contêm os atos e os pensamentos, sei muito bem que minha mãe se referia a uma boca de barra, nem tanto rio, nem mar ainda. Depois vieram outras e outras Aracajus, sobrepondo-as umas sobre as anteriores como camadas, a minha vida feita aqui, com paradas, idas e retornos, mas com o sentimento de que acabei grudando nela, como parte de mim, a cidade a quem eu recorro quando, em algum lugar mais remoto, alguém me pergunta de onde sou. Para não alongar a resposta, nem tornar minha localização um exercício penoso a quem pergunta, dou minhas coordenadas: ”Sou de Aracaju, Sergipe, no nordeste do Brasil”.

Texto reproduzido do blog: luccorreia.blogspot.com.br
Foto reproduzida do site: visitearacaju.com.br

Arte de Rosa Faria.

Arte de Rosa Faria.
  
Rosa Faria foi pesquisadora e poeta. Acima de tudo foi guardiã e divulgadora da história de Sergipe. Descendente de portugueses, filha de pai artista, Rosa Faria nasceu em Capela em 28 de abril de 1917. Veio morar em Aracaju, onde faleceu em 1997. Foi professora, artista plástica, pesquisadora, telegrafista, jornalista, taquígrafa e poeta. Pintou monumentos, logradouros, prédios históricos e artísticos de Aracaju e cenários do interior de Sergipe como o Porto de Propriá, o Balneário de Salgado, as Salinas de Socorro, a Igreja do Bomfim, a Casa de João Ribeiro em Laranjeiras, a Igreja e o Convento de São Francisco de São Cristóvão e a Lagoa Vermelha de Boquim. O destaque de sua obra são as pinturas em porcelana (pratos, xícaras), especialmente a reprodução de documentos históricos.

Fonte: Dilson Ramos, da Agência Alese
 Foto: Agência Alese

Ponte do Imperador.


Ponte do Imperador.

Quando Dom Pedro II e sua comitiva imperial chegaram em terras sergipanas, no dia 11 de janeiro de 1860, foi na atual Ponte do Imperador que desembarcaram. O Ancoradouro, ou Ponte de Desembarque, foi construído no final de 1859 especialmente para receber o vapor Apa, da Companhia Brasileira de Paquetes a Vapor. Nos dias de hoje, o local se configura como importante ponto turístico da capital. A brisa do rio Sergipe nos finais de tarde atrai também dezenas de aracajuanos, que fazem desse monumento histórico lugar de encontro.

Em abril deste ano, a ponte foi revitalizada pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA). A obra, orçada em R$ 115 mil, incluiu a impermeabilização da laje, para impedir que a água da chuva penetre e ocorram infiltrações. Além disso, foram feitas a recuperação das instalações elétricas, a pintura do pórtico principal e também dos elementos decorativos - a exemplo dos índios que ornam a entrada do monumento. As luminárias, postes e refletores roubados e depredados foram repostos. Depois das melhorias, turistas e aracajuanos têm aproveitado para visitar mais o local.

A tonalidade da tinta usada na pintura foi escolhida com base em pesquisa, que também serviu para a restauração da praça Fausto Cardoso, localizada nas imediações. No entanto, devido à ação de vândalos, o trabalho de manutenção das melhorias é dificultado. É o que destaca o estudante David Passos, que costuma encontrar os amigos na ponte depois das aulas. "Eu considero um absurdo a ação dessas pessoas que não reconhecem a história da ponte e sujam o local, riscam as paredes", opina.

David relata ainda fazer do ponto turístico local de descontração com os amigos. "Aqui é muito agradável, bom de parar para conversar", destaca. Já para a turista Maria Sônia Monteiro, visitar os pontos históricos ao lado da família é valorizar os momentos que deram origem à cidade como é hoje. "Já morei em Aracaju durante quatro anos e sempre que posso volto. Desta vez voltei com minha família, e aproveitamos para visitar a Ponte do Imperador, que além de ser linda para fotos, possui valor histórico", afirma.

História

De acordo com o historiador Luiz Antônio Barreto, antes da construção da ponte, as pessoas que chegavam a Aracaju desciam dos navios para pequenos barcos e, a partir deles, desembarcavam em terra firme sendo carregadas por estivadores, naquela época escravos, em sua maioria.

Não ficava bem que o Imperador Pedro II, sua mulher Tereza Cristina Maria de Bourbon e todos os ilustres integrantes da comitiva imperial tivessem que descer, um por um, nas costas dos trabalhadores do cais. Daí a necessidade de construir um atracadouro.

Durante décadas, a Ponte do Imperador serviu para este fim. As laterais eram utilizadas para receber os barcos de pequeno e de médio porte, que entravam no estuário do rio Sergipe. Ainda hoje, vez por outra, uma embarcação de guerra da Marinha Brasileira ancora no monumento.

Fotos e texto reproduzidos do blog: aconteceemsergipe.blogspot

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ponto Chic - Pub




Ponto Chic - Pub.

"Acho que muita gente que mora em Aracaju não sabe.O Ponto Chic, foi um dos primeiros bares da cidade, localizado na esquina da Rua João Pessoa com Rua Laranjeiras, onde atualmente se encontra a Delegacia Estadual do Ministério do Trabalho. 

Foi um ponto de encontro de todas as classes.Os aracajuanos, alí se reuniam para um bom bate-papo e para beber umas cervejas. Não sei ao certo, em que ano iniciou suas atividades,mais sei que terminou no verão de 1969. Fazia parte do circuito cultural das Ruas João Pessoa e Laranjeiras, juntamente com o Café Ponto Central, o Cinema Rio Branco e a Livraria Regina". (Eastendkidsaju).

Texto e fotos reproduzidas do blog: eastendkidsaju.blogspot.com.br
De: Eastendkidsaju

segunda-feira, 7 de abril de 2014

RECEITA - Cachorro Quente de "Seu João" (do Parque)

Cachorro quente  do Café da Gente, no Museu da Gente Sergipana.
Foto: Facebook/Ticiana Vasco.

CACHORRO QUENTE DE “SEU JOÃO”

2 PACOTES DE CARNE PARA STROGONOF
10 BATATAS GRANDES
2 PIMENTÕES
6 CEBOLAS
8 DENTES DE ALHO
5 TOMATES
1/2 PACOTE DE COLORAU
1 LATA DE EXTRATO DE TOMATE
SAL A GOSTO
CUMINHO
ÓLEO
AGUA FERVENTE

MODO DE PREPARAR:
Corte a carne, a batata, o pimentão, a cebola, o alho e o tomate em pedaços bem pequenos. Em seguida misture todos os ingredientes, leve ao fogo e acrescente a água fervendo e deixe cozinhar.

Texto reproduzido de postagem feita por 
Paulo Roberto Dantas Brandão, na página do Facebook/MTéSERGIPE.

sábado, 5 de abril de 2014

História de Pacatuba


História de Pacatuba/SE.
Por José Adelino*

Pacatuba, cidade localizada a 116 quilômetros da capital Aracaju, é um município que merece um estudo à parte. Como dizem os historiadores a respeito das terras que compõem esse município, ele “está assentado em um vasto planalto, de onde se goza um delicioso panorama”. E quem conhece essas lindas terras sabem que é a mais pura verdade.

No início de 1600 já se tinha notícia de um forte aldeamento na confluência do Rio Poxim do Norte com o Betume, e quem comandava aquele povoamento era o cacique Pacatuba. Quando Cristóvão de Barros invadiu Sergipe em 1590 cumprindo ordens do governo da Bahia e de Felipe II rei da Espanha, que reinava em Portugal por causa da União Ibérica (1580 - 1640), deu-se uma matança generalizada. Todos os recursos militares da época foram usados. Fazendo com que poderosos caciques como Baepeba, Serigy e Siriry fossem vencidos pelas forças do governo.

Para alguns historiadores, antes mesmos que as colunas de Cristóvão de Barros chegassem à região do São Francisco, os caciques Japaratuba e seu irmão Pavcatuba acabaram se entregando aos portugueses e pedindo paz. Mas outros estudiosos discordam dessa versão e acreditam que Cristóvão de barros encontrou resistência e venceu por conta da força militar.

Logo depois da “conquista” as terras da aldeia de Pacatuba foram anexadas à sesmaria de Pedro de Abreu Lima. Por volta de 1640, padres Jesuítas começam a levantar uma capela no aldeamento. Em 1732, por ordem do Marquês de Pombal, os Jesuítas foram expulsos e a missão religiosa com todas suas terras em Pacatuba foi entregue aos padres capuchinhos. Em 1810 os capuchinhos terminaram a construção da capela do povoado, e a dedicaram a São Felix de Cantálicio.

Como as terras eram férteis e propicia ao cultivo da cana-de-açúcar, o povoamento crescia rápido. E existem documentos que em 1808 já existia por lá cerca de 700 índios. Uma lei provincial de 6 de fevereiro de 1835, criava a freguesia de São Felix de Pacatuba incluindo o atual município de Japoatã. Menos de 30 anos depois, a 13 de maio de 1864, a freguesia passava a condição de vila. Mas a independência de Pacatuba só aconteceu na prática em 2 de maio de 1874, isto é, dez anos depois, quando se libertou do município de Vila Nova, atual Neópolis.

O desenvolvimento econômico e social da cidade era sentido nas ruas, no entanto no dia 23 de novembro de 1910, os pacatubenses foram surpreendidos com a criação do município de Jaboatão, hoje Japoatã, localizado na antiga missão jesuítica de Riacho do Meio. A reação em Pacatuba foi forte. População e autoridades não encontravam motivos para a perda territorial. Várias representações foram feitas ao governante de Sergipe. Como a pressão foi forte por parte dos pacatubenses o município não chegou a ser criado.

Mas a história ainda guarda uma grande surpresa para os pacatubenses. Dezesseis anos depois da ardorosa luta para não perder as terras de Jaboatão, a lei estadual 960, de 20 de outubro de 1926, transfere a sede do município de Pacatuba para Jaboatão, ficando Pacatuba reduzida à condição de povoado. A reação das autoridades da vila foi forte, porem não adiantou nada. Pacatuba passou quase 12 anos como povoado, só retornando sua antiga condição de município em 28 de março de 1939, mas o distrito de paz continuou em Jaboatão. Essa situação permaneceu até 1943, quando seu nome foi modificado de Pacatuba para Pacatiba.

Em 25 de novembro de 1953, Pacatuba é desmembrada de Jaboatão e transformada em cidade e passa a se chamar Pacatuba. O município livre e independente só foi instalado em 31 de janeiro de 1955, quando foi empossado o seu primeiro prefeito,Manuel Ricardo dos Santos e, também, construída a câmara de vereadores.

*José Adelino – Historiador licenciado pela UFS.

Foto e texto reproduzidos do site: pacatubaemfoco.com.br