História de Pacatuba/SE.
Por José Adelino*
Pacatuba, cidade localizada a 116 quilômetros da capital
Aracaju, é um município que merece um estudo à parte. Como dizem os
historiadores a respeito das terras que compõem esse município, ele “está
assentado em um vasto planalto, de onde se goza um delicioso panorama”. E quem
conhece essas lindas terras sabem que é a mais pura verdade.
No início de 1600 já se tinha notícia de um forte aldeamento
na confluência do Rio Poxim do Norte com o Betume, e quem comandava aquele
povoamento era o cacique Pacatuba. Quando Cristóvão de Barros invadiu Sergipe
em 1590 cumprindo ordens do governo da Bahia e de Felipe II rei da Espanha, que
reinava em Portugal por causa da União Ibérica (1580 - 1640), deu-se uma
matança generalizada. Todos os recursos militares da época foram usados.
Fazendo com que poderosos caciques como Baepeba, Serigy e Siriry fossem
vencidos pelas forças do governo.
Para alguns historiadores, antes mesmos que as colunas de
Cristóvão de Barros chegassem à região do São Francisco, os caciques Japaratuba
e seu irmão Pavcatuba acabaram se entregando aos portugueses e pedindo paz. Mas
outros estudiosos discordam dessa versão e acreditam que Cristóvão de barros
encontrou resistência e venceu por conta da força militar.
Logo depois da “conquista” as terras da aldeia de Pacatuba
foram anexadas à sesmaria de Pedro de Abreu Lima. Por volta de 1640, padres
Jesuítas começam a levantar uma capela no aldeamento. Em 1732, por ordem do
Marquês de Pombal, os Jesuítas foram expulsos e a missão religiosa com todas
suas terras em Pacatuba foi entregue aos padres capuchinhos. Em 1810 os
capuchinhos terminaram a construção da capela do povoado, e a dedicaram a São
Felix de Cantálicio.
Como as terras eram férteis e propicia ao cultivo da
cana-de-açúcar, o povoamento crescia rápido. E existem documentos que em 1808
já existia por lá cerca de 700 índios. Uma lei provincial de 6 de fevereiro de
1835, criava a freguesia de São Felix de Pacatuba incluindo o atual município
de Japoatã. Menos de 30 anos depois, a 13 de maio de 1864, a freguesia passava
a condição de vila. Mas a independência de Pacatuba só aconteceu na prática em
2 de maio de 1874, isto é, dez anos depois, quando se libertou do município de
Vila Nova, atual Neópolis.
O desenvolvimento econômico e social da cidade era sentido
nas ruas, no entanto no dia 23 de novembro de 1910, os pacatubenses foram
surpreendidos com a criação do município de Jaboatão, hoje Japoatã, localizado
na antiga missão jesuítica de Riacho do Meio. A reação em Pacatuba foi forte.
População e autoridades não encontravam motivos para a perda territorial.
Várias representações foram feitas ao governante de Sergipe. Como a pressão foi
forte por parte dos pacatubenses o município não chegou a ser criado.
Mas a história ainda guarda uma grande surpresa para os
pacatubenses. Dezesseis anos depois da ardorosa luta para não perder as terras
de Jaboatão, a lei estadual 960, de 20 de outubro de 1926, transfere a sede do
município de Pacatuba para Jaboatão, ficando Pacatuba reduzida à condição de
povoado. A reação das autoridades da vila foi forte, porem não adiantou nada.
Pacatuba passou quase 12 anos como povoado, só retornando sua antiga condição
de município em 28 de março de 1939, mas o distrito de paz continuou em Jaboatão.
Essa situação permaneceu até 1943, quando seu nome foi modificado de Pacatuba
para Pacatiba.
Em 25 de novembro de 1953, Pacatuba é desmembrada de
Jaboatão e transformada em cidade e passa a se chamar Pacatuba. O município
livre e independente só foi instalado em 31 de janeiro de 1955, quando foi
empossado o seu primeiro prefeito,Manuel Ricardo dos Santos e, também,
construída a câmara de vereadores.
*José Adelino – Historiador licenciado pela UFS.
Foto e texto reproduzidos do site: pacatubaemfoco.com.br
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