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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Cidade Sergipana traz marcas da história do Cangaço




Cidade Sergipana traz marcas da história do Cangaço.

Poço Redondo é o município sergipano que é conhecido por ser o lugar onde começa a famosa Rota do Cangaço, local onde o famoso cangaceiro Lampião e o seu bando foram emboscados e tiveram suas cabeças e mãos decepadas. O caminho até onde aconteceu a morte de Lampião é uma atração a parte nos 700 metros que dura o passeio até a chegada à Grota de Angicos, local exata onde ocorreu o fato que marcou o fim do cangaço no Nordeste. O turista depara-se com a caatinga, com suas árvores sem folhas e diversos cactos, além de encontrar também muitos animais silvestres, como calangos e saguis. É neste pequeno vale que ficam duas cruzes e uma placa com o nome de Lampião e Maria Bonita, numa homenagem as maiores figuras do cangaço brasileiro.

E não é só pela parte histórica que a cidade de Poço Redondo se destaca. No município, que está localizado a 170 km de Aracaju, que fica o Centro de Produção. O lugar é repleto de peças históricas que um dia fizeram parte do cotidiano do homem do sertão, onde podemos achar facilmente dentre os artigos expostos, o ferro que Maria Bonita, esposa de Lampião, passava as roupas, como também a máquina de costura do alfaiate Zé de Bela. Armas, fotos e artigos pessoais dos cangaceiros que mostra um pouco de como vivia o bando mais conhecido da história do cangaço no Brasil. "Todo este acervo foi doado a mim por moradores da região e hoje faço questão de mostrar aos turistas", conta o idealizador do Centro de Produção, o mestre Tonho.

Obras do mestre Tonho

O artesão estampa traços de sua cultura nos objetos que produz, consciente ou inconscientemente. Muitas de suas tradições, como símbolos mágicos e crenças, ficam marcadas em suas peças. E é neste mesmo Centro de Produção que o Mestre Tonho produz e vende suas peças um artesanato todo feito em madeira, onde estão evidenciadas suas crenças, hábitos e tradições. Não podemos falar em artesanato somente com o objetivo comercial, pois ele pode ser produzido para consumo próprio ou mesmo doação sem perder sua característica artesanal e é o que o mestre, Tonho faz. Já são mais de mil peças produzidas pelo artesão. "São mais de 25 anos talhando todos estes objetos que eu mesmo faço, com a matéria prima tirada do próprio município e faço questão de expor e vendo aqui no centro", destaca.

Texto e imagens reproduzidos do site: turismosergipe.net

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

TURISMO - 'Cangaço Eco Parque', em Poço Redondo


'Cangaço Eco Parque', fica às margens do Rio São Francisco, em Poço Redondo - Sergipe.
Passeio de catamarã para a ‘Rota do Cangaço’ é atrativo.

‘Cangaço Eco Parque’, localizado no município de Poço Redondo, às margens do Rio São Francisco. O parque oferece aos seus visitantes uma série de atividades como ecoturismo, arvorismo, passeio de catamarã para a ‘Rota do Cangaço’ e também a realização de uma trilha ecológica percorrendo o caminho até a ‘Grota do Angico’, percurso muito procurado por turistas de todo o mundo.

A ‘Rota do Cangaço’ em Sergipe foi o local onde ocorreu o assassinato de Lampião e seu bando, lá o turista percorre a caatinga e após alguns minutos de caminhada chega até a Grota do Angico, última parada do bando, onde de Lampião, Maria Bonita e os nove cangaceiros que os acompanhavam foram assassinados. Durante a trilha até a grota o visitante tem a oportunidade de curtir o visual das formações rochosas, as lindas ilhas e praias fluviais que existem no local...

Com informações da Setur

Foto e trecho de reportagem reproduzidos do site: g1.globo.com/se

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Pasmem, Poço Redondo Existe!


Do Blog Ser tão/Sertão.
Poço Redondo/SE. 29/07/2011.

Você conhece Poço Redondo?
Uma visão sobre o município de Poço Redondo através de artigos e crônicas
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Pasmem, Poço Redondo Existe!
Por Rangel Alves da Costa*

Os mais velhos diziam e todos os relatos históricos confirmam que nas longínquas brenhas do sertão sergipano, no mais escaldante recanto do semi-árido de meu Deus, por entre serras, na vastidão dos mandacarus e xique-xiques, bem nas ribanceiras do Velho Chico, um dia surgiu um andante, depois mais um e mais um, que fixando-se no lugar construíram as primeiras moradias daquele ermo distante, que foi fazenda, vilarejo, povoado e mais tarde cidade. A esse lugar deram o nome de Poço Redondo, como referência a uma grande cacimba existente no leito do riacho Jacaré " que circunda a cidade -, onde os vaqueiros iam saciar a sede dos animais. "Onde vai cumpade?", e o outro respondia: "Vou lá no poço redondo dar água ao gado". E assim ficou: Poço Redondo.

Através da Lei estadual nº 525-A, de 23 de novembro de 1953, Poço Redondo foi desmembrado do município de Porto da Folha e passou à categoria de cidade, sendo termo judiciário da comarca de Gararu. A efetiva instalação do município ocorreu em 6 de fevereiro de 1956, com a posse do prefeito eleito no pleito de 3 de outubro de 1954, Artur Moreira de Sá, e cinco membros da Câmara de Vereadores. Assim, depois de muitas lutas de suas lideranças políticas, a localidade passou a ser regida pela Lei Orgânica dos Municípios e pôde reivindicar dos poderes federais e estaduais as melhorias necessárias para sua gente profundamente sofrida.

Com o passar dos anos e a evolução da municipalidade brasileira, mesmo assim Poço Redondo continuou com "aquele ar de antigamente", mínimo desenvolvimento estrutural e o contínuo sofrimento do seu povo com a seca impiedosa. Não obstante tais aspectos, o município possui características que não podem deixar de ser observadas.

Geograficamente, é o maior município do estado, com 1.212 km²; no seu chão está localizado o ponto mais elevado de Sergipe, que á Serra Negra (Serra da Guia), com 742 m; de sua terra brota a nascente do rio Sergipe, na Serra Negra; é o 11º município sergipano em números populacionais, com 29.879 hab. e o 17º em termos eleitorais, com 16.390 eleitores; conta com o maior número de assentados do MST em Sergipe; foi cenário, em 1975 e 1976, respectivamente, dos cinedocumentários para o Globo Repórter "O Último Dia de Lampião" (de Maurice Capovilla) e "A Mulher no Cangaço" (de Hermano Penna) e do premiado filme "Sargento Getúlio" (em 1985, de Hermano Penna); foi o município nordestino que mais contribuiu com cangaceiros para o bando de Lampião, num total de 23 poço-redondenses, entre homens e mulheres; e foi em suas margens ribeirinhas, na Gruta do Angico, que Lampião e Maria Bonita, juntamente com mais nove cangaceiros, foram massacrados pela volante alagoana em 28 de julho de 1938, pondo fim ao ciclo do cangaço organizado.
Como observado, por mais que autoridades governamentais, estudiosos e pesquisadores, magistrados, jornalistas e todos "aqueles estranhos ao mundo sertanejo" tentem ou queiram menosprezar a terra e o seu povo, verdade é que Poço Redondo possui história, geografia, economia, atratividade turística e, o que é mais importante, dignidade na humildade, dignidade na luta e dignidade no caráter de sua gente.

Alertar sobre isso é uma necessidade imperiosa, vez que, como dito acima, o município quase sempre é esquecido pelas autoridades constituídas e por aqueles que formam a opinião pública. Somente nas tragédias e nas calamidades é que se torna alvo das políticas assistencialistas (no pior sentido da expressão) governamentais ou ganha volumoso e sensacionalista espaço na mídia. Quem não se lembra, por exemplo, do ônibus que incendiou e explodiu na pista que leva ao povoado de Santa Rosa do Ermírio, matando mais de vinte pessoas; da ponte sendo destruída pelas águas do riacho Jacaré, causando mortes ao longo do seu leito; da garotinha da Barra da Onça, bonita e de aspecto triste, da fotografia de Sebastião Salgado; da mãe de família chorando porque não tinha água nem alimentos para dar aos filhos; da farsa montada para mostrar pessoas comendo palma numa dessas estiagens passadas; enfim, da necessidade de mostrar que quanto pior melhor?

Outros fatos podem ser acrescentados para demonstrar o menosprezo e a falta de respeito pelo município e sua gente, fatos que de fininho saem do contexto local e alcançam vertentes muito mais amplas. Basta citar mais uns três ou quatro exemplos: frequentemente os repórteres das televisões afirmam que a Gruta do Angico está localizada no município de Canindé do São Francisco; Poço Redondo é o único município do estado que não possui uma rua sequer com seu nome em Aracaju, e isto é verdade que já foi comprovada pelos Correios; a localidade já sediou três agências bancárias (Banco do Brasil, do Nordeste e do Estado de Sergipe) e atualmente só conta com uma agência do BANESE, e mesmo assim com a negativa perspectiva de fechar suas portas; e, por último, o fato mais recente que se propagou, quando a presidência do Tribunal de Justiça do Estado queria por que queria extinguir a comarca do município (projeto neste sentido chegou a ser enviado ao legislativo estadual) sob a alegação de que o lugar é muito pobre, distante da capital, as carências são visíveis em todos os sentidos e os digníssimos magistrados em início de carreira simplesmente não querem trabalhar lá. Em síntese, o TJSE vê Poço Redondo como um estorvo, como uma ovelha negra que não necessita da tutela judiciária estatal. Discriminação, preconceito, aversão ao sertanejo.

Mas tudo bem, os sertanejos de Poço Redondo são suficientemente fortes para perdoar tudo isso. Eles só querem o que lhes cabe de direito; só almejam possuir o suficiente para viver com dignidade; só querem que os outros não queiram eliminar a felicidade construída no dia-a-dia, molhados de lágrimas, queimados de sol. Ademais, colhendo das palavras do Eclesiastes, os sertanejos sabem que para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: há tempo para plantar e tempo para colher; tempo para chorar e tempo para rir; tempo para viver com orgulho de ser tão sertão.

*Poeta e cronista.
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Foto e texto reproduzidos do blog: 
blograngelsertaoblogspotcom.jex.com.br