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domingo, 30 de abril de 2017

João Firmino Cabral (1940 - 2013)

Imagem: Chiquinho do Além Mar.

Publicado originalmente no site F5 News, em  02/02/2013.

Por Marcio Rocha.

A cultura sergipana perde um dos seus maiores representantes. Morreu, aos 73 anos, vítima de leucemia na noite desta sexta-feira (01/02/2013), o poeta e cordelista João Firmino Cabral, um dos maiores poetas da cultura popular brasileira. 

João Firmino foi um dos maiores defensores da literatura de cordel em Sergipe, sendo, inclusive dono de uma banca de livros localizada no mercado central de Aracaju. Nascido em 1º de janeiro de 1940, o escritor itabaianense ficou famoso em nível internacional, devido à difusão de suas poesias e histórias contadas nos livretos de cordel.

O escritor desenvolveu sua paixão pela literatura de cordel ao aprender a ler com os livros que comprava. Sua base educacional foi a cultura adquirida com os cordéis. Publicou seu primeiro livro, “Profecia do Padre Cícero” aos 17 anos, iniciando sua carreira de mais de cinquenta anos de devoção à arte. O poeta era membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e recebeu a Ordem do Mérito Serigy no ano de 2003, sendo considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira. 

A fama de João Firmino ia além mar, com suas obras divulgadas e conhecidas na Europa e América do Norte. Sua carreira como escritor não se limitou apenas às publicações, João Firmino proferia palestras e realizava oficinas de literatura de cordel por todo o Brasil. 

"Perdemos um dos maiores poetas brasileiros da cultura popular. O sergipano João Firmino Cabral nos deixou para poetizar lá em cima e, quem sabe montar uma filial da sua banca de cordel no céu”, disse o jornalista e escritor Pascoal Maynard, sobre a morte do poeta sergipano.

O corpo do escritor está sendo velado em sua residência, no bairro Santa Maria, de onde sairá para fechar o último capítulo de sua vida, para ser sepultado no cemitério São João Batista às 15 horas deste sábado.

Texto e imagem reproduzidos do site: f5news.com.br

sábado, 21 de janeiro de 2017

João Firmino Cabral (1940 – 2013)

Foto postada por MTéSERGIPE. a fim de ilustrar a presente biografia.
João Firmino vende seu trabalho no mercado municipal.
Foto: Silvio Rocha.

Publicado originalmente no blog Memórias da Poesia Popular,
em 3 de dezembro de 2014.

João Firmino Cabral (01/011940 – 01/02/2013)

No primeiro dia de janeiro de 1940, nasce João Firmino Cabral em Itabaiana, Sergipe. Filho de Pedro Firmino Cabral (cantador de feira e embolador) e Tercília da Conceição (roceira). Seu pai foi repentista e sustentou a família cantando embolada nas feiras de Itabaiana/SE, Pernambuco, Paraíba e Ceará. Morreu quando o filho contava com 11 anos de idade e, João Firmino passou a ser criado pelo repentista Manoel de Almeida Filho, um nome de destaque na literatura de cordel em Sergipe e no Brasil. Aos 14 anos de idade já estava vendendo os clássicos livretos de literatura de cordel de autoria de Manoel de Almeida, onde o cordelista instalava seu pequeno serviço de alto-falante na proximidade do relógio do Mercado Antônio Franco e ficava cantado suas obras. No mesmo local, outros poetas da época marcavam presença na área na venda de seus trabalhos, a exemplo de Pedro Armando dos Santos, falecido há mais de 30 anos, Genésio Gonçalves de Jesus, José Aristides e outros.

Aos 16 anos, após pedir consentimento a Manoel de Almeida, parte para a cidade de Alagoinhas, na Bahia, para vender folhetos da literatura de cordel, onde aluga um pequeno quarto e, ao retornar, resolve fazer seus folhetos.

O título do seu primeiro folheto impresso na cidade de Alagoinha, na Tipografia Comunista Vanguarda, foi “As bravuras de Miguel o valente sem igual”. Como não sabia como era o processo de impressão, recebeu a ajuda de um dono da gráfica que fez uso de um clichê já utilizado em outra impressão para ilustrar a capa do folheto. No livro havia mais erros ortográficos do que acertos; mesmo assim, vendeu bem seu trabalho na cidade baiana.

Tem como segundo folheto “A Profecia Sagrada do Padre Cícero Romão” e, para desenvolver o trabalho poético, fez uso das muitas histórias que sua avó e sua mãe contavam sobre o padre. O livro foi revisado e impresso em Aracaju, precisamente, na então Tipografia J. Andrade, hoje uma das mais qualificadas gráficas de Sergipe.

Em Aracaju, viveu exclusivamente da literatura de cordel e manteve a única banca fixa de folhetos cordelianos de Sergipe, localizada na Passarela das Flores do Mercado Antônio Franco, onde frequentemente recebia com carinho poetas sergipanos e de outros Estados, como também estudantes, professores, pesquisadores e turistas do Brasil e do mundo. Já escreveu diversos folhetos educativos a pedido de escolas e entidades públicas e privadas.

Com sua literatura de cordel, percorreu quase todas as cidades do Nordeste. Publicou 450 títulos em literatura de cordel, um número expressivo que mostra, de fato, seu valor na literatura de cordel no Brasil. Faleceu em 01 de fevereiro de 2013.

FONTES DE CONSULTA

ALCOFORADO, Doralice F. Xavier. A estratégia discursiva do cordel prosificado. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/boitata/volume-1-2006/artigo%20Dora.pdf.>. Acesso em: 29 jul. 2014.

DONATO, Hernany. Literatura popular sergipana: o exemplo da moça que dançou o lambadão no inferno. Revista Forum Identidades, v. 6, n. 3, p. 163-176, jul./dez. 2009.

L. FILHO, Severino Alves de. Folkmarketing: uma estratégia comunicacional construtora de discurso. Disponível em:<http://www.eventos.uepg.br/ojs2_revistas/index.php?journal=folkcom&page=article&op=viewFile&path%5B%5D=641&path%5B%5D=468>. Acesso em: 29 jul. 2014.

MEDEIROS, Antonio Heleonarde Dantas de; HOLANDA, Virgínia Célia Cavalcante de. Elos possíveis entre o ensino de geografia e a literatura de cordel. Revista Homem, Espaço e Tempo, p. 96-113, set. 2008.

MEDEIROS, Antonio Heleonarde Dantas de; HOLANDA, Virgínia Célia Cavalcante de. Geografia e literatura de cordel: trilhando práticas e possibilidades em sala de aula. Caminhos de Geografia Uberlândia, v. 9, n. 28, p. 134-145, dez. 2008.

MENDES, Sandileuza Pereira da Silva. A mulher na poesia de cordel de Leandro Gomes de Barros. 2009. 123 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Vitória, 2009.

OSMARIO SANTOS. A vida de João Firmino Cabral. Disponível em:<http://www.osmario.com.br/ler.asp?id=18007&titulo=memorias>. Acesso em: 20 nov. 2014.

SILVA, Aline Lisboa da; FELIZOLA, Matheus Pereira Mattos. Comunicação e políticas públicas: um estudo de caso sobre a literatura de cordel em Sergipe. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 32., 2013, Curitiba. Anais… Curitiba: Intercom, 2009.

SILVA, Raymundo José da. Bandido e herói: o vingador do sertanejo no folheto de Cordel. Cadernos do IL, Porto Alegre, n. 45, p. 175-190, dez. 2012.

Texto reproduzido do blog:
memoriasdapoesiapopular.wordpress.com

domingo, 27 de novembro de 2016

João Firmino Cabral



Publicado originalmente no site do Portal Infonet/Cultura, em 21/08/2003.

“O cordel mais que encantado do sergipano João Firmino”.
Por Najara Lima.


“Aqui nesta barraca ninguém tem prejuízo, porque ler não é prejuízo. Ler é cultura”. É assim que João Firmino Cabral chama as pessoas para conhecerem o que há de melhor em literatura de cordel. E quem por ali chega, encontra um vendedor diferente. Ele recita versos e conta histórias, com a sabedoria de um ancião e a alegria de uma criança. Além de fazer da venda dos “folhetos de feira” o seu meio de vida, há 46 anos ele faz do cordel a sua arte. Bastante premiado no país, o cordelista já recebeu prêmios inclusive das mãos do ilustre pernambucano Ariano Suassuna. Para o cordel de João Firmino não há fronteiras. Suas obras podem ser encontradas fora do país, circulando inclusive no meio acadêmico. A Universidade de Nova Lisboa, em Portugal, e a Biblioteca Universitária de Versalhes, na França, exibem obras desse cordelista itabaianense tido como um dos melhores do Brasil em seu estilo literário. Sem nunca ter frequentado uma escola, ele começou a fazer cordel aos 17 anos de idade, espelhando-se em Manoel D´Almeida Filho, seu grande mestre. Em 1957, na cidade de Alagoinhas, João Firmino lançou seu primeiro trabalho. Um folheto com oito páginas, intitulado As bravuras de Miguel, o valente sem igual. “Este meu livro foi cheio de falhas, assim como todo primeiro trabalho”, afirma ele. Seu mestre, Manoel D´Almeida, gostou muito da obra, apesar de apontar-lhe alguns defeitos, inclusive de métrica. Mesmo assim, o cordelista não desanimou e continuou a escrever. A última carta do padre Cícero Romão, seu segundo trabalho, tornou-se um grande sucesso por suas várias edições. A este livro, seu mestre deu nota dez, e afirmou que João seria seu sucessor. “Nunca pensei em ser sucessor de alguém. Cada um tem seu jeito, seu trabalho”, declara ele. O autor se queixa da falta de interesse pela literatura, em especial pela literatura de cordel. E culpa os meios de comunicação por isso. “Hoje o cordel não tem mais a afluência que já teve em sua época áurea. O povo tinha muito desejo de ler o livro. O livro era a diversão, a novela da época. Mas antes não existia a TV, e mesmo o rádio ainda tinha pouca expressão”, contesta João Firmino. Para ele, até mesmo os estudantes lêem forçosamente. Se lerem, não o fazem porque gostam, e sim em troca de algum benefício concedido pelo professor. “Hoje ninguém tem tempo para ler. A TV toma o tempo das pessoas”, diz ele. Casado há 37 anos com dona Carmelita Cabral, ele tem sete filhos e cinco netos que, apesar de gostarem muito de ler, não quiseram seguir os passos do pai. “Não basta querer ser cordelista. Esse dom não se compra, se recebe de Deus”, explica João. Referência para os que passam pelo Mercado Albano Franco, seu João Firmino ocupa hoje um espaço cedido pela Funcaju juntamente com a Emsurb. Sua banca faz sucesso com os turistas, que param para comprar e acabam desfrutando da sabedoria do maior cordelista do Estado. Apesar de amar sua terra, João afirma que o valor atribuído ao cordel, em Sergipe, é muito menor que o merecido. “Hoje quem mantêm minha banca são os turistas, não são os sergipanos”, declara. João Firmino afirma que só quem tem conhecimento sabe dar valor ao cordel. Hoje ele serve de modelo para muitos cordelistas sergipanos, a exemplo de Zé Antônio e Gilmar Santana, que na revisão poética de suas obras, sempre recorre ao mestre. Indagado sobre sua relevância no Estado, ele demonstra uma humildade sem igual. “Não sou maior nem melhor do que ninguém. Sou apenas aquilo que Deus quis que eu fosse”, afirma. Ele orienta os mais jovens quanto a essa humildade que, segundo ele, deve ser sempre conservada. Sobre isso, ele gosta de lembrar um versinho que, quando criança, ouvia de sua avó. “Quem aos altos quer subir e as nuvens quer pegar, as estrelas vão sorrir da queda que vai levar”. Foi a humildade e a sabedoria que fizeram de João Firmino um dos cordelistas mais respeitados do Brasil. Aos 63 anos, ele permanece de segunda a sábado, das 08h30 às 16h30 em sua banca. Lá ele vende o que há de melhor em literatura de cordel, expondo sua obra e conservando uma parcela valiosa da nossa cultura. Com 50 trabalhos publicados, o cordelista, que vê no cordel a razão de sua vida, é um nome a ser imortalizado na história sergipana.

Texto reproduzido do site: infonet.com.br

quarta-feira, 1 de junho de 2016

O Cordelista sergipano, João Firmino Cabral, falecido no ano de 2013


Cordelista sergipano João Firmino Cabral, começou sua história na literatura de cordel aos 17 anos, quando ainda trabalhava na lavoura em Itabaiana, sua cidade natal. Mantinha o único espaço fixo em Aracaju dedicado exclusivamente à venda de cordéis, no Mercado Thales Ferraz. Em 2008, tomou posse na cadeira 36 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC). Faleceu aos 73 anos, no dia 1 de Fevereiro de 2013, no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), em Aracaju, devido a consequências de uma leucemia.

Fonte: blog encontroculturaldelaranjeiras.blogspot.com.br