quinta-feira, 25 de abril de 2024

A Barra virou a menina dos olhos do setor imobiliário

Legenda da foto: A Barra dos Coqueiros duplicou o número de domicílios em 10 anos

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 25 de abril de 2024

A Barra virou a menina dos olhos do setor imobiliário

A Barra dos Coqueiros vem apresentando um grande e rápido crescimento econômico e populacional nos últimos anos, além de possuir alto potencial turístico. A cidade está se consolidando, cada vez mais, como um dos principais destinos de investimento e moradia.

O Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com apoio da Prefeitura de Barra dos Coqueiros, apontou que a população de Barra dos Coqueiros duplicou o número de habitantes e a quantidade de domicílios em 10 anos.

Os dados do IBGE mostram que a Barra foi a cidade que mais cresceu a população no estado de Sergipe entre os anos de 2010 e 2022, um aumento de 66,2%. Em 2010, havia 24 mil habitantes, já em 2022, cerca de 41 mil. O crescimento imobiliário também foi grande: em 2010, eram cerca de 9.6 mil domicílios, em 2022, pouco mais de 20 mil.

“Apesar do desenvolvimento contínuo e acelerado do município, não há um crescimento desordenado, pois, a Barra dos Coqueiros possui um Plano Diretor. Esse mecanismo define os instrumentos de planejamento urbano baseados em interesses coletivos para orientar a ocupação e desenvolvimento de seu território”, pontuou o arquiteto e diretor do Departamento de Arquitetura da Secretaria de Obras, Philipe Cerqueira.

Na economia, em 2021, o município se estabeleceu como um dos maiores PIB’s per capita de Sergipe, ocupando a segunda posição. O PIB é um dos principais indicadores que ajudam a medir o desenvolvimento econômico. A Barra também se destaca em comparação aos demais municípios do país, ocupando a posição de 326 de 5.570.

Condomínios residenciais

Um dos destaques do ramo imobiliário na Barra dos Coqueiros são os excelentes condomínios horizontais, que atendem a todos os gostos, com diversas faixas de preço. “A preferência pelo horizontal é o conforto, privacidade e a área de lazer ampliada”, indicou o engenheiro civil Daniel Campos.

Potencial turístico

“A Barra dos Coqueiros é o destino turístico mais próximo do destino indutor de Sergipe. Estamos muito próximos de Aracaju e isso permite que o turista possa ter acesso aos segmentos de Sol e Praia, Cultural e as possibilidades de passeios pelo Rio Sergipe bem pertinho do local onde desembarcam”, disse o secretário de Turismo de Barra dos Coqueiros, Ícaro Carvalho.

Localizada na Barra dos Coqueiros, a Atalaia Nova promete uma paisagem litorânea de aproximadamente 30 quilômetros. É lá onde fica o Espaço Cultural da Atalaia Nova, no qual moradores e turistas se reúnem aos finais de semana para assistir a um pôr do sol belíssimo, com direito a atração musical.

Outros pontos turísticos que valem ser mencionados além das praias são: a igreja de Santa Luzia, passeio de Tototó (que é patrimônio cultural do Estado de Sergipe), Catadoras de Mangaba e o Parque Estadual de Marituba.

Mas não só isso, o município prevê inaugurar ainda neste ano duas novas orlas: a Orla da Praia da Costa e a Orla da Rua da Frente.

“Estamos trabalhando para fomentar a mais adequada aplicação da atividade de modo sustentável. O momento atual do setor é de pesquisa e planejamento para que, de forma técnica, possamos organizar nosso território com oferta de serviços que possam ser satisfatórios aos nossos cidadãos e turistas, com o objetivo de que estes não só nos visitem, mas também possam permanecer e se hospedar no município “, complementou o secretário de Turismo.

Vale destacar também as duas Feirinhas de Artesanato que acontecem durante o mês na Barra dos Coqueiros. Uma em frente à Paróquia Bom Jesus dos Navegantes, na Atalaia Nova, e a outra ao lado pórtico localizado na entrada da cidade. Nas feirinhas, podem ser conferidos diversos trabalhos das artesãs do município, como também uma vasta gastronomia com ênfase em produtos da terra e atrações musicais.

Localização

A localização também é um dos postos-chaves que tornam Barra dos Coqueiros um lugar de potencial investimento imobiliário. Afinal, com a ponte Aracaju-Barra, o município fica a poucos minutos de distância da capital, facilitando que uma pessoa que more na Barra consiga estudar ou trabalhar em Aracaju, por exemplo.

O administrador de empresas João Paulo Tavares, de 45 anos, mora em Barra dos Coqueiros e trabalha em Aracaju há 7 anos. “É uma experiência agradável. Para ir ao trabalho preciso somente atravessar a ponte para chegar no meu escritório que fica no Edifício Oviêdo Teixeira (no Centro). Levo no máximo 10 minutos fora do horário de pico”, relatou.

 Texto e imagem reproduzidos do site: www destaquenoticias com br

sábado, 20 de abril de 2024

Museu de Arte Sacra de São Cristóvão celebra 50 anos












Fotos de Arthuro Paganini

Publicação compartilhada do site GOVERNO DE SERGEIPE, de 20 de abril de 2024 

Museu de Arte Sacra de São Cristóvão celebra 50 anos de herança cultural e religiosa no estado

Recentemente, instituição foi contemplada nas ações do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, o que deverá contribuir ainda mais para valorizar e para celebrar o legado do bem cultural ao longo dessas cinco décadas

O Museu de Arte Sacra de São Cristóvão (MASSC), em São Cristóvão, é um guardião da rica herança cultural e religiosa do estado. Fundado em 14 de abril de 1974, o espaço acaba de completar 50 anos de dedicação à preservação e divulgação de artefatos sacros, pinturas, esculturas e objetos litúrgicos que contam um pouco da tradição religiosa em Sergipe. Localizado na Praça São Francisco, Patrimônio Mundial da Humanidade, o museu recentemente foi contemplado nas ações do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, que deverá contribuir ainda mais para valorizar e para celebrar o legado do bem cultural ao longo de cinco décadas.

O importante equipamento cultural funciona na ala esquerda do Convento de Santa Cruz, popularmente conhecido como Convento São Francisco, e é considerado um dos mais importantes do Brasil, comportando cerca de 500 peças dos séculos XVIII, XIX e XX. Ele é o maior do estado e oferece uma experiência completa ao visitante, tanto pelo acervo de arte sacra quanto pela exuberância de sua arquitetura. O complexo franciscano foi tombado em nível federal em 1941, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se chamava Sphan.

Nas ações do Novo PAC, o museu contará com a parceria do Iphan e do Governo do Estado, visando a recuperação e a melhoria do bem tão importante para o sítio que é Patrimônio Mundial da Humanidade. Representantes do Iphan visitaram recentemente a instituição para discutir e avaliar as necessidades específicas do local.

A superintendente do Iphan em Sergipe, Maíra Campos, salientou a relevância do MASSC não apenas para o estado, mas para todo o país, reconhecendo-o como uma peça fundamental no panorama cultural brasileiro. “A gente sabe da importância desse bem para o estado. A gente está numa cidade que tem um Patrimônio Mundial. Então essa obra realmente é necessária, depois de um longo período precisando e a gente finalmente vai conseguir resolver”, disse Maíra Campos, ao ressaltar que a previsão é de restauração dos elementos artísticos da capela localizada no museu, que incluirão forro artístico, retábulos e cimalhas.

Para o diretor-técnico do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão, Jorge Maklin Rocha, a possibilidade de restauração representa um marco importante na história do espaço, assegurando continuidade como um ponto cultural vital para Sergipe. "O museu está inscrito no PAC Cidades Históricas, e está para receber esse restauro há bastante tempo e tudo indica que este ano ele, finalmente, se concretizará. Nós, que estamos aqui no dia a dia, percebemos a necessidade da instituição receber essa obra. Completando 50 anos, é uma grande coincidência e o melhor presente de aniversário que poderíamos receber", expressou Rocha.

Museu

Nesse meio século, o Museu de Arte Sacra tem sido fonte de conhecimento e apreciação das expressões artísticas ligadas à fé e à devoção. Além de preservar o patrimônio histórico, o museu desempenha um papel vital na educação e na promoção da arte sacra como parte integrante da identidade cultural de Sergipe.

Funciona por meio de um convênio entre a Arquidiocese de Aracaju e o Governo do Estado, além da parceria com a Prefeitura de São Cristóvão. A Arquidiocese é responsável pela parte administrativa e pelo acervo, enquanto que o Governo do Estado contribui para a manutenção e funcionamento do espaço, por meio da cessão de funcionários da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap).

Para o diretor técnico do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão, os 50 anos representam um legado religioso, como também histórico e artístico de Sergipe. “O Museu de Arte Sacra de São Cristóvão representa muito mais do que apenas fé, ele conta parte da história de nosso estado e país. Fundado em 1974 por Dom Luciano José Cabral Duarte, arcebispo de Aracaju na época, o museu foi criado com o propósito fundamental de proteger e preservar essas peças significativas. Aqui, contamos uma parcela importante da história brasileira e sergipana”, afirmou Rocha.

Rocha enfatizou que o Museu de Arte Sacra já foi considerado o terceiro museu mais importante no segmento de Arte Sacra no Brasil, graças à qualidade e quantidade das peças que conseguiram reunir exclusivamente do estado de Sergipe. “É interessante salientar que todo o acervo foi montado com peças que estavam dentro do nosso território, em residências e igrejas sergipanas. Nenhuma peça veio de outro estado para cá. Todas estavam em Sergipe antes de serem trazidas para o museu”, explicou, ao destacar a riqueza do acervo composto por mais de 500 peças, a maioria datada dos séculos XVIII e XIX.

Riqueza cultural

O museu recebe uma variedade de visitantes interessados não apenas na fé, mas também no aspecto histórico e artístico. Antes da pandemia, o espaço recebia entre 6 a 8 mil visitantes, e em 2023, esse número cresceu para aproximadamente 15 mil, pessoas provenientes de diversas regiões do Brasil e até de outros países. Esse aumento reflete a crescente procura por museus, especialmente aqueles que contam a história do país e sua ligação com a religião e tradições. 

Para os turistas e frequentadores, o Museu de Arte Sacra é um destino imperdível, repleto de encanto e significado. Ao adentrar suas salas, os visitantes são transportados para um universo de beleza e espiritualidade.

Foi o que destacou o morador de Aracaju Esmael dos Santos, 38 anos. Para o auxiliar de serviços gerais é importante que as pessoas conheçam a cultura e a história de Sergipe, especialmente para os residentes locais, fortalecendo a conexão com sua região e sua herança. Durante sua visita ao museu, Esmael relatou que ficou impressionado com a beleza e o conteúdo histórico. “Estou de férias e aproveitei para conhecer a história de Sergipe”, disse, ao mencionar peças e artefatos antigos, como cadeiras e imagens sacras.  

O casal de turistas de Belo Horizonte Alexandre Ribeiro e Andréa Maria Ribeiro também comentou a experiência positiva ao visitar o museu. Alexandre ressaltou que a história e o contexto cultural da região foram pontos que os motivaram a visitar o espaço. “Para mim foi uma grande surpresa. É interessante conhecer a história de Sergipe. Isso incentivou a gente vir conhecer Sergipe e estamos muito impressionados com tanta riqueza cultural e artística”, relatou.  

Comemorações

Para celebrar o cinquentenário, a instituição preparou uma programação toda especial ao longo do ano. As comemorações terão início neste sábado, 20, com uma missa em ação de graças pelo aniversário do museu, às 7 horas, na Igreja São Francisco, ao lado do museu. Após a missa, será realizada uma apresentação da Orquestra Sinfônica da UFS e a abertura de uma exposição de curta duração intitulada 'Mais que 50 anos de história’.

A exposição terá como objetivo contar a história do museu por meio das pessoas que contribuíram ao longo desses 50 anos. "Nossa ideia é mostrar desde o fundador, Dom Luciano, até os antigos diretores, além de destacar as ações e projetos recentes da instituição. Queremos envolver a sociedade e mostrar nosso papel na preservação da história de Sergipe e do Brasil", explicou o diretor.

Funcionamento

O Museu de Arte Sacra de São Cristóvão funciona de terça-feira a domingo, das 9h30 às 17h. A entrada custa R$ 10,00 e estudantes, idosos e professores têm direito à meia-entrada. Moradores da cidade de São Cristóvão não pagam, desde que comprovem que são residentes no município. Mais informações podem ser obtidas por meio do telefone 79 98106-6044.

Texto e imagens reproduzidos do site: www se gov br

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Olympio de Souza Campos (1853 - 1906)


Olympio de Souza Campos (1853 - 1906)

Olímpio Campos - Dados pessoais: Nascimento 26 de julho de 1853, Itabaianinha.

Morte: 9 de novembro de 1906 (53 anos)

Olímpio de Sousa Campos (Olympio de Souza Campos, na grafia original arcaica), mais conhecido como Olímpio Campos (Itabaianinha, 26 de julho de 1853 — 9 de novembro de 1906), foi um jornalista, sacerdote, professor e político brasileiro.

Foi presidente do Estado de Sergipe de 1899 a 1902, além de senador (de 1903 a 1906) e deputado federal e provincial.

Biografia

Filho do Coronel Jose Vicente de Sousa e dona Maria Porphíria Maria Curvelo d´Ávila, estudou inicialmente em Estância, depois em Lagarto onde estudou latim, foi para Recife de 1866 a 1868 fazer os primeiros preparativos para a carreira eclesiástica, completou o curso de ciências eclesiásticas na Bahia de 1870 a 1873. Não recebeu as ordens de presbítero neste ano por não ter atingido a idade canônica, somente em 22 de setembro de 1877 o arcebispo Dom Joaquim Gonçalves de Azevedo conferiu-lhe a sagração sacerdotal, neste mesmo ano começou a desempenhar os encargos paroquiais como coadjutor do vigário de Itabaianinha, vindo a ser em seguida vigário de vila Cristina (atual Cristinápolis) transferindo-se em 1880, para a freguesia da capital do estado onde exerceu a jurisdição paroquial até o fim do ano de 1900, ano em que se exonerou para mais livremente agir em uma esfera de ação mais ampla, e mais acomodada às suas tendências naturais.

Alistado num dos partidos políticos da monarquia, não lhe custou, contado com o apoio da própria família, bem como da ajuda dos amigos, alcançou as mais elevadas posições entre os correligionários, que o elegeram deputado provincial para as legislaturas de 1882, 1883 1884 e deputado geral para as 19ª e 20ª legislaturas de 1885 e 1886 – 1889. Com a nova ordem de coisas decorrentes da adoção da forma republicana, em substituição ao regime monárquico, foi eleito deputado à constituição do Estado, dissolvida pela junta governista. Reeleito para a nova Assembléia, em 1890, organizou o partido católico , OPC, de efêmera duração. Como deputado, colaborou na confecção da lei fundamental do Estado, de 18 de maio de 1892, e na lei orgânica da justiça estadual, eleito em 1893, deputado federal pela primeira vez, e reeleito em 1894 até 1897 em seguida no dia 24 de Outubro do ano de 1899, foi eleito Presidente do Estado de Sergipe governando até o ano de 1902, no ano de 1903 no dia 18 de fevereiro foi eleito Senador da República.

Outras atividades

Monsenhor Olímpio de Sousa Campos foi cônego honorário da catedral Primacial da Bahia, Monsenhor Camareiro secreto do papa Leão XIII, sócio correspondente do instituto Histórico e geográfico da Bahia, intendente de Aracaju por nomeação do governo, lente em disponibilidade da cadeira de instrução cívica e moral da Escola Normal, irmão das irmandades de são Pedro, da Bahia e do Rio de Janeiro, e sócio das sociedades Sergipana de Agricultura, e “ Aracajuana de Beneficência” e “ Amparo das Famílias”.

Quando presidente do Estado, Olímpio de Sousa Campos levou para Itabaianinha o correio e o telégrafo, mandou construir o açude PRESA, em 1902, grande reservatório de água potável, para atender a população, que pessoalmente inaugurou, vindo com a comitiva oficial a cavalo de Aracaju, se empenhou tenazmente para ver passar por ali a linha férrea, o que acabou acontecendo por volta de 1911, quando foi construída uma estação ferroviária, existente ainda hoje. Todavia, somente em 1914 foi inaugurada a Ponta do Trilho, que ia de Itabaianinha até o pontilhão do rio Arauá, com a chegada do trem procedente de Timbó (hoje Esplanada). O acontecimento contou com as presenças dos Graúdos desta terra acompanhado da filarmônica União e Harmonia.

Assassinato do Monsenhor Olímpio Campos - gravura de Angelo Agostini 1906 - Fonte: O Malho, Rio de Janeiro, n. 218 17 nov. 1906, p. 15

Assassinato

Havia chegado ao auge de sua carreira política, quando foi publicamente assassinado com duas facadas e onze tiros no Rio de Janeiro, em 9 de Novembro de 1906, por Armando de Aguiar Cardoso e Humberto de Aguiar Cardoso, filhos de Fausto Cardoso. O crime aconteceu na Praça XV de Novembro (antigo Largo do Paço) com o auxílio de Délio Guaraná de Barros, primo dos filhos de Fausto Cardoso. Para inocentar seu primo, Humberto Cardoso e Armando Cardoso tentaram assumir sozinhos a participação no assassinato. Contudo, no julgamento eles foram absolvidos com o argumento de que agiram sob coação moral irresistível.

Apesar da inocência do Monsenhor Olímpio Campos, no que se refere à morte de Fausto Cardoso, o assassinato foi perpetrado como ato de vingança pelos filhos do deputado estadual morto na revolta faustista com a tomada do Palácio do Governo e a subsequente intervenção de tropas federais para reempossar Guilherme de Campos.

O periódico "O Século" publicou entrevista com Maria Pastora Vieira de Mello, viúva de Fausto Cardoso, na qual ela diz que seus filhos cumpriram seu dever, acrescentando que quem lhe participara da morte do Senador Olímpio Campos foi companheiro e amigo de seus filhos, o General sergipano Aristides Armínio Guaraná, radicado na capital da república.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Texto e imagem reproduzidos do site: pt wikipedia org wiki Ol%C3%ADmpio Campos

113 anos da morte de Olímpio Campos (2019)

Monsenhor Olympio de Souza Campos (1853-1906)



REGISTRO DE NOTÍCIA publicada em 15/04/2024

Publicação compartilhada do site Arquidiocese de Aracaju, de 15 de abril de 2024

LIVRO “AS EXÉQUIAS DO MONSENHOR OLYMPIO DE SOUZA CAMPOS” SERÁ LANÇADO NESTA QUARTA, 17

Por Carlos Barbosa 

A memória do monsenhor Olympio de Souza Campos (1853-1906), personagem de grande relevo na história da Igreja e da política de Sergipe, é o tema central da obra mais recente dos escritores Ana Medina e Claudefranklin Monteiro.

O livro “As Exéquias do Monsenhor Olympio de Souza Campos” será lançado nesta quarta-feira, dia 17, às 17h, no Museu da Gente Sergipana.

A obra, segundo os seus autores, pretende situar a importância do religioso e líder sergipano a partir dos eventos que envolveram a sua morte, velório e sepultamento, em 1906. O livro ajuda a “compreender como o legado de Olympio Campos se perpetuou no tempo e no espaço, sobrevivendo ao que os especialistas chamam de batalha da memória”.

Fatídico ano de 1906

As Exéquias do Monsenhor Olympio de Souza Campos se apresenta, também, como “uma ótima oportunidade para revisitar do fatídico ano de 1906 e lançar novas luzes sobre os fatos que envolveram belicosamente e fatalmente dois dos mais importantes personagens da Primeira República em Sergipe, ambos vítimas de um tempo de contendas ideológicas acirradas e tensionadas disputas de poder”.

Em 9 de novembro de 1906, quando exercia o mandato de senador, Olympio Campos foi assassinado com duas facadas e onze tiros no Rio de Janeiro, por Armando de Aguiar Cardoso e Humberto de Aguiar Cardoso, filhos do deputado federal Fausto Cardoso. O crime foi perpetrado como ato de vingança pela morte do pai. Ficou comprovada a inocência do religioso.

Antes de chegar ao Senado, Olympio Campos foi presidente do Estado de Sergipe (1899-1902), deputado federal e deputado estadual. Exerceu seu ministério presbiteral em Itabaianinha, sua cidade natal, Cristinápolis e Aracaju.

Sintonia afetiva e intelectual

Os professores e escritores Ana Medina e Claudifranklin Monteiro são membros da Academia Sergipana de Letras. Em 2021, eles dividiram a autoria da obra “150 anos de Religiosidade e Fé – Paróquia Senhora Sant’Ana do Boquim-SE (1820-2020)”.

Texto e imagens reproduzidos do site: arquidiocesedearacaju org

Torturado na ditadura, Milton Coelho viveu 48 anos na escuridão

Artigo compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 17 de abril de 2024

Torturado na ditadura, Milton Coelho viveu 48 anos na escuridão
Por Marcos Cardoso

O petroleiro Milton Coelho de Carvalho tinha 34 anos quando foi vítima da violência que o deixou cego. Viveu os 48 anos seguintes na escuridão. Uma das vítimas mais conhecidas das torturas sofridas na Operação Cajueiro, em fevereiro de 1976, o homem que perdeu a visão porque ousou lutar contra a ditadura militar morreu nesta quarta-feira, dia 17 de abril, aos 82 anos. Foi vencido por uma pneumonia na UTI do Hospital Primavera, após uma semana internado.

Nascido em 1942, em Salvador, Milton migrou com a família para Aracaju quando ainda era menino. O pai, comunista, fugia das constantes perseguições políticas que sofria na Bahia. Milton Coelho estudou no Ateneu e foi aprovado em concurso público para a Petrobras, onde, a partir de 1966, foi encarregado do almoxarifado. Segundo o professor Afonso Nascimento, na estatal do petróleo era responsável, inclusive, pela guarda do estoque de dinamites. Mas era um homem pacífico.

Membro do Partido Comunista Brasileiro, o Partidão, a prisão no 28 BC, na Operação Cajueiro, foi a terceira que sofreu desde 1964. Em janeiro de 2016, o primeiro a prestar depoimento à Comissão Estadual da Verdade Jornalista Paulo Barbosa de Araújo, ele narrou assim:

“Eu fui levado para as dependências laterais do 28º Batalhão de Caçadores aqui em Aracaju e fui estupidamente torturado. Tenho marcas no pulso, pois fui algemado, tomei choques elétricos, pontapés nas costelas, enfim, foi uma barbaridade inconfessável. Após 50 dias preso e depois de passar uma semana sendo torturado, perdi a visão imediatamente quando sai de lá”. Milton passou um mês num hospital de Salvador, depois foi encaminhado para Belo Horizonte onde fez tratamento, cirurgias. Em 1º de novembro de 1977, foi aposentado por invalidez.

“É necessário que a história seja conhecida. É preciso que sejam debatidos os fatos passados, que não puderam ser expostos e comentados, para que se crie condições democráticas e que, assim, não haja reversão no clima de democracia que estamos vivenciando hoje. É sabendo da história que se educa politicamente a população”, disse, destacando o papel da Comissão da Verdade.

Um ano atrás, em março de 2023, Milton Coelho recebeu o título de cidadania aracajuana, iniciativa da vereadora Professora Ângela Melo (PT). Ela também morreu em consequência de uma pneumonia, em outubro, no mesmo hospital.

Operação Cajueiro

A ditadura militar atingiu o máximo da brutalidade em Sergipe com a Operação Cajueiro, assim cognominada pelo Exército a ação iniciada no dia 20 de fevereiro de 1976, véspera do Carnaval. Uma força especial vinda da Bahia, sob as ordens do general linha-dura Adyr Fiúza de Castro, comandante da 6ª Região Militar, sediada em Salvador, prendeu arbitrariamente 25 sergipanos, processando 18 deles, além de processar também o então deputado estadual Jackson Barreto, que não chegou a ser preso. Essa força especial reunia elementos do temível DOI-CODI, do DOPS e da Polícia Federal e agiu em Aracaju sob as ordens do tenente-coronel Oscar Silva. O comando local foi afastado.

A acusação, que nem cabia a alguns deles, era de serem ligados ao proscrito Partido Comunista Brasileiro (PCB). A operação obedecia a uma ordem nacional que era a de acabar com o Partidão, a exemplo das demais siglas clandestinas. No bojo desse recrudescimento da onda anticomunista, foram assassinados nas celas do DOI-CODI, em São Paulo, o jornalista Wladimir Herzog, em outubro de 1975, e o operário Manuel Fiel Filho, em janeiro de 1976.

“Em início de 1976, enquanto as demais organizações de esquerda estavam praticamente desativadas (o PC do B havia sido vencido na sua experiência no Araguaia em 1974), o PCB, além de possuir representantes na Assembleia Legislativa (Jackson Barreto) e na Câmara de Vereadores (Jonas Amaral), praticamente controlava o Sindicato dos Petroleiros, o Sindicato dos Bancários, alguns centros acadêmicos da UFS e o DCE. Tinha militantes ativos junto aos trabalhadores rurais e exercia alguma influência em diversos órgãos da sociedade civil e do Estado. Nas circunstâncias de então, era uma presa invejável para qualquer sigla clandestina, fato que os militares não ignoravam. Daí a intensificação das perseguições”, conta o historiador Ibarê Dantas, em “A Tutela Militar em Sergipe – 1964/1984”.

Dentre os presos em Sergipe estavam pessoas hoje conhecidas, e vivas para contar a história, como os ex-vereadores Antônio Góis e Marcélio Bonfim, e o advogado Wellington Mangueira. Este, ainda debilitado por torturas e sevícias que sofrera ao lado da mulher, Laura Marques, em 1973, foi um dos primeiros a serem soltos, supostamente após assinar uma carta renegando a doutrina do comunismo — coisa que ele garante jamais ter feito.

“No Quartel, segundo depoimentos de alguns deles, colocavam um capuz que pressionava fortemente os olhos com borracha, despiam-no e, algum tempo depois, vestiam um macacão. Submetiam a exame médico, trancavam numa cela incomunicável, e realizavam os interrogatórios entremeados de torturas, cujo nível dependia do estado de saúde e da capacidade de resistência do indivíduo (uma das curiosidades dos inquisidores era detectar onde se realizavam as reuniões clandestinas, para respaldar a acusação). Alguns que reagiram à prisão já foram recebidos debaixo de tapas. Quase todos teriam sofrido pancadas na cabeça, ‘telefones’, choques nas partes mais sensíveis do corpo, da língua aos testículos, bem como tentativas de afogamento, golpes na altura dos rins de ambos os lados do corpo, entre outras sevícias (alguns sergipanos teriam participado ativamente dessas operações, entre os quais o capitão Morais e até juízes de futebol ligados ao Exército: Siqueira, Barreto Góis, Cruz e Sargento Souza). Decorridos cerca de cinco a sete dias de padecimentos, os prisioneiros puderam comunicar-se com os colegas. Um deles, Milton Coelho de Carvalho, quem mais resistiu às torturas, quando lhe foi retirado o capuz, além das marcas de ferimento no rosto, comum a quase todos, estava com deslocamento incurável de retina. As três cirurgias posteriores a que foi submetido e os tratamentos demorados jamais lhe restituíram a visão”, relata Ibarê Dantas.

Relação dos presos na Operação Cajueiro em 1976

NOME e PROFISSÃO

Antônio Bitencourt Ferroviário

Antônio José de Góis Estudante e bancário

Asclepíades José dos Santos Vendedor ambulante

Carivaldo Lima Santos Ferroviário

Carlos Alberto Menezes* Advogado

Delmo Naziazeno Agrônomo

Durval José de Santana* Pedreiro aposentado

Edgar Odilon Francisco dos Santos Serventuário

Edson Sales Pedreiro

Elias Pinho de Oliveira* Advogado

Faustino Alves de Menezes Pequeno comerciante

Francisco Gomes Filho (enviado do PCB) Pedreiro

Gervásio Santos* Jornaleiro

Jackson de Sá Figueiredo Advogado

João Francisco Oséa Pequeno comerciante

João Santana Sobrinho* Advogado

José Soares dos Santos Agricultor

Luiz Mário Santos da Silva Agrônomo

Marcélio Bonfim Rocha Funcionário Público

Milton Coelho de Carvalho Funcionário da Petrobras

Pedro Hilário dos Santos Ferroviário

Rosalvo Alexandre Lima Filho Agrônomo e funcionário público

Virgílio de Oliveira (Juca) Ferroviário

Walter Santos* Professor e funcionário público

Wellington Dantas Mangueira Marques* Advogado

*Não processados – Fonte: Ibarê Dantas, “A Tutela Militar em Sergipe – 1964/1984”

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Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias com br

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Jornal da Cidade ENTREVISTA Irineu Fontes

Publicação compartilhada do site JORNAL DA CIDADE, de 18 de abril de 2024

J. C. entrevista Irineu Fontes. 

“Som da História” é uma obra em que mergulhei nas minhas lembranças e minhas memórias”

No dia 23 de abril, às 16h30, em uma atmosfera iluminada pela Lua cheia rosa, o cantor, compositor e agora também escritor Irineu Fontes estará lançando o seu primeiro livro

No dia 23 de abril, às 16h30, em uma atmosfera iluminada pela Lua cheia rosa, o cantor, compositor e agora também escritor Irineu Fontes estará lançando o seu primeiro livro no Museu da Gente Sergipana, em Aracaju (SE). Ele não esconde de ninguém que está muito satisfeito com a publicação que batizou de “Som da História”, um nome que herdou da sua coluna no Site do Instituto Hélvio Dórea, e de coluna publicada em um semanário aracajuano. Segundo o autor, “tudo começou no início do século XXI, quando, a convite do meu amigo Antônio Rollemberg, estreei um programa dedicado exclusivamente à música sergipana, intitulado ‘Nossa Música’. Nesse programa, não apenas escrevia os roteiros ou selecionava o repertório, eu dirigia e apresentava todos os sábados, levando a música sergipana aos corações dos sergipanos”. Neu usava como slogan: “O programa que já provou o quanto você já gostava da nossa música e nem sabia”, palavras que ecoavam a cada transmissão. Em 2021, ele decidiu celebrar os seus 40 anos de dedicação à música e à vida profissional na cultura, gravando um álbum com 13 canções cronológicas. “Infelizmente, de início a pandemia impediu meus planos, mas no final de 2022, finalmente comecei a gravar as músicas. Convidei Saulinho Ferreira para dirigir e fazer todos os arranjos, e lançamos as canções em setembro de 2023 através da Kuarup, em todas as plataformas digitais. O fato concreto é que o livro está pronto e todos vão poder curtir o “Som da História”. A seguir, Neu Fontes fala mais sobre a sua carreira e o seu livro.

JORNAL DA CIDADE - Conte-nos um pouco sobre o que os leitores podem esperar de “Som da História” e o que lhe inspirou a escrever este livro tão singular?

NEU FONTES - “Som da História” é uma obra em que mergulhei nas minhas lembranças, memórias e, principalmente, vivências na música sergipana, explorando não apenas os artistas, mas as histórias por trás das melodias, dos shows, dos estúdios e dos momentos vividos. O livro não segue uma ordem cronológica tradicional, mas sim uma organização baseada nas minhas emoções e sentimentos no momento da escolha. Foi essa fusão entre minha vivência pessoal e minhas pesquisas aprofundadas que inspirou a escrita deste livro. Z JC - O lançamento está marcado para o dia 23 de abril no Museu da Gente. Como tem sido a preparação para esse evento tão aguardado? NF - A preparação tem sido intensa e emocionante. Estou trabalhando em conjunto com uma equipe dedicada e familiar coordenada por minhas filhas Tatiana Fontes, Erica Samira e Tassia Fontes, além da minha irmã Simone Fontes. Tudo para garantir que o lançamento seja uma experiência memorável para todos os presentes. Estamos cuidando de cada detalhe para que os convidados possam mergulhar na atmosfera do livro desde o momento em que entram no evento. Z

JC - O livro apresenta uma gama diversificada de artistas que moldaram a cena musical de Sergipe. Você pode destacar alguns desses artistas e compartilhar por que eles foram tão significativos para você?

NF - Certamente. “Som da História” destaca uma variedade de talentos, desde Luís Americano, o primeiro grande músico sergipano, João Argolo, meu professor de violão, Carnera, professor de João Gilberto, meus parceiros, Rubens Lisboa, Alexi Pinheiro, Jorge Lins, estrelas como Gena Karla, Cecilia Cavalcante, Lu Spinelli, Joésia Ramos, Raquel Delmondes, Patrícia Polayne. Colegas como Sergival, Nino Karvan, Doca Furtado, Irmão, Tonho Baixinho, Rogério, Antônio Carlos duAracaju, Pedro Lua, Heitor Mendonça, Cláudio Barreto, Joaquim Antônio, entre outros importantes e queridos artistas. Cada um tem uma história única e uma contribuição incalculável para a música de Sergipe. Eles são significativos para mim porque representam a alma e a diversidade cultural de nossa terra.

JC - Você mencionou que o livro é uma “janela para o passado, presente e futuro da música sergipana e brasileira”. Como você vê o papel da sua obra na preservação e promoção dessa herança musical?

NF - Aprendi com minha Bisavó Noemi Brandão que precisamos conhecer o passado para nos tornarmos um agente do presente, assim deixando luz para o futuro. “Som da História” não é apenas um livro, é um convite para uma jornada sonora através do tempo e das memórias que moldaram nossa identidade musical. Espero que esta obra contribua para preservar nossa herança musical e inspirar as futuras gerações a valorizarem e cultivarem nossa rica e importante cultura.

JC - Sua trajetória é marcada por uma dedicação incansável à promoção da cultura sergipana. Como essa experiência influenciou a escrita de “Som da História”?

NF - Minha trajetória na gestão cultural me proporcionou uma compreensão profunda do cenário musical e cultural de Sergipe. Essa experiência influenciou diretamente a escrita de “Som da História”, permitindo-me mergulhar nas histórias por trás dos artistas e eventos que moldaram nossa cena cultural. Assim, mostrar as novas gerações, o quanto é talentoso e criativo nossos artistas e a nossa cultura tão rica e única. Z JC - Para aqueles que desejam saber mais sobre o lançamento ou adquirir uma cópia de “Som da História”, onde podem obter mais informações? NF - O livro será lançado agora, dia 23 de Abril, um dia escolhido por ser o dia do chorinho do meu santo protetor São Jorge, no Museu da Gente Sergipana às 16h30 e espero todos vocês lá pois vai ser um dia muito feliz para mim. Quero aproveitar e agradecer as pessoas que me apoiaram nessa realização, Ezio Déda pelo acolhimento e amizade, Manuel Vasconcelos e Alex da Conceito Comunicação, Antônio Rolemberg e Cesar da Boa Comunicação, Stênio, Cláudio e toda família J. Andrade, Adilma Menezes pela excelente diagramação, e ao amigo Antônio do Amaral pelo lindo trabalho de revisão.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade net/cultura

Morre Milton Coelho, um grande homem

Legenda da foto: Comissão Estadual da Verdade|Arquivo.

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Post compartilhado do Facebook/Clara Angelica Porto, de 17 de abril de 2024

Morre Milton Coelho, um homem digno, que lutou contra a desigualdade social e a ditadura militar do Brasil. Foi preso e torturado até a cegueira. Roubaram-lhe os olhos, mas não a alma, nem a mente privilegiada. Milton Coelho foi um herói sobrevivente dos porões da ditadura. Um exemplo de dignidade humana e consciência social. No vídeo, feito durante a Operação Cajueiro, estão Carlos Alberto Menezes, que explica um ponto importante da seleção de vítimas para tortura, e Milton Coelho, que relata um pouco do que sofreu. Graças a lutadores como Milton, vivemos hoje uma democracia. Salve, Milton Coelho, para sempre vivo na história das lutas sociais.

Texto reproduzido de post do perfil Facebook/Clara Angelica Porto 

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Texto publicado originalmente do site NE Notícias, de 17 de abril de 2024

Morre Milton Coelho, um grande homem

Nesta quarta-feira, 17 de abril, aos 82 anos, Milton Coelho de Carvalho faleceu num hospital particular de Aracaju, onde estava internado há uma semana.

Natural de Salvador, Milton Coelho foi um ex-combatente da ditadura militar no Brasil. Ele mudou-se para Sergipe com sua família nos anos 1950, buscando uma vida livre das perseguições políticas enfrentadas pelo pai, militante comunista. No entanto, a história reservava para Milton um desafio ainda maior.

Operação Cajueiro

Membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Milton Coelho de Carvalho ingressou na Petrobras, em 1966, por meio de concurso público. Anos depois, ele foi alvo da infame “Operação Cajueiro”, um dos muitos capítulos sombrios da ditadura militar no país.

Em fevereiro de 1976, a operação desencadeada em Aracaju resultou na prisão e tortura de diversos ativistas políticos, incluindo Milton. A tortura que suportou deixou sequelas permanentes, incluindo a perda total da visão devido à pressão da borracha usada para vendá-lo durante os interrogatórios.

Justiça e Memória

De acordo com a Comissão Estadual da Verdade em Sergipe (CEV/SE), as atrocidades ocorreram nas dependências do Quartel do Exército em Aracaju, no 28º Batalhão de Caçadores (28ºBC). Apesar do trauma e sofrimento, Milton jamais se curvou ao silêncio imposto pelo regime opressor. Sua voz tornou-se um símbolo de resistência e sua luta incansável pela verdade e justiça continuará a inspirar gerações futuras.

Despedida

O velório de Milton Coelho de Carvalho está sendo realizado no Osaf da Rua Itaporanga, no centro de Aracaju. Seu corpo será cremado amanhã, quinta-feira, 18 de abril, embora o local exato não tenha sido divulgado. Milton deixa sua esposa e dois filhos.

Documentário

Assista “Operação Cajueiro – Um Carnaval de Torturas”, documentário brasileiro que trata da questão da ditadura militar. Seu foco é a operação que ocorreu, em Sergipe, durante o carnaval de 1976:

Texto, imagem e vídeo reproduzidos do site: www nenoticias com br/morre-milton-coelho

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Pneumonia mata o ex-preso político Milton Coelho

Legenda da foto: Milton Coelho depondo na Comissão da Verdade de Sergipe

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 17 de abril de 2024

Pneumonia mata o ex-preso político Milton Coelho

Após passar uma semana internado na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) do Hospital Primavera, em Aracaju, morreu, nesta quarta-feira (17), o ex-militante de esquerda e ex-preso político Milton Coelho, 82 anos. Ele foi internado com pneumonia. O velório acontecerá no Velatório Osaf, centro de Aracaju. O corpo do militante político será cremado. Torturado nas dependências do quartel do 28º Batalhão de Caçadores, Milton Coelho ficou cego.

Nascido em 1942, em Salvador, Milton migrou com a família para Aracaju na década de 1950. Ele era petroleiro e esteve na luta contra a ditadura militar, instalada no país em 1964. Era um árduo defensor da democracia. Foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido dos Trabalhadores (PT).

Dez anos após iniciar as suas atividades como petroleiro e com posição estratégica no PCB, Milton Coelho foi alvo de um dos episódios mais violentos da história brasileira: a Operação Cajueiro, ação da Ditadura civil-empresarial-militar, deflagrada em Sergipe no mês de fevereiro de 1976 e que prendeu e torturou dezenas de sergipanos.

Marcas das algemas

Pancadas na cabeça, choques nas partes mais sensíveis do corpo, tentativas de afogamento e golpes nas alturas dos rins eram algumas das táticas de torturas a que dezenas de sergipanos foram submetidos. Todos eram também obrigados a usar um capuz que pressionava fortemente os olhos com borracha. Por conta dessas turturas, Milton Coelho perdeu a visão dos dois olhos.

“Até hoje tenho a marca das algemas de ferro nos pulsos, a mão inchou. Saí dali sem visão, passei um mês num hospital de Salvador, depois fui encaminhado para Belo Horizonte onde fiz tratamento, cirurgias. Em 1º de novembro de 1977 fui aposentado por invalidez”, declarou Milton, em depoimento à Comissão Estadual da Verdade.

Texto e imagens reproduzidos do site: www destaquenoticias com br

Antônio Eduardo Menezes Oliveira > Recebe Título de Mestre Maçom





"Minha estimada família, compartilho a alegria de ter sido exaltado como Mestre Maçom, numa solenidade ocorrida ontem à noite" (Antônio Eduardo Menezes Oliveira).

Texto e imagens via WhatsApp, em 10 de abril de 2024.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

REGISTRO DE NOTÍCIA publicada em 05/05/2023 > Memórias de Aracaju...

Legenda da foto: O fotógafo Expedito Souza 
Créditos das fotos: Ascom Funcaju


 

REGISTRO DE NOTÍCIA publicada em 05/05/2023

Publicação compartilhada do site da PMA, de 5 de maio de 2023 

Exposição Memórias de Aracaju Bodega apresenta fotografias antigas da cidade

A Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), realizou nesta sexta-feira, 5, a abertura da exposição Memórias de Aracaju Bodegas, na Galeria de Arte Álvaro Santos. A mostra traz fotografias de comparação entre as bodegas aracajuanas que existiram no início da década de 60 e a localidade atualmente.

A exposição, que fica aberta à visitação até o dia 19 de maio, apresenta a história das bodegas aracajuanas, por meio de fotos, contos e crônicas, que fizeram parte da paisagem urbana da cidade, desde a década de 1950. Expedito Souza, autor e organizador das memórias das bodegas, apresenta fregueses, ruas e fotografias que retratam as localidades em que as bodegas estavam construídas, pela cidade, em seus anos de popularidade.

Para Expedito Souza, a exposição faz com que os espectadores conheçam como era Aracaju. “A mostra é sempre atual, pois consegue trazer locais e momentos que fizeram parte da capital em épocas passadas e também pode comparar com a época atual. O espectador pode esperar um tempo que passou e não conhecia quando vem conhecer as memórias das bodegas”, relata Expedito.

A arquiteta Maísa Bispo ficou bem animada com a exposição, quando tomou conhecimento pelas redes sociais da Funcaju. “É muito importante estarmos resgatando a arquitetura e a história de Aracaju, e o trabalho de Expedito consegue fazer isso. Eu moro aqui perto, no São José, consigo ver as diferenças, e é muito legal notar essas memórias”, comenta.

A engenheira de segurança Constance Dias também se animou ao olhar as fotografias e conseguir ver pontos da rua em que mora em décadas passadas. “A exposição é um ótimo resgate de tempos passados e é muito legal estar exposto nesse local de arte e cultura, poder ver a rua que moro até hoje e suas mudanças”, explica Constance.

Texto e imagens reproduzidos do site: www aracaju se gov br

terça-feira, 9 de abril de 2024

Biografia do radialista e cronista esportivo Carlos Magalhães


 

Legenda da foto: O escritor e biógrafo Antônio Camilo lança mais um livro

Publicação compartilhado do site SÓ SERGIPE, de 9 de abril de 2024 

Antônio Camilo lançará biografia do radialista e cronista esportivo Carlos Magalhães

O escritor e biógrafo Antônio Camilo lançará nesta quinta-feira, 11 de abril, a partir das 18h, no Museu da Gente Sergipana, em Aracaju, a biografia de Carlos José Magalhães de Melo, popularmente conhecido como Magá. Esse ilustre sergipano, de Propriá, é radialista, cronista e um dos nomes mais importantes do jornalismo esportivo do estado.

Intitulada “Carlos Magalhães – Pode me chamar de Magá que eu não me incomodo”, a obra surgiu do convite realizado pelo empresário Carlos Alberto Menezes Luduvice, diretor-presidente da Heca Construtora e Urbane Incorporadora, que tinha o desejo de perpetuar a vida do ídolo e amigo, que é considerado um dos maiores narradores do futebol nacional.

A biografia conta com um vasto acervo fotográfico e cartoons, que narram com detalhes a trajetória de Magá, desde o início da carreira no rádio em Alagoas, ainda de forma amadora, até os grandes feitos na comunicação radiofônica. “Embora declare ser o rádio sua grande paixão, atuou em diversas outras áreas, pois foi odontólogo, professor universitário, sanitarista, deputado federal, além de ter ocupado diversos cargos públicos, sempre portando-se com ética e dignidade”, explica o biógrafo.

O livro, que conta com prefácio e apresentação de Jorge Carvalho do Nascimento e José Anselmo Oliveira, respectivamente, dois imortais das letras de Sergipe, traz depoimentos de figuras ilustres, como o governador Fábio Mitidieri, o ex-governador Antonio Carlos Valadares, a ex-senadora Maria do Carmo do Nascimento Alves, o magnífico reitor da UNIT professor Jouberto Uchôa de Mendonça, o procurador aposentado do Ministério Público de Sergipe, Eduardo Cabral Menezes, o jornalista Mozart Santos, além de diversos radialistas e cronistas esportivos.

Inovador assim como o seu principal personagem, o livro com 350 páginas de leitura leve apresenta ainda uma capa com textura e diagramação especiais, assim como QR Codes contendo narrações memoráveis daquele que é considerado o maior nome da crônica esportiva de Sergipe. Todos os áudios foram cuidadosamente pesquisados e escolhidos para recordação das gerações atuais e conhecimento das futuras.

A obra demonstra a preocupação sociocultural da Heca Construtora e da Urbane Incorporadora, empresas custeadores do projeto. “Sergipe tem uma dívida moral com a história de seu povo. Eu, como a maioria daqueles que vivem há 70, 60, 50, 40 anos em Sergipe, tenho algumas pessoas como grandes referências, entre elas, está o ilustre Carlos Magalhães. Entendo, como cidadão e empresário, que criar e proporcionar a transformação deste grande projeto em realidade é uma responsabilidade social da Heca Construtora e da Urbane Incorporadora, além de um grande presente à sociedade sergipana”, destaca Carlos Luduvice, idealizador do projeto.

Sobre o autor

Antônio Camilo é escritor, poeta, contista, cronista e biógrafo. É autor de oito livros, sendo um de poemas, um de contos e seis obras biográficas. Uma delas, lançada em julho de 2023 na Itália e em Portugal, foi traduzida para o italiano. A publicação mais recente, em dezembro de 2023, foi a biografia do ex-governador Antonio Carlos Valadares, que teve prefácio do ex-presidente da República José Sarney e apresentação do ex-senador Pedro Simon. É membro fundador da Academia Literocultural de Sergipe, ocupante da cadeira 13, e do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho da Academia Sergipana de Letras, ocupante da cadeira 31.

Texto e imagens reproduzidos do site: www sosergipe com br

sábado, 6 de abril de 2024

Projeto ‘Encontro com o autor sergipano’ recebe o jornalista Marcos Cardoso

Publicação compartilhada do site EVIDENCIE-SE, de 4 de abril de 2024

Projeto ‘Encontro com o autor sergipano’ recebe o jornalista Marcos Cardoso

No dia 9 de abril, às 15h, na Escola do Legislativo João de Seixas Dória, o jornalista  Marcos Cardoso apresenta o livro: Impressões da Ditadura, que será lançado neste semestre, pela Editora da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

A obra é uma reunião de 39 textos jornalísticos (artigos e/ou crônicas políticas) publicados nos últimos anos em veículos da imprensa sergipana, especificamente nos portais Infonet, Destaque Notícias e Jornal da Cidade. São textos que fazem referência ao período da ditadura militar que governou o Brasil entre os anos de 1964 a 1985, revisitando causas e, principalmente, consequências. Os textos não são ordenados cronologicamente de acordo com as datas das publicações, mas tentam traçar uma linha cronológica de acontecimentos que remetem à época, analisando publicações, fatos e a atuação de personagens, não apenas de Sergipe.

Jornalista há quase 40 anos, Marcos Cardoso dedica-se nos últimos 31 anos à Universidade Federal de Sergipe, onde é servidor de carreira desde 1993. Tem dado sua contribuição à Rádio UFS e à recém implantada TV UFS, depois de ter participado da fundação do Centro Editorial e Audiovisual (CEAV), embrião da atual Superintendência de Comunicação (SECOM), passando pela chefia da Assessoria de Comunicação e pela Assessoria do Reitor.

Egresso da quarta turma de Jornalismo formada em Sergipe, nas Faculdades Integradas Tiradentes, cursou o Mestrado em Sociologia na UFS e especializou-se em Ciências Sociais.

Passou pelas redações de muitos veículos, onde foi editor da TV Aperipê (1986-1987), TV Jornal (1988) e TV Sergipe (1988-1993), repórter do Jornal da Manhã (1988), repórter e subeditor do jornal Cinform (1990-1995) e repórter do jornal A Tarde (1995-1996). Na Bahia, ainda foi coordenador do laboratório Ciência Press, na Faculdade de Comunicação da UFBA (1995-1996).

Foi diretor de Redação do Jornal da Cidade (1999-2009), diretor de Jornalismo da TV Atalaia (2015), diretor da Rede Jornal de Comunicação (1996) e editor do Caderno Mercado – Economia e Negócios, do Jornal da Cidade (2013-2016). Na gestão pública, foi secretário de Comunicação da Prefeitura de Aracaju (2009-2012) e diretor de Comunicação do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (2016-2017).

Professor de Jornalismo na Unit (1991-1992) e duas vezes agraciado com o prêmio de Jornalista do Ano concedido pela Associação Sergipana de Imprensa, em 1994 e 2000, atualmente é colunista do portal Infonet (desde 2006) e do portal Destaque Notícias (desde 2018).

Livros publicados: O Anofelino Solerte – Edise – 2018 (romance), Sempre aos Domingos – Antologia de textos jornalísticos, Editora UFS, 2006 (crônicas políticas e sociais), Waldemar Lima, uma câmera e uma ideia de luz – Edise/TCE, 2017 (organizador e autor da biografia),  Obras reunidas de José Amado Nascimento – Edise/TCE, 2016 (organizador), Brava gente sergipana e outros bravos, de Manoel Cabral Machado, Edise/TCE, 2016 (organizador da reedição revista e ampliada), Tupinanquim, humor gráfico”, Editora Massapê, 1986 (editor e autor de coletânea de desenho de humor de cartunistas sergipanos) e Becos e Trechos – edição dos autores, 1982 (coletânea de poesias com outros três poetas).

O Projeto Encontro com o Autor Sergipano tem como objetivo reunir autores e leitores em torno de obras para uma apresentação e  discussão dos livros publicados ou ainda em fase de lançamento. O evento é aberto ao público e gratuito.

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Fonte: Escola do Legislativo 

Foto: Arquivo Pessoal

Texto e imagem reproduzidos do site: evidencie-se com

sexta-feira, 5 de abril de 2024

O Cabaré do Vaticano: Memórias de Aracaju


Coluna de Cultura de Antônio Carlos Garcia, no site [sosergipe com br], de 24 de setembro de 2018 

O CABARÉ DO VATICANO: MEMÓRIAS DE ARACAJU

Por Prof. Dr. Jorge Carvalho do Nascimento

A palavra francesa Cabaret serve para designar espaço de entretenimento com música, dança, frequentados por pessoas mais abastadas que marcou a vida daquele país no período da belle époque. No Brasil e em outras culturas ganhou também o sentido de prostíbulo, lupanar, casa de prostituição, puteiro, espaço procurado por homens não apenas para a obtenção de favores sexuais, mas também para encontros de final de tarde e nos períodos noturnos com amigos e muitas vezes até para tratar de negócios empresariais. Muitos ganharam notoriedade e foram imortalizados pela literatura. Bom exemplo é o Bataclan, em São Jorge dos Ilhéus, sul da Bahia, espaço central da trama da novela Gabriela, escrita por Jorge Amado. Em Aracaju, muitos ficaram notórios, como Alabama, Atlântico, Bela Vista, Epitácio, Fresca e Miramar.

Mas, poucos, ganharam a notoriedade do Vaticano, um conjunto de 10 sobrados localizados entre a Praça das Sete Luzes, a avenida Otoniel Dórea e o Beco dos Cocos que no pavimento superior abrigava o famoso cabaré. O conjunto foi construído pelo empresário José da Silva, à época importante empreendedor imobiliário. A denominação se deve a suntuosidade da obra edificada ao final dos anos de 1920, logo inapropriadamente comparada pelo imaginário popular com a grandeza da Santa Sé.

Constituir e dar publicidade a uma memória é a forma prática de oferecer as bases empíricas para a organização de um campo científico: o da História. A história é, por assim dizer, a forma científica de organização da memória. Esta, por ser fruto de uma escolha efetuada pela ação temporal das configurações humanas, se apresenta sob a condição de monumentos. Ou, quando tomada pelos historiadores, submetida ao trabalho destes, caracterizada como documento. O historiador Jacques Le Goff lembra que a palavra latina “monumentum” remete para a raiz indo-européia men, que exprime uma das funções essenciais do espírito (mens), a memória (memini). O monumentum é um sinal do passado… é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação, por exemplo, os atos escritos. O monumento tem como característica o ligar-se ao poder de perpetuação, voluntária ou involuntária, das sociedades históricas (é um legado à memória coletiva) e o reenviar a testemunhos que só numa parcela mínima são testemunhos escritos. As contribuições memorialísticas são sempre bem vindas. Principalmente quando bem ordenadas e expostas de um modo que vão para além dos limites da memória, posto que assentadas sobre um vasto cabedal de erudição.

Em 2005, a cidade de Aracaju recebeu duas importantes contribuições. Do ponto de vista da pesquisa histórica, o Dicionário de Nomes e Denominações de Aracaju, de Luiz Antônio Barreto, contendo informações sobre pessoas, fatos, datas da vida sergipana. A contribuição do engenheiro Fernando Porto no seu livro, Alguns Nomes Antigos do Aracaju, privilegiou a memória. Beco do Açúcar, Água Boa, Rua do Angelim, Anipum, Rua do Araçá, Aracajuzinho, Alto da Areia, Areinha, Aribé, Aroeira, Rua da Aurora, Rua do Barão, Morro do Bomfim, Rua da Cadeia, Canto Escuro, Carro Quebrado, Carvão, Praça da Catinga, Chica Chaves, Ilha das Cobras, Várzea do Coelho, Cruzeiro do Século, Estrada Nova, Praia Formosa, Fundição, Rua do Gaiola, Rua do Ouvidor, Pega P’ra Capar, Raposa, Telha, Vaticano.

A lista de nomes é imensa. São Lugares conhecidos de Aracaju, com nomes que já foram varridos da memória da cidade. Difícil associa-los agora a lugares como a Travessa Deusdeth Fontes, a área da avenida Maranhão onde atualmente está localizado o Aero Clube, a Rua Vila Cristina, a Avenida Rio Branco, a Rua João Pessoa, a Praça General Valadão, ao Iate Clube de Aracaju, a Praça da Bandeira, ao Bairro Industrial, ao Centro de Criatividade, a Avenida João Ribeiro, a Praia 13 de Julho, a Avenida Ivo do Prado.

O jornalista e historiador lagartense Luiz Antônio Barreto nasceu em 1944 e morreu em Aracaju no ano de 2012. Foi diretor de revistas e jornais e editor em Aracaju e no Rio de Janeiro. Foi gestor público e dirigiu o Instituto Nacional do Livro, a Galeria de Artes Álvaro Santos, a Fundação Joaquim Nabuco, a Fundação Augusto Franco e assessorou a Confederação Nacional de Indústria. Foi Secretário Municipal da Educação de Aracaju e foi Secretário de Estado da Cultura e também da Educação em Sergipe.

 O engenheiro de minas e civil Fernando de Figueiredo Porto faleceu em 2005, aos 92 anos de idade. Nascido em Nossa Senhora das Dores, foi prefeito de Própria, professor da Escola Técnica Federal de Sergipe, da Faculdade Católica de Filosofia e da Universidade Federal de Sergipe. Pesquisador do desenvolvimento urbano, são importantes as contribuições anteriores oferecidas por ele em estudos como A cidade de Aracaju, “Os planos de urbanismo e sua aplicação às cidades sergipanas” e “Teófilo Dantas, um intendente de Aracaju”.

Ao publicar o livro no qual Fernando Porto rememorou alguns nomes antigos de logradouros de Aracaju, a Prefeitura da cidade, através da Funcaju, se associou à Sociedade Semear para oferecer uma contribuição primorosa à memória/história da capital do Estado de Sergipe. Em uma bonita edição, a Aracaju da transição do século XIX para o século XX emerge não apenas no leve texto do autor, mas também numa bem cuidada iconografia, que se mostra já na foto da Travessa Deusdeth Fontes no ano de 1937 que aparece na capa do livro.

São 48 fotografias de diferentes espaços. Em Alguns nomes antigos do Aracaju, a memória que aparece não é apenas aquela que remete a uma coleção de curiosidades. Ao apresentar os nomes que agora nos soam estranhos, Fernando Porto revela uma cidade que já não mais é. Fala da dificuldade em identificar a nomenclatura aracajuana primitiva, tanto pela inexistência de documentos escritos quanto pelo esquecimento das diferentes denominações. Remete o leitor a um tipo de realidade “que se manifesta de forma completamente diferente do que acontece nas outras perspectivas da história: a memória”. Em outras palavras, o transporta ao conjunto de comemorações, ao quotidiano, ao sentimento de duração, às coisas que mudam e a tantas outras que permanecem. Fala de história. A toponímia das cidades é provisória, por mais que pareça estável. Avançar em direção ao futuro é muito difícil. O vir-a-ser tritura, apaga os topônimos, produz esquecimentos sob uma voraz sanha mutatória que vai “deslocando para pontos remotos ou de menor valor urbano nomes de logradouros, muitos deles já arraigados na tradição popular” – como afirma o professor Porto.

Ítalo Calvino nos ensina que “de uma cidade, nós não aproveitamos as suas sete ou setenta e sete maravilhas, mas a resposta que dá às nossas perguntas”. O livro aqui examinado nos induz a formular perguntas à cidade de Aracaju, ajudando a conhecer o seu processo de urbanização, as suas formas, a sua intensidade e as suas peculiaridades. Compreender o conjunto de relações sociais estabelecidas no espaço urbano da capital. Um espaço seletivo, no qual as diferentes áreas, cada um dos bairros, possuem equipamentos urbanos distintos, algumas regiões guardando práticas que nem sempre são condizentes com os hábitos sociais mais contemporâneos. Cada espaço com características próprias ao processo da sua expansão, com múltiplas variações de uso urbano nas relações entre as pessoas e o espaço, gerando freqüentes conflitos.

Texto e imagem reproduzidos do site sosergipe com br