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domingo, 15 de maio de 2016

Beto Pezão: Arte que expressa sentimentos



Fotos: Chris Brota.

Publicado originalmente pelo site Chriscurte.com, em 14/01/2016.

Beto Pezão: Arte que expressa sentimentos.
Por Chris Brota.

Artesão é assim como, José Roberto Freitas, o Beto Pezão, gosta de ser reconhecido. “Eu não sou escultor, nem artista plástico, não tenho formação acadêmica, sou apenas um artesão”. A simplicidade é marcante e presente em toda essência de Beto, desde sua infância até a sua vida atual. Nascido em Santana do São Francisco/SE (antiga Carrapicho), região conhecida pelas olarias.

Na sua sala de criação, uma mesa, algumas cadeiras de plástico para recepcionar os seus clientes e amigos, ferramentas como faca, pincel, serrinha, alguns arranjos feitos de madeira para ajudar na lapidação e acabamento das mais lindas obras do querido Beto Pezão. Foi nesse cenário que Beto contou um pouco da sua história, confesso que um tanto triste pela carga emocional para mim ainda existente no coração do artista.

Ele contou que aos seis anos de idade, ganhou de presente um pequeno torno (Máquina empregada para dar acabamento de peças). Foi o grande início da sua história enquanto artesão. A máquina era maior do que ele, começou fazendo cinzeiros, potes de cerâmicas, objetos mais simples, e observando o seu pai, ele foi aprimorando a cada dia o seu trabalho.

Como a dúvida é unânime para os que conhece a história de Beto, pergunto o motivo do Beto Pezão. Ele explica que no princípio suas esculturas sempre quebravam pelo pé, assim que saiam do forno e tinha muito prejuízo, até que um dia resolveu fazer um pé maior que o corpo para sustentar a escultura, e deu certo. “De repente surgiu a ideia, pensei em fazer um pé grande para apoiar a escultura e não mais cair e nem quebrar, saiu do forno coloquei na prateleira e esperei meu pai chegar, assim que ele bateu os olhos na imagem falou: isso é uma doença? ”. Beto explica que na época as pessoas tinham muito preconceito com a Hanseníase (conhecida como lepra) e que o boato no interior e na própria capital era que as pessoas que tinham essa doença, os pés, orelhas e mãos cresciam desproporcionalmente. Mas mesmo assim Beto insistiu na ideia e na mesma semana vendeu todas as peças recém-criadas.

Beto Pezão já participou de várias exposições de arte pelo Brasil e mundo afora. A sua primeira exposição no exterior, foi a convite da Universidade Católica do Chile, para onde retornou para expor outras 5 vezes. Segundo o artesão suas obras também são admiradas no México, na Argentina, em Portugal, no Uruguai, no Paraguai, na Venezuela e nos Estados Unidos. No Brasil, sua arte foi exposta em vários Estados, como Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Minas Gerais.

Existem diversas artes, muitas copiadas pelo admirado Beto Pezão, com temas variados, mas nenhuma consegue impressionar na expressão como a de “Pezão”. O estilo de retratar cada obra de arte é pessoal e intransferível. Além dos pés grandes, suas esculturas, trabalhadas no barro, possuem traços fortes e os detalhes são tão marcantes que nos perdemos nas expressões de cada uma.

Beto Pezão me recebeu em seu ateliê de braços abertos e ainda doou uma obra de arte com certidão de Origem para ser vendida no bazar que acontecerá de 15 a 31 de janeiro de 2016, na Praça de Eventos da Orla de Atalaia, na Feira de Verão, onde o nosso blog estará com um stand divulgando, entrevistando e expandindo relações com turistas, artesões e visitantes que passem pelo local.

Chris Curte o artesanato, as expressões da alma, a essência do artista, o turismo no mundo, as novas descobertas, a boa comida, o respeito, a hospitalidade e as trocas de conhecimento.
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Informações adicionais

Nome do artesão: José Roberto Freitas

Contato: (79) 3236-1197

Mora em Aracaju

Beto Pezão fornece certificado de origem de suas obras com nome e número

O artesão usa forno de lenha e estoca barro, procedente da terra natal.

Exposição e comercialização das peças: Aracaju/SE no Centro de Turismo, no Aeroporto de Aracaju, no Espaço J. Inácio, numa loja de artesanato no Mercado Tales Ferraz (próximo do relógio central) ou no próprio ateliê do artista localizado na Rua Carlos Menezes, 152 Cidade Nova, Aracaju.

Texto e imagens reproduzidos do site: chriscurte.com

sábado, 4 de abril de 2015

Beto Pezão




Publicado originalmente no site PGE-SE., em 20/02/2015.

Artista do Mês de Janeiro – Beto Pezão

Artesão e escultor, José Roberto Freitas, conhecido como Beto Pezão, nasceu às margens do Rio São Francisco, no dia 11 de dezembro de 1952, em Santana do São Francisco/SE (antiga Carrapicho). Aos seis anos de idade, ganhou um pequeno torno de presente, iniciando, assim, a arte de modelar o barro. Aos nove anos, já comercializava algumas de suas peças em feiras populares. Desde menino ajudava o pai, que era escultor, no trabalho artesanal com o barro.

Em 1971, já residindo em Aracaju, teve seu trabalho valorizado, através de um velho feito de barro solidamente plantado em dois pezões que lhes davam o devido apoio; criava, assim, a sua marca registrada, conhecida até hoje e, definitivamente, incorporou à sua obra a partir de 1972. A princípio, a ideia de usar os pés grandes, como forma de sustentação das esculturas, foi reprovada pelo seu pai/mestre, mas não demorou muito para ser aceita pelas pessoas e divulgada pela mídia como uma verdadeira obra de arte.

Antes de seu reconhecimento no universo da modelagem do barro, Beto Pezão fazia esculturas em madeira. Elegeu definitivamente o barro por perceber que esse material lhe oferecia na execução de suas peças “mais intimidade com as mão”. Em sua residência, no bairro Cidade Nova, mantém forno de lenha e um local adequado para estocagem de barro, procedente da terra natal.

Residindo em Aracaju há mais de 40 anos, os trabalhos de Beto Pezão já percorreram vários caminhos mundo afora. Realizou a sua primeira exposição no exterior, a convite da Universidade Católica do Chile, país onde retornou para expor outras 5 vezes. Suas obras também são admiradas no México, na Argentina, em Portugal, no Uruguai, no Paraguai, na Venezuela e nos Estados Unidos. No Brasil, sua arte foi exposta em vários Estados brasileiros, como Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Minas Gerais. Encantado pelas personagens em barro de Beto Pezão, Fernando Gutiérres produziu e dirigiu um vídeo dando-lhes, através da arte gráfica, vida a eles.

Na arte popular de Beto Pezão, os temas são variados, mas o seu estilo de como retratá-los, ainda que copiado por muito artesãos, é único e inconfundível. Além dos pés grandes, suas esculturas, talhadas no barro, possuem traços fortes e detalhes marcantes e nos emocionam pela forma verdadeira de mostrar os sentimentos do povo nordestino. São figuras humanas dos sertões: vaqueiros, mendigos, pescadores, lavadeiras, vendedores, ambulantes e lavradores que expressam nos rostos as adversidades da vida agreste. Além dos sertanejos, outra paixão do artista são as imagens sacras que, igualmente, são sustentadas por imensos pés.

Na comercialização das suas peças, Beto Pezão fornece certificado de origem com nome e número. Elas estão em permanente exposição em Aracaju/SE no Centro de Turismo, no Aeroporto de Aracaju, no Espaço J. Inácio ou no próprio ateliê do artista.

Humilde, Beto Pezão não se vê como um ícone da cultura sergipana. Entretanto, o artista não consegue esconder a satisfação e a alegria por ter sua obra reconhecida: “o que é gratificante pra mim é apreciarem o meu trabalho”.

Texto e imagem reproduzidos do site: pge.se.gov.br