sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Ponte sobre o Rio São Francisco, em Propriá


Ponte sobre o Rio São Francisco, no Município de Propriá/SE.

Construída em meados da década de 70 e situada na BR–101 sobre o rio São Francisco com seus 793 metros de comprimento e 11,5m de largura total é conhecida como a ponte da integração nacional, por ligar o nordeste pelos estados de Sergipe (Propriá) e Alagoas (Porto Real do Colégio). É um local imponente com seu arco gigantesco por onde passam as embarcações e suas colunas enormes emoldurando a cidade e proporciona aos visitantes a melhor vista panorâmica da cidade e do rio.

Foto: Cassandra Teodoro.

Foto e texto reproduzidos do site: sergipetradetour.com.br

'Dom Luciano visita o Palácio-Museu Olimpio Campos'


'Dom Luciano visita o Palácio-Museu Olimpio Campos'

"O Palácio-Museu Olímpio Campos recebeu no último dia 02, a visita do Arcebispo Dom Luciano Duarte em companhia de sua irmã, Carmen Duarte e da amiga, Carmelita Fontes. Os visitantes, que outrora foram convidados de jantares e eventos oferecidos por governadores do estado, puderam rever as pinturas, mobiliário e esculturas que àquela época já configuravam os espaços internos do monumento. O passeio reascendeu lembranças de importantes momentos vividos por ambos no Palácio.

Dom Luciano José Cabral Duarte, 85, foi o segundo Arcebispo Metropolitano de Aracaju e contabiliza inúmeras contribuições para a educação, cultura e religião do estado de Sergipe. Ainda como Bispo Auxiliar, foi membro do Conselho Estadual de Educação, destacando-se pelo empenho que dedicou à criação da Universidade Federal de Sergipe, e fundou do Colégio de Aplicação. Enquanto Arcebispo, Dom Luciano fundou o Museu de Arte Sacra de Sergipe, em São Cristóvão, criou diversas paróquias na Capital e no interior, entre outras tantas atividades dedicadas a trazer melhorias à vida dos sergipanos.

Durante a visita ao Olímpio Campos, no Salão de Jantar, onde estão dispostas fotografias de jantares que foram oferecidos pelo ex-governador Paulo Barreto, os irmãos Dom Luciano e Carmem reconheceram a si mesmos em um dos retratos e puderam relembrar algumas cerimônias das quais participaram.

"Este Palácio é o mesmo que nós encontramos quando meu irmão era Bispo Auxiliar, depois quando foi nomeado Arcebispo e em outras ocasiões em governos como o de Dr. Lourival Batista, Dr. Paulo Barreto, Dr. João Garcez. O melhor desta obra é que não foi construído algo novo, o que já estava aqui é que foi totalmente restaurado. O Governo do Estado está de parabéns por essa recuperação", afirma comovida a irmã do Arcebispo.

A professora e poetisa sergipana, Carmelita Fontes, que acompanhou a visita ficou encantada com a restauração. "Este Palácio é uma grande aula para quem vem conhecê-lo. Abrir à visitação foi fundamental para estudantes e pesquisadores, bem como para as próximas gerações que vão poder conhecer tudo isso aqui", diz a poetisa laranjeirense". (Do Site palacioolimpiocampos).
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Foto Ascom SECC

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Aruana se chamará Aruanda e Jobotiana será Jabutiana.

Foto: André Moreira/Equipe JC

Jornal da Cidade.Net, em 7/12/2012.

Aruana se chamará Aruanda e Jobotiana será Jabutiana.

Câmara Municipal de Aracaju aprova indicação que muda nomenclatura de cinco áreas da capital.

A Câmara Municipal de Aracaju (CMA) aprovou por unanimidade pelo Plenário a indicação do vereador Emerson Ferreira (PT), mudando a nomenclatura de cinco áreas da capital. A solicitação foi feita pela professora Wilma Ramos, que luta pela mudança há mais de 18 anos.

Segundo a indicação, o bairro Jabotiana, passa a ser escrito Jabutiana. Que deriva de jabuti. O bairro Aruana, passa a chamar-se Aruanda, que é uma palavra indígena e significa lugar místico, paraíso.

O D.I.A (Distrito Industrial de Aracaju) perde os pontinhos entre as letras. Por se tratar de sigla, os pontos não devem ser utilizados. Já o nome Beira Mar, passa a ser escrito com hífem, Beira-Mar. E, Orla de Atalaia, passa a ser escrito Orla da Atalaia. A professora Wilma explica que Atalaia é um substantivo que significa torre de observação, e de acordo com as normas gramaticais ele precisa ser escrito com a partícula “da”.

“Quando a gente estuda a etimologia das palavras e mesmo gramática, a gente não admite estes erros. Se erraram ao colocar o nome Jabotiana, porque é que eu tenho que seguir esse erro? Além disso, essa indicação apenas corrige a ortografia, que passa a ser escrito de maneira correta”, justificou.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

Casa da Família Amado

Foto: Benjamimvich Costa Shuster

Água de coco: a opção do verão.


Água de coco: a opção do verão. Rica em proteínas, fibras e vitamina C, líquido não só mata a sede. Faz muito bem à saúde.

Por Cássia Santana.

A água de coco se torna um dos produtos mais consumidos durante a estação mais quente do planeta, o que provoca até a importação de um produto considerado genuinamente sergipano para garantir o abastecimento local, dependendo da demanda e também das condições climáticas das regiões Sul e Sudeste do país. “Trabalho durante o verão para me manter no inverno e olhe que aqui nós não temos lá esses invernos todos”, comenta a empresária Fabiana Siqueira, responsável pelo abastecimento de água de coco dos principais bares e restaurantes da cidade.

Ela observa a necessidade, em determinados períodos, de se importar o produto dos Estados da Bahia e Pernambuco. “Os fazendeiros sergipanos dão prioridade para abastecer o Sul e o Sudeste, mas quando chove muito por lá sobra coco aqui pra gente”, explica a empresária. Regularmente, a água de coco consumida em Aracaju é proveniente de Neópolis. Mas quando há demanda excessiva no Sul e no Sudeste, os bares e restaurantes de Aracaju recebem a água importada de Rio Real, no Estado da Bahia, e de Petrolina, em Pernambuco. Isto ocorre, com maior frequência, nos períodos mais quentes do ano.

Além de apreciada nos principais bares e restaurantes da cidade, a água de coco é facilmente encontrada em pontos estratégicos instalados nas ruas da cidade, em Shopping Center ou em lojas de supermercados. A água é comumente comercializada no próprio coco, em copinhos ou em vasilhames com quantidade que variam entre 300 ml a 950 ml. O preço também varia, de acordo com o estabelecimento e o tipo de embalagem escolhida pelo cliente.

Especialistas garantem que a água de coco hidrata, revigora, alimenta, age como calmante natural e ainda contempla outros benefícios, a exemplo de dar uma contribuição efetiva no processo de emagrecimento. Trata-se de produto rico em minerais, que tem contribuição ímpar no tratamento de casos de desidratação, considerado, portanto, um soro vegetal.

Ao escolher a água de coco vendida em embalagens, o cliente deve ficar atento para não estar comprando produto com conservantes. A água de coco deve ser consumida natural, sem adição de conservantes.

Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br/verao/2011

Um passeio surpreendente em Sergipe.







Um passeio surpreendente em Sergipe.

Com a finalidade de divulgar cada vez mais os roteiros do Baixo do São Francisco a Empresa Sergipana de Turismo (Emsetur) e a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) realizaram uma viagem por umas das paisagens mais exuberantes de Sergipe nos municípios ribeirinhos e comprovaram que a cidade de Santana do São Francisco, com seu artesanato em cerâmica; Pacatuba e seu Pantanal e Brejo Grande, com sua belíssima Foz do São Francisco, são paraísos que com certeza fará o visitante ficar cada vez mais encantado por Sergipe.

Para curtir melhor esses roteiros o ideal é ficar uns dois dias na região que fica localizada numa das mais belas regiões do estado de Sergipe. Saindo de Aracaju, a primeira parada turística no município de Pacatuba, que fica a menos de duas horas da capital. Toda equipe da Setur e Emsetur viajaram com o apoio do restaurante e pousada Cara Peba.

Pantanal

O Pantanal de Pacatuba guarda um dos visuais mais interessantes de todo o litoral brasileiro, sendo o maior aquífero do Nordeste, onde a água potável é abundante. São 40 km² interligados por lagoas e cobertos por plantas típicas de áreas alagadas, como juncos, aguapés, aningas e macroalgas. O Pantanal reúne uma biodiversidade inigualável, unindo na mesma região, antanais, manguezais, dunas, mar, Mata Atlântica e uma fauna muito rica, formada por lontras, capivaras, jacarés-de-papo-amarelo, além de mais de 100 espécies de aves.

Conhecer o pantanal nordestino é uma experiência maravilhosa já que o local é um exemplar único em todo o Nordeste. A região ainda revela paisagens extremamente belas, intatas e prontas para dar aos turistas o prazer de visitar um paraíso, onde fauna e flora ainda não sofreram influência e um verdadeiro berçário de vida marinha sem deixar de dar uma paradinha na Ponta dos Mangues, uma vila de pescadores que mantém a simplicidade rústica e um chame todo pessoal emoldurado pela natureza e o rio que parece uma piscina.

Foz do São Francisco

Saindo de Pacatuba e seguindo em direção a Foz do São Francisco a próxima parada é o município de Brejo Grande, que sempre teve um grande potencial turístico. O visitante nesta cidade poderá conhecer dezenas de ilhas, com um denso e rico manguezal sem deixar de falar da grandeza e beleza do Rio São Francisco, que encanta qualquer pessoa.

Essa cidade ribeirinha é onde fica a foz sergipana do Rio São Francisco. Por conta de sua formação geológica, o município é quase todo formado de duna e restingas, intercaladas por lagoas e apicuns, onde se pode visualizar o encontro do Velho Chico com o Oceano Atlântico. E é neste cenário que fica o Cabeço, situado às margens do rio São Francisco, um povoado que era uma comunidade tradicional de pescadores que foram obrigados a fugir das forças das águas por conta da diminuição da vazão do São Francisco, devido ao seu represamento em 1995, para construção da usina de Xingó, que causou um desequilíbrio na foz entre as forças do rio e do oceano.

O passeio à Foz do São Francisco ou ao Pontal do Cabeço, como é conhecido, pode ser realizado por lancha, barco ou catamarã. E é lá que o turista poderá conhecer um símbolo da existência deste povoado, o Farol do Cabeço, que foi construído pelos holandeses em 1870. Cravado no meio do mar, o Farol é a única testemunha da vila que está agora submersa aos seus pés. Para finalizar a sua permanência no município, aproveite e desfrute da culinária local, recheada de frutos do rio e do mar como o camarão dentro do côco verde e a sobremesa tipicamente local, o pudim de côco verde, servidos pelo restaurante e pousada Carapeba, que fica às margens do Rio São Francisco.

Santana do São Francisco

Saindo da Foz do São Francisco agora é o momento de algumas comprinhas em Santana do São Francisco, um local excelente para quem gosta de artesanato de cerâmica feito por artesões locais.

O município, que já foi conhecido por Carrapicho, tem na sua natureza os trabalhos naturais feitos do barro (matéria-prima abundante na região), distante 125 quilômetros da capital sergipana, Santana do São Francisco, como hoje é conhecida começou foi colonizada por portugueses que expulsaram os holandeses que habitavam a região. Foi numa fazenda que os portugueses fundaram o município que foi implantado a primeira peça de cerâmica, chamada Carrapicho. O primeiro nome da povoação foi colocado em decorrência da abundância de uma planta rasteira chamada carrapicho, que tem espinhozinhos que aderem à roupa dos humanos e ao pelo dos animais.

Hoje, a cidade vive e respira o artesanato e é conhecida nacionalmente como a cidade da cerâmica, que se encontra disseminada por todo o território sergipano. Entre as peças, encontram-se verdadeiras preciosidades que representam a criatividade do artesão e a capacidade de inovar sem que sua obra perca características tipicamente sergipanas. A cerâmica de Santana do São Francisco reúne verdadeiras obras de arte e artesões de renome internacional como o Beto Pezão e Wilson (Capilé), artistas que possuem o dom natural de transformar o barro em grandes obras de arte.

Fotos: Carlovancy Andrade.

Texto e imagens reproduzidos do site: turismosergipe.net

As Dificuldades da Nova Capital

Na foto, o Hospital de Caridade, chamado Nossa Senhora da Conceição,
hoje Santa Izabel.

Aracaju - 1855
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As Dificuldades da Nova Capital

Os primeiros anos da transferência para Aracaju foram extremamente difíceis, isso porque, em meados de 1855 a sociedade sergipana enfrentou a maior epidemia de sua história, a "Cholera Morbus", vitimou milhares de pessoas. Inclusive o Presidente da Província, Inácio Joaquim Barbosa, na cidade de Estância contraiu a febre palustre (malária) e não resistiu. Até mesmo com essa tragédia foi motivo de sátira e vingança em seus versos pelos sancristovenses ironizando a calamidade que atingia a nova capital.

"Quem for para Aracaju
Leve terço pra rezá
Que Aracaju é a terra
Onde as almas vão pená
Pobre cidade do Aracaju, nos dias tristes e agitadas de 1855".
(SILVA, 1992, p. 83).

Por causa dessa grande epidemia, as pessoas sentiram medo de morar em Aracaju, pela precariedade do local sem a menor estrutura para cuidar dos doentes. Diante disso, o governo investiu na organização da nova cidade e incentivando a vinda de novos moradores para Aracaju, concedendo terrenos e a ajuda para a construção das casas.

Com as epidemias o governo teve que tomar providências urgentes para minimizar os transtornos e os óbitos causados pelas doenças. Uma dessas medidas foi a construção de um cemitério em 1856, junto ao Morro Santa Cruz que recebeu a visita do imperador D.Pedro II em 1860. Em 1858 foi construído o Hospital de Caridade, chamado Nossa Senhora da Conceição, hoje Santa Izabel.

Em meados de 1862, a nova capital conseguiu enfrentar as dificuldades, com a construção da Igreja Matriz, a Catedral , a cidade cresceu nas localidades próximas, com as ruas Santo Amaro, Capela, Arauá e Santa Luzia. A partir daí, Aracaju apresentava os primeiros sinais de uma cidade próspera e promissora.

Texto e foto reproduzidos do blog:
sergipeesuashistorias.blogspot.com.br
de postagem feita por: Silvia Maia.

Os seis filhos de João Augusto de Freitas Garcez

Os seis filhos de João Augusto de Freitas Garcez 

JOÃO SOBRAL GARCEZ, JOSÉ SOBRAL GARCEZ, SILVIO SOBRAL GARCEZ, FRANCISCO SOBRAL GARCEZ, CELSO SOBRAL GARCEZ E ALVARO SOBRAL GARCEZ.

Foto reproduzida do Blog: itaporangasergipe.blogspot.com.br

De Edésio Garcez Sobral Junior

João Augusto de Freitas Garcez


JOÃO AUGUSTO DE FREITAS GARCEZ UM DOS PRIMEIROS DONOS DA F. CAMAÇARI

"A ESCRITURA DATADA 1893/1897, A FAZENDA CAMAÇARI já pertencia a João Augusto de Freitas Garcez, casado com Josephina Sobral Garcez, genitores de João Sobral Garcez casado com Alzira Rolemberg Garcez, genitores do ex-Governador Arnaldo Rolemberg Garcez; Sílvio Sobral Garcez do Engenho Dira, casado com Carolina Sobral Garcez (Zazá), genitores do Escritor José Augusto Garcez e de Maria Augusta Garcez que convolou núpcias , continuando com José Sobral Garcez, casado com Beatriz Sobral Garcez, conhecida por Pombinha, pais de Antonio Francisco Sobral Garcez e mais quatro irmãos, Francisco Sobral Garcez, Celso Sobral Garcez mais outro irmão". (EGSJ)

Foto e texto reproduzidos do Blog: itaporangasergipe.blogspot.com.br

De Edésio Garcez Sobral Junior

sábado, 24 de agosto de 2013

Benedito Santos (Benedito Letrado)

Benedito Santos (Benedito Letrado)

Nasceu em Aracaju-SE em 12 de fevereiro de 1961. Foi enfermeiro do Hospital Cirurgia, em Aracaju-SE, deixando a profissão para viver do teatro. Realizou sua primeira performance na década de oitenta encenando a peça “Atrás dos bastidores” no Teatro Atheneu Sergipense. Participou de vários espetáculos de variedades e cortejos de ruas com o grupo Imbuaça. Depois de realizar um curso de mímica, se apresentou com a técnica nos Festivais de Arte de São Cristóvão e Laranjeiras, ambos em Sergipe. Trabalhou por muitos anos em circos como O Grande Circo Popular de Marcos Frota, realizando performances. Além disso fez vários comerciais, desfiles de moda e lançamentos de produtos famosos na década de oitenta. Se apresentou no Festival Internacional Very Special Arts e também para seis mil operários durante a construção da usina de Xingó-SE. É considerado como um dos precursores do movimento punk e do transformismo em Aracaju-SE, dado ao seu estilo ousado e exótico. Juntamente com Téo Leão, Hélio Santos e Décio Carlos, criou a Companhia dos Quatro (C&A dos 4), realizando apresentações performáticas e teatrais. Sua performance se caracteriza pelo teor caricato e satírico com o qual compõe seus personagens, em sua maioria voltados para o universo feminino. Ganhou diversos prêmios como o troféu Scarpin de Ouro na Bahia. Além de performista, é fotógrafo e artista plástico, expondo seus trabalhos em individuais e coletivas. Obra que representa sua produção: Maria Feliciana, 2002; fotografia, Pratika, f 5.6, ASA 100; 20x30cm; Aracaju.

Foto e texto reproduzidos do site: itabi.infonet.com.br

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Juventude e tradição dividem espaço no folclore sergipano.


Agosto/2012.

Juventude e tradição dividem espaço no folclore sergipano.
Por Carla Sousa, da Ascom/Secult

O grupo das Caceteiras é uma manifestação folclórica única em Sergipe que já conquistou seguidores das novas gerações.

Aos cinco anos de idade, Maria Clara Santos da Luz já mostra que tem energia e compasso para a brincadeira. A pequena é uma das mais animadas integrantes do grupo das Caceteiras de Rindu, do município de São Cristóvão. A manifestação folclórica única em Sergipe já conquistou seguidores das novas gerações, a exemplo de Clara, e com isso vem garantindo a preservação do grupo e das tradições folclóricas do Estado.

Essa é a grande preocupação de José Gonçalo Oliveira, o ‘Seu Rindu’, que aos 72 anos comanda o grupo com a energia de um menino. “Ainda estou com todo gás para brincar”, afirma. No entanto, ele sabe que um dia esse gás acaba e para não ver sua brincadeira morrer, ele tem incentivado a participação de jovens e crianças no grupo. Ele e sua esposa, Dona Maria Acácia, estão empenhados em formar o grupo mirim das Caceteiras.

“Vou montar o grupo das meninas para quando as velhas não aguentarem mais já vamos ter outro grupo formado. Por mim a cultura nunca vai acabar. Eu tenho muito gosto pelo que faço”, destaca o mestre. Rindu conta que começou a brincar aos oito anos de idade. “Eu via meus pais, avós, tias todo mundo indo brincar e pedia pra ir também. Se não me levassem eu começava a chorar”, relembra.

José George dos Santos, 12 anos, é neto do Seu Rindu e vem seguindo os passos do avô. O pequeno comanda o tambor das Caceteiras, do Samba de Coco e do Reisado de São Cristóvão. Ele conta que desde pequeno ia para os ensaios e apresentações dos grupos e naturalmente aprendeu a tocar. “Eu gosto muito. Meus amigos ficam rindo de mim, mas eu não ligo. Faço porque gosto”, afirma o pequeno tocador que não perde o ritmo um só segundo.
Assim como ele, o Seu Milton Bispo, 59 anos, também começou cedo a sua trajetória no folclore e sabe a importância de inserir os mais jovens nos grupos, que hoje são formados em sua maioria por idosos. “Nós temos que colocar essa nova geração para brincar também. Só da minha família tem cinco pessoas, minha esposa filhos e netos”, ressalta o pai da pequena Clara.

A cultura não pode morrer

Hoje, as crianças e os jovens integram a maioria dos grupos. Ao lado dos mais velhos, eles compartilham o mesmo encantamento e a mesma história dentro da cultura popular. O tamanho não os diferencia dos adultos ou idosos dos grupos. A diferença de geração só torna a brincadeira ainda mais bonita e mostra como o Folclore é uma manifestação que encanta diferentes gerações, que se unem para não deixar morrer a tradição.

“Essas crianças crescem vivenciando o folclore no seu dia a dia, no seio da família. Para elas é muito natural, elas dançam porque gostam e dançam com muita desenvoltura e empolgação. Toda criança tem no pai a figura de um herói e acompanhar o que eles fazem e reproduzir, é uma satisfação muito grande para elas”, explica a assessora cultural da Secult, Maurelina Santos, que trabalha há 27 com os grupos folclóricos do Estado.

Segundo a historiadora e folclorista Aglaé Fontes de Alencar, é ótimo quando surgem grupos formados também por crianças. “Acho bom que as crianças tenham esse interesse porque quando o mestre morre é muito difícil conseguir outro para substituí-lo.

No entanto, Aglaé afirma que esses líderes precisam estar abertos para receber os mais jovens no grupo. Para Rindu, essa tarefa não é nada fácil, mas o retorno é gratificante. “Dá um pouco de trabalho, mas vale à pena. Amanhã ou depois esses meninos vão saber as cantigas, as danças, e não vão deixar a tradição morrer”, destaca Seu Rindu.

Fotos: Denisson Alves/Secult.

Imagens e texto reproduzidos do site: agencia.se.gov.br

Folclore: o mundo em Sergipe, na boca do povo


Folclore: o mundo em Sergipe, na boca do povo.
Por Luiz Antônio Barreto.

O Folclore – sabedoria popular, manifestação genuína, colegiada, dinâmica e expressiva do povo -, faz a ponte do presente com o passado, guardando na memória social os repertórios marcantes do mundo, com os quais mantém valores importantes utilizados na formação dos povos novos, como aconteceu com as Américas e com o Brasil. Cada fato folclórico tem sua origem emblemática, simbólica, nem sempre precisa em termos geográficos, mas sempre válida como lúdica na vida do povo.

A história humana carrega a marca do folclore, ainda que o termo e o que ele representa entrassem em uso muito mais tarde, no século XIX, quando surgiram as primeiras sistematizações de pesquisas e interpretações dos fatos culturais ligados ao povo. Antes circularam na Europa algumas antologias de poesias tradicionais. A partir da difusão do termo Folclore e de sua incorporação no bojo dos ideais românticos tiveram início as pesquisas, em várias partes do mundo, recolhendo os fragmentos mais antigos da criação popular.

Vários povos, no entanto, tinham repertórios próprios, transmitidos em velhos códices copiados a mão, onde enfeixavam textos nacionais, heroicos, verdadeiros guias do brio e da honra dos seus usuários. Era comum aos povos catalogar as suas aventuras para que servissem à educação das crianças e dos jovens e de exortação aos governantes, pela clareza dos exemplos. Assim surgiram as grandes coleções de estórias, como o Panchatranta, escrito em sânscrito, entre o séculos IV e VI, ou coleções de poemas, como Os Vedas. O Mahabharata, o Ramaiana, que parecem confirmar o uso das antiguidades como princípios pedagógicos, realimentadores da sobrevivência.

Talvez mesmo por conta desse traçado histórico Splengler não tenha feito dos homens e nem dos povos, mas da cultura destes, a protagonista da história, como se bastasse dizer: Era uma vez... A oralidade tem, portanto, um vínculo completo com o passado dos povos e funciona para manter a tradição. Foi com ela que os povos criaram ou prolongaram a vida das orações e dos cantos, para a exaltação das forças divinas, do mesmo jeito que glorificaram as façanhas famosas do passado.

É certo que a escrita alongou o campo da memória, fazendo recircular os repertórios, mas ainda hoje a oralidade cumpre papel essencial, com o qual alimenta e realimenta as bases da sobrevivência dos povos e das sociedades. Não é tarefa fácil separar, pela medida da importância, o oral e o escrito na história dos povos, nem de suas culturas, notadamente os povos novos, como o brasileiro. O domínio da escrita não impõe e nem significa uma ruptura definitiva e completa com o passado da pessoa, a tradição herdada, o contexto social, nem com o conhecimento oral.

A cultura dos povos anteriores ao Novo Mundo tem um marco divisor no longo período, do século IX ao século XV, denominado de Idade Média, cobrindo a monarquia de Carlos Magno, Rei de França, até as descobertas marítimas que deram a Espanha e a Portugal uma glória nova, que trocou a imaginação pela ação. Um bom exemplo é a preservação da imagem de Carlos Magno, como monarca e como guia espiritual da Europa, morto em 814, num livro intitulado História de Carlos Magno e dos Doze Pares de França, que apareceu aproximadamente em 1485. Com este exemplo se pode projetar a vigência cronológica da Idade Média, como síntese da expansão dos domínios da cristandade.

Sem precisar recorrer a outra referência, que não a de Carlos Magno, se pode identificar o entranhamento, nas culturas dos povos novos, de toda a atmosfera medieval, que inspirou o Império Carolíngio nas suas cruzadas em favor do Cristianismo. Isto porque a essencialidade dos repertórios literários da Idade Média pode ser resumida na sobrevivência de temas históricos, lendários e heroicos, na exaltação dos valores morais, sociais e religiosos, e na profunda inspiração cristã.

Os repertórios novos, é bom que fique logo claro, foram “colados” por cima de todo o acervo indígena, múltiplo e variado, e africano, igualmente dotado de variedades, sendo ambos eminentemente orais. Foi, enfim, pela força do Império de Carlos Magno que os poemas, cantigas, estórias, fábulas, que pertenceram a povos mortos da história, chegaram ao Novo Mundo, ao Brasil e a Sergipe.

De igual modo, a Idade Média projetou seu engenho cultural no renascimento – época da descoberta da América e do Brasil – tingindo com as cores dos estandartes cristãos toda a arte e toda a cultura dos povos descobertos e conquistados. Neste sentido, a Idade Média não cobre apenas seis séculos da cronologia histórica que a destaca, mas recua a tempos imemoriais para colher a memória do passado, e ainda avança no tempo futuro para legar uma herança que vive, sempre, pela boca do povo.

Não bastasse o exemplo do livro A História de Carlos Magno e dos Doze Pares de França, que chegou ao Brasil em 1728, em 1ª edição portuguesa, traduzida do espanhol por Jerônimo Moreira de Carvalho, e que na opinião de Luiz da Câmara Cascudo se tornou um dos livros mais lidos no Brasil e um dos cinco livros do povo. E se teria Roldão, forma espanholada e abrasileirada de Roland, personagem principal de uma canção de gesta do ano 1070, sobre a emboscada sofrida pelo rei franco, no desfiladeiro de Roncesvales, pelos bascos, em 778. Roldão está em dezenas de folhetos de cordel, nos versos recitados durante a corrida das argolas, nas Cavalhadas, como está também na rica iconografia das xilogravuras, correndo mundo.

Estão igualmente na boca do povo, na literatura de cordel, nas estórias e romances, nomes como Roberto da Normandia, personagem da primeira das cruzadas, ainda no século XI. Muitos outros heróis da utopia de Carlos Magno de estabelecer um Estado Teocrático na França, unificando a Europa pelo Cristianismo. Idéia muito próxima de um modelo cristianizador ibérico, posto em prática no Novo Mundo pelas coroas de Espanha e Portugal, com a participação qualificada da Companhia de Jesus.

Mais do que personagens da literatura oral sobreviveram os gêneros, depositários de todo o espectro repertorial da humanidade antiga. São os adágios, os aforismos, os apólogos, as apotegmas, os axiomas, os dísticos, os enigmas, epigramas, as epopéias, as fábulas, as cantigas, as coplas, as canções de gestas, as lendas, os provérbios, as saetas, as sagas, as sentenças, os romances, as xácaras, as estórias que troveiros, jograis, goliardos, clérigos cultuaram no curso da vida e da história, como manifestação estética e moral de suas próprias realidades.

A descoberta do Brasil coincide, cronologicamente, com a travessia entre o oral e o escrito, o códice e o livro. Além da palavra dos predicantes, com o todo o repertório transformado em arsenal de combate – a guerra santa – o Brasil contou na sua colonização com diversos outros instrumentos de cultura, notadamente literários e artísticos, como coleções de contos, a começar pelos Contos e Histórias de Proveito e Exemplo, de Gonçalo Fernandes Trancoso, de 1575, que praticamente deu nome a todas as estórias populares no País. Contou com as coplas pastoris, que cantam o nascimento de Jesus, com autos populares, como o Reisado, dos dois cordões – o azul e o encarnado -, e como a Chegança, que retrata a luta entre cristãos e mouros, com a nau da cristandade abordando o quartel da mourama, com embaixadas e lutas que visam submeter os árabes ao Catolicismo, com o batismo que significa a vitória cristã.

Durante a dependência formal a Portugal, o Brasil conviveu com a fantasia dos repertórios antigos, medievais, que transplantavam reinos e cortes, fidalgos e vassalos, como uma lúdica a aplacar o fadário da ocupação e da colonização da terra. A diversidade dos repertórios fez de cada brasileiro um ser do mundo, de cada palavra uma chave universal de contato, de cada estória, de cada verso ou cantiga, de cada dito ou romance fez uma senha de entrada, ou de regresso ao mundo velho da história humana.

Nem mesmo a presença imensa de gente indígena, nas praias e florestas, com seu ritos, seus deuses, seus meios próprios de distinguir nas plantas o remédio que cura, o veneno que mata, alterou o plano colonizador, com seu mundo de cultura. Aos poucos, pelas fazendas e engenhos, foram mescladas e incorporadas ao imaginário, as contribuições das diversas nações autóctones, aumentando muito mais o volume das coisas intangíveis, ao lado da produção material, dos artefatos, e de hábitos que distinguiam o viver local.

A sobrevivência dos índios, em vários pontos do país, não garantiu a sobrevivência de sua cultura, íntegra como a registra Gabriel Soares de Souza, em 1587, no primeiro contato branco, no Tratado Descritivo da Terra do Brasil. Os índios do norte não guardam maiores semelhanças com as nações que sobreviveram no nordeste, como os Xocó da ilha de São Pedro, em Porto da Folha, no sertão sanfranciscano de Sergipe.

O imenso universo de crenças, de mitos, de saberes e de fazeres indígenas, de música e de dança, não compõem, ainda hoje, um repertório ordenado que pudesse atestar a existência histórica e moral de milhões de pessoas da natureza, com suas sociedades típicas, e da cultura dos primeiros tempos do Brasil.

A presença dos negros africanos, arrancados à força como bestas de carga para o trabalho escravo, também foi ignorada no plano plural da cultura. Não porque faltasse ao convívio colonial a contribuição negra, clara e permitida ou oculta e proibida. O que faltou foi a visão geral da criação negra, a ancestralidade antiga, os mitos e ritos, as produções materiais, a herança mítica da terra berço, onde parece que a humanidade deu os seus primeiros passos.

Os negros foram reduzidos pela força e pela catequese ao estado jurídico e cultural de coisas, reconhecido pelo preço que custava aos seus donos, ou pelos sinais anatômicos da raça. Portadores de expressões culturais proibidas, simularam, no sincretismo possível, a sobrevivência. O Brasil foi, num certo sentido, um laboratório de raças e de culturas. Produziu o mestiço, dando-lhe uma feição universal, mas não conseguiu consagrar a igualdade social, nem mesmo eliminar as discriminações da cidadania desigual.

Evidentemente que personagens vencidos nas insurgências da história deixaram nome e fama na memória do povo. Antonio Mendes Maciel, o Bom Jesus Conselheiro, Virgulino Ferreira da Silva, o Capitão Lampeão, rasgaram com suas alparcatas as trilhas espinhosas das caatingas sertanejas, com seus seguidores, perdidos do tempo e da marcha do País. O Belo Monte Santo do sertão da Bahia tornou-se um cenário das mais emocionadas refregas, onde homens e mulheres simples, tomados de uma ira santa, enfrentaram armas e Poder, com o pensamento fixo no paraíso.

Poucas vezes no curso da história humana um pedaço do povo sonhou tão alto a utopia da felicidade, da fartura, da salvação, quase como a repetir o gesto audaz do jovem Rei Dom D. Sebastião, que tombou sem vida, no Marrocos, emprestando na sua espada a coragem da luta pela vitória do cristianismo contra os infiéis. Poucas vezes um pedaço do corpo social brasileiro sofreu tanto a adversidade da história, sob o terror dos dominadores. A página de Canudos se insere na história do Brasil como um retrato da tragédia dos fracos, como a saga dos cangaceiros reflete a ousada rebeldia dos sem - terra, constituídos em força ilegal, no desafio provocador ao Poder.

Mortos, com as cabeças decepadas, os homens e as mulheres do Cangaço deram entrada, no panteão da história, como personagens das estórias, cantigas, rezas e fatos que passaram a ser, nas noites solidárias do Nordeste, os assuntos preferenciais do povo. O tempo não injuriou, ainda, Conselheiro, nem trapaceou com Lampeão. Mas, ao contrário, quanto mais passa, mais o tempo deixa um rastro antigo dessas pessoas, na memória social do Brasil. Conselheiro construiu igrejas e cemitérios em cidades e povoados sergipanos e Lampeão andou e morreu em Sergipe, deixando aqui sua filha, Expedita, para sobreviver, constituir família e ser uma lembrança viva do seu tempo.

Fonte: Serigy - A história de um povo

Foto e texto reproduzidos do blog: tribunadapraiaonline.com

Quem foi Professora Núbia Marques?

Foto reproduzida do blog: academialiterariadevida.blogspot.com.br

Quem foi Professora Núbia Marques?

Professora Núbia Nascimento Marques nasceu na cidade de Aracaju em 21.12.1927 e faleceu em 26.08.1999. Cursou o primário no Colégio Menino Jesus, o Ginásio e o Clássico no Colégio Atheneu Sergipense, onde integrou a Arcádia Literária Estudantil. Graduou-se em Serviço Social e era Mestra pela PUC de São Paulo. Ensinou o 1º e o 2º graus, além disso, foi professora da Universidade Federal de Sergipe. Geriu o Departamento de Cultura e Patrimônio Histórico e presidiu a Fundese.
Atuava nos estudos de comunidades, de mulheres trabalhadoras e da igualdade de gênero. Foi exemplo de força através da realização de denúncias e organização de movimentos pela Anistia em Sergipe na época da Ditadura Militar.
Sempre foi independente em suas ações, complementando suas obras com traços modernos e desafiadores. Poeta e romancista, Núbia foi a primeira mulher a fazer parte da Academia Sergipana de Letras. Atualmente permanece entre os grandes destaques da nossa literatura, o que demonstra a atuação da mulher brasileira no campo das letras. Feminista, emprestou toda sua rebeldia as obras, nas quais fica evidente a sua indignação diante das injustiças praticadas na sociedade.
Sempre com um toque de artista, dedicou-se à pintura e ao desenho. Em 1948 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde frequentou a Sociedade Brasileira de Artes Plásticas. Logo após o seu casamento regressou a Sergipe. Foi autora de várias obras, dentre elas: “Dente na Pele”, Berço de Angústias, O Passo de Estefânia, O sonho e a Sina. Para comemorar seus setenta anos de existência e o quadragésimo ano de imersão no universo literário que a transbordava e que a cercava, Núbia lançou em 1997 Caminhos e Atalhos. O livro Do Campo à Metrópole foi lançado postumamente em 1º de setembro com o apoio da empresa G. Barbosa e pela família da autora.

Texto Reproduzido do Blog: abrigonubia.blogspot.com.br

Foto: Marinho Neto

O Crime de Fausto Cardoso


O Crime de Fausto Cardoso (*)
Por Acrísio Torres

Fausto Cardoso era um espírito singular, de extremos. Passava da arrogância desmedida, em provocar lutas, à doçura da clemência, em conceder perdões; do silêncio do gabinete, onde era filósofo, lançava-se ao tumulto da praça pública, onde era revolucionário. Pontificou em vários pontos da ciência. Escreveu obras notáveis. No Cosmos, sonhou com a hegemonia do direito, na Taxeonomia Social, desvendou o âmago da história, em Lei e Arbítrio, pregou a ditadura no próprio seio do congresso nacional. No jornalismo, sua pena foi o estilete dos tiranos. Tomou de “assalto” todas as tribunas, a acadêmica, a judiciária, a dos comícios, a parlamentar, nas quais empolgava, concentrava as atenções, as aclamações, os aplausos. Era o tribuno invejado, invejável.

Foi assim Fausto Cardoso. Filósofo, historiador, jornalista, tribuno, poeta, revolucionário. Raro na sua originalidade. Tocado pelo gênio, tal era o vigor e arrojo de seus vôos, só impedidos mesmo por uma bala de carabina. Esse herói carlyliano, nascido em Divina Pastora, em 1864, estava destinado a sucumbir numa tragédia política que sensibilizou o estado, a nação. Tudo ocorreu em 1906, em 28 de agosto, devido a um conflito de mentalidades políticas.Culminava um grave conflito ideológico, na época. Fausto Cardoso, de um lado, encarnava o pensamento liberal, o espírito revolucionário, e, Olímpio Campos, de outro, o ideal conservador, contra-revolucionário, interessado na ordem estabelecida.

Fausto Cardoso, deputado federal, chefia a revolta progressista, com o apoio da força policial. Guilherme Campos, presidente do estado, irmão de Olímpio Campos, é deposto. Não lhe restava senão pedir a intervenção federal, assegurada no artigo seis da constituição de 1891, a primeira republicana. Rodrigues Alves, presidente da república, autorizado pelo congresso nacional, ordenou ao general Firmino Lopes Rego, comandante do primeiro distrito militar, repor no poder o governo legal. Era 28 de agosto de 1906. Gumercindo Bessa, dos amigos que em vão tentaram demover Fausto Cardoso de reação, foi o último a deixar o palácio do governo. Chorava. Eram lágrimas prenunciadoras da tragédia.

Firmino Lopes, baldadas as tentativas de dissuadir Fausto, ordenou fosse evacuado o palácio do governo. Era soldado, cumpria ordens. Os soldados penetraram o palácio, no momento em que Fausto, sem medo, sem receio, como se sentisse que ia (ou devia?) morrer, gritou da escada: - “Atirem, bandidos!”. Um tiro foi disparado. Era o fim de Fausto. Melpômene triunfava sobre Calíope. Assim morreu Fausto Cardoso. Na verdade, uma morte trágica, ocorrida num lance de aventura, nunca antes ocorrido em Sergipe, que, certamente, nunca mais se repetirá, muito raro mesmo na história política da nação brasileira. Pesado luto caiu sobre Sergipe. Em todo o país, a imprensa lamentou o trágico sucesso. No Rio, A Tribuna dizia que Fausto “foi um organismo permanentemente em ebulição, uma alma de fogo, e o fogo que lavrava nela acabou por devorá-la”.

No império, na república, não há registro de caso de tamanha gravidade. Por isso, não deixa de ser estranho que, na comunicação ao congresso nacional, de que havia sido reposto o presidente de Sergipe, Rodrigues Alves não haja feito a menor referência à morte de Fausto. Dizia apenas “o que de mais ocorreu consta dos documentos anexos”.

(*) Do Livro “Cenas da Vida Sergipana, 2 – Acrísio Torres – SERGIPE/CRIMES POLÍTICOS, I”, Thesaurus Editora, prefácio de Orlando Dantas, páginas 13/14.

- Sobre a referência final, do presidente da república, Rodrigues Alves, o autor recomenda a leitura de “Fausto Cardoso e a Revolução de 1906”, de José Calasans.

Foto e texto reproduzidos do blog: clovisbarbosa.blogspot.com.br

De Clóvis Barbosa.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

domingo, 18 de agosto de 2013

Município de Frei Paulo


Cidade de Frei Paulo/SE.

A cidade Frei Paulo está localizada no sertão sergipano, próxima à cidade de Aracaju. Sua população é estimada em aproximadamente 13 mil habitantes, que estão distribuídos nos quase 400 Km² de extensão. Possui um clima semiárido, estando em uma altitude próxima dos 272 metros.

Esse município sergipano, que já teve o nome de São Paulo, foi uma região muito propícia para o cultivo do algodão e para a criação de gado. O local, que também já foi conhecido como as “matas de Itabaiana”, foi habitado por volta de 1868 pelos freis capuchinhos, entre os quais estava os freis Davi de Umbértice e Paulo Antônio Casanova. Este último foi quem deu o nome de Frei Paulo a cidade, por ter ajudado muito a região, principalmente por fundar o povoado e construir a igreja.

Em 2 de março de 1938, por ter o mesmo nome da cidade de São Paulo, do Sudoeste do Brasil, São Paulo do sertão sergipano ganha o nome de Frei Paulo, em homenagem ao seu fundador. Por algum tempo, os que nasciam na região eram chamados de paulistanos. Depois da mudança de nome surgiram apelidos como ‘São Paulo moleque’ e ‘São Paulo calça curta’, mas oficialmente os nativos passaram a chamar-se frei-paulistanos.

Atualmente, Frei Paulo tem sua economia pautada na agricultura, pecuária e comércio. Para quem visita a cidade pode conhecer as belíssimas praças, a Igreja Matriz, o Povoado Alagadiço, a Toca da Onça, o Museu do Cangaço (Antonio Porfírio) e o túmulo do Cangaceiro Zé Baiano. Esses últimos mostram a forte história do cangaceiro da região.

Fonte: Prefeitura Municipal de Frei Paulo
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Foto e texto reproduzidos do site: sppert.com.br

sábado, 10 de agosto de 2013

Peças do Artesão Véio, no Sítio SóArte, em Nossa Senhora da Glória

Foto: Verônica Almeida.

Peças do Artesão Véio, no Sítio SóArte,
em Nossa Senhora da Glória-SE
Por Jorge Henrique · Nossa Senhora da Glória, SE

Uma visita ao Sítio SóArte, no interior do Estado de Sergipe, é, sem dúvidas, uma experiência inesquecível e singular. O sítio, de propriedade do artesão Cícero Alves dos Santos, o Veio, localiza-se mais precisamente na BR 206, entre os municípios de Nossa Senhora da Glória e Feira Nova, na altura do Km 8.

Já da estrada, o visitante vislumbra um cenário insólito. Esculturas em madeira bruta expostas a céu aberto, dispostas nas laterais do acesso à residência do artesão, como a prepararem um corredor que envolve e acolhe aqueles que cruzam o estranho umbral.

Ao atravessar o caminho, o visitante sente-se como quem observa cenas de um mundo incomum, ao mesmo tempo em que é observado por seres bizarros. Contudo, à medida que o impacto inicial se dissipa, é possível perceber que as esculturas refletem a vida do sertanejo, em suas mais diversas manifestações sócio-culturais, construindo um universo que materializa o imaginário nordestino.

As peças, praticamente em estado bruto, são apenas readaptadas para sua nova existência, re-significadas para integrarem este mundo particular e único. O próprio artista afirma: “A inspiração nasce da visão. Então, numa árvore dessas, eu vejo todo tipo de escultura que eu posso aproveitar. Só de olhar, eu já sei o que eu vou fazer e qual a história de cada peça”.

É neste mundo que o artista vive: “Aqui eu converso com eles. Eles têm vida, têm alegria, têm tristeza. Cada peça dessas é uma pessoa, é um filho, é um irmão, é uma família”.

Com isso, Véio redimensiona o princípio de atemporalidade da arte, uma vez que suas peças não permanecerão para outras épocas. O próprio artista afirma: “Ninguém é eterno. Então aqui morre peça, se acaba peça e nasce peça. Então, enquanto tem uma se deteriorando, se acabando, ficando velhinha, eu vou chegando todos os dias com novas peças para irem substituindo. Não substitui a peça, mas coloca no elenco uma família que morre e que nasce também”.

Assim, suas peças, expostas a sol e chuva, têm vida curta, adoecem, envelhecem e morrem. E este mundo extraordinário só permanecerá existindo enquanto a mão do artista, tal qual uma mão divina, o mantiver em movimento.

Felizmente, há registros que guardarão para a posteridade esta obra magnífica. Um deles é o filme VEIO, de Adelina Pontual, produzido pela REC Produtores Associados e CHÁ Cinematográfico (PE), sob o patrocínio da PETROBRAS. O documentário retrata, de uma forma simples e sutil, todas as nuanças da obra desse artesão magnífico.

Imagem e texto reproduzidos do site: overmundo.com.br

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Antiga casa, já demolida, na Rua Itabaiana, em Aracaju

Antiga casa, já demolida, na Rua Itabaiana, em Aracaju
Por J.R.G.Rocha.
Foto reproduzida do site: ugo.cn/photo/BR

Cartões telefônicos de Sergipe

"Praça da Cathedral"

"Praça do Palácio do Governo"

"Palácio do Governo"

Cartões telefônicos de Sergipe.

Série de cartões telefônicos antigos que retratam algumas cidades do nosso Estado. As peças fazem parte de um projeto que existiu da antiga TELERGIPE - Telefonia de Sergipe cujo objetivo principal era contribuir com a nossa história divulgando paisagens relevantes de uma época que não volta mais. As impressões foram tiradas de cartões postais antigos cedidos pelo historiador Luiz Antonio Barreto e de pinturas em em porcelana da artista Rosa Farias, estes pertencente ao acervo do Memorial de Sergipe.

Foto e texto reproduzidos do Blog:
antiguidadecolecoeseartes.blogspot
De: Waldemar Neto

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Praça da Matriz - 1925, Atual Parque Teófilo Dantas, em Aracaju


Praça da Matriz - 1925.
Atual Parque Teófilo Dantas e Praça Olímpio Campos.

Ao centro estátua do Monsenhor Olímpio Campos. Mais adiante à direita o prédio do antigo Atheneu Sergipense (1870), depois Biblioteca Pública (1914), Diretoria do Tesouro e atualmente Câmara de Vereadores. Ao centro a Praça Almirante Barroso e à esquerda uma praça onde atualmente existe o prédio onde funciona a Procuradoria Geral do Estado. Nesta época, das janelas do Palácio Olímpio Campos, podia-se ver a Catedral.

Foto: Arquivo da Biblioteca Pública Epifânio Dória.

Imagem e texto reproduzidos do Facebook/Fan Page/Aracajuantiga.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Dom José Vicente Távora (1910-1970)


Dom Távora: o bispo dos operários - um homem além do seu tempo resgata, de forma primorosa e bem documentada, a biografia e a atuação pastoral de uma das mais lúcidas e grandiosas figuras do episcopado brasileiro: Dom José Vicente Távora (1910-1970), primeiro arcebispo metropolitano de Aracaju (SE). Dom Távora teve participação ativa em vários momentos da vida nacional junto às autoridades governamentais - sempre em defesa dos pobres, operários, trabalhadores rurais -, com ações concretas que visavam à educação popular e organização dos trabalhadores, com o objetivo de torná-los protagonistas da própria história. Homem de grande capacidade de ação e sensibilidade pastoral, participou do Concílio Vaticano II e da Conferência de Medellín. Com energia profética, empenhou-se na luta pela libertação dos pobres e marginalizados, exercendo o seu ministério episcopal voltado especialmente para os mais humildes e, dentre esses, o homem do campo do nordeste do Brasil. Nesse sentido, estimulou a articulação dos trabalhadores rurais e com eles fundou a Legião do Trabalho, um movimento que organizava os trabalhadores de várias categorias sob a inspiração da Doutrina Social da Igreja. Deu grande impulso ao sindicalismo rural católico, às cooperativas agrícolas, aos Círculos Operários, à Ação Católica, investiu na educação popular por meio do Movimento de Educação de Base (MEB), como experiência de educação à distância, através de escolas radiofônicas, visando à formação dos leigos para gerar mudanças concretas e transformação social. Para Dom Távora, a implantação das escolas radiofônicas era a reação libertária da Igreja à situação excludente em que se encontravam os camponeses e operários, especialmente os nordestinos. Por isso, não era uma simples escola para se aprender a ler e escrever, mas um movimento que visava ao ensino de noções elementares de higiene, agricultura, geografia e história, educação doméstica, esporte, recreação, educação moral, cívica e religiosa, técnicas agrícolas, associativismo e cooperativismo. Era toda uma pedagogia de resgate da dignidade humana, ajudando o trabalhador a sair da indigência para conquistar seu espaço na sociedade. Como o próprio Dom Távora afirmava: libertar milhões da ignorância equivale a uma segunda abolição da escravidão. Junto com Dom Hélder Câmara - de quem se tornara amigo desde o início da vida sacerdotal - se comprometeu com a causa dos pobres e marginalizados e se mantiveram fiéis a esse compromisso até o fim de seus dias. Bispos, sacerdotes, religiosos, agentes de pastoral encontrarão neste livro, no testemunho de Dom Távora, em suas palavras proféticas transcritas nesta obra, um exemplo e um estímulo de vida cristã e de compromisso com a causa dos excluídos e marginalizados da nossa sociedade.

Foto reproduzida do site: visitearacaju.com.br
Texto reproduzido do site: livraria.folha.com.br/catalogo

Dom Távora - O bispo dos operários


Dom Távora - O bispo dos operários
Por Luiz Antônio Barreto

O padre Isaias Nascimento, sergipano de Riachão do Dantas, conhecido em todo o sertão do baixo rio São Francisco pela sua atuação solidária com trabalhadores e populações marginalizadas, sendo um descendente direto da ação da Diocese de Propriá, na quadra de tempo dirigida por Dom José Brandão de Castro e agora retomada por Dom Mário Rino Sivieri, é autor do livro "Dom Távora o bispo dos operários" (São Paulo: Paulinas, 2008), uma correta e justa biografia, que recompõe, para a história política, religiosa e cultural de Sergipe a presença, entre 1957 e 1970, de Dom José Vicente Távora, como bispo e arcebispo de Aracaju.
  
Foi Dom Távora, com sua experiência de Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, quem deu vida à Província Eclesiástica de Sergipe, criada em 1960, que na prática transformou a Diocese de Aracaju em Arquidiocese, e criou duas Dioceses no interior, uma em Estância, confiada a Dom José Bezerra Coutinho (nascido no ceará em 7 de fevereiro de 1910 e falecido em 7 de novembro de 2008, em Fortaleza) e outra em Propriá, que trouxe a Sergipe o redentorista mineiro Dom José Brandão de Castro, também já falecido. Os três bispos, três José, deram à Igreja em Sergipe uma contribuição que ainda não foi devidamente estudada, em toda a sua extensão e grandeza.

Situados em suas Dioceses e responsabilidades, cada bispo com suas virtudes e qualidades no contato com a realidade do povo, cumpriu com fidelidade o papel que a hierarquia do Catolicismo recomendava. Em Aracaju, Dom Távora tinha a imensa responsabilidade de substituir a um bispo que realizou muitas obras importantes, Dom Fernando Gomes dos Santos, que era substituto do venerando Dom José Tomás, que implantou a Diocese, criou o Seminário Sagrado Coração de Jesús e que teve longa e profícua presença entre os sergipanos.

Preparado, experiente, Dom Távora exerceu, com visão de estadista da Igreja, um papel renovador, que o padre Isaias Nascimento destaca, com muita justiça, no seu livro biográfico. Mais do que avanços, Dom Távora deu exemplo de atitudes, gestos que marcaram as relações, muitas vezes tensas, entre o Arcebispo e o Poder sob a tutela militar deste 1964. Digno na sua autoridade, responsável em seu governo, progressista na sua visão do mundo, Dom Távora honrou o clero, resistindo até a morte ao patrulhamento e constrangimentos impostos pelos tempos duros do regime militar.

Dom Coutinho teve um bispado mais tranqüilo, abarcando uma região onde os conflitos de terra eram raros e a distribuição da riqueza era menos concentrada. Dom Brandão, contudo, enfrentou um gueto de miséria, com poucos muito ricos e uma multidão de famintos, que precisam ser assistidos, antes que a adversidade e a injustiça os fizessem debandar do rebanho de Deus. A ação política de Dom Brandão libertou do obscurantismo as populações sanfranciscanas de Sergipe, que passaram a conquistar direitos com os quais sempre sonharam. Acostumado a pregação, nas Santas Missões de Minas Gerais e da Bahia, Dom Brandão fez do jornal da Diocese – A Defesa – porta-voz das comunidades, na luta contra a política dos mesmos chefes e seus prepostos. Tornou membro da Academia Sergipana de Letras e foi, até resignar-se e voltar a Minas Gerais, um sergipanizado com uma folha de serviços notáveis e inesquecíveis.

Padre Isaias Nascimento trata de Dom José Vicente Távora, da sua chegada a Sergipe, como Bispo de Aracaju, sua promoção a Arcebispo, capitulando as ações pastorais que marcaram o arcebispado, em capítulos elucidativos, assim definidos: Dom José Vicente Távora, Bispo de Aracaju, cobrindo 13 anos de intensa atividade, A criação da Província Eclesiástica de Aracaju; A participação de Dom Távora no Concílio Vaticano II; Reações da Igreja contra a fome e a miséria em Sergipe, arrolando uma prática de grande apelo e repercussão social; Dom Távora e a noite escura de 1964; e Abril de 1970, data da morte do eminente prelado, vitimado pelas pressões que rebentaram seu coração doce de homem bom e justo. O livro tem, ainda, informações sobre as Paróquias criadas, os padres ordenados por Dom Távora e, ainda, sua Primeira Mensagem Pastoral.

Padre Isaias Nascimento dá uma lição de como se pode e se deve escrever uma biografia, com seu contexto, dando à historiografia de Sergipe uma contribuição singular, tanto pela justeza e oportunidade de fazer o resgate de uma vida, como se colocar os fatos na ordem seqüencial de suas importâncias, situando um contexto que interessa a todos conhecê-lo. O livro não encerra tudo o que diz respeito a Dom Távora, mas permite um contato significativo das novas gerações com a obra pastoral do Bispo e Arcebispo de Aracaju, que morreu há 38 anos, mas que ficou na memória de todos os do seu tempo, pela lucidez, pela coragem, pelo destemor, pela responsabilidade e pelos serviços que prestou a Sergipe, através do Movimento de Educação de Base - MEB, da Rádio Cultura, do jornal A Cruzada, de obras criadas e mantidas pela Diocese/Arquidiocese, e principalmente pelas lições cívicas que honraram a história eclesiástica sergipana.

Fiel aos fatos, criterioso no uso das fontes, elegante no texto, padre Isaias Nascimento expõe, nas 254 páginas do seu livro, um retrato muito bem feito do seu biografado, adornando-o de tudo aquilo que colheu, nas pesquisas, sobre aqueles tempos difíceis de luta e resistência, no qual aflora com grandeza o vulto de Dom José Vicente Távora, sublinhado com o título de O Bispo dos Operários.

As Dioceses de Estância e Propriá e a Arquidiocese de Aracaju devem espalhar pelas mãos dos católicos de Sergipe, de todas as idades, o livro do padre Isaias Nascimento com a bela biografia de Dom José Vicente Távora.

Fonte: Serigy.
Texto reproduzidos do site: visitearacaju.com.br
Foto reproduzida do site: enciclopedianordeste.com.br