Mostrando postagens com marcador - ARCHIMEDES MARQUES. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador - ARCHIMEDES MARQUES. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Zé do Papel e Lampião - (baseado num fato real)

José Custódio dos Santos, o ZÉ DO PAPEL. 

Legenda da Foto: Aquidabã, década de 30 (Crédito da Foto: Acervo)   


Publicação compartilhada do site RADAR SERGIPE, de 16 de fevereiro de 2022  


Zé do Papel e Lampião - (baseado num fato real) 

Por Archimedes Marques 

Em meados de outubro de 1930 quando o bando de Lampião entrou na cidade de Aquidabã, em Sergipe, o ínfimo contingente policial fugiu às pressas deixando as pessoas totalmente desprotegidas e nas garras dos cangaceiros. Aquele era o retrato da força policial sergipana do então governador Eronides de Carvalho, filho de Antônio Caixeiro, sem dúvidas, dos maiores coiteiros que o famigerado Lampião teve na sua vida bandida por cerca de 20 anos no nordeste brasileiro. 


Jose Custódio de Oliveira, o Zé do Papel, em virtude de ser uma pessoa aparentemente de classe privilegiada, de classe média para rica, um pecuarista e proprietário da Fazenda Pai Joaquim, fora abordado por Lampião e dentro da sua residência na cidade de Aquidabã, além de certa quantidade de dinheiro, fora encontrado dez balas de fuzil em uma cômoda, sendo daí interpelado para contar onde estava a arma, pois pela lógica, havendo munição haveria a consequente arma, oportunidade em que o trêmulo cidadão afirmou ter emprestado o mosquetão para o juiz de direito daquela comarca, Dr. Juarez Figueiredo. 


Tal fato, provavelmente incutiu na mente de Lampião que a arma fora passada ao Juiz, justamente para que ele se defendesse do seu bando, daí, enraivecido com o fato, o chefe do cangaço, irracional e impiedosamente arrastou Zé do Papel ruas acima e em frente a um armazém próximo da praça principal da cidade decepou à golpe de faca a sua orelha, depois do bando ter praticado saques no comércio local e tantos outros crimes de torturas contra pessoas amedrontadas, dentre os quais o assassinato de um débil mental de nome Souza de Manoel do Norte, mais conhecido por Abestalhado, que se fez de corajoso na sua insanidade sacando um pequeno canivete com o qual cortava fumo de corda para fazer seu cigarro de palha e com tal arma teria desafiado os cangaceiros. 


Diante do fato, o sanguinário Zé Baiano partiu em verdadeira fúria contra o pobre do doido ceifando a sua vida a golpes do seu longo e afiadíssimo punhal de 70 centímetros, em luta totalmente desigual de um ínfimo canivete em mãos de um doente mental contra um longo punhal em mãos de um feroz e impiedoso cangaceiro. Não satisfeito com o bárbaro assassinato, Zé Baiano abriu a barriga da pobre vítima para retirar gordura e untar as suas armas de fogo. Tal prática era useira e vezeira quando os cangaceiros eliminavam as suas vítimas e queriam impressionar a população para serem mais respeitados ainda mais do que já eram. 


Consta que Zé do Papel na agonia de sentir o sangue escorrendo pescoço abaixo ainda foi obrigado a beber um litro de cachaça que ao mesmo tempo era usada para estancar o seu ferimento e aliviar a sua dor. Em meio a esse místico de humilhação, crueldade, sangue e cachaça o endiabrado cangaceiro Zé Baiano pegou o roceiro Eduardo Melo e após espancá-lo com o coice do seu fuzil, também cortou a sua orelha seguindo o exemplo do seu chefe. Zé do Papel ainda viveu por muito tempo e viu o cangaço se acabar e seu carrasco morrer. Entretanto, o Eduardo Melo não teve a mesma sorte e faleceu cerca de um mês depois da perversidade sofrida. 


Assim, Aquidabã viveu o maior dia de terror da sua história. Dessa forma, Aquidabã fora vítima das atrocidades dos cangaceiros e, para sempre, pelos seus sucessores moradores, aquele dia será lembrado.  Assim, Aquidabã fora vítima também do próprio Estado que deveria ser o protetor do povo, mas que estava ausente. Ausente pela covardia dos seus policiais que fugiram mato adentro sem esboçarem reação alguma. Ausente pela pouca ou nenhuma vontade política de verdadeiramente se combater o cangaço nas nossas terras. 


Texto e imagens reproduzidos do site: radarsergipe.com.br 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Delegado lança livro sobre Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião

Foto: Internet/ilustração 


Publicado originalmente no site RADAR SERGIPE, em 23 de novembro de 2021 


Delegado lança livro sobre Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião 


O delegado da Polícia Civil de Sergipe e escritor, Archimedes Marques, lançará na próxima sexta-feira, dia 26/11, mais um livro abordando a passagem do cangaceiro Lampião e seu bando, pela região nordestina.

 

A obra, já no seu volume III, procura mostrar as ocorrências e as contradições dentro da historiografia do cangaço, tendo como foco principal fatos ocorridos em Sergipe, palco de atuação de Lampião e seus asseclas, de 1929 a 1938. 


Com mais destaque para a região ribeirinha do Velho Chico, uma área de grande proteção de gente importante e “coiteirismo” que vinha de Propriá até Canindé do São Francisco, o livro aborda a proteção recebida pelo cangaceiro, o que, sem sombras de dúvida, deu uma maior longevidade a esse fenômeno que atingiu em cheio os nossos sertanejos. 


Os fatos narrados são ricos em detalhes baseados em depoimentos de pessoas que viveram naquela época e sentiram na pele o clima hostil provocado por cangaceiros e volantes que perseguiam o bando. 


O lançamento do livro “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”, 3º Volume, será realizado no JFC Trade Center, entrada B – loja 02, localizado na avenida ministro Geraldo Barreto Sobral, 2.100, Bairro Jardins, das 17h às 21h.

 

Texto e imagem reproduzidos do site: radarsergipe.com.br 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Archimedes Marques lança livro sobre Lampião

Segundo volume da obra será lançado no dia 18 de abril 
Imagem: divulgação

Publicado originalmente no site  do Portal Infonet, em 13/04/2018

Archimedes Marques lança livro sobre Lampião

Segundo volume da obra será lançado no dia 18 de abril

Archimedes Marques vai lançar o segundo volume do livro ‘Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe’. O evento acontece no dia 18 de abril, a partir das 18h, na Academia Sergipana de Letras, que fica na rua Pacatuba, nº 288, Centro.

De acordo com o autor, a obra passeia sobre a estada, a passagem, a vida das cangaceiras naqueles inóspitos tempos, suas dores e seus amores nas guerras do cangaço e também após esse tempo para aquelas sobreviventes.

“A história de Carira, seus arruaceiros, seus bandoleiros, seus pistoleiros, os cangaceiros e policiais que por ali atuaram, também é minuciada e melhor estudada com a participação inequívoca de historiadores locais de renome que remontam esse tempo”, conta.

Ainda de acordo com o autor, a cidade de Laranjeiras não poderia ficar de fora, pois além de tudo, há a grande possibilidade de Lampião ali ter pisado, até mais de uma vez, para tratamento do seu olho junto ao médico Dr. Antônio Militão de Bragança. “Nesse sentido a história, a ficção e as suposições se misturam para melhor compreensão do leitor”, completa.

O autor também diz que boas novidades também são apresentadas neste volume, uma com referência ao “desaparecido” Luiz Marinho, cunhado de Lampião, então casado com a sua irmã Virtuosa, outra referente ao casamento de um casal de cangaceiros ainda na constância desse fenômeno ocorrido em Porto da Folha, com a prova documental e, em especial o extraordinário fato novo relacionado a Maria Bonita em Propriá na sua segunda visita àquela cidade para tratamento médico. Fotos inéditas também estão apostas neste volume, que acredito será bem aceito pelos pesquisadores do cangaço.

Com informações do autor do livro

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br