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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Aberta exposição que retrata vida e obra de Araripe Coutinho

 Projeto é de Antônia Amorosa

 Detalhes da trajetória de Araripe Coutinho 

 Marianna Albuquerque, Hélio Aguiar 
e Ana de Cáscia Martins

 Quarto escuro é o primeiro ambiente da exposição

 Exposição recriou ambientes e trouxe diversos 
objetos do acervo pessoal do poeta

Amigos recriaram o nu em manifesto de apoio
 a Araripe Coutinho. Visitantes precisam olhar as
 fechaduras para ver as fotos

Ambiente traz relatos de defesa escritos pelo próprio poeta
Fotos: Portal Infonet

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 30 de janeiro de 2019

Aberta exposição que retrata vida e obra de Araripe Coutinho

A exposição que retrata a vida e obra de Araripe Coutinho, foi lançada nesta quarta-feira, 30, na Sociedade Semear. Até o dia 3 de março, a sociedade sergipana poderá visitar espaços interativos que proporcionarão uma grande retrospectiva acerca dos momentos mais marcantes de um dos poetas mais irreverentes de Sergipe.

A exposição integra uma ampla programação em homenagem ao cinquentenário de Araripe Coutinho. O projeto é de Antonio Amorosa, ocupante da cadeira 33 que tem como patrono o homenageado. A esse projeto, se somaram os arquitetos Ana de Cáscia Martins, Hélio Aguiar e a designer de interiores, Luciana Galvão. Há também a participação especial da arquiteta Marianna Albuquerque, que criou um ambiente para representar a pluralidade do poeta.

“Sou ocupante da cadeira 33 da Academia de Letras e Araripe é meu patrono. Então, quando ele partiu e o pai pediu que eu cuidasse do acervo, senti em meu coração que deveria fazer uma exposição em sua homenagem. Eu não poderia doar ou enviar esse acervo a uma instituição, sem antes homenageá-lo com uma exposição. Então, convidei alguns design de interiores e arquitetos para conhecer o meu projeto, que é de mostrar o poeta, o jornalista, o homem que fazia trabalhos sociais, e toda a sua pluralidade, tudo que ele fazia e que algumas pessoas conheciam e outras não”, detalha Amorosa.

De acordo com a arquiteta Ana de Cáscia Martins, o visitante é surpreendido já no primeiro momento em que chega à exposição. “Quem chega aqui é surpreendido com um quarto escuro, onde recebe lanternas e lê frases que Araripe falava no cotidiano ao encontrar ou receber as pessoas. Em seguida, o visitante entra no ambiente que traz o histórico do poeta, suas obras e datas de publicação, além de um espaço com representação de sua biblioteca, do seu escritório, do piso de sua casa e até da vista da janela”, conta.

Hélio Pereira, que também é arquiteto, conta que o objetivo foi recriar os ambientais nos quais Araripe Coutinho viveu e recebeu familiares e amigos. “Queremos que os visitantes se sintam na casa de Araripe e sintam a alma dele. Araripe era uma pessoa luxuosa, então, nós poderíamos fazer ambientes chiques e sofisticados, mas resolvemos fazer de uma maneira diferente, usando o acervo dele, para que as pessoas se emocionassem e sentissem a alma dele aqui”, comenta.

A exposição conta com diversos ambientes, que retratam as homenagens prestadas a Araripe Coutinho, a tese de doutorado sobre a obra e vida do poeta, o projeto social com as detentas do presídio feminino e o seu último ato público, que protestou contra o alto índice de tráfico de drogas e de assassinato de jovens no bairro Industrial.

Dois desses espaços estão relacionados ao polêmico episódio no qual Araripe Coutinho realizou um ensaio fotográfico seminu no Palácio Olímpio Campos, que na época estava reforma. “Ele escreveu defesas sobre tudo o que aconteceu e a repercussão das fotos no museu. Nós encontramos frases de muita dor e também os recortes de jornais, que ele mesmo guardou. Também trouxemos um manifesto, no qual amigos e pessoas que conviveram com Araripe, reproduziram um nu. Essas fotos estão aqui e em cada um dessas fechaduras, o participante se aproxima e pode visualizar”, detalha.

Visitação

Para ter acesso à exposição, é necessário encaminhar a mensagem “Eu quero visitar a Exposição sobre Araripe” para o email exposicao50@gmail.com. As informações para visitação também podem ser feitas pelo whatsapp 79 998498249 ou +56 9 57938180. Os horários de funcionamento ocorrerão até final de março, de quarta a sábado, das 18h às 21h.

por Verlane Estácio

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Exposição contará vida e obra de Araripe Coutinho

A exposição acontece dia 30 na Sociedade Semear
Foto: Divulgação Gilton Rosas

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 21 de janeiro de 2019 

Exposição contará vida e obra de Araripe Coutinho

No próximo dia 30, a partir das 18h, na Galeria Jenner Augusto, no anexo da Sociedade Semear, o momento esperado para a abertura da Exposição que homenageia um dos poetas mais irreverentes da história cultural de Sergipe – Araripe Coutinho, promete emocionar os visitantes.

Com a curadoria e anteprojeto da acadêmica, Antônia Amorosa, ocupante da cadeira 33 que tem como patrono, o homenageado, a exposição integra ações do seu cinquentenário, tendo a concepção cenográfica desenvolvida pela arquiteta Ana de Cáscia Martins, Hélio Aguiar e a designer de interiores, Luciana Galvão, além da participação especial em um ambiente, da arquiteta, Marianna Albuquerque.

A exposição exalta a história do poeta, jornalista, órfão de mãe viva, cidadão que transitava pelos grandes eventos da Cidade, tendo o mesmo acesso às classes menos favorecidas ou vulneráveis – ao ponto de desenvolver projetos sociais desconhecidos por muitos, além de ter atuado intensamente pela valorização da literatura. Inquieto e inteligente, viveu 45 anos na arte de criar, ousar, escrever, servir aos grandes e pequenos, desafiando os limites pessoais e alheios através dos seus textos ou comentários provocativos. Polêmico, foi amado por uns e odiado por outros, sem passar despercebido.

Segundo a acadêmica e amiga que assina a curadoria, “A arquiteta Ana de Cáscia conhece Araripe há muitos anos, tendo sido frequentadora de sua residência, o mesmo ocorrendo com a designer de interiores, Luciana Galvão. Por conhecerem seu estilo e modo de agir, o envolvimento afetivo delas e a participação de Hélio Aguiar, que trouxe um olhar de quem estava conhecendo com maior profundidade, o homenageado, agregou valor inestimável a este sonho de honrar sua memória através de três talentos que assinam um marco na história das exposições em Sergipe e o mercado da arquitetura e designer de interiores! Esta exposição irá revelar, não apenas o homenageado, mas a sensibilidade de um projeto que se edificou por muitas mãos, alicerçadas no bem, na saudade e, pela arte, manifesta na técnica de Ana de Cáscia, na criatividade de Luciana Galvão, na praticidade de Hélio Aguiar e na sensibilidade de Mariana Cavalcante, esta, convidada especial. ”- disse Amorosa.

Com um espaço que foi dividido em mais de dez ambientes, a exposição destaca aspectos cronológicos, jargões e conceitos que revelam seu estilo, suas ações culturais e sociais, sem esquecer do episódio do museu que foi assunto nacional, por conta de um ensaio fotográfico realizado pelo poeta no Palácio Museu Olímpio Campos. Além disso, objetos do seu acervo e um espaço interativo fazem a tônica expositiva.

O projeto conta, até o momento, com o apoio cultural e/ou de serviços dos profissionais Ana de Cáscia Martins, Hélio Aguiar e Luciana Galvão; da Sociedade Semear, TV Alese, Colégio Purificação, Instituto Banese, Sob Medida, Eldorado Casa da Arte, Casa das Tintas, Serigy Madeiras, DNA Gesso, Casa Nova, Pisolar e Café da Gente, ; dos fotógrafos Gilton Rosas, Aluízio Accioly, Fábio Pamplona, Lúcio Telles, Alexandre Zagatto, Isa Foz e Eduardo Andrade, e dos amigos que somaram desde o lançamento oficial no dia 13/12, data que marca seu aniversário, em especial, a Academia de Letras de Aracaju.

Para ter acesso à exposição que terá monitoramento, é necessário encaminhar a mensagem “Eu quero visitar a Exposição sobre Araripe” para o email exposicao50@gmail.com. As informações para visitação também podem ser feitas pelo whatsapp 79 998498249 ou +56 9 57938180. Os horários de funcionamento ocorrerão até final de março, de quarta a sábado, das 18h às 21h.

Fonte: assessoria de imprensa

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

sábado, 15 de dezembro de 2018

O Araripe Coutinho que convivi

Araripe Coutinho (foto: Lúcio Telles)

Publicado originalmente no site Bacanudo, em 13/12/2018

O Araripe Coutinho que convivi
Por Márcio Lyncoln (Bacanudo)

Lembrar de 'Araripe Coutinho' me faz viajar no tempo e recordar infinitos momentos de variados papos, muitas risadas, discussões fartas sobre os mais diversos assuntos, alguns até apimentados - o que ele tinha predileção -, com direito até a trocas de farpas, porque em muitas situações só ele era o dono da verdade, só ele sabia e exigia que fosse acatado o que ele afirmava, dentro do seu gênio intempestivo e todo próprio de ser, o que gerava também uma certa admiração da personalidade forte que ele mantinha sem a menor chance de pedir permissão para alguma coisa, o que não enxergo como problema algum, desde que saibamos respeitar as individualidades e idiossincrasias de cada um.

Fora isso, existia um lado doce, dedicado, prestativo e debochado, banhado por um senso de humor e crítica inigualável, o que me fazia esquecer até as grosserias e desligamentos de telefones sem a conclusão do papo, quando a vontade sentida era a de entrar pelo aparelho e estrangular a criatura.

Mas, quando menos se esperava, lá estava ele de volta, à procura, falando manso e suave, como se nada houvesse acontecido. E não dava outra, voltava-se tudo ao normal até o próximo coice ou grosseria. Acostumar-se com essas atitudes dele já era de praxe e já faziam parte do embrião que formava e solidificava a amizade. Difícil era sentir raiva dele por um longo período. Logo, logo viria um bom tema a ser a discutido ou uma bela e inspiradora poesia para acalmar os nervos inflados pela ira.

Esse foi o 'Araripe Coutinho' que eu convivi e inclui no núcleo de amigos indispensáveis no dia a dia. Aquele ser birrento como uma criança que quer um brinquedo ou um doce, mas que dentro de algum instante já estava às gargalhadas contando uma façanha, falando de uma nova paquera ou até mesmo criticando algo, alguém ou alguma situação, sem papas na língua presa.

Foi esse mesmo 'Araripe', que amava reuniões em torno da mesa para momentos fartos de comilança, de boa música, de poesia e de conversas jogadas ao vento, que me ensinou a gostar de 'Hilda Hilst', de admirar e entender o lado polêmico, rasteiro, porém inteligente e sagaz de 'Paulo Francis', de ouvir 'Nina Simone'..., de ansiar por um mundo mais justo, vida real, longe das tramas folhetinescas da televisão.

Os anos passam, a saudade cresce e sempre ecoará nos meus ouvidos quando ele se dirigia a mim, nos seus momentos de alegria elevada ao máximo, gritando em alto e bom som: “Estreeeelaaa”. 

A estrela na verdade era e sempre foi ele, habitando hoje uma constelação aparentemente longe daqui. Se hoje, 13 de dezembro, ainda estivesse entre nós, sem dúvida alguma iríamos brindar e gargalhar na comemoração dos seus 50 anos, como 'alguém que sempre esteve aqui'.

Texto e imagens reproduzidos do site: bacanudo.com