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sexta-feira, 7 de julho de 2017

Decreto de 8 de julho de 1820: Emancipação Política de Sergipe



Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 6 de julho de 2017.

Decreto de 8 de julho de 1820: Emancipação Política de Sergipe. 

A Carta Régia que desanexou da Capitania da Bahia o território de Sergipe, emancipando-o politicamente, no dia 8 de julho de 1820, é, ainda, uma referência, um marco, para a compreensão da história. Por mais que os episódios gerados pela decisão de Dom João VI ainda careçam de melhor interpretação, o 8 de julho de 1820 tem sido convertido no símbolo da liberdade, da independência, da autonomia econômica, da construção da sociedade sergipana.

Leia a carta régia na íntegra:

“Decreto – de 8 de Julho de 1820.

Isenta a Capitania de Sergipe da sujeição ao Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente.

Convido muito ao bom regimen deste Reino do Brasil, e a prosperidade a que me proponho elevá-lo, que a Capitania de Sergipe de El Rei tenha um Governo independente do da Capitania da Bahia.

Hei por bem isentala absolutamente da sugeição em que até agora tem estado do Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente para que o Governador della a governe na forma praticada nas mais Capitanias independentes, communicando-se directamente com as Secretarias de Estado competentes, e podendo conceder sesmarias na forma das Minhas Reaes Ordens.

Thomas Antonio de Villanova Portugal, Ministro e Secretario de Estado dos Negócios do Reino, o tenha assim entendido, e faça executar com as participações convenientes às diversas estações.

Palácio do Rio de Janeiro e 8 de julho de 1820.

(Com a rubrica de S.M.)”

Decreto transcrito por Luíz Antônio Barreto – jornalista e historiador.

Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

terça-feira, 9 de maio de 2017

O dia 13 de Julho e a História de Sergipe


Publicado originalmente no Portal Infonet, em 13/07/2012.

O dia 13 de Julho e a História de Sergipe.

Confira o artigo de Andreza Maynard, Doutoranda em História.

Há 88 anos Sergipe viveu um dos capítulos mais emocionantes de sua História. O fato pouco conhecido pela população em geral foi a revolta de 13 de julho de 1924. O tumulto começou ainda de madrugada no quartel do Exército, que à época estava localizado na Praça 24 de Outubro, atual General Valadão. De lá o capitão Eurípedes Esteves de Lima, e os tenentes Augusto Maynard Gomes, João Soarino de Mello e Manoel Messias de Mendonça ordenaram a ocupação de prédios públicos e a prisão das autoridades que discordavam do levante, a exemplo do comandante do 28º BC, major Jacintho Dias Ribeiro, e do governador Maurício Graccho Cardoso.

171 civis se alistaram no dia 13 de julho, afirmando quererem lutar ao lado dos rebeldes. Mas a movimentação de tropas pelas ruas e a construção de trincheiras nas praias deixaram alguns aracajuanos receosos ao ponto de fecharam suas casas e irem para o interior, facilitando a vida dos ladrões que arrombavam residências e estabelecimentos comerciais. Até mesmo a Catedral foi invadida, mas nada foi levado. Comentava-se à época que os ladrões não haviam encontrado nada que lhes agradasse.

Os militares rebeldes enviaram tropas para São Cristovão, Itaporanga, Rosário do Catete e Carmópolis. Depois disso a população começou a retornar para Aracaju. A movimentação das tropas legalistas comandadas pelo general Marçal Nonato de Faria inquietava os líderes da revolta em Sergipe e alarmava os moradores das cidades por onde passavam.

Por fim os rebeldes viram-se num redil. Tropas enviadas pelo Governo Federal avançavam pelo norte e sul do estado. E o contratorpedeiro Alagoas posicionava-se a oeste, de frente para Aracaju. Sem comunicação, cercados por todos os lados e contando com o desafeto dos coronéis do interior, os líderes da revolta fugiram e os praças ficaram atônitos, facilitando o avanço das tropas legalistas. A população se dividia entre os que estavam aliviados pelo retorno à normalidade e os que lamentavam a perda de uma oportunidade de mudança generalizada na política nacional e local.

A Revolta de 13 de Julho chegou ao fim no dia 2 de Agosto de 1924. Graças às suas convicções os quatro oficiais foram presos e amargaram alguns anos no cárcere, sendo anistiados por Getúlio Vargas em novembro de 1930. Eurípedes, Maynard, Soarino e Manoel Messias afirmaram lutar em defesa de uma República livre de corrupção. Muitos brasileiros continuam perseguindo esse ideal, mas os tempos são outros, bem como a arma utilizada nessa batalha.

Andreza Maynard é Doutoranda em História UNESP/Bolsista CAPES e integrante do GET/UFS/CNPq. O artigo integra as colaborações feitas à coluna do Grupo de Estudos do Tempo Presente.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/educacao

domingo, 26 de março de 2017

História de Sergipe

Ponte de desembarque dos navios, em 1906.
Foto reproduzida do site ibamendes.com
Postada por MTéSERGIPE, para ilustrar artigo.

História de Sergipe.
Por Tiago Ferreira da Silva.

Localizado entre o Rio São Francisco e o Rio Real, o território sergipano foi visitado inicialmente pela guarda-costeira portuguesa de Gaspar de Lemos, em 1501. Mas foram os franceses que travaram contatos pacíficos com os indígenas e começaram a realizar as primeiras atividades de escambo, importando da região pau-brasil, pimenta e algodão.

Com o sistema de Capitanias Hereditárias imposto pelo rei D. João III em 1534, o território de Sergipe passou a fazer parte da Capitania da Bahia de Todos os Santos, que foi doada a Francisco Pereira Coutinho.

Antes dos portugueses descobrirem a riqueza do local, piratas franceses contrabandeavam a baixo custo os recursos naturais da região, como pau-brasil. Em 1575, os primeiros passos da colonização lusitana foram dados com o envio dos jesuítas Gaspar Lourenço e João Salônio, que fundaram as igrejas de São Tomé, São Inácio e de São Paulo, na tentativa de catequizar os índios.

Devido à resistência indígena de sucumbir aos ensinamentos católicos, a realeza enviou soldados que começaram a violentá-los cruelmente, chegando a raptar mulheres e crianças e saquear as aldeias.

As tribos conseguiram expulsar os invasores, mas depois foram massacradas pelos portugueses, que queriam escravizá-los a qualquer custo. Em 1590, o capitão Cristóvão de Barros conquistou a região após um longo período de guerras e fundou o Arraial de São Cristóvão, a qual nomeou de Sergipe Del Rey.

No século XVII, a província se desenvolveu com a criação de gado e a produção de cana-de-açúcar, contratando mão-de-obra escrava da África. Sergipe ainda passava por um impasse territorial com a resistência indígena às imposições da Coroa e o conflito contra os franceses, que só foram definitivamente expulsos em 1601.

Com a Invasão Holandesa, em 1637, Sergipe foi praticamente posto a ruínas. Houve incêndios, destruição de lavouras, roubos e maus tratos com gados, abalando drasticamente a economia da província. Os holandeses queriam atacar a cidade de Salvador e se estabeleceram no território de Sergipe em busca de uma estratégia para a investida.

Em 1696, finalmente Sergipe conquistaria a independência, mas por muito pouco tempo. Separada da Capitania da Bahia, foram fundadas as vilas de Itabaiana, Lagarto, Santa Luzia, Vila Nova do São Francisco e Santo Amaro das Brotas. Entretanto, com o desenvolvimento da província, a Bahia reivindicou a autonomia de Sergipe, o que causou inúmeros conflitos.

Somente em 1820 o rei D. João VI assinou um decreto que isolou Sergipe da Bahia. O brigadeiro Carlos César Burlamárqui foi nomeado o primeiro governador do estado. Apesar dos conflitos com os baianos continuarem, a independência do Brasil em 1822 deu a condição de estado independente ao Sergipe e, a partir de então, iniciou-se um longo processo de desenvolvimento com a produção e exportação de cana-de-açúcar e criação de gado. Em 1855, a capital sergipana foi transferida para o povoado de Santo Antônio de Aracaju, considerada uma das primeiras cidades planejadas do Brasil com suas ruas direcionadas às margens do Rio Sergipe.

Sergipe também foi palco de diversos movimentos republicanos e abolicionistas. Estas insurgências tomaram força na cidade de Laranjeiras, onde foi enforcado um dos líderes quilombolas João Mulungu no século XIX.

A capital Aracaju se tornou um importante centro do movimento republicano, principalmente com a disseminação das ideias liberais do jornal O Laranjense.

A primeira Constituição sergipana foi promulgada em 1892, tornando-o um dos Estados da Federação Brasileira. O nome Sergipe é de origem tupi, que significa “rio dos siris”.

Localizado na região Nordeste, Sergipe é o menor estado do país e tem uma população estimada de 2,01 milhões de habitantes.

Fontes:
http://www.wagnerlemos.com.br/apostilahistoriadesergipe.pdf
http://sergipeeducacaoecultura.blogspot.com/2007/10/histria-de-sergipe.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sergipe

Texto reproduzido do site: infoescola.com/historia

sábado, 9 de abril de 2016

História de Sergipe


História de Sergipe.

Por Jonildo Bacelar.

No início do século 16, o território do atual Estado de Sergipe era habitado principalmente por tribos tupinambás. Existiam também os natus, aramurus, kiriris, karapatós, boimés e xocós. Nessa época, navios piratas franceses negociavam com os índios a exploração de pau brasil.

Esse território fazia parte da Capitania da Bahia, doada em 1534 a Francisco Pereira Coutinho, mas esse donatário não explorou a região. Em 1548, A Capitania foi adquirida pela Coroa para a fundação da capital do Brasil, a Cidade do Salvador. Por volta de 1551, uma vasta área, que incluía Sergipe, foi doada, em regime de sesmaria, para Garcia d'Ávila. Esse território era de natureza exuberante, com muito pau brasil.

De 1575 a 1590, houve um período de conflitos entre índios e portugueses, que tentavam colonizar a região entre a bacia do Rio Real e o Rio São Francisco, atual Sergipe.

Em fevereiro de 1575, o Padre Inácio de Toloza, governador da província da Companhia de Jesus, na Bahia, enviou os padres Gaspar Lourenço e João Salônio para fundar missões jesuíticas em Sergipe, sob a supervisão de Garcia d'Ávila, que tinha a concessão das terras. O governador Luiz de Brito e Almeida, enviou também um capitão com alguns colonos. A carta do padre Inácio de Toloza, de 7 de setembro de 1575, descreve muito dos conflitos desse empreendimento.

As missões foram um pedido dos próprios índios, que enviaram a Salvador emissários de várias aldeias da região banhada pelo Rio Real, conforme relatou Toloza, em sua carta. Foi criada a missão de São Thomé (no atual município de Santa Luzia do Itanhy), a de Santo Ignácio (na margem direita do rio Vasa Barris, no atual município de Itaporanga) e a de São Paulo (no litoral).

Entretanto, conflitos entre os colonos portugueses e os índios das missões de Sergipe provocaram uma guerra a partir de dezembro de 1575, com intervenção militar do governador Luiz de Brito.

Em 1589, partindo de Salvador, Cristóvão de Barros (veja quadro abaixo) comandou as tropas portuguesas, contra os índios.

Em 1590, durante a União Ibérica, Cristóvão de Barros, fundou Cidade de São Cristóvão de Sergipe d'El Rey* e estabeleceu a Capitania de Sergipe d'El Rey. A colonização da área era importante para evitar a pirataria francesa. Desenvolveu-se, então, a criação de gado e engenhos de cana de açúcar, como o de Santa Luzia, de 1592. Por volta de 1607, São Cristovão foi transferida para a margem do Rio Paramopama, afluente do Vaza Barris, por questões estratégicas.

De 1637 a 1645, Sergipe foi dominado pelos holandeses. Eles tomaram a Cidade de São Cristóvão, em 1637, e os portugueses a incendiaram no ano seguinte, segundo Jaboatão.

No final do século 17, a Capitania de Sergipe foi anexada à Bahia. Em 16 de fevereiro de 1696, foi criada a Ouvidoria de Sergipe, com sede em São Cristóvão. Sergipe passa a ser uma comarca subordinada à Bahia. Por essa época, foram criadas as vilas de Itabaiana, Lagarto, Santa Luzia e Santo Amaro das Brotas.

Em 1759, os jesuítas são expulsos do Brasil e os bens da Companhia são sequestrados pela Coroa.

Em meados do século 18, as capitanias da Bahia (incluindo Sergipe), Ilhéus e Porto Seguro foram unidas em uma única: a Bahia.

Em 8 de julho de 1820, um decreto real devolveu a autonomia da Capitania de Sergipe. O primeiro governador, o brigadeiro Carlos César Burlamaque, tomou posse em 20 de fevereiro de 1821, mas foi deposto pouco tempo depois por tropas baianas leais a Portugal.

Nessa época, os brasileiros entravam na maturidade dos movimentos pela Independência do Brasil, iniciados no final do século 18. Na Bahia, os conflitos começaram dez dias antes da posse do governador de Sergipe e seguiam no embalo da Revolução de 1817, em Pernambuco, que teve a participação de vários baianos, incluindo o jornalista, médico e filósofo Cypriano Barata, um dos mentores dos movimentos revolucionários no Nordeste.

Após a Independência do Brasil, Sergipe tornou-se província do Império, com capital em São Cristóvão.

Em 17 de março de 1855, a capital de Sergipe foi transferida para Aracaju, uma nova cidade construída, próxima do litoral, com infraestrutura adequada para acompanhar o desenvolvimento da região, incluindo um porto na margem direita do Rio Sergipe, principalmente para o escoamento da produção de açúcar. Foi a terceira capital no Brasil construída com arquitetura urbana planejada, depois de Salvador e Terezina.

No século 19, a produção de açúcar, algodão e a criação de gado eram as principais atividades econômicas da Província.

Com a República, Sergipe passou à condição de Estado.

Em 1938, o lendário cangaceiro Lampião, sua companheira Maria Bonita e mais nove membros de seu bando foram finalmente capturados e mortos na Gruta de Angicos, no município de Poço Redondo.

Ao longo da História, a grafia de Sergipe variou, como Sirigipe (século 17), Seregippe (século 18), Cirgipe, Sergippe e outras grafias.

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Igreja de Nossa Senhora da Vitória, em São Cristovão, fundada no início do século 17.
Fotografia dos anos 1960, acervo Iphan.

Texto e imagem reproduzidos do site: brasil-turismo.com

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Resenha do Livro "História de Sergipe" de Felisbelo Freire

Resenha do Livro "História de Sergipe" de Felisbelo Freire.

FREIRE, Felisbelo Firmo de Oliveira. História de Sergipe.
Projeto Digitalizando a História, Aracaju – Sergipe, 2009.

Felisbelo Freire nasceu em Itaporanga d’Ajuda no dia 30 de janeiro de 1858, foi um militante republicano na Província Sergipana, foi nomeado como o primeiro governador republicano de Sergipe, formado em medicina e membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e Patrono da Academia Sergipano de Letras, escreveu vários livros e um deles é História de Sergipe, onde ele expressa o seu objetivo de tornar a história de Sergipe visível ao Brasil e ao mundo, isto é facilmente percebido quando ele diz que quer “tornar Sergipe conhecida no Brasil e no Estrangeiro”(p.3), assim o autor toma para se a missão de resgatar a história sergipana.

A História de Sergipe de Freire é a primeira tentativa de interpretar cientificamente a História do estado, ele inaugurou a historiografia no estado. Com um pensamento ligado ao evolucionismo, que era a visão que prevalecia na época, sua obra tinha em anexo diversas cartas de sesmarias e utiliza outros documentos inéditos, na construção de sua obra, F. Freire faz uma síntese da evolução de Sergipe de 1575, com as primeiras incursões jesuítas de Gaspar Lourenço e João Solônio a 1855 que é o período da transferência da Capital de São Cristóvão para Aracaju.

Este livro que é um marco na Historiografia Sergipana com apenas 336 paginas é ordenado em quatro partes. Na primeira parte que é a “Introdução”, Felisbelo Freire primeiramente descreve seu referencial teórico, que é ligado ao evolucionismo, ele ainda fala sobre os nativos. ”Época da Formação (1575-1696)” inicialmente ele fala da descoberta e conquista de Sergipe por Cristóvão de Barros e em seguida sobre a colonização de Sergipe, sobre as primeiras explorações mineiras, a invasão holandesa, as lutas travadas em Sergipe o por fim o fim do domínio holandês e o novo domínio português. Na terceira parte do livro ” Expansão colonial (1696 -1822)” o autor relata Sergipe na condição de Comarca da Bahia, fala sobre a expulsão dos jesuítas 1575, a abolição da escravidão indígena, a influencia da Revolução Pernambucana em Sergipe e por fim relata o juramento a Constituição e a aclamação da Independência. Na última parte “Política Imperial (1822-1855)” esta voltada para os eventos políticos, o primeiro presidente da província, o governo da Regência, a transferência da capital para Aracaju e por fim é abordado as questões do estabelecimento dos limites do território sergipano, com a Bahia e Alagoas.

Como declara o autor sua obra esta moldada na ciência histórica evolucionista de sua época, podemos perceber isto quando ele diz que “nessa marcha evolutiva em que um povo coloca-se para progredir e prosperar, temos de apreciar a ação dos fatores internos e externos”. E a história não será mais do que a síntese, o conjunto de leis desse evolucionismo.”(p.31). O principal foco de sua construção historiográfica são os governantes e seus feitos, sendo assim uma historia dos grandes homens, nesta obra ainda pode-se encontrar um pouco sobre “economia, educação, demografia e sociedade”( Defensores do Patrimônio Cultural Sergipano).

O autor de “História de Sergipe” fomentava que sua obra fizesse com que Sergipe se tornasse conhecido do país e do mundo, com isso ele almejava construir nos sergipanos uma identidade, pois antes de sua obra havia apenas memorias e relatos e não uma construção historiográfica, tornando assim todos os sergipanos unidos em torno de uma história comum. Segundo Freire seus recursos não permitiram que ele fizesse uma obra melhor, ele deixa bem claro que tem consciência que sua obra tem defeitos quando diz no prefacio, “sendo o primeiro trabalho no gênero, contra o que antolharam-se dificuldades de toda ordem, não podia sair isento de defeitos” (pag. 4).

Outra coisa muito importante também descrita no prefacio da obra é quando o autor revela um dos objetivos da sua obra, que é contribuir na construção da história Sergipana através de auxilio de outros historiadores na construção historiográfica do estado, este objetivo é facilmente detectado quando dele diz: “Será para mim motivo de contentamento, se ele fornecer algum auxílio a quem, com mais competência de que eu queira escrever a História de Sergipe” (pag. 4).

Este autor coloca a religião como principal empecilho para o progresso, portanto a religião seria a vilã da história sergipana, com isso ele acaba por colocar suas paixões pessoais na construção historiográfica, pois ele acaba se colocando como juiz, aprovando ou não as atitudes dos agentes históricos, o mais interessante é que ele deplorava os outros autores que colocavam suas paixões em suas obras, mas ele acabou por também colar, não sendo assim neutro em sua construção historiográfica. Além disso Freire se contradiz com sua teoria e pratica, pois ele teoricamente pretendia uma historia que não colocava os grandes como foco, mas acaba por focar os administradores em sua obra, afastando-se assim das ideias de Capistrano de Abre e Euclides da Cunha.

Sem duvidas esta obra foi um marco na construção historiográfica de Sergipe, como diz Sousa, Felisbelo Freire é considerado “o pai da Historiografia de Sergipe” (SOUSA 2013, p. 29), com documentos valiosos e um emaranhado de pistas de pesquisa, esta foi a primeira tentativa de construção cientifica da história do estado e sem duvidas um livro que deve ser lido por todos e principalmente pelos sergipanos, para que possam assim conhecer melhor o estado , construindo assim sua identidade, sua sergipanidade, sem duvidas este livro é um leque de pistas e fatos que ajudaria muitos historiados que pretendessem escrever sobre a História de Sergipe.

Referências:
SOUSA, Antônio Lindvaldo. História e Historiografia Sergipana. CESAD. Universidade federal de Sergipe, São Cristóvão/SE, 2013.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Felisbelo_Firmo_de_Oliveira_Freire.
Centenário de uma história inaugural. Defensores do Patrimônio Cultural Sergipano.
http://dpcs-ufs.blogspot.com.br/2011_03_01_archive.html, ultima visualização no dia 24 de maio de 2013.

Texto reproduzido do site: romarioandradeacademicohistoria.blogspot
Foto reproduzida do site:  (Acervo do IHGSE, I-722).
Reproduzida do blog thiagofragata.blogspot

domingo, 24 de novembro de 2013

Aracaju nas primeiras décadas do Século XX.

Aracaju nas primeiras décadas do Século XX.
Fonte: Arquivo Público do Estado de Sergipe.

Por de trás do discurso modernizador: Aracaju nas primeiras décadas do Século XX.

Com a intensificação do processo de migração para Aracaju no século XX, a maioria dessas famílias constituídas por pessoas pobres, deu-se a ocupação das áreas mais longínquas do centro, da região conhecida como quadrado de Pirro. A partir desse processo migratório a polução pobre de Aracaju passou a ocupar a zona norte, formada pelo Bairro Industrial no qual se localizavam as duas fábricas de tecidos, e a zona noroeste, mais precisamente no bairro Santo Antônio.

O crescimento irregular da capital sergipana do norte para o sul, foi propício a criação de espaços vazios, favorecendo a especulação imobiliária que encareceu o preço dos aluguéis e desses lotes mais próximos ao centro.

Esse crescimento horizontal preocupou os que defendiam o projeto modernizador, pois viram a necessidade de adequar esses bairros ascendentes dentro de um projeto que garantisse a modernidade da capital, a fim de enquadrá-los em um conjunto de normas higienizadoras de urbanização. Nessa época o Aribé também passou a ser ocupado pelas famílias pobres, algumas tiveram suas casas derrubadas devido a instalação da linha férrea.

A integração dessa área pobre ao quadrado de Pirro visava enquadrar essa população dentro de uma ordem estabelecida pela elite, período formado por um contingente de trabalhadores livres despossuídos de bens, vindos em sua esmagadora maioria das áreas rurais. Aracaju era vista como uma oportunidade de emprego.

Com oferta de mão-de-obra em abundância os donos das fábricas, buscaram fundar vilas operárias a fim de manter um maior controle sobre os operários. A situação dos operários sergipanos nas primárias décadas do século XX não eram nada agradáveis, conviviam com os baixos salários, péssimas condições de saúde, uma alimentação precária além de ter que percorrer um difícil trajeto até as fábricas, obrigando-o a sair bem cedo de casa.

Referência Bibliográfica:

SOUSA, Antônio Lindvaldo. “Parte do outro lado da modernização...”: Aracaju e os homens pobres nas primeiras décadas do século XX. Temas de História de Sergipe II. São Cristóvão: UFS, CESAD, 2010.
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Foto e texto reproduzidos do site: textosergipe2.blogspot

sábado, 2 de novembro de 2013

História de Sergipe


História de Sergipe
Por Tiago Ferreira da Silva.

Localizado entre o Rio São Francisco e o Rio Real, o território sergipano foi visitado inicialmente pela guarda-costeira portuguesa de Gaspar de Lemos, em 1501. Mas foram os franceses que travaram contatos pacíficos com os indígenas e começaram a realizar as primeiras atividades de escambo, importando da região pau-brasil, pimenta e algodão.

Com o sistema de Capitanias Hereditárias imposto pelo rei D. João III em 1534, o território de Sergipe passou a fazer parte da Capitania da Bahia de Todos os Santos, que foi doada a Francisco Pereira Coutinho.

Antes dos portugueses descobrirem a riqueza do local, piratas franceses contrabandeavam a baixo custo os recursos naturais da região, como pau-brasil. Em 1575, os primeiros passos da colonização lusitana foram dados com o envio dos jesuítas Gaspar Lourenço e João Salônio, que fundaram as igrejas de São Tomé, São Inácio e de São Paulo, na tentativa de catequizar os índios.

Devido à resistência indígena de sucumbir aos ensinamentos católicos, a realeza enviou soldados que começaram a violentá-los cruelmente, chegando a raptar mulheres e crianças e saquear as aldeias.

As tribos conseguiram expulsar os invasores, mas depois foram massacradas pelos portugueses, que queriam escravizá-los a qualquer custo. Em 1590, o capitão Cristóvão de Barros conquistou a região após um longo período de guerras e fundou o Arraial de São Cristóvão, a qual nomeou de Sergipe Del Rey.

No século XVII, a província se desenvolveu com a criação de gado e a produção de cana-de-açúcar, contratando mão-de-obra escrava da África. Sergipe ainda passava por um impasse territorial com a resistência indígena às imposições da Coroa e o conflito contra os franceses, que só foram definitivamente expulsos em 1601.

Com a Invasão Holandesa, em 1637, Sergipe foi praticamente posto a ruínas. Houve incêndios, destruição de lavouras, roubos e maus tratos com gados, abalando drasticamente a economia da província. Os holandeses queriam atacar a cidade de Salvador e se estabeleceram no território de Sergipe em busca de uma estratégia para a investida.

Em 1696, finalmente Sergipe conquistaria a independência, mas por muito pouco tempo. Separada da Capitania da Bahia, foram fundadas as vilas de Itabaiana, Lagarto, Santa Luzia, Vila Nova do São Francisco e Santo Amaro das Brotas. Entretanto, com o desenvolvimento da província, a Bahia reivindicou a autonomia de Sergipe, o que causou inúmeros conflitos.

Somente em 1820 o rei D. João VI assinou um decreto que isolou Sergipe da Bahia. O brigadeiro Carlos César Burlamárqui foi nomeado o primeiro governador do estado. Apesar dos conflitos com os baianos continuarem, a independência do Brasil em 1822 deu a condição de estado independente ao Sergipe e, a partir de então, iniciou-se um longo processo de desenvolvimento com a produção e exportação de cana-de-açúcar e criação de gado. Em 1855, a capital sergipana foi transferida para o povoado de Santo Antônio de Aracaju, considerada uma das primeiras cidades planejadas do Brasil com suas ruas direcionadas às margens do Rio Sergipe.

Sergipe também foi palco de diversos movimentos republicanos e abolicionistas. Estas insurgências tomaram força na cidade de Laranjeiras, onde foi enforcado um dos líderes quilombolas João Mulungu no século XIX.

A capital Aracaju se tornou um importante centro do movimento republicano, principalmente com a disseminação das ideias liberais do jornal O Laranjense.
A primeira Constituição sergipana foi promulgada em 1892, tornando-o um dos Estados da Federação Brasileira. O nome Sergipe é de origem tupi, que significa “rio dos siris”.

Localizado na região Nordeste, Sergipe é o menor estado do país e tem uma população estimada de 2,01 milhões de habitantes.

Fontes:
http://www.wagnerlemos.com.br/apostilahistoriadesergipe.pdf
http://sergipeeducacaoecultura.blogspot.com/2007/10/histria-de-sergipe.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sergipe

Texto reproduzido do site: sergipehoje.com.br/historia-de-sergipe
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Primeiro Mapa da História de Sergipe
[View full size].
Reproduzido do site: bahia.ws/sergipe