Terça-feira de Carnaval. 4 de março de 1930. Em um jardim
perfumado nascia GICÉLIA MENDONÇA DE ARAUJO fruto do amor entre Benilde Vieira
de Araujo e Emérita Mendonça de Araujo. Foi menina peralta, todavia inteligente,
aplicada, estudiosa. Foi uma filha muito querida, cercada de mimos e atenções.
Tornou-se moça mui bela, culta, de alma musical demonstrada no dedilhar das
teclas do seu piano. Amiga sincera, mulher,mãe, avó e bisavó. Em 9 de dezembro
de 1949 casou-se com Antonio Torres Junior, quando adotou o nome GICÉLIA DE
ARAUJO TORRES. Adulta, galgou os degraus da vida com muito trabalho, suor,
determinação, sabedoria, honradez, humildade, e sobretudo amor. Nas horas mais
difíceis vividas pela família, jamais arrefeceu diante dos entraves, e tudo
entregava à vontade e direção de Deus, em quem sempre confiou. Permitia-se em
todas as ocasiões a deixar escapar dos lábios o seu sorriso personalíssimo,
como ela mesma dizia.Graduada em Contabilidade, atuou no setor contábil da
Refinaria Jaspe, cujo proprietário era o seu pai. Licenciada em Língua
Francesa, lecionou no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, Colégio Estadual Camilo
Castelo Branco e Colégio Estadual Presidente Costa e Silva. Foi Diretora da
Associação Cultural Franco-Brasileira, popularmente conhecida como Aliança
Francesa, enquanto Professora de francês. Trabalhou no Arquivo Público de
Aracaju. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal de
Sergipe no ano de 1972. Juíza de Direito, atuou nas Comarcas de Neópolis,
Propriá, Japaratuba, São Cristóvão, Estância e na Terceira Vara de Assistência
Judiciária de Aracaju.Juíza dedicada e proba, gozava de elevado conceito nas
sua Comarcas, tendo sido homenageada pelo Tribunal de Justiça de Sergipe e
Governo Municipal de Salgado ao emprestar o seu nome ao Fórum da localidade.
Deixou grandes marcas de seu caráter e personalidade nas comunidades onde
exerceu a Magistratura, honrando o Judiciário do Estado de Sergipe e a justiça.
Hoje, 4 de março de 2015, completaria 85 anos de vida, se vida ainda tivesse.
Tornou-se saudade no coração dos amigos sinceros, e nos deixou um legado de
dignidade, valentia, generosidade e solidariedade. Seus filhos, genro, netos e
bisnetos são muito gratos pelo seu exemplo e ensinamentos.
Texto escrito pelo seu filho Angelo e genro Gil Ramalho