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sexta-feira, 9 de julho de 2021

Sergipe festeja 201 anos de independência da Bahia


Legenda da foto 1 > São Cristóvão, com suas igrejas históricas, foi a primeira capital de Sergipe

Legenda de foto 2 > A cópia do decreto de Emancipação Política de Sergipe, datado de 1820, encontra-se no Palácio Museu Olímpio Campos, em Aracaju 

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 8 de julho de 2021

Sergipe festeja 201 anos de independência da Bahia

Há 201 anos, no dia 8 de julho de 1820, os sergipanos receberam do Rei Dom João VI, a Carta Régia decretando a emancipação política de Sergipe do Estado da Bahia. A independência do território sergipano foi marcada por intensas lutas políticas. A historiadora e professora da Universidade Federal de Sergipe, Terezinha Alves de Oliva, relata que o tema da emancipação de Sergipe ainda é um desafio para os estudiosos. Ela conta que, em seus estudos, Felisbelo Freire descreve que alçar Sergipe a uma capitania independente foi a maneira que o Rei D. João VI encontrou para compensar a participação dos sergipanos na vitória da Corte Portuguesa sobre a Revolução Pernambucana de 1817.

O território sergipano foi conquistado em 1590 por Cristóvão de Barros. Desde então, Sergipe ficou sob a tutela da Bahia. “Durante mais de dois séculos, Sergipe foi capitania subalterna, dedicada a abastecer a capital baiana através da sua produção agropecuária, recebendo dela as autoridades, as famílias dominantes, os encargos e os produtos do seu comércio”, expõe a historiadora.

Ainda de acordo com Terezinha Oliva, somente no século XVIII a economia de Sergipe conquistou uma nova estatura com o crescimento da atividade açucareira, tornando-se visível a movimentação das exportações sergipanas pelos portos baianos.

Nas primeiras décadas do século XIX, a capitania contava com mais de duas centenas de engenhos a estabelecer relações com o comércio da Bahia, com os capitalistas que financiavam a produção e controlavam o comércio de açúcar que abasteciam o comércio de escravos e de todos os bens demandados pela sociedade açucareira.

Contestação

Com o retorno do rei a Portugal, as medidas tomadas por Dom João para emancipar Sergipe foram contestadas. Apesar da nomeação do Brigadeiro Carlos César Burlamaqui como governador de Sergipe ter ocorrido em 25 de julho de 1820, ele somente tomou posse em 20 de fevereiro de 1821. Ocorrida em São Cristóvão, a posse se deu em clima conturbado pela chegada de cartas da Bahia que determinavam que ela não se realizasse.

Apesar dos protestos baianos, a posse ocorreu em fidelidade ao Rei Dom João VI. No entanto, no dia 18 de março do mesmo ano, o governador foi deposto do cargo por uma força armada a mando da Bahia, reforçada pelo apoio da Legião de Santa Luzia, comandada pelo senhor de engenho Guilherme José Nabuco de Araújo. Carlos Burlamaqui foi conduzido preso para Salvador.

Com este episódio, frustrou-se, temporariamente, a emancipação política de Sergipe. Se por um lado os senhores de engenho não queriam a independência, por outro, líderes do agreste e do sertão, criadores de gado como Joaquim Martins Fontes e José Leite Sampaio, tomaram posição em defesa da Emancipação Política de Sergipe e, a partir de 1822, pela Independência do Brasil. “Os dois processos se confundem e confluem”, conta Terezinha Oliva.

A adesão à Independência do Brasil significou a aceitação da Emancipação de Sergipe, uma vez que o Imperador Pedro I confirmou a Carta Régia de D. João VI. “Sergipe fica politicamente separado da Bahia e torna-se uma província do Império”, diz a historiadora.

Independência econômica

A Emancipação Política de Sergipe também influenciou a economia local. A partir da independência, de acordo com o economista Ricardo Lacerda, a elite econômica e política local, ainda que relativamente frágil e incipiente, começou a diminuir sua dependência em relação à praça comercial de Salvador.  Segundo ele, a base da economia de Sergipe no momento de sua emancipação destacava-se pela atividade açucareira com um grande número de engenhos em funcionamento.

“As principais lideranças políticas e econômicas eram vinculadas à atividade açucareira. Mas a pecuária ocupava uma ampla extensão do território sergipano nas áreas mais interioranas. Em torno da atividade principal, formou-se um complexo econômico distintivo, com o surgimento de casas de exportação e importação, fundamentais para o financiamento da atividade açucareira e os núcleos urbanos se adensaram e se multiplicaram na zona canavieira”, destacou.

De acordo com Lacerda, a atividade algodoeira vai se consolidar somente na segunda metade do século XIX, impulsionada pela revolução industrial inglesa e pela oportunidade surgida com o vazio de suprimento de algodão causado pela guerra civil norte-americana.

A industrialização de Sergipe se dará com a expansão da indústria têxtil nas últimas décadas do século XIX. Essas duas atividades vão dominar a economia sergipana por um longo período. Somente na segunda metade do século XX, Sergipe vai conhecer uma transformação industrial de maior vulto com a implantação da fábrica de cimento, a exploração de petróleo pela Petrobrás e mais adiante a produção de fertilizantes.

Duas datas

Pelo fato da Emancipação Política de Sergipe, em 8 de julho de 1820, ter sido bastante conturbada e contestada pelos líderes baianos e pelos senhores de engenho, a memória popular não registrou a data para festejar. Segundo Terezinha Oliva, a primeira comemoração que se tem notícia se deu no dia 24 de outubro de 1836.

“Nesta data, a festa cívico-religiosa foi marcada pelo canto do Hino de Sergipe, com letra de Manoel Joaquim de Oliveira Campos e música de Frei José de Santa Cecília. Em 1839 o dia 24 de outubro foi decretado como feriado da Emancipação”, conta.

As duas datas permaneceram como feriado: 8 de julho, data da elevação de Sergipe a Capitania Independente; 24 de outubro, data da recuperação da Independência de Sergipe consagrada pelo povo. No fim da década de 1990, a Assembleia Legislativa de Sergipe cancelou o feriado de 24 de outubro, pois a festa popular havia deixado de acontecer, e instituiu o Dia da Sergipanidade, preservando uma antiga memória ligada à Independência de Sergipe.

Foto do decreto: Marcelle Cristinne

Texto e imagens reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

quinta-feira, 8 de julho de 2021

A emancipação política de Sergipe: uma teia de significado históricos

Publicação compartilhada do BLOG DO JOSÉ VIEIRA, de 5 de julho de 2012

A emancipação política de Sergipe: uma teia de significado históricos

Por José Vieira da Cruz*

Assim, como o ato de lembrar é uma forma de reconhecimento, a rememoração da emancipação política de Sergipe é uma oportunidade para avaliar a importância deste acontecimento para a história do Brasil e, particularmente, desta história a partir de Sergipe. Parafraseando Le Goff, alimentar a memória de homens e mulheres a respeito de um acontecimento histórico requer gosto, estilo, paixão, rigor e método. Embora, nem sempre seja possível reunir em uma exposição tantas qualidades, cabe, nessa oportunidade, evocar o registro do Decreto de 8 de Julho de 1820 e a teia de significados históricas que ele envolve.

Neste sentido, é preciso compreender esse documento produzido dentro das reformas político-administrativas de 1820, colocadas em curso pelo Império Português para acalmar os movimentos revolucionários reconfigurando o Nordeste rebelde e aumentando suas possibilidades de controle em casos de revoltas, numa clara remissão a Revolução Pernambucano de 1817, e, desta forma, ao separar Sergipe da Bahia a administração portuguesa buscava evitar que uma eventual revolta envolvesse toda a região. Atendia, também, ao pleito de separação das autoridades e de parte da sociedade local: uma retribuída por sua fidelidade ao Rei no episódio da Revolução Pernambucana de 1817.  A compreensão histórica da teia de significados deste documento tem alimentado em maior ou menor grau as interpretações a respeito da emancipação política da Capitania de Sergipe: uma interpretação fundada nas reformas administrativas do Estado Português em meio à crise do Antigo Sistema Colonial, e outra que tende a valorizar o pleito autonomista.

A primeira interpretação tende a situar as estratégias da administração da coroa portuguesa em meio à crise do Antigo Sistema Colonial como estratégia para evitar e postergar o quadro de revoluções e independências que se viam processando na Europa e na América, respectivamente. Reformas iniciadas no arco histórico da administração pombalina, período caracterizado pela: expulsão dos jesuítas, incentivo à expansão da cana-de-açúcar, inclusive em novas áreas, e pela diversificação da produção agrícola e das áreas produtora. Essas reformas tiveram um profundo impacto na dinâmica econômica do território de Sergipe, que passava a estreitar cada vez mais os laços de vinculação econômica, política e social com a Bahia. Dinâmica viabilizada, em contrapartida, pela intensificação da expropriação da mão-de-obra escrava e das relações de trabalho não-assalariadas, o que preconizou, nos anos seguintes, revoltas de escravos e índios, além da potencialização dos e atos de violência cotidianos.

No desenrolar desse processo de reformas administrativas, continuado pelos reinados de D. Maria I e D. João VI, e sob a égide dos ventos da revolta dos escravos no Haiti e da revolução que levaria a queda do antigo Regime na França, a coroa portuguesa se depara com a Revolução Pernambuco de 1817 e a Revolução Constitucionalista do Porto em 1820. Inserido neste contexto, e à luz desta corrente interpretativa, Sergipe não teria sido alçada a condição de Capitania como recompensa por ter enviado efetivos militares e suprimentos para deter os revolucionários pernambucanos em 1817.  Essa decisão envolvia interesses políticos, econômicos e, sobretudo, estratégias para toda a região. E Sergipe, a exemplo da época da Guerra do açúcar, entre Portugal e a Holanda, é alçado a condição de território estratégico, retaguarda militar necessária para conter rebeliões insurretas no Nordeste.

Essa argumentação fragiliza a hipótese da retribuição real aos sergipanos que demonstraram fidelidade ao rei nos acontecimentos de 1817. Entretanto, não descortina a importância do pleito autonomista que conferiria aquele território a importância estratégica viabilizada pela Corte Portuguesa no Brasil. A força desses argumentos, no entanto, minimizam o papel da elite local e do jogo de interesses travados pelos seus partícipes frentes a tensões sociais e econômicas da época.  Posição melhor explanada, mais ainda não esgotada, pela já consolidada historiografia local.

Esta outra emancipação, fundada no pleito autonomista, não se fez em um dia, nem apenas por Decreto Real, embora o tenha tomado como ponto de referência para avanços, recuos, indefinições e para afirmação de uma ordem que se impôs, ainda que mantendo de fora e sob relativa disciplina populações indígenas, escravas, de libertos, de mestiços e de homens e mulheres pobres. Essa outra emancipação foi uma obra construída por gerações que antecederam os desdobramentos do 8 de julho de 1820.

Os caminhos desta história social do despertar deste sentimento autonomista pode ser capturada e melhor compreendida no devenir de acontecimentos como a revolta de sua população face ao abandono em que se deparou o território de Sergipe  após a Invasão Holandesa (1637); no reconhecimento de sua autonomia judiciária em 1696, fato que circunscreve  São Cristóvão como comarca judiciária das terras entre o Rio São Francisco e Itapecuru;  na aceleração de sua econômica em face das reformas econômicas pombalinas, tornando-se uma região açucareira,  além de manter-se como zona de abastecimentos  dos centros coloniais da época, na preocupação e hesitação de  sua elite colonial face às revoltas de  índios sublevados e escravos revoltados.

Por todas essas considerações, explorar, ainda que rapidamente, a teia de significados históricos suscitada pela celebração do 8 de Julho é uma das possibilidades de reconhecer e valorizar a história e a cultura do Brasil a partir de Sergipe. Mas isso ainda não é o bastante. Ela deve, e pode, contribuir também para a elevação da auto-estima dos sergipanos e de sua contribuição na construção da nacionalidade brasileira. A construção deste “instinto de nacionalidade” brasileira, como diria Machado de Assis, ou de sergipanidade como desejamos, “não se fará num dia, mas pausadamente, para sair duradoura; não será obra de uma geração nem duas; muitas trabalharão (...) até perfazê-la de todo”. Neste sentido, quiçá, a construção dos sentidos desta comemoração será, em breve, símbolo de orgulho e identidade entre nós.

* Doutor em História (UFBA). Prof. da SEED, da SEMED e da UNIT.

FONTE:  CRUZ, José Vieira da. “A emancipação política de Sergipe: uma teia de significado históricos”. In: Jornal da Cidade, 10/07/2008.

Texto e imagem reproduzidos do blogdojosevieira.blogspot.com

terça-feira, 9 de julho de 2019

Emancipação Política de SE. é celebrada com programação festiva em S.Cristóvão


Foto: André Moreira




Foto: André Moreira


Foto: André Moreira

Fotos: Marcos Rodrigues

Publicado originalmente no site do Governo de Sergipe, em 08 de Julho de 2019

Emancipação Política de Sergipe é celebrada com programação festiva em São Cristóvão

A data marca os 199 anos de Emancipação Política de Sergipe e contou com a assinatura do Decreto que constitui a Comissão Organizadora do Bicentenário de Sergipe

Nesta segunda-feira(08), o governo do Estado realizou, no Museu Histórico de Sergipe, na cidade de São Cristovão, solenidade festiva para comemorar os 199 anos de Emancipação Política de Sergipe. O governador Belivaldo Chagas, acompanhado da vice-governadora Eliane Aquino e do prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana, assinou Decreto que constitui a Comissão Organizadora do Bicentenário de Sergipe. A data que celebra a independência do Estado de Sergipe da Bahia, também foi marcada por apresentações de grupos folclóricos, artistas sergipanos, Orquestra Sinfônica de Sergipe, Coro da UFS, no intuito de regastar e valorizar a história do estado.

Em seu discurso, o chefe do Executivo estadual destacou os preparativos para o Bicentenário de Sergipe.  “A partir de agora, estamos em contagem regressiva para a belíssima data de 200 anos de emancipação política de nosso estado. Aproveito a oportunidade para informar que nosso governo está instituindo uma comissão oficialmente, por meio de um decreto, que vai dar poderes a uma comissão interdisciplinar para organizar a comemoração do Bicentenário em 2020. Comemorar significa “memorar com”, ou seja, recordar juntos”, disse. 

A Comissão Organizadora do Bicentenário de Sergipe será composta por representantes dos mais diversos segmentos da sociedade sergipana, públicos e privados.  Ela tem o intuito de promover a integração, participação e o diálogo entre os diversos setores que compõem a sociedade para as comemorações do Bicentenário da Emancipação Política de Sergipe em 2020.

Na ocasião, o governador ainda exaltou a coragem, como uma característica forte do povo de Sergipe, assim como o seu amor pelo trabalho, sua inclinação em fazer aquilo que é preciso para avançar, de maneira correta, construindo seu próprio destino com seus braços e com seu suor.

“É preciso lembrar aquilo que nossa história nos ensina, que todas as conquistas de Sergipe sempre foram acompanhadas de muitas batalhas, de que não existe maneira fácil de se alcançar objetivos, de que é preciso muito trabalho, muita luta e muito afinco para proporcionar melhorias de vida para nosso povo, para nossa gente, principalmente, para as pessoas que mais precisam. Mas é também momento de celebrar a coragem. Coragem dos homens e mulheres de Sergipe que sempre enfrentaram os desafios impostos pelo destino com altivez, com cabeça erguida”, declarou o governador.

O prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana, enalteceu o fato de o evento ser realizado na cidade de São Cristóvão, primeira capital, cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. “São eventos como esses que demonstram o que é sentir sergipano de verdade, e não podia ter local mais apropriado para comemorar a data do que São Cristóvão. Afinal de contas, em 1820 a capital era São Cristóvão. Por isso, a importância desse evento ser comemorado aqui na Praça São Francisco, a praça de todos os sergipanos”, ressaltou. 

Regaste da Identidade

A programação festiva foi uma realização do governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe(Funcap).

Na opinião da presidente da Funcap, Conceição Vieira, órgãos têm a responsabilidade de incentivar e contribuir para o fortalecimento da identidade sergipana.  “Hojé é mais um dia de cultuar a nossa cultura, tradição, o nosso valor político-administrativo. Essa caminhada tem sido longa, efetiva, de um pequeno território, mas de uma pujança muito grande de produção cultural, acadêmica, de pessoas que influenciam os mais diversos aspectos do nosso país. Cada um, seja no campo ou na cidade, está dando a sua contribuição. Desta forma, entendo que o órgão como a Funcap deve ter essa responsabilidade de convidar e somar ao lado de outros órgãos, para o fortalecimento da identidade sergipana”, destacou Conceição Vieira.

Para a vice-governadora, Eliane Aquino, 199 anos de independência, representa a conquista de uma luta de todos os sergipanos. “Data em que homens e mulheres conseguem levantar a cabeça e afirmar a sua sergipanidade. É isso que nós precisamos carregar na alma. A minha alma e coração já são sergipanos. É uma data de extrema importância para todo estado, que precisa ser incorporada na vida, nas crianças e juventude para que cada vez mais a autoestima do povo sergipano seja elevada”, frisou a vice-governadora.

Já a professora Aglaé Fontes, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, parabenizou a iniciativa do governo do Estado e entregou ao governador Belivaldo Chagas, o Álbum de Sergipe, obra de autoria de Clodomir Silva, que conta a história da Independência de Sergipe. “Nós estamos muitos felizes e extremamente honrados de estarmos participando dessa solenidade, ao tempo que estamos antevendo o sucesso e o orgulho que deve tomar todos os sergipanos, com a comemoração do Bicentenário da Independência de Sergipe”, ressaltou a professora.

Programação

A programação festiva contou com hasteamento das bandeiras ao som da Banda do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe. Após a assinatura do Decreto que constitui a Comissão Organizadora do Bicentenário de Sergipe no Museu Histórico de Sergipe, foi realizada a apresentação da Orquestra Sinfônica de Sergipe, e do Coro da Universidade Federal de Sergipe, na Igreja São Francisco. Por fim, os artistas sergipanos Mingo Santana, Erivaldo de Carira e Luís Fontinelli, e o grupo de chorinho Brasileiríssimo fecharam a programação homenageando o Estado de Sergipe.

A moradora de São Cristóvão, Núbia Smith aprovou a comemoração. “To achando muito bonita. Pra mim, ser sergipana significa muito orgulho pela nossa terra, pela nossa gente, por tudo que somos”.

Da mesma forma elegiou Ana Regina Neves, moradora de Aracaju. “Programação muito interessante, que envolveu um lugar histórico, a Orquestra, grupos folclóricos e artistas locais. Foi bem legal essa iniciativa, de evolver as pessoas para que elas possam ter acesso ao seu próprio patrimônio”, destacou. 

O sentimento de sergipanidade também estava presente na senhora Genilda dos Santos, 64 anos, que há quatros anos se apresenta em um grupo folclórico em São Cristóvão. "Estou muito feliz de estar mostrando a minha cultura aqui nesse dia. Para mim, ser sergipano é  isso, não ter vergonha de mostrar a sua cultura". Pontuou.

Estiveram presentes também na cerimônia o deputado estadual, Francisco Gualberto; os secretários José Carlos Felizola(Geral de Governo); Josué Modesto (Educação), Sales Neto (Comunicação), Leda Lúcia (Seit), Marco Antonio Queiroz(Fazenda); representando o prefeito de Aracaju, o secretário de Assistência Social, Antônio Bittencourt; vice-prefeito de São Cristóvão, Adilson Júnior; vereadores Paulo Júnior, Vanderlan Nego, Vanderlan Correia, Diego Prado, Irmão Gibson; a superintendente do IPHAN em Sergipe, Catarina Aragão; a vice-reitora da UFS, Iara Campelo; diretor-presidente da Fundact, Gaspeu Fontes; presidente do Conselho Estadual de Cultura, Antônio Amaral.

Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Palestra sobre emancipação política incentiva a sergipanidade

Foto: Pritty Reis/Secult

Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 18/07/2018

Palestra sobre emancipação política incentiva a sergipanidade

Refletir sobre Sergipe e a sua história é uma forma de preservar memórias.

Na última terça-feira, 17, em comemoração aos 198 anos de emancipação política de Sergipe, a Secretaria de Estado Cultura, através do Conselho Estadual de Cultura, promoveu uma palestra no auditório do centro de criatividade com a presença do Prof. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa‏, da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O evento foi aberto ao público e destacou pontos relevantes sobre o desenvolvimento econômico e geográfico do estado.

O decreto assinado no dia 08 de julho de 1820 é um marco histórico para a história do Brasil e, principalmente, para o estado de Sergipe. De acordo com o palestrante da noite, Antônio Sousa, não é possível compreender a independência de Sergipe sem relacionar a história da independência de Pernambuco, Alagoas e da Bahia.

As questões levantadas durante a palestra também evidenciaram a necessidade de maiores produções sobre a história de Sergipe dentro das academias. “Para além da individualidade, é preciso reconhecer identidades significativas da cultura popular do estado de forma coletiva e entender que Sergipe não é só os nomes ilustres que aqui passaram, mas é composta de fortes correntes artísticas e culturais”, afirma Antônio Sousa.

O secretário de Estado da Cultura, João Augusto Gama, e o superintendente executivo da pasta, Irineu Fontes prestigiaram a palestra. “O conselho buscou trazer professores especializados no assunto para levar ao público conhecimentos específicos sobre a história do nosso estado e levantar a discussão sobre identidade”, frisa Irineu Fontes que comenta, ainda, sobre a importância para os sergipanos em entender esse processo histórico.

Para o Prof. Dr. Fernando Aguiar do departamento de museologia da UFS e membro do Conselho Estadual de Cultura, é preciso refletir o conceito de independência e contextualizá-lo dentro dos espaços públicos. “Levar essas informações culturais para todos é relevante para que nossa memória não se perca”, conclui Fernando Aguiar.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Sergipe e o Paulatino Processo de Emancipação


Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 7 de julho de 2016.

Sergipe e o Paulatino Processo de Emancipação.
Por Osvaldo Ferreira Neto*

O começo do processo gradual de emancipação das terras sergipanas se deu no dia 8 de Julho de 1820, quando, segundo alguns historiadores, D. João VI se sentia grato com a participação da elite sergipana no processo de expansão da revolução pernambucana de 1817, decretava Sergipe Del Rey independente da capitania da Bahia de Todos os Santos e nomeava Carlos César Burlamaqui para ser o primeiro governador da capitania. A Carta Régia que desanexou da Capitania da Bahia o território de Sergipe, emancipando-o politicamente, completa 196 anos no dia 8 de julho, e é, ainda, uma referência, um marco, para a compreensão da história. A Emancipação política de Sergipe resultou de uma luta madura, empreendida pela elite produtora local – criadores de gado e senhores de engenho – até então responsáveis pelo abastecimento das grandes Capitanias da Bahia de Todos os Santos e de Pernambuco.

A reação da Bahia bem demonstra a tutela, rejeitando os fatos, criando obstáculos, gerando conflitos para adiar a decisão do Rei – que se concretizou com o seu retorno a Portugal. As medidas tomadas por Dom João para emancipar Sergipe foram contestadas pela tirana elite baiana. Apesar da nomeação do Brigadeiro Carlos César Burlamaqui como governador de Sergipe ter ocorrido em 25 de julho de 1820, ele somente tomou posse em 20 de fevereiro de 1821. Ocorrida em São Cristóvão de Sergipe Del Rey, a posse se deu em clima conturbado pela chegada de cartas da Bahia que determinavam que ela não se realizasse. Apesar dos protestos baianos, a posse ocorreu em fidelidade ao Rei Dom João VI. No entanto, no dia 18 de março do mesmo ano, o governador foi deposto do cargo por uma força armada a mando da Bahia, reforçada pelo apoio da Legião de Santa Luzia, comandada pelo senhor de engenho Guilherme José Nabuco de Araújo. Carlos Burlamaqui foi conduzido preso para  a cidade de São Salvador. Com este episódio, frustrou-se temporariamente a emancipação política de Sergipe. Se por um lado os senhores de engenho não queriam a independência, por outro, líderes do agreste e do sertão, criadores de gado como Joaquim Martins Fontes e José Leite Sampaio, tomaram posição em defesa da Emancipação Política de Sergipe e, a partir de 1822, pela Independência do Brasil.

As circunstâncias da Independência do Brasil serviram para que a decisão da Carta Régia de 8 de julho de 1820 fosse confirmada e referendada por Pedro I, que chegou a elevar, novamente, São Cristóvão à condição de cidade, para ser a capital de Sergipe. A Constituição do Império, que é de 1824, colocou Sergipe entre as Províncias do Brasil, consolidando a Emancipação de 8 de julho de 1820. O Conselho Geral e o Conselho da Província expõem, em suas sessões, os problemas e demandas. Sergipe, então, é um território produtor de gado e de açúcar, com outras atividades econômicas de menor porte, dando os primeiros passos para organizar-se politicamente. Surgem os primeiros grupamentos políticos, começam a circular os jornais, como se fossem preparativos para o que viria com o Ato Adicional de 1834 e suas consequências, como a instalação da Assembleia Legislativa Provincial, vitrine que mostrava a expansão política da Província. A partir de 1836, ou em torno desta data, aparece o civismo sergipano  sobre a Emancipação. O poeta e professor Oliveira Campos faz a letra do Hino de Sergipe, musicado pelo frade José de Santa Cecília, durante muitos anos, residente no Convento Franciscano de São Cristóvão. A emancipação foi de importância fundamental para o povo sergipano.

A partir de 1840 a Capitania começa a desenvolver e São Cristóvão, Laranjeiras, Maruim, Estância cresciam como núcleos urbanos, atraindo gente de várias partes do Brasil e do exterior. Foram anos de crescimento acelerado, combinando as atividades econômicas, com as expectativas de uma sociedade que, a cada dia, buscava refinar-se no espelho das grandes cidades do Brasil e do mundo, cujos produtos circulavam no vai e vem dos  navios. Sergipe começou a ganhar destaque no campo econômico por conta da indústria açucareira da região do Cotinguiba e Vaza-barris, mas ainda necessitava dos portos baianos para exporta para resto do mundo e onerava de mais as transações comercias no Porto de  São Salvador. A soberania econômica vem se consolidar em 17 de março de 1855, com a mudança da capital sergipana de São Cristóvão para Aracaju sendo liderada pelo presidente da província Inácio Joaquim Barbosa. A partir deste momento, Sergipe não depende mais dos portos baianos para exportar sua produção, desonerando e muito a economia sergipana.

A independência cultural e intelectual sergipana tem dois marcos. O primeiro é a criação Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS), em 1912, conhecido também como a Casa de Sergipe, quando começa os debates e estudos sobre Sergipe e o seu povo. A consolidação da emancipação cultural acontece com a instalação em 15 de maio de 1968 da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A Universidade é produtora de conhecimento e de cultura.  Outra instituição que vem trabalhando pela preservação e manutenção da sergipanidade desde 20 de abril de 1962 é a Universidade Tiradentes (UNIT). A instituição, além dos diversos trabalhos de extensão desenvolvidos para a comunidade envolvendo professores e alunos de todos os cursos da casa, mantém um vasto acervo que conta a História de Sergipe em diversas áreas.

No entanto, a emancipação política era comemorada em duas datas: 8 de julho e 24 de outubro, e nas duas datas era feriado. O dia 24 de outubro, considerado como a data definitiva da Emancipação, passa a simbolizar a liberdade, como um feriado que enchia as ruas de sergipanos em festa, mostrando o que de melhor tinha para celebrar Sergipe. Depois o feriado de 24 de outubro foi abolido. Antigamente, a população comemorava a emancipação dia 24 de outubro porque, segundo a historiadora Thetis Nunes, a primeira festa da emancipação aconteceu em 24 de outubro de 1836. Já outros historiadores relatam que o 24 de outubro surgiu porque a comunicação antes era difícil e a notícia da emancipação pode ter chegado a Sergipe com quase três meses de atraso. O fato é que as duas datas permaneceram como feriado até o final da década de 1990: 8 de julho, data da elevação de Sergipe a Capitania Independente; 24 de outubro, data da recuperação da Independência de Sergipe consagrada pelo povo. No final da década de 1990, a Assembleia Legislativa de Sergipe cancelou o feriado de 24 de outubro, pois a festa popular havia deixado de acontecer. Porém, este dia passou a ser considerado o Dia da Sergipanidade, preservando uma antiga memória ligada à Independência de Sergipe.

O Sergipe de hoje com 196 anos de emancipação é um estado com 2.242.937 de habitantes, em uma área de 21.915,116 km² com 75 municípios, tendo um PIB per capita de  R$12.536. Um pedaço do Brasil de muitas histórias, tradições culturais e belezas naturais.

* Osvaldo Ferreira Neto é discente de História na Universidade Federal de Sergipe. Estagiou no Museu do Homem Sergipano e na Biblioteca Pública Epifânio Dória.

Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Emancipação Política


O dia 8 de julho de 1820 é a data em que o Rei do Brasil e de Portugal, Don João VI, assinou o decreto que tornou Sergipe uma Capitania independente da Bahia. Esse processo foi marcado por intensas lutas políticas e, segundo documentos da época, esta foi à maneira que D. João VI encontrou para compensar a participação dos sergipanos na vitória da Corte Portuguesa sobre a Revolução Pernambucana de 1817.

Texto e imagem reproduzidos do site cultura.se.gov.br

terça-feira, 9 de julho de 2013

8 de Julho, Emancipação de Política de Sergipe


8 de Julho, Emancipação de Política de Sergipe.

193 anos separam o dia de hoje do momento histórico em que Dom João VI pôs fim aos longos anos de subserviência. Sergipe se emancipava da Bahia.

Vamos entender a história.

1537. O Brasil é dividido em Capitanias Hereditárias e Sergipe Del Rey se torna capitania da Bahia. Um conjunto de vilas pobres que, em todo seu território, contava com mais de 200 engenhos de açúcar e importantes fazendas com pasto farto para uma quantidade ainda maior de rebanhos bovinos. Além de abastecer a Bahia, era de Sergipe Del Rei que saia o máximo de farinha de mandioca também para Pernambuco. A exploração chegava a deixar sem comida os próprios moradores. O mesmo aconteceu com o algodão, produto extremamente lucrativo no mercado internacional e também cultivado em nossas terras.

1820. Sergipe Del Rey se prepara para a tão sonhada independência. O governo baiano estabelece resistência e manda tropas com ordens expressas de conter o movimento. O primeiro governador sergipano, nomeado pelo imperador, é preso. Dom João VI, no entanto, assina o decreto que torna Sergipe independente politicamente da Bahia e põe fim aos tantos anos de subserviência. Sergipe Del Rey livre.

2013. Sergipe hoje mantém a característica que o trouxe até aqui. Como há 193 anos atrás, continua com a mesma vontade de alargar os horizonte e manter o desenvolvimento que, como nunca, hoje experimenta. Vive uma vigorosa política de aumento da competitividade, com infraestrutura produtiva modernizada e se concretiza como um ambiente favorável à expansão dos negócios. E isso significa melhoria real na qualidade de vida do sergipano, que estuda cada vez mais a cada geração, tem uma maior expectativa de vida e experimenta um crescimento contínuo de vagas no mercado de trabalho com a instalação de novas empresas e empreendimentos. O sergipano pode se orgulhar de um estado cujo crescimento do PIB está acima da média do nordeste e do país, tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do nordeste, maior renda média domiciliar da região, é recordista em exportações, recordista em crescimento do movimento turístico e a alcançou a marca histórica de 216 mil famílias retiradas da extrema pobreza.

O 8 de julho ficou marcado como o dia em que Sergipe começou a desenhar o seu caminho independente, com a coragem, firmeza e ousadia da sua gente. 193 anos depois, o sergipano relembra suas raízes e celebra a sergipanidade, novamente, de olhos voltados para o futuro.Parabéns, Sergipe! Parabéns, Sergipanos!

Texto reproduzido do site: e-sergipe.com