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quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Dia da Sergipanidade celebra identidade cultural do estado

Publicação compartilhada do site F5 NEWS, de 24 de outubro de 2022  

 24 de Outubro: Dia da Sergipanidade celebra identidade cultural do estado

Para especialista, sergipanidade se manifesta de diversas formas no dia a dia  

Por Ana Luísa Andrade.

Em 24 de outubro, como forma de homenagear a identidade do povo sergipano, comemora-se o Dia da Sergipanidade. A data foi escolhida por conta do dia em que o estado se desligou da Bahia e passou a ter independência. Mas afinal, o que seria a “sergipanidade”?

Para o professor de História Amâncio Cardoso, autor de “Sergipanidade: nota sobre um conceito” e do livro “Sergipe: um roteiro turístico, histórico e cultural”, sergipanidade é a construção coletiva de diversos sentidos e sentimentos que são expressados das mais variadas formas no cotidiano do sergipano.

Segundo o historiador, o próprio povo é responsável pela construção dos símbolos que compõem a cultura do estado, mesmo que não tenham consciência disso.

Para entender melhor esse conceito, o F5 News conversou com o especialista. Confira:

F5 News: O que pode ser entendido por sergipanidade?

Amâncio Cardoso: Sergipanidade é a construção coletiva de diversos sentidos e sentimentos expressos em nossos ofícios e práticas; em nossos saberes populares e eruditos; nos lugares consagrados pela memória coletiva; nas crenças e valores representados nas formas de expressão; enfim, nas celebrações de rituais e festas que marcam a vivência coletiva, nos quais se reelaboram, material e espiritualmente essa abstração que forma um sentido, ou vários sentidos de pertencimento, ou de identidades sergipanas.

F5 News: Que elementos formam a identidade cultural de um povo?

Amâncio Cardoso: São vários os elementos que formam a identidade de um povo. Alguns deles são: a língua ou forma dialetais do falar; o território jurídico político e historicamente delimitado; os símbolos cívicos; as manifestações e celebrações coletivas do cotidiano; os patrimônios culturais reconhecidos por essa coletividade.

F5 News: No caso de Sergipe, que elementos seriam esses?

Amâncio Cardoso: Nossos sotaques e modos de se expressar oralmente (do litoral, do agreste e do sertão); nosso devir histórico peculiar (diferente da Bahia e Alagoas); nossas instituições de memória e manifestações do folclore.

F5 News: Como se deu o processo de formação da identidade sergipana?

Amâncio Cardoso: Através da luta pela emancipação em relação à Bahia, e o fortalecimento material e simbólico de fronteiras culturais entre Sergipe e Bahia. A construção de sentido do "não ser baiano", configurou identidades que forjamos e sintetizamos, cotidianamente, no sentimento abstrato de Sergipanidade ou Sergipanidades.

F5 News: Às vezes, podemos nos deparar com afirmações de que Sergipe não teria uma identidade própria como outros estados têm. O que acha desse tipo de pensamento?

Amâncio Cardoso: Não concordo. Acho que muitos sergipanos não têm noção de que são vetores vivos na construção de fronteiras simbólicas que dão concretude a uma abstração, em forma de práticas e valores compartilhados. Ao dizer que "não nos identificamos com os baianos em muitos aspectos", já construímos uma fronteira simbólica ou linguística desse sentimento de pertencimento. Porém, que fique claro, que esse sentimento e práticas que manifestam diferenças culturais são riquezas de nossa diversidade no Estado (em Sergipe) e fora dele. Para que isso não sirva de barreira entre os cidadãos e se crie um bairrismo cego e empobrecedor. Pois uma das potências de uma Nação é reconhecer a sua diversidade cultural e saber conviver com respeito com essas diferenças. O respeito às diferenças culturais é um princípio básico para a vida.

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Amâncio Cardoso é licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe  e mestre em História Social pela Universidade Estadual de Campinas. É professor do Instituto Federal de Sergipe desde 1994, onde ministra aulas nos cursos de Turismo. 

Texto e imagem reproduzidos do site: www f5news com br

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Pelas vozes de Sergipe: o que significa sergipanidade

Publicação compartilhada do site G1 GLOBO SE, de 24 de outubro de 2024

DIA DA SERGIPANIDADE

Pelas vozes de Sergipe: o que significa sergipanidade

Afinal, o que é sergipanidade para aqueles que vivem e respiram essa cultura?

Fotos: Igor Matias

Por Fernanda Spínola (Estagiária da equipe JC*

O Dia da Sergipanidade, celebrado neste 24 de outubro, vai além de apenas uma data. O dia 24 é um marco da reafirmação da identidade cultural sergipana, onde tradições, costumes, e manifestações culturais ganham destaque. Para muitos, sergipanidade é um estado de espírito, um sentimento enraizado na história e na cultura do estado.

Mais do que uma data comemorativa, a sergipanidade está presente nos saberes e fazeres, nas expressões folclóricas, nas manifestações artísticas e em elementos que compõem a identidade de Sergipe. A cultura popular, representada em eventos como a Festa dos Lambe-Sujo e Caboclinhos em Laranjeiras, o Samba de Coco e o Reisado, reflete a grandeza das tradições locais. O estado também celebra suas raízes culinárias, onde pratos como o caranguejo, moqueca de camarão, beijus e bolos de milho encantam sergipanos e turistas.

Mas, afinal, o que é sergipanidade para aqueles que vivem e respiram essa cultura? A equipe do JC ouviu algumas vozes para entender o que significa esse sentimento.

Kaio Victor, professor de português

É complexo pensar na nossa identidade, mas eu vejo a sergipanidade como algo além de um pertencimento a uma região ou geografia específica; é um pertencimento cultural. Quando toca um determinado forró, você pensa em julho, nos shows do mercado e da orla. Quando acontece uma situação e você solta um ‘cabrunco’, ali está a sergipanidade pulsando. Então, sergipanidade é isso: muitas características que nos tornam pertencentes a uma cultura rica e linda.

Fábio Mitidieri, Governador de Sergipe

Viver a Sergipanidade é celebrar a força da nossa cultura e história. É enaltecer as riquezas da nossa terra e o talento do nosso povo. Sergipe é mais que um lugar, é a nossa essência!

Celebramos quem constrói, preserva e mantém viva nossa cultura, das ruas ao campo, da educação à arte.É o povo sergipano, com suas mãos e histórias, que carrega nosso estado para o futuro, sem esquecer suas raízes.

Edvaldo Nogueira, Prefeito de Aracaju 

É um dia de batermos no peito e reafirmarmos o orgulho que sentimos por viver neste estado que, assim como definiu Gilberto Amado, “é o menor do Brasil para não ofuscar a grandeza do seu povo.

Como gestor da capital das sergipanas e dos sergipanos, sinto muita felicidade pelo trabalho que realizamos ao longo dos últimos anos para tornar a nossa cidade um lugar acolhedor, aconchegante e bem cuidado para nossa gente e para quem nos visita. Hoje, Aracaju carrega novamente o título de capital nordestina da qualidade de vida e isso é um orgulho para todos nós.

Rebecca Melo, cantora e quadrilheira

Eu costumo dizer que a Sergipanidade é uma caixinha de muitas coisas preciosas que constituem um estado de ser. Falo de estilo de vida, referências socioculturais e memórias afetivas associadas a um conjunto de sentimentos e saberes que constituem as nossas tradições e que nos trazem a sensação de pertencimento associada às coisas da nossa terra.

Para mim, que bebo na fonte das nossas tradições culturais e dedico meu fazer artístico à sua preservação e fomento, ser sergipana é aconchego, calor e, principalmente, orgulho. E é por ser arrebatada por esse orgulho e essa paixão pela cultura sergipana, que eu canto forró o ano todo, que eu danço quadrilha junina, que eu estudo sanfona.. 

E é também por essa influência tão real que neste sábado, o grupo de que faço parte, o Nanã Trio, realiza um show no Café da Gente com um repertório que reúne exclusivamente canções de compositores da nossa terra. Reverenciar e disseminar a música sergipana é o nosso jeito de celebrar a Sergipanidade

Clara Reinol, bibliotecária

O Dia da Sergipanidade nos torna conscientes das nossas características culturais, essas que a partir de demonstrações  históricas e sociais, formam a nossa identidade e identidade essa que é a do povo  sergipano. Ela que nos recorda todos como é a tradição pautada no nosso folclore, a música, a culinária, a religiosidade, a forma de falar, além das manifestações artísticas e populares típicas. O Sergipano que é sergipano conhece suas raízes e celebra, aliás tradição é aquilo que nunca será esquecido.

É uma expressão do orgulho de ser de onde somos e da valorização das raízes e particularidades que nos tornam únicos e vivos que diferenciam o estado, já conhecesse de longe de onde vem. Nosso estado nos torna únicos.

Ana Luiza, fonoaudióloga

A sergipanidade se revela plenamente quando incorporamos as tradições da nossa identidade cultural ao nosso dia a dia. Então, viver e aproveitar nossas artes, culinária e belezas naturais é o que alimenta o sentimento de pertencimento e celebração ao nosso estado.

Abigail Vieira, estudante de jornalismo

Sergipanidade para mim é a materialização da nossa cultura, aquilo nos forma. São os laços que nos forma e envolve desde o nascimento. O nosso vocabulário único, as nossas vivências, nossa culinária, arte, símbolos e lugares.

Marcela Damázio, professora universitária

Pra mim, a sergipanidade é aquele jeito único de ser que abraça a alma de quem nasce ou escolhe Sergipe como seu lar. É sentir o coração bater mais forte ao som do forró nas festas juninas, é quebrar caranguejo como terapia na beira da praia enquanto o sol se põe na nossa Orla. 

É carregar no peito o orgulho de ser do menor estado do Brasil, mas com uma grandeza cultural que transborda em cada manifestação. É aquele sotaque que carrega a doçura do beiju molhado e força do chapéu de couro. Sergipanidade é caminhar pelas ruas de São Cristóvão e Laranjeiras e sentir o peso da história em cada pedra, é se emocionar com a simplicidade acolhedora do povo, que transforma qualquer visitante em família. 

É ter o rio São Francisco correndo nas veias, o cheiro do mangue na memória e aquele orgulho danado de pertencer a uma terra onde o pequeno é gigante em cultura, tradição e calor humano.

A sergipanidade não alcança apenas os sergipanos. 

Ela transcende as fronteiras do estado e conquista todos aqueles que têm o privilégio de vivenciar o seu calor humano e suas tradições únicas. Não importa se você nasceu em Sergipe ou escolheu o estado como lar: a sergipanidade tem o poder de criar um senso de pertencimento que atravessa gerações e origens. 

Catharina Garcia, médica

Apesar de ser baiana, viver a sergipanidade pra mim é um verdadeiro presente. Amo a cultura, as tradições, a história do estado, o acolhimento e a forma que eu me encontrei aqui. Se me perguntassem hoje se eu teria vontade de morar em outro local? A resposta, com certeza, seria não. Esse lugar me traz uma leveza com mistura de boas energias. E é assim que eu levo Sergipe por onde passo. Hoje até me considero sergipana, com muito orgulho de cada particularidade que temos e vivemos.

Igor Matias, fotografo

Mesmo sendo alagoano de nascimento, minha fotografia nasceu em terras sergipanas e é a partir dela que enxergo e capto todas as cores e texturas da sergipanidade. Foi através da fotografia que eu entendi o que ser e viver a cultura sergipana.

Sergio Almeida, gerente de projetos

Sou baiano e vivo em Sergipe há mais de 20 anos e desde que vim para cá vi e vivi uma nova vida. Para mim, Sergipanidade é isso, vivenciar uma cultura repleta de tradições, crenças, línguas. Uma terra de raízes e histórias que eu me orgulho de viver. 

O que a história nos diz sobre sergipanidade?

O Dia da Sergipanidade era celebrado em conjunto com o 8 de julho, data da Emancipação Política de Sergipe. Entretanto, no ano 2000, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (AL) modificou o artigo 47 da Constituição Estadual, que previa a comemoração da emancipação política em duas datas: 8 de julho e 24 de outubro. Com a Emenda Constitucional, ficou decidido que o 8 de julho seria a data oficial da emancipação política do estado, enquanto o 24 de outubro se tornou o Dia da Sergipanidade, um momento dedicado a celebrar a rica cultura, as tradições e o espírito que fazem de Sergipe uma terra singular, marcada por suas histórias e calor humano.

Na visão do historiador Amâncio Cardoso, a sergipanidade tem suas raízes na demarcação territorial de Sergipe, com a criação das próprias leis, próprio governo, marcando o início de uma identidade política. No entanto, ela vai muito além de uma simples delimitação geográfica. A sergipanidade se manifesta como um sentimento de pertencimento, construído pelas relações culturais, pelas tradições e pelos traços que distinguem os sergipanos, tanto nos bens materiais, como a arquitetura e o artesanato, quanto nos imateriais, como a gastronomia, as expressões linguísticas e as manifestações culturais. 

Ela é um sentimento que se desenvolve conforme as pessoas se relacionam dentro desse território e reconhecem traços que distinguem o sergipano, seja por sua arquitetura, gastronomia e tradições. “É um sentimento de pertencimento que nos identifica como sergipanos. Essa identidade é uma abstração que se concretiza na forma como vivemos e expressamos nossa cultura”, disse o historiador.

Ele ressalta que datas comemorativas, como o Dia da Sergipanidade, são essenciais para a preservação da memória e da cultura. "O que não é lembrado, é esquecido, e o que não é conhecido, não é valorizado". Segundo o Amâncio, a sergipanidade não é um conceito estático; ela está em constante transformação, acompanhando as mudanças culturais e sociais do estado.

O historiador acredita que o sentimento de pertencimento à cultura sergipana não é restrito aos nascidos no estado. Muitas pessoas que vêm de fora acabam se sentindo profundamente conectadas a Sergipe e desenvolvem uma "topofilia" — o amor e bem-estar por um lugar. "Muitos que visitam ou escolhem Sergipe como lar aprendem a amar suas tradições, suas memórias e sua história, como se fossem sergipanos", concluiu.

*Texto supervisionado pela jornalista Mayusane Matsunae.

Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldacidade net/cultura

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Neste 24 de outubro se festeja o Dia da Sergipanidade

Legenda da foto: Os sergipanos celebram hoje as nossas crenças, costumes, sotaques, manifestações populares - (Crédito da foto: Irineu Fontes).

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 24 de outubro de 2024

Neste 24 de outubro se festeja o Dia da Sergipanidade

 Nesta quinta-feira, 24 de outubro, é dia de comemorar a sergipanidade. Data de ter orgulho da identidade e da cultura do nosso povo. Sergipanos de sangue ou de coração celebram as nossas crenças, costumes, sotaques, manifestações populares, por fim, a nossa história. O Dia da Sergipanidade é um momento de fortalecer o sentimento de pertencimento daquilo que só Sergipe tem.

Por muitos anos, o dia 24 de outubro foi data extraoficial para as comemorações da sergipanidade. Mas foi em 2019 que esta data entrou de vez para o calendário oficial do estado através da Lei 8.601/2019 de autoria do então presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Luciano Bispo (MDB).

Saiba mais sobre a data

Por todo o século XX, a Independência de Sergipe era comemorada em duas datas, no dia 8 de julho e no dia 24 de outubro. O feriado da emancipação foi instituído no 8 de julho, e o dia 24 de outubro ficou definido como o Dia de Sergipe ou Dia da Sergipanidade, dia para comemorar ‘o jeito de ser sergipano’, os valores da grandeza das manifestações culturais e patrimonial.

Apesar de historicamente a data se confundir com o 8 de julho de 1820 (data da Carta Régia que desanexou o território sergipano da Bahia), foi no dia 24 de outubro de 1824 que o documento chegou a Sergipe e só assim a sociedade sergipana pôde comemorar, de fato, a independência de sua província.

Emenda Constitucional

No ano 2000, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa alterou o artigo 47 da Constituição Estadual em que era estabelecido que a Emancipação Política do Estado fosse comemorada duas vezes ao ano: 8 de julho e 24 de outubro. Através da Emenda Constitucional, apenas o 8 de julho ficou como data oficial de celebração. A decisão vigorou, pois a Assembleia concluiu que a data que deveria permanecer seria o dia em que D. João VI assinou o decreto de emancipação.

De acordo com historiadores, foi no governo do brigadeiro Manoel Fernandes da Silveira que Sergipe se emancipou. Desde a data de promulgação do decreto de emancipação, até efetivamente Sergipe chegar até sua independência, foram quatro anos de enfrentamento entre os partidários.

O saudoso jornalista e historiador Luis Antônio Barreto contava que o progresso chega a Sergipe logo após sua emancipação. Com a emancipação, as vilas cresceram, surgiram as cidades e rapidamente o progresso deu a Sergipe uma nova condição. O dia 24 de outubro passava, por volta de 1836, a ser a data maior da afirmação da liberdade dos sergipanos. Durante o Império, o 24 de outubro passou a ser, também, celebrado pelo povo com seus grupos folclóricos, como atestam os registros dos jornais”, escreveu Luis Antônio Barreto.

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias com br

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Governo de Sergipe apoia 'Semana da Sergipanidade'




Fotos: Pietro Lobo/Setur

 Publicação compartilhada do site GOVERNO DE SERGIPE, de 26 de outubro de 2023

Governo de Sergipe apoia 'Semana da Sergipanidade'

Com estande cheio de regionalidade, Secretaria de Estado do Turismo homenageia artistas e artesãos, e também a gastronomia do estado

A Praça Fausto Cardoso, no Centro de Aracaju, abriu espaço para a ‘Semana da Sergipanidade’, evento que acontece entre os dias 23 e 29 de outubro. No local, estão sendo celebradas as riquezas culturais e gastronômicas de Sergipe. Trata-se de uma ação do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, que ganhou o apoio do Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur). Assim, num estande com características regionais, a cada dia, representantes da culinária, das artes plásticas e do artesanato sergipanos estão sendo homenageados. O evento também tem a parceria do Conselho Empresarial de Turismo de Sergipe (Cetur) e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Sergipe (Abrasel/SE).

Para o secretário de Estado do Turismo, Marcos Franco, a ‘Semana a Sergipanidade’ é um evento que atrai turistas, movimentando o Centro da capital, Aracaju, o que impulsiona a geração de emprego e renda. “Diante da relevância desse projeto, estamos apoiando e também participando com mais um estande cheio de regionalidade, que apresenta, com graça e beleza, um pouco dos saberes e fazeres do nosso povo. Escolhemos alguns artistas e artesãos para homenagear todos os que fazem a cultura no nosso estado, bem como os responsáveis por difundir a nossa gastronomia”, explica Marcos Franco.

Os homenageados no estande da Setur são os artistas plásticos Zé Fernandes e Caã; o artesão Véio, especialista em escultura em madeira; Beto Pezão, reconhecido por produzir esculturas icônicas em cerâmica; Bebeto, que também esculpe em cerâmica; Tintiliano, que encanta com pintura em azulejo; e o escultor Zeus. A xilogravura tem como representantes homenageados Nivaldo Oliveira e Dona Judite. Na gastronomia, as ‘Catadoras de Mangaba – Rede Solidária de Mulheres – Estância’ e Cristiane, catadora de aratu de São Cristóvão, também são homenageadas. Vale destacar que tanto os artefatos quanto as delícias expostas no estande estão sendo comercializadas na feira.

Multiplicidade

Além de apresentar a diversidade cultural com a multiplicidade de expressões artísticas e gastronômicas sergipanas, o evento tem o intuito de promover as tradições e os sabores únicos do estado em referência ao Dia da Sergipanidade, celebrado em 24 de outubro. Desse modo, a praça foi transformada em uma cidade cenográfica com barracas que exibem as particularidades de vários municípios de Sergipe.

Durante esses seis dias, Boquim, Canindé do São Francisco, Carmópolis, Divina Pastora, Estância, Itabaiana, Itabaianinha, Lagarto, Laranjeiras, Santana do São Francisco, São Cristóvão e Tobias Barreto estão apresentando os seus principais aspectos artísticos e culturais.

O evento também conta com atrações musicais e artísticas, a exemplo do folclore sergipano, além de workshops culinários e espaço kids para a criançada. E mais: há a praça de alimentação, no espaço ‘Bom di Cumê’, em que bares e restaurantes oferecem pratos especiais da gastronomia sergipana com um preço único.

Texto e imagens reproduzidos do site: www se gov br

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Governo do Estado reforça sentimento de pertencimento no Dia da Sergipanidade


José Augusto Barreto, diretor e bonequeiro 
do teatro de bonecos "Mamulengo de Cheiroso".
Foto: Erick O'Hara.



João Evangelista, mais conhecido por "Fumaça".
Foto: Erick O'Hara.



Rei e a Rainha do Milho no País do Forró 2023.
Foto: Igor Matias.


Renda Irlandesa de Divina Pastora.
Foto: Arthuro Paganini.

Publicação compartilhada do site GOVERNO DE SERGIPE, de 24 de outubro de 2023

Governo do Estado reforça sentimento de pertencimento no Dia da Sergipanidade

Data é comemorada nesta terça-feira, 24; as várias manifestações culturais, saberes e fazeres compõem a construção da sergipanidade

Nesta terça-feira, 24, é celebrado o ‘Dia da Sergipanidade’. A data evidencia o ser e fazer dos locais e daqueles que adotaram a terra de Tobias Barreto como morada. O Governo do Estado compreende a importância do sentimento de pertencimento e investe na valorização de artistas, expressões culturais de toda ordem, fomento ao turismo, economia, entre outros fatores que intensificam a percepção de sergipanidade.

Uma das ações deste ano que contribuíram para este fortalecimento da sergipanidade foi o retorno da realização de grandes eventos de festejos juninos, com a valorização de atrações e artistas sergipanos, com 60 dias de apresentação e mais de 300 artistas nos palcos de Aracaju (Arraiá do Povo, Centro de Criatividade, 18 do Forte, Gonzagão e Rua São João), Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Capela, Itabaiana, Nossa Senhora do Socorro. O ‘país do forró’ arrastou mais de 650 mil pessoas entre junho e julho, que contemplaram espetáculos musicais, quadrilhas juninas, teatro musical, comidas típicas, artesanato e manifestações folclóricas.

Tal modelo de valorização resultou em uma expressiva movimentação cultural e econômica no estado, aumentando a presença de turistas em Sergipe, com registro de repercussão sentido no crescimento de 92% nas vendas no período, 64,5% de ocupação dos hoteis, alta de 39% na movimentação no aeroporto e rodoviárias, entre outros setores da cadeia produtiva. De acordo com o Observatório de Sergipe, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Casa Civil (SECC), foram movimentados mais de R$ 98 milhões durante os festejos.

Identidade

Mas o valor sergipano não se restringe somente às cifras conquistadas no São João. Mais que uma data, o sentimento de sergipanidade está presente nas características do ser sergipano, assim como também representada em manifestações folclóricas, culturais, em saberes e fazeres e os diversos elementos que compõem a identidade sergipana. Representações da cultura popular como o ‘Lambe-Sujo e Caboclinhos’, realizada nos municípios de Laranjeiras e Itaporanga d’Ajuda; o grupo Parafusos, de Lagarto; o Reisado; o Samba de Coco; o tradicional Encontro Cultural de Laranjeiras; o Festival Sergipano de Artes Cênicas e Diversidade Cultural; a mangaba; a renda irlandesa fazem parte do universo que compõe a sergipanidade.

Símbolo da cultura sergipana, a renda irlandesa ultrapassou a fronteira nacional e ganhou destaque pelo mundo. A artesã Maria José Souza explica que além de alavancar o nome de Sergipe internacionalmente, a renda carrega a importância turística e econômica. "A Renda Irlandesa é uma identificação própria de Divina Pastora e de Sergipe. Não é somente o reconhecimento como patrimônio imaterial; é uma vivência para o estado. Existe a importância econômica, turística, mas, acima de tudo, humana. Não é só ganhar dinheiro com a renda, é muito mais, é viver a renda, é uma paixão".

Apesar de não ter surgido em Sergipe, a renda irlandesa carrega nos pontos entrecruzados com lacê a Sergipanidade. O Modo de fazer Renda Irlandesa tem reconhecimento e referência da cidade de Divina Pastora, sendo incluída no Livro de Registro dos Saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no dia 28 de janeiro de 2009, além de deter o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.  

Esse saber fazer da renda irlandesa, Patrimônio Histórico e Imaterial de Sergipe, atraiu a atenção, inclusive, do embaixador da Irlanda, Seán Hoy, que veio ao estado para conhecer a sua produção, pelas mãos de rendeiras do município de Divina Pastora que perpetuam a tradição do fazer pelas mãos habilidosas ensinadas geração após geração, para que possa ser reintroduzida no seu país de origem.

O que é sergipanidade

Para alguns, mais que apresentações e produções artísticas, a sergipanidade é um estado de espírito. O diretor e bonequeiro do teatro de bonecos ‘Mamulengo de Cheiroso’, José Augusto Barreto, pontua que sergipanidade é se reconhecer dentro do seu reduto. “Ser sergipano, primeiro, é reconhecer os 75 municípios do estado. Venho de uma família ribeirinha, de Propriá e Neópolis. Toda a minha carga cultural vem desses lugares. A cultura se aprende dentro de casa!’, avaliou.

O Mamulengo de Cheiroso tem 45 anos e é um dos representantes da cultura popular sergipana por meio de situações cotidianas retratadas em peças cômicas e esquetes. Este tipo de espetáculo é exibido desde o Brasil colônia e está presente em todo o Nordeste. São mais de dois mil exemplares de bonecos guardados por José Augusto, que pretende criar um memorial para as peças.

A opinião do artista é compactuada pelo servidor do Escritório Estadual do Ministério da Cultura (Minc), Dênio Azevedo. “Consideramos a sergipanidade como um sentimento de pertencimento. Só quem pode definir essa sergipanidade é você mesmo. É necessário escutar os residentes para entender esse vínculo. Sergipanidade é diferente de ser sergipano ou sergipana, que é ter nascido em Sergipe. Sergipanidade é essa construção simbólica, afetiva, que, mesmo pessoas que não nasceram aqui, têm o sentimento de pertencimento construído a partir de suas vivências ao longo da sua trajetória com este território”, explicou. 

Sergipanos

Quanto a essas percepções individuais, a autônoma Miriam Batista, natural do Rio de Janeiro, vive desde a adolescência em Sergipe e classifica a determinação do sergipano como sua maior essência. “Identifico-me muito mais como nordestina. O sergipano é guerreiro e não pensa duas vezes para trazer o pão para casa. A maioria dos que conheço é humilde e muito focado nos seus propósitos”, considerou.

A figura de João Evangelista, mais conhecido por ‘Fumaça’, é carregada de representatividade. Sergipano de Aquibadã, médio sertão, ele já foi vereador do município e hoje é aposentado do serviço público, mas ainda atuante no cordel e na venda de livros usados no Mercado Albano Franco. “Ser sergipano é uma grande relíquia! Nossa cultura é exatamente tudo que fazemos. É o nosso dia a dia no trabalho, nossa arte, nossas tradições. Eu, por exemplo, sou autodidata, e isto, aliado à minha história, tem muito valor para a minha identificação”.

Tão tradicional quanto a literatura de cordel, os motoristas de táxis do centro de Aracaju têm muita história para contar sobre o desenvolvimento da identidade sergipana. “Há 40 anos dirijo um táxi e percebi que muitos turistas do Brasil e de fora têm admiração por Sergipe. Já transportei gente do Paraná, do Rio Grande do Sul e vários lugares, que vieram prestar concurso e disseram querer mudar para cá. Isso é um orgulho para mim, sabe? Sergipanidade é isso, é esse orgulho de ter nascido e me criado aqui!”, disse o taxista João Batista do Santos, morador do Bairro América, zona oeste de Aracaju.

O comerciante Diogo Lima, de Arauá, no sul sergipano, tem a mesma sensação. Há dois anos morando e trabalhando em Aracaju, ele nunca pensou em mudar para outro estado. “Gosto muito das praias, em especial da Ponta do Saco, em Estância. Nunca pensei em mudar de Sergipe”.

Centro de Criatividade

Com o planejamento estratégico do Governo do Estado de recolocação de Sergipe na rota nacional do turismo, a ‘Ópera do Milho’ foi reencenada durante a programação dos festejos juninos de 2023, na Concha Acústica, do Centro de Criatividade e, também, no Barracão Cultural do Arraiá do Povo, na Orla da Atalaia. O espetáculo foi montado pela primeira vez no ano de 1996 e retrata a cultura nordestina com suas tradições, folguedos e festejos juninos, reunindo religiosidade, simbolismo, danças folclóricas e arte cantada.

O Centro de Criatividade foi criado em 1985, no Bairro Getúlio Vargas, e, agora em 2023, restabeleceu seu protagonismo como uma das principais praças de espetáculos de Sergipe. “Aqui oferecemos oficinas de músicas, artes cênicas e visuais. Assumi a administração em junho, durante o Concurso de Quadrilhas Arranca Unha, e, apesar de pouco tempo, já estou imerso em sua densidade cultural. Este ano, o Centro de Criatividade foi bastante ativo em produções artísticas. O que posso desejar é que o Dia da Sergipanidade seja todos os dias!”, destacou o diretor do Centro de Criatividade, Eugênio Enéas.

Para celebrar a data, nesta terça-feira, 24, o Centro de Criatividade estará em festa. Às 8 horas tem Pilão de Pife e Mestre Saci. Já às 19h, Papudo Gil, com participação de Alberto Marcelino. Às 20h, apresenta-se o Afoxé de Preto e, às 21h, Zabumbadores de Vó Lourdes. A partir das 22h tem o Descidão.

Lei Paulo Gustavo

A programação elaborada pelo Governo do Estado para celebrar o Dia da Sergipanidade inclui ainda o anúncio da seleção das obras contempladas pela Lei Federal Paulo Gustavo, operacionalizada em Sergipe pela Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap). De acordo com a diretora-presidente, Antônia Amorosa, os editais se centraram no audiovisual. “As demandas que trabalhamos com muita dedicação e carinho serão apresentadas durante o anúncio dos mestres aprovados por edital. A seleção final passou pela escolha do nosso líder, juntamente com o assessoramento da Funcap, para cada vez mais valorizar a identidade cultural e a memória do nosso povo”, disse.

Dia da Sergipanidade

A data de 24 de outubro, conhecida como o Dia da Sergipanidade, foi instituída pela Lei nº 8.601/2019, que tem o objetivo de reafirmar a identidade cultural sergipana, destacando as características inerentes ao sergipano. 

Mas, apesar das celebrações do 24 de outubro já existirem há algum tempo, anteriormente, a data se confundia com o 8 de julho, dia em que se comemora a emancipação política do Estado.

As duas datas entraram em conflito devido às conturbadas lutas políticas do território de Sergipe e Bahia. Foi em 8 de julho de 1820, que o Rei do Brasil e Portugal, Dom João VI, assinou a Carta Régia elevando Sergipe à categoria de Capitania Independente. Mas, até a década de 1990, os sergipanos também celebravam o 24 de outubro como a Emancipação Política de Sergipe. A mudança oficial para o dia 8 de julho foi feita por meio da Emenda Constitucional nº 20, de 31 de maio de 2000.

Com a alteração, o 8 de julho ficou conhecido como o Dia da Emancipação Política de Sergipe e o 24 de outubro, como o Dia da Sergipanidade. 

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quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Sergipanidades: conheça as origens e peculiaridades da nossa culinária

Foto: Agência Sergipe

Foto: Vieira Neto

Foto: Prefeitura de São Cristóvão 

Foto: Lízia Martins

Crédito da foto: Site da Cachaça/Ilustrativa 

Publicação compartilhada do site F5 NEWS, de 24 de outubro de 2023

Sergipanidades: conheça as origens e peculiaridades da nossa culinária

São considerados Patrimônios Imateriais o amendoim cozido, a mangaba e a queijada

Por F5 News

É comum associar Sergipe às manifestações culturais que se tornaram tradição, com a festa dos lambes-sujos e caboclinhos, à estilos musicais, como o ritmo característico do São João que tornou o estado o “país do forró”, ou às belezas naturais que fazem parte do território regional, entre elas os Cânions de Xingó e a Serra de Itabaiana. 

Mas, além dessas características, Sergipe também possui uma culinária rica em sabores que se apresenta através das frutas, sementes e raízes, e dos mariscos. Todos esses alimentos fazem parte da construção da nossa identidade cultural, celebrada neste Dia da Sergipanidade, 24 de outubro. 

Existem alimentos que são tradicionais e característicos de Sergipe, entre eles, a mangaba, fruto da mangabeira, árvore que cresce em um ambiente tropical. A Lei nº 8.918, de 11 de novembro de 2021, tornou a mangaba e o ofício das catadoras de mangabas —- atividade desenvolvida por mulheres responsáveis pela geração de renda e sustento de muitas famílias —- Patrimônio Cultural Imaterial de Sergipe. 

Segundo a professora da disciplina Cozinha Regional Nordestina da Universidade Tiradentes (Unit), Isabelle Brito, a fruta oferece vários benefícios e formas de consumo. “Ela é bem versátil na sua utilização, principalmente na parte doce da nossa alimentação e nas sobremesas”, disse ao F5 News.

O amendoim cozido é outro alimento que faz parte da essência da culinária sergipana. Ele também é considerado pela Lei 7.682/2013 Patrimônio Cultural Imaterial de Sergipe, e se encaixa em vários momentos do nosso cotidiano. A gastróloga explica que o amendoim cozido também pode ser muito diverso no modo de consumo. “O amendoim, tradicionalmente, comemos cozido e debulhado. Mas, de forma contemporânea, pode-se utilizar ele numa farofa, dentro de arroz que dá uma crocância e um sabor bem especial, por exemplo”, afirma.

Na cidade mãe de Sergipe, São Cristóvão, também existem alimentos tradicionais que estão englobados na culinária sergipana. Entre eles, a queijada, ou queijadinha, instituída como Patrimônio Cultural Imaterial de São Cristóvão.

“ A queijada é tradicionalmente de Portugal, e era feita à base de queijo, açúcar e farinha de trigo. Ao chegar  no Brasil, a receita teve uma alteração por conta do queijo ser um ingrediente muito caro e de certa forma raro para a época. Então, foi substituído o queijo pelo coco, já que o uso do bagaço do coco era muito comum no estado. E continuamos utilizando o nome de queijada, embora não vá queijo, na nossa queijada sergipana”, conta a professora de gastronomia.

Muitos pratos típicos do estado têm como base o leite de coco por influência da culinária indígena e africana. “Existem o saroio, o mal casado, o beiju molhado, entre outros pratos, com o uso da farinha de tapioca nas suas diversas versões, na maioria das vezes com a presença do coco. Isso porque temos uma mescla entre a influência indígena com a farinha e a influência  no modo de preparo africana com a presença do leite do coco e o bagaço do coco”, detalha Brito. 

Além disso, por seu um estado litorâneo e com a presença de diversos mangues, Sergipe também agrega ao seu tempero espécies de crustáceos nativos dessa região, como o caranguejo e o aratu.  “Tradicionalmente nós comemos o caranguejo inteiro, mas também existem catado do caranguejo e o quebrado do aratu. Eles servem também como recheio de diversas produções, como pastéis, fritada, e podem ser utilizados em pratos contemporâneos, como risoto feito com ingredientes locais”, diz Isabelle.

Em relação às bebidas, a professora explicou que não existe uma específica da região, mas que se tem a cultura da produção da cachaça por conta da exploração da cana de açúcar no Nordeste como um todo. “ Podemos encontrar a cachaça temperada, muitas vezes, com a presença de um animal como o caranguejo, além de cachaça com algumas especiarias”, afirma a especialista. 

Ela ainda explica que no caso dessas bebidas, geralmente, estão relacionadas a crenças populares. “Muitos acreditam que essa cachaça vai melhorar um pouco a digestão, a líbido, ou alguma doença respiratória. Então, existe também a crença popular associada ao uso de elementos dentro da cachaça", finalizou

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Sergipe, sergipanidade, sergipanismos, sergipanemos!

Foto: Ilustração Edidelson

Artigo compartilhado do site RADAR SERGIPE, de 24 de outubro de 2023 

Sergipe, sergipanidade, sergipanismos, sergipanemos!

Por Luiz Eduardo Oliva

Para os aficionados pela música brasileira Dolores Duran é um ícone do chamado samba canção, a famosa música da “dor de cotovelo”. Morreu jovem aos 27 anos, em 1959 deixando um dos maiores legados da nossa música. Foi parceira de Tom Jobim, de Carlos Lira, teve música sua gravada por Franklin Sinatra, foi parceira do sergipaníssimo João Melo (“Sambou, Sambou”). Dolores Duran era o nome artístico de Adiléia Silva da Rocha e era filha de uma sergipana de Itabaiana.

João Nogueira é considerado um dos maiores sambistas brasileiros. Para a geração mais jovem é lembrado principalmente por ser o pai de Diogo Nogueira. João Nogueira era filho do advogado e violonista João Batista Nogueira, um sergipano buraqueiro de Porto da Folha, amigo de Pixinguinha.

Noel Rosa é o maior nome da música brasileira da primeira metade do século passado e até hoje é das maiores referências da nossa música. É um dos verbetes mais pesquisado no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Noel Rosa era casado com a sergipana Lindaura Martins.

Marcos Palmeira é um dos principais atores da teledramaturgia brasileira. Natural do Rio de Janeiro basta uma busca por sua biografia na Wikipédia vai encontrar um dado no mínimo inusitado, mas ao mesmo tempo demonstra o valor dele por suas origens: “a mãe do ator é a produtora Vera Maria Palmeira de Paula (conhecida por Vera de Paula) que por sua vez é filha do advogado nascido no Sergipe: Sinval Palmeira, deputado estadual do Rio de Janeiro cassado pela ditadura militar. 

Paris se faz culturalmente também pelos seus cemitérios, onde estão os grandes nomes da cultura francesa ou outros nomes que brilharam na Cidade Luz. Essa peculiaridade chega a ser atração turística a tal ponto que se você for pesquisar o site da agência de viagens Tripadivsor vai encontrar entre as atrações os “Dez Melhores Cemitérios de Paris” onde o primeiro deles é o Cemitério do Père-Lachaise, um dos mais famosos do mundo.

E o que isso tem a ver com a sergipanidade ou o sergipanismo? É que um dos nomes de referência (vá a Wikipédia e verás) dentre as grandes personalidades da cultura mundial que estão lá enterrados o nome do pintor sergipano laranjeirense Horácio Pinto da Hora é um dos destacados ao lado de nomes como os seus colegas de pintura Eugène Delacroix, Jacques-Louis David, da cantora Edit Piaf, dos romancistas Honoré de Balzac, Oscar Wide, Malcel Proust, dos poetas Cyrano de Bergerac, La Fontaine, dos filósofos Pedro Abelardo, Pierre Burdieu, e outros nomes como Allan Kardec e Molière (um dos maiores dramaturgos da humanidade). De todos estes nomes o único brasileiro referenciado é justamente o nosso grande pintor Horácio Hora.

O Hino da Cidade do Rio de Janeiro é chamado de Cidade Maravilhosa. Seu título foi inspirado num programa radialístico de grande sucesso à época, apresentado por César Ladeira, onde este lia as "Crônicas da Cidade Maravilhosa", escritas por um imortal da Academia Brasileira de Letras, justamente o sergipano de Itaporanga Genolino Amado.

Cândido Aragonez de Faria foi o pioneiro no mundo dos cartazes de cinema. Considerado um dos maiores artistas gráficos do mundo, foi ele quem produziu em 1902 o primeiro cartaz da história do cinema, para o filme Les victimes de l"alcoolisme, de Ferdinand Zecca, produzido pela celebrada Societé Pathé Frères. Trabalhou especialmente para os Clérice Frères, a Film d"Art e a Pathé, criando anúncios e cartazes para óperas, musicais, filmes e espetáculos de variedades, capas de livros e de edições musicais, e outros trabalhos. Seus cartazes de filmes e turnês de cantores e espetáculos famosos correram o mundo, dando-lhe uma reputação internacional. Cândido Aragonez de Faria era sergipano da cidade de Laranjeiras.

No movimento para a formação das Nações Unidas, um dos diplomatas brasileiros participantes foi o estanciano Gilberto Amado. Diante do impasse da data para comemorar a fundação (vários atos em datas diferentes haviam se sucedido) e numa daquelas enfadonhas assembléias, discutia-se aqui e acolá qual a data mais precisa, quando Gilberto Amado gritou: “24 de outubro!” Cansados, os congressistas logo aprovaram. Genolino Amado seu irmão (acima referenciado) perguntou-lhe: “foi sergipanismo consciente ou inconsciente?”. O fato é que basta ir ao Google e está lá: 24 de outubro, que é o dia da sergipanidade, também é o dia da Organização das Nações Unidas, proposto por um sergipano.

A expressão brasileiríssima para significar o superlativo de bom é sergipaníssima: “bom à beça” que se referencia ao sagaz poder de argumentação do grande jurista sergipano Gumercindo Bessa que na questão do Acre superou a figura exponencial do baiano Rui Barbosa (o beça cedilhado foi o resultado de posteriores reformas ortográficas).

Falar sobre a expressão cultural sergipana não se pode esquecer o nosso Tobias Barreto de Menezes. São os sergipanos que migraram para estudar em Pernambuco no século XIX que, sob a liderança de Tobias vão marcar a Escola do Recife, movimento que justamente pela peculiaridade de ser integrado por maioria de sergipanos, foi ironicamente chamada pelo intelectual carioca Carlos de Laet escola teuto-sergipana justamente por introduzir o germanismo no Brasil. Vale tanto Escola do Recife como Escola Teuto-Sergipana (teuto se refere justamente ao nativo da Alemanha).

Sergipe para lá de ser o menor estado do Brasil é, sobretudo um estado de espírito, é um país cultural, como se já não bastasse ser o “país do forró” como tão bem cantou Rogerinho. E, como dizia Gilberto Amado na conhecida frase, é pequeno “para não ofuscar a grandeza dos seus filhos”, no que eu acrescento: e também de suas filhas!

Viva o 24 de outubro o dia da Sergipanidade!

Texto e imagem reproduzidos do site: radarsergipe com br

domingo, 22 de outubro de 2023

Sergipanidades

Artigo compartilhado do site TEMPSERGIPANIDADES, de 16 de julho de 2020

Temporada Sergipanidades - 16 de jul. de 2020

SERGIPANIDADES*

* Texto escrito por Denio Santos Azevedo, publicado originalmente na página Sergipe Trade Tour em 23 de outubro de 2019

A valorização do eu sergipano, a diferença com o outro, o não sergipano e a percepção dos diferentes sergipanos, geraram Sergipanidades. As marcas das Sergipanidades são infinitas e renováveis, mas alimentam os diferentes álbuns contidos na memória individual e/ou coletiva. A minha Sergipanidade é um conjunto de vivências que foram/são experenciadas ao longo da minha trajetória, portanto, ela continua sendo (re) construída. A minha Sergipanidade tem cores, cheiros, sons e sabores. O cheiro do pão jacó quente e o gosto de peito de moça da padaria de Ana.

O geladinho de Dona América, os picolés de russo, mangaba e coco da Cinelândia, como esperava aquele sininho tocar depois do almoço. A gaita do vendedor de quebra-queixo, o triângulo do cavaco chinês e a buzina do vendedor de pão que passava à porta todo final de tarde. Um vendedor gritando "carangueeee---jo" e o outro "saroio, pé-de-moleque, beiju moiado, má casado". Juntava garrafas para esperar o "garrafeeeeei-ro, compro pneu, bateria, ferro velho e radiador" e me admirava com as histórias de Seu Jaime caminhoneiro e Seu Correia jogando dominó na praça do Conjunto dos Motoristas.

As brincadeiras de garrafão, corrida de tampinha, soltar pipa no morro, bola de gude e o sagrado futebol na rua, na quadra ou na varanda de casa. Quebrar Ouricuri, chupar cana no Batistão, comer amendoim verde cozido na praia e tomar mingau de puba na feira. Ela tem o gosto dos doces de Dona Nena ou das doceiras de São Cristóvão, onde tenho as melhores queijadas, das bolachinhas de goma e do pirulito de mel que era vendido no tabuleiro. Assistir ao Bolo de Feira, Amorosa, Antônio Rogério e Chiko Queiroga, Sena e Sergival na concha acústica da Praça Tobias Barreto e nos bares da Francisco Porto.

Desenhar e pintar no vagão da Praça Olímpio Campos. Ficar encantado com o Imbuaça na Praça Fausto Cardoso, onde também brinquei carnaval e dancei forró durante os festejos juninos. A luz da minha Sergipanidade está no rojão do buscapé, espada, pitu e no navegar do barco de fogo. A minha Sergipanidade tem as cores do Lambe-sujos x Caboclinhos, a ginga do São Gonçalo da Mussuca, o girar dos Parafusos de Lagarto, a alegria da quadrilha junina e a energia de D. Nadir e do Mestre Sabau. A força da minha Sergipanidade está na luta dos Xocós e dos quilombolas.

Os sons da minha Sergipanidade estão no tamanco do samba de coco, no pisa-pólvora, no samba de parelha e no samba de Aboio. Está também nas rodas de samba do Siqueira Campos, no Chorinho do morro do Urubu e do Bairro América e no forró de Zé Rozendo e Marluce, Cabeça-de-Frade e Erivaldo de Carira. Minha Sergipanidade têm a harmonia das escolas de samba da avenida Barão de Maruim e das ruas de Estância. Eu sou Naurêa, The Baggios, Reação, Polayne, Mingo, Nino, Giló Santana, Fontinele, Chiquinho do Além-Mar, enfim, eu sou Joãozinho Popular.

Minha Sergipanidade têm o gosto do Café da Gente Sergipana, do bolinho de bacalhau de Seu Abel, da Moça Virgem e da Véia Fogosa do Caçarola e da pizza de tapioca com coco queimado do Seu Bistrô. Ela é catadora de mangaba, marisqueira, pescadora de sonhos, catadora de aratu e vem embalada na palha com bastante pimenta. Possui a forma da arte de Véio, Mestre Pedro e Beto Pezão e os traços de José Fernandes, Tintiliano e Hortência Barreto. Cabrunco é muita coisa, deixa eu parar por aqui. Essa é a minha Sergipanidade, pode ximar. Qual é a sua?

Texto e imagem reproduzidos do site: tempsergipanidades wixsite com

'Dia da Sergipanidade', por Jerônimo Peixoto

Artigo compartilhado do site 93 NOTÍCIAS, de 24 de outubro de 2020

Dia da Sergipanidade
Por Jerônimo Peixoto

24 de outubro de 1820 ficou marcado na memória dos sergipanos como a data em que chegou ao Estado a notícia de sua emancipação, sua independência em relação ao Estado da Bahia, ato que se deu a 08 de julho 1820. Por muito tempo, permaneceram as duas datas celebrativas da independência de Sergipe, como feriados. Mas, por força das circunstâncias, 24 de outubro passou a celebrar a Sergipanidade, um termo novo para designar o modo de ser de cada sergipano nato ou adotado.

O que é Sergipanidade? O que a constitui? Em se tratando de um modo de ser, de se caracterizar como sergipana ou sergipano, o termo sugere alguns “mergulhos” nesse vasto manancial que constitui a cultura deste pequeno torrão cravado entre o São Francisco e a Bahia. Insta, pois, salientar alguns aspectos daquilo que pode se denominar jeito de viver Sergipe.

Em primeiro, é banhar-se nas águas de Atalaia, saborear o caranguejo, comer o amendoim cozido que vem de Candeias, Moita Bonita; é visitar a Colina e receber as bênçãos do Santo Casamenteiro; é pedir ajuda à Imaculada Conceição e ir aos Orixás, nos vários terreiros, para encetar a mistura de crenças; é dançar o miudinho, do xaxado, do xote e do baião, na Rua de São João; virar o ano na praia e participar na procissão do Bom Jesus. É comer rabada, em Capela, por ocasião da festa do Mastro, soltando trios de Bacamarte; assistir à congada e à Chegança, no Rosário e em Carmópolis, guerrear com cabacinhas, em Japaratuba; comer carne do sol, no Cedro de São João, comer peixe assado em Propriá e banhar-se nas águas escassas do Velho Chico; descer até Neópolis e participar no mela-mela do carnaval de rua.

Lambuzar-se no lambe sujo de Laranjeiras, pedir a bênção à Mãe Pastora, e contemplar as rendas irlandesas, na mesma Divina Ladeira, e participar da procissão do Senhor dos Passos, contempla o barroco, em São Cristóvão, berço de todos nós; contemplar os laranjais de Boquim, a produção agrícola no Treze, comer maniçoba e assistir ao Vira-vira em Lagarto; desfilar nas escolas de samba de Estância, e voar nos barcos de fogo; catar mangaba em Itaporanga, comprar roupas em Itabaianinha e em Tobias Barreto. Colher feijão em Poço Verde, milho em Simão Dias, em Carira, mergulhar nas águas de Xingó e maravilhar-se com o Cânions do São Francisco, visitar a Gruta do Angico, contemplar a Vaquejada em Porto da Folha e nas pegas de boi de Poço Redondo; andar na corrida de jegue, em Itabi, contemplar as fazendas leiteiras de Glória, com seus laticínios pujantes, ver as apartações e as obras de Veio; conhecer o museu do Capunga, em Moita, cumprimentar o cigano de Ribeirópolis, visitar o parque dos Falcões, subir a Serra, mergulhar no Poço das Moças, visitar a Igreja Velha, molhar os pés nos Poções da Ribeira e passear na grande feira e comer castanha do Carrilho, em Itabaiana, coração do Estado; conhecer o museu do Cangaço em Alagadiço, visitar as fazendas de gado de Pinhão e de Pedra Mole, sentir as quedas da Cachoeira de Macambira, as Serra de são José em Campo do Brito, e as casas de farinha de São Domingos, e arrastar o pé em Areia Branca.

A Sergipanidade está nas cores, nos ritmos, nos sons e na poesia. Está nas crenças e na postura de vida de uma gente determinada que aprendeu a vencer os desafios com a força do trabalho e da dignidade. Está no cordel, na prosa, do trio pé de serra, na banda de pífanos, no teatro de rua, nos desafios de meio de feira. Emerge no reisado, no samba de coco, no samba de roda, na embolada, na toada e no aboio, no Maculelê, na fanfarra e nas bandas de músicas. Está na Feijoada, na Moqueca, na buchada, pirão de osso de correr. Sergipanidade é identificar-se com esse chão sagrado que nos sustenta e nos propicia ser o que somos.

Parabéns cada sergipana ou sergipano nascido(a) ou adotado(a)! Que nossas raízes sejam cultivadas e preservadas, para dizermos não à cultura do descarte, importada e destruidora de identidade. Tenhamos orgulho de mostrar o que somos e o que vivemos, sem qualquer preconceito, certos de que o que nos une e nos faz diferentes é a SERGIPANIDADE.

Texto e imagem reproduzidos do site: 93noticias com br 

Dia da Sergipanidade no Museu da Gente Sergipana


Publicação compartilhada do site GOVERNO DE SERGIPE, de 20 de outubro de 2023

Governo de Sergipe e Instituto Banese celebram Dia da Sergipanidade no Museu da Gente Sergipana

Programação será marcada pela abertura da exposição ‘Cores da Gente – Imersão e Emoção’, que conta com o patrocínio do Grupo Energisa e apoio cultural do Instituto Energisa e da TV Sergipe

Criado para reafirmar a identidade do povo sergipano, o Dia da Sergipanidade - 24 de outubro - é um marco de celebrações à cultura, à história, às tradições e aos saberes e fazeres que caracterizam Sergipe e que despertam muito orgulho. Para estimular esse pertencimento identitário, o Instituto Banese, por meio do Museu da Gente Sergipana, e o Governo de Sergipe realizarão nos dias 24, 25 e 27, uma programação alusiva à data com homenagens, ações educativas, apresentações musicais e a inauguração da exposição ‘Cores da Gente – Imersão e Emoção’, que conta com o patrocínio do Grupo Energisa, por intermédio da Lei de Incentivo à Cultura, e apoio cultural do Instituto Energisa e da TV Sergipe.

As atividades terão início na terça-feira, 24, às 11 horas, com homenagem ao cantor e compositor José Augusto Sergipano, artista de grande sucesso nacional nos anos 60. José Augusto passará a fazer parte do acervo do Museu da Gente Sergipana, compondo a instalação ‘Músicos da Gente’, na qual será possível conhecer a carreira do artista que construiu um importante legado e projetou Sergipe no cenário musical.   

Já às 18h, na Galeria de Exposições Temporárias do museu, será aberta a exposição ‘Projeto 15x10 – Miniaturas’, do artista plástico Adauto Machado. A mostra, composta por 70 obras em pequenas dimensões, evidencia todas as temáticas abordadas por Adauto nas diversas fases da sua vida e da sua trajetória artística. Os cavalos, os carros de bois, as lavadeiras, os lavradores, os casarios, os barcos, os pescadores e a cultura popular são alguns dos temas retratados na exposição. A mostra será aberta ao público em geral e terá acesso gratuito.

Com o intuito de aproximar o público infantil dos artistas sergipanos e dos seus saberes e fazeres, a programação incluirá oficinas educativas em parceria com a ONG Olá Museu. No dia 24, às 14h, a oficina será inspirada no artista Beto Pezão, reconhecido por sua inconfundível obra modelada em argila e que retrata especialmente figuras humanas do sertão e personagens cristãos. Uma segunda oficina será realizada na quarta, 25, às 14h. Dessa vez inspirada no artista Véio, escultor reconhecido internacionalmente, que usa a madeira como matéria-prima e tem seus próprios costumes e a cultura popular sertaneja como fonte de inspiração. A atividade será voltada para crianças de 3 a 13 anos e não será necessário fazer inscrição prévia.

Cores da Gente

A programação comemorativa do Dia da Sergipanidade será encerrada na sexta, 27, com a inauguração da exposição ‘Cores da Gente – Emoção e Imersão’, que conta com o patrocínio do Grupo Energisa, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e apoio cultural do Instituto Energisa e da TV Sergipe. As empresas, que já foram parceiras do projeto em 2021, renovam o investimento e compromisso com a iniciativa, agora em formato itinerante, garantindo que a exposição circule pelos territórios sergipanos e chegue aos mais diversos públicos.

A exposição é uma experiência imersiva e sensorial proporcionada por uma estrutura totalmente tecnológica. Dentro de um domo inflável, cujo ambiente interno se transforma em uma superfície de projeção de obras de arte em movimento, o visitante terá a oportunidade de conhecer as representações artísticas de várias fases da história da arte em Sergipe, do século XIX ao XXI, por meio de 20 artistas póstumos sergipanos que são referenciais. 

A noite de celebrações da Sergipanidade continuará às 18h30, com apresentação da Orquestra Jovem de Sergipe, projeto que há 10 anos conta com o patrocínio do Grupo Energisa, e que transforma a vida de centenas de crianças e adolescentes graças ao aprendizado da música clássica. Para este dia, a orquestra levará até o público um repertório regional, formado por músicas do cancioneiro popular e de artistas sergipanos. 

Às 20h terá início o show da cantora, compositora e atriz sergipana Jaque Barroso. Intitulado ‘Descalça entre Mundos', o show é um passeio sonoro ancestral e afrofuturista, cujo roteiro traz canções autorais e releituras eletrificadas de diversos Cocos do Nordeste. No museu, o show contará com as participações especiais do Maracatu Baque Mulher Aracaju e do músico Pedrinho Mendonça. O projeto autoral de Jaque Barroso une vertentes eletrônicas com diferentes ritos da cultura popular afro-brasileira e as canções de seu repertório abordam temas como ancestralidade, empoderamento negro e valorização da cultura popular nordestina.

Toda a programação é gratuita e aberta ao público em geral. 

Museu aberto 

Com o objetivo de ampliar as oportunidades de visitação ao Museu da Gente Sergipana e de proporcionar ao público uma importante experiência sobre o que é ser sergipano, no dia 27, sexta-feira, o seu horário de funcionamento será estendido, recebendo os visitantes das 10h às 20h, com entrada gratuita.

O Museu da Gente Sergipana é uma realização do Instituto Banese e do Governo de Sergipe, mantido pelo Banco do Estado de Sergipe, Banese Corretora de Seguros e Banese Card, e patrocinado pela Eneva, por intermédio da Lei de Incentivo à Cultura.

Texto e imagens reproduzidos do site www se gov br

domingo, 25 de outubro de 2020

Dia da Sergipanidade

Bandeira de Sergipe (Foto: José Luís Silva)

Publicado originalmente no site SÓ SERGIPE, em 24 de outubro de 2020

Dia da Sergipanidade: data registra a oficialização da independência do estado e ressalta a importância em se celebrar os aspectos que marcam a sua identidade

Paulo César Santana (*)

O 24 de outubro é muito mais do que uma simples data para os milhões de sergipanos e sergipanas que sentem no peito o orgulho pelo lugar onde nasceram. Ocasião em que é comemorado o Dia da Sergipanidade, em alusão à emancipação política da província da Bahia, a data no calendário local marca, também, a comemoração das crenças, tradições, lutas e conquistas que, ao longo dos anos, ajudaram a fortalecer o aspecto hospitaleiro e acolhedor de toda uma comunidade.

Maria do Carmo Santos admiração pelo local onde vive

Aos 75 anos e natural de Laranjeiras, cidade situada ao leste do estado, Maria do Carmo Santos diz carregar na memória os sentimentos de amor e admiração pelo local onde vive. Ainda que com passagem por outras regiões do país, para a enfermeira aposentada cada canto dos municípios que costumava frequentar, assim como os da capital onde reside atualmente, geraram importantes recordações que hoje ela afirma compartilhar com filhos e netos.

“Eu digo sempre que sorte maior em ser de Sergipe não há. Nós temos um mundo inteiro aqui dentro, com tanta diversidade e coisa boa, a gente tem que sentir muito orgulho disso. Já estive em muito lugar, e morei inclusive em outros estados, mas o meu Sergipe jamais esqueci. Tanto que as praias dos outros lugares onde morei nenhuma se iguala as nossas e sem contar a comida, as artes. É tudo muito lindo”, declarou orgulhosa.

Com 2.318.822 habitantes e área territorial de mais 21.925 km², segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o menor estado da federação é conhecido, sobretudo, pelas manifestações artísticas e populares que tomam forma em todas as suas regiões. Nesta lista, estão a tradicional festa dos Lambe Sujos e Caboclinhos, típica dos municípios de Itaporanga e Laranjeiras e que representa a guerra entre escravos e indígenas, além do barco de fogo do período junino em Estância e o evento que aborda a luta entre cristãos e mouros durante a Cavalhada em Canindé do São Francisco.

Juliane Santana repassa para o filho o orgulho
que sente pelo estado onde nasceu

A estudante Juliane Santana também ressalta a felicidade em pertencer a um dos estados mais representativos do Brasil. O amor e contentamento pelo lugar onde vive há mais de duas décadas, estão sendo repassados para o filho de 5 anos que nasceu em Salvador, mas vem aprendendo cada vez mais sobre a nova casa onde vive. “Faço questão que ele conheça tudo sobre esse estado maravilhoso e que me orgulho tanto. Já visitamos juntos algumas cidades e, assim que possível, quero levá-lo pra conhecer o nosso museu e já ir começando a introduzir algumas coisas na mente dele,” brincou a sergipana de 29 anos.

A data

Historicamente, o 24 de outubro ainda se confunde com a data de 8 de Julho, dia em que foi assinada a Carta Régia oficializando a separação entre os territórios de Sergipe e Bahia e transformando-se na celebração oficial da emancipação política no estado. Entretanto, o documento assinado em 1820 só chegou em terras sergipanas pouco mais de quatro anos depois, em 24 de outubro de 1824.

Durante o longo período, desde a promulgação até a chegada do documento em Sergipe, foram muitos os confrontos entre partidários a favor e contrários à decisão. Hoje, com quase 200 anos de liberdade, Sergipe coleciona fatos e personalidades que contribuíram para evidenciar o nome da antiga província em cenários nacional e internacional. Da genialidade de Tobias Barreto, patrono da cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras, ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade conquistado pela praça São Francisco, em São Cristóvão, passando pelo nome de Luiz Antônio Barreto, um dos mais renomados historiadores sergipanos, falecido em 2012.

Trio de forró. A arte sergipana

 “Com a emancipação, as vilas cresceram, surgiram as cidades e rapidamente o progresso deu a Sergipe uma nova condição. O dia 24 de outubro passava, por volta de 1836, a ser a data maior da afirmação da liberdade dos sergipanos. Durante o Império, o 24 de outubro passou a ser, também, celebrado pelo povo com seus grupos folclóricos, como atestam os registros dos jornais”, destaca o historiador em um artigo publicado em outubro de 2004 no Portal Infonet.

Sergipanidade que gera lucro

Há aproximadamente 40 anos, José de Oliveira, gerencia um pequeno restaurante situado na praça central entre os mercados Maria Virginia Leite Franco, Thales Ferraz e Antônio Franco, locais bastante frequentados por sergipanos e turistas como opções para vivenciar a cultura local. Com cardápio tipicamente regional, ele, conhecido entre os clientes como Vermelho, diz que a escolha foi certeira e sente orgulho em contribuir para contar um pouco da história de Sergipe, através dos pratos que serve.

“Tanto no café da manhã quanto no almoço, o pessoal tem vindo e aprovado e isso pra mim é uma satisfação imensa. O cardápio tem de tudo (risos), mas o que o pessoal está sempre pedindo é o caranguejo e a moqueca de camarão”, afirma seu José.

José de Oliveira:  história através
 da culinária (Foto: Felipe Goettenauer)

Orgulho e satisfação, ainda, para dona Maria Helena Santos, vendedora de artigos de artesanato e decoração no local conhecido como Passarela das Flores, no mercado Antônio Franco. A prática exercida há pouco mais de 35 anos, tem garantido o sustento da família e o desejo por novas conquistas, como o da casa própria que ela também sonha em financiar.

“Eu sempre me orgulhei bastante da minha terra e, pra mim, seria impossível trabalhar com outra coisa que não fosse meu artesanato. Os clientes chegam e ficam admirados com tanta diversidade de renda, cor, formato e a gente, também, acaba ajudando a contar um pouco da história de Sergipe com essas peças”, comentou a vendedora.

(*) Estagiário sob supervisão do jornalista Antônio Carlos Garcia

Texto e imagens reproduzidos do site: sosergipe.com.br