Mostrando postagens com marcador INSTITUTO HISTÓRICO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador INSTITUTO HISTÓRICO. Mostrar todas as postagens

sábado, 14 de setembro de 2024

Registro de Notícia > Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe > 111 anos (2023)


REGISTRO DE NOTÍCIA > veiculada pela TV Atalaia, em 17 de agosto de 2023.
Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe completa 111 anos, o espaço é importante para pesquisas.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Emancipação Cultural de Sergipe


Foto reproduzida do site: flordeliscardoso.blogspot.com.br
Postada por Isto é SERGIPE, para ilustrar artigo.

Publicado no blog Primeira Mão, em 9 de julho de 2012. 

Emancipação Cultural de Sergipe
Por Samuel Albuquerque*


Paço Real, Rio de Janeiro, 8 de julho de 1820. D. João VI, rei de Portugal, Brasil e Algarves, assinava o decreto que emancipava, politicamente, a Capitania de Sergipe d’El-Rey. Sob a lupa de renomados historiadores, esse é o fato que melhor representa o processo de emancipação política de Sergipe.

Tribunal da Relação, Aracaju, 6 de agosto de 1912. Um grupo de pouco mais de vinte intelectuais fundava o “Instituto Historico e Geographico de Sergipe”. Sob a minha lupa, esse é o fato que melhor representa o processo de emancipação cultural de Sergipe, pois o IHGSE foi o locus original dos debates sobre a Sergipanidade.

Desde a sua criação, o Instituto passou a reunir a fina-flor da nossa intelectualidade e capitanear ações que visavam preservar a memória, estudar a história e a geografia e construir uma identidade sergipana. Segundo Itamar Freitas, a entidade “transformou-se no mais importante centro de debates científicos que se tem notícia durante a primeira República” (Freitas, 2007. p. 180).

Entretanto, não tenho dúvida que, até fins da década de 1960 (com a instalação da Universidade Federal de Sergipe), o IHGSE conduziu o processo de desenvolvimento das Ciências Humanas, dando as diretrizes nos fazeres historiográficos, geográficos, sociológicos, antropológicos, arqueológicos e museológicos em nosso estado. Além disso, a “Revista do Instituto Historico e Geographico de Sergipe”, que circula desde 1913, é reveladora do pioneirismo da instituição nos debates sobre a identidade local. Uma análise atenta do conteúdo veiculado no referido periódico também revela que os intelectuais do Instituto, mais que estudiosos e intérpretes, foram inventores da Sergipanidade.

Debrucei-me sobre os números da revista que circularam nos dez primeiros anos de existência do IHGSE. Deparei-me, então, com trabalhos dos seguintes “inventores”: Manoel Armindo Cordeiro Guaraná (1848-1924), juiz aposentado e autor do monumental “Dicionário bio-bibliográphico sergipano” (1925); Francisco Antonio de Carvalho Lima Junior (1859-1929), advogado provisionado, político e autor da “História dos limites entre Sergipe e Bahia” (1918); Manuel dos Passos de Oliveira Telles (1859-1935), juiz e autor de “Sergipenses” (1903); Joaquim do Prado Sampaio Leite (1865-1932), bacharel em Direito, professor e autor de “Sergipe artistico, litterario e scientifico” (1928); Elias do Rosario Montalvão (1873-1935), cirurgião dentista, funcionário público e autor do livro didático “Meu Sergipe” (1916); Adolpho Ávila Lima (1882-?), bacharel em Direito e professor; e Luiz José da Costa Filho (1886-1948), bacharel em Direito, professor e político. Embora praticamente ausentes no grupo de colaboradores da Revista, também estiveram vinculados ao Instituto: Ivo do Prado Montes Pires da França (1860-1924), oficial do Exército e autor de “A Capitania de Sergipe e suas Ouvidorias” (1919); e Clodomir de Souza e Silva (1892-1932), bacharel em Direito, professor, político e autor do “Album de Sergipe” (1920) e de “Minha gente” (1926). Grosso modo, tratam-se dos “doutores que ficaram”, designação que os diferencia dos nossos célebres “intelectuais emigrados”. Eles compõem a primeira geração de intelectuais do Instituto, homens que consagraram seu talento aos estudos sobre Sergipe e que, em maior ou menor escala, contribuíram para inventar a Sergipanidade.

Entre os textos veiculados na Revista, chama atenção (logo de início) o pronunciamento de Florentino Telles de Menezes (1886-1959) na sessão solene de fundação do Instituto. O sociólogo apropriou-se de um discurso cultivado entre os seus pares e afirmou: “Sergipe é pobre e pequeno em território, mas grande pelo trabalho, pela energia e pelo talento de seus filhos, pelo talento que eleva... eleva e nobilita” (Menezes, 1913. p. 10). Daí por diante, a tradição de identificar o sergipano por seus dotes intelectuais, em contraposição à pequenez e à pobreza do nosso território, ganharia tons de tese científica, defendida a ferro e fogo pelos homens letrados da Casa de Sergipe.

Referindo-se ao IHGSE em sua “Historiografia Sergipana”, Itamar Freitas já havia assinalado que “as práticas da instituição, configuradas em suas reuniões semanais e nas páginas da Revista, forjaram uma ‘sergipanidade’ sintetizada na bravura dos soldados e políticos, na visão progressista de alguns governantes do estado e, sobretudo, na inteligência dos seus laureados poetas e pensadores” (Freitas, 2007. p. 180-181).

Bebendo na própria fonte, segui na leitura dos textos veiculados no periódico e, nesse sentido, as colaborações de Prado Sampaio foram as que mais chamaram a minha atenção. Fazendo uso de lentes interpretativas próprias de sua época, notadamente as ideias cientificistas de Ernest Haeckel e Friedrich Ratzel, esse “inventor” acredita que as manifestações culturais devem ser analisadas a partir dos conceitos de raça (elemento estático) e meio (elemento dinâmico). Para ele, tanto do ponto de vista etnológico quanto mesológico, Sergipe é um berço de talentos. E esses talentos teriam contribuído decisivamente para dar os contornos da literatura e da ciência no Brasil. Os exemplos de Tobias Barreto, Sílvio Romero, João Ribeiro, Gumercindo Bessa, Fausto Cardoso, Felisbelo e Laudelino Freire são emblemáticos.

Segundo Jackson da Silva Lima, “a característica literária essencial dos discípulos sergipanos de Tobias Barreto, a notável plêiade dos ‘Bacharéis do Recife’, pode ser rotulada com uma única palavra: sergipanidade, que se consubstancia no interesse cultural superior pelas coisas da terra-berço, sem os ranços execráveis do bairrismo comum. Não se trata, portanto, de uma exaltação pueril e cega da pequena pátria, simplesmente por ser o lugar do nascimento desse ou daquele escritor conterrâneo, mas, sim, a redução sociológica e cultural dos conhecimentos literários e científicos universais, tendo como ponto de partida a realidade terrantês, em seus múltiplos aspectos. É o que fizeram todos os seguidores de Tobias Barreto (1839-1889), merecendo menção destacada, em termos regionais: Gumercindo Bessa (1859-1913), Prado Sampaio (1865-1932) e Oliveira Teles (1859-1939), seu último discípulo entre nós” (Lima, 2012).

Para além dos estudos de José Calasans e Itamar Freitas sobre a nossa Historiografia, o legado intelectual dos inventores da Sergipanidade merece a nossa atenção. Tenho notícias (colhidas, sobretudo, na Plataforma Lattes do site do CNPq) de trabalhos de conclusão de curso, produzidos no Departamento de História da UFS (sob a orientação dos professores Francisco José Alves, Itamar Freitas de Oliveira, Terezinha Alves de Oliva e Antônio Lindvaldo Sousa) e no curso de História da Universidade Tiradentes (sob a orientação dos professores Maria Nele dos Santos e José Vieira da Cruz), que seguiram esse caminho. Contudo, o difícil acesso a essas monografias, esquecidas nas prateleiras das bibliotecas universitárias (sucumbindo ao “pó dos arquivos”, como diria Carvalho Lima Junior), acaba por dificultar a circulação do conhecimento acadêmico. Devo assinalar que a Revista do IHGSE está aberta à publicação de resumos ou partes essenciais desses trabalhos!

Enquanto reflexão final, registro que, mesmo percebendo a necessidade de se estudar o legado dos pioneiros, não devemos nos descuidar com as novas faces da Sergipanidade. Mais que nunca, novas memórias emergem e novas identidades são forjadas. Mas ainda assim, estou certo de que a data da fundação do IHGSE pode e deve ser tomada como referência no processo de emancipação cultural de Sergipe. O dia 6 de agosto de 1912 está para o campo cultural assim como o 8 de julho de 1820 está para o campo político. O nosso Instituto representa uma espécie de “marco zero”, um centro irradiador das reflexões sobre a nossa identidade. As instituições literárias e científicas surgidas posteriormente acabaram por asfaltar e ampliar a estrada que foi aberta pelos intelectuais da centenária “Casa de Sergipe”.

* Adaptação do discurso preferido na sessão solene comemorativa da Emancipação Política de Sergipe, realizada pelo IHGSE em 06 de julho de 2012, e publicado no Jornal da Cidade de 08 de julho de 2012 (Caderno B, página 7, coluna Opinião).

* Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe

Fontes e Bibliografia utilizadas:
O Decreto de 8 de Julho de 1820. Revista do Instituto Historico e Geographico de Sergipe, Aracaju, v. 5, n. 9, p. 9, 1920.
Acta da fundação do Instituto Historico e Geographico de Sergipe, disponível em <http://www.ihgse.org.br/atas/img/1912/ago.PDF> Acesso em 18 de junho de 2012.
FREITAS, Itamar. A escrita da História na “Casa de Sergipe” – 1913/1999. São Cristóvão: Editora UFS; Aracaju: Fundação Oviêdo Teixeira, 2002 (Coleção Nordestina).
SOUZA, Cristiane Vitório de. A “república das letras” em Sergipe (1889-1930). Revista de Aracaju, n. 09, p. 189-208, 2002.
FREITAS, Itamar. Historiografia sergipana. São Cristóvão: EdUFS, 2007.
Revista do Instituto Historico e Geographico de Sergipe, números 1 a 12, disponíveis <http://www.ihgse.org.br/revista_edicoes_anteriores.asp> Acesso em 18 de junho de 2012.
GUARANÁ, Manoel Armindo Cordeiro. Dicionário bio-bibliográphico sergipano. Rio de Janeiro: Pongetti & C, 1925;
MENEZES, Florentino Telles. Instituto Historico e Geographico de Sergipe. Revista do Instituto Historico e Geographico de Sergipe, Aracaju, v. 1, n. 1, p. 9-12, 1913.
LIMA, Jackson da Silva. Uma lição de sergipanidade. In: TELLES, M. P. Oliveira. Sergipenses (Escriptos Diversos). 2 ed. São Cristóvão: EdUFS; Aracaju: IHGSE, 2012 (Coleção Biblioteca Casa de Sergipe, 3) [no prelo].

Texto reproduzidos do blog: primeiramao.blog.br

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Tempos de Ciência, Templos de Civilização¹

Foto reproduzida do site: itabi.infonet.com.br
Postada pelo blog Isto é SERGIPE, para ilustrar o presente artigo.

Publicado originalmente pelo site do IHGSE, em 25/07/2007.

Tempos de Ciência, Templos de Civilização ¹

Bacharéis em medicina e direito, engenheiros, militares, professores, comerciantes e industriais formaram o corpo de intelectuais de Sergipe no período 1910/1930. Esses autores, acomodados sob a proteção de alguns oligarcas, ocuparam, em sua maioria, postos na burocracia local e desdobravam-se na produção livreira e periódica em vários gêneros e espécies literárias.

A movimentação desse grupo restrito concentrava-se na capital, Aracaju, centro político, administrativo e financeiro do Estado, vitrine para as mais recentes conquistas urbanas que o Rio de Janeiro e Paris poderiam oferecer: o telefone, luz elétrica, água tratada, bondes, trem e também, teatro, biblioteca e cinema.

Os intelectuais divergiam quanto ao credo religioso, as formas de praticar a política e as conclusões acerca da “ciência moderna”. Mas, concordaram que as transformações operadas nesses níveis de realidade indicavam novo ritmo a ser vivido. Era a “civilização” que estava prestes a atropelar os sergipanos.

Mas, para que o Estado (conquistasse, acompanhasse) se apropriasse desse novo ritmo, era preciso recuperar o tempo perdido. Era necessário instruir operários, alfabetizar trabalhadores do campo, fundar escolas de nível superior, inventar a solidariedade, instituir a benemerência. Para que a vaga civilizatória não passasse ao largo, era importante incentivar a apreciação estética e a reflexão sobre ciência.

Esse entendimento estimulou a iniciativa particular (tutelada pelo Estado) na fundação de instituições artísticas, literárias e, entre elas, o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Instalado em 1912, o IHGS transformou-se no mais importante centro de debates científicos que se têm notícia durante a primeira República.

Apesar de marcados pelas utopias iluministas do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o IHGSE não poderia seguir os mesmos ditames da matriz carioca. Isso implica dizer que o IHGSE manteve (em nível discursivo) uma relação senão de confronto, pelo menos de crítica em termos de poder central. O discurso era francamente federalista e as suas mais significativas atividades estiveram voltadas para o resgate do espaço territorial sergipano, construção de uma memória e a invenção de uma identidade para o Estado.

Esse “outro lugar” também foi marcado pela apropriação das teses formuladas pelos conterrâneos ilustres, fundadores da Escola do Recife: Tobias Barreto e Sílvio Romero. Uma ciência “moderna” e positiva, baseada na observação, experiência e na indução. Um conhecimento com postulados extraídos da biologia, sintetizando esquemas nem sempre intercambiáveis, como os de Spencer, Haeckel e Ratzel. Essas (in)apropriações, por conseguinte, marcaram os projetos d escrita da história sergipana no período, veiculados na Revista do IHGSE.

O resultado desses lugares e interesses foi uma produção dividida entre a atividade memorialística e a atividade historiadora propriamente dita. Com função identitária, o IHGSE manteve ligação estreita com o Estado, recebendo subsídios financeiros e garantindo a presidência honorária da instituição para todos os governadores. De forma efetiva, colaborou na descoberta, preservação e rememoração dos eventos fundadores de Sergipe e participou ativamente do reconhecimento e defesa do território sempre que solicitado.

Á medida que cumpria tais tarefas, o IHGSE acabou por identificar os maiores problemas da sociedade local: o desprezo dos sucessivos governos do “centro”, a falta d esolidariedade, a ignorância e a ausência do espírito de iniciativa entre os sergipanos. Por fim, as práticas da instituição, configuradas em suas reuniões semanais e nas páginas da Revista, forjaram uma “sergipanidade” sintetizada na bravura dos soldados e políticos, na visão progressistas de alguns dos governadores do Estado e, sobretudo, na inteligência dos seus laureados poetas e pensadores.

Como produtor de conhecimento, o IHGSE empenhou-se na escrita de memórias históricas e geográficas e na recolha de fontes sobre o passado local. Em função do “lugar social”, predominnou a caracterização das atas, cartas, decretos, relatórios oficiais, relatos de proprietários, testamentos dos presidentes da província como objetos privilegiados para a heurística, fazendo supor que a historiografia produzida pelos historiadores do futuro seria, eminentemente, centrada nas ações individuais e na atividade política.

Nas abordagens geográficas, pouca reflexão conceitual, ênfase na descrição e classificação de acidentes. A intenção era auxiliar o conhecimento do espaço geográfico para melhor defesa e aproveitamento dos recursos naturais, com vistas ao desenvolvimento econômico e do Estado.

Em termos de historiografia, houve ênfase na produção de biografias de políticos, pensadores e literatos, afirmando que o maiora produto do menor Estado do Brasil era mesmo a sua inteligência.

Além do elogio, vigorou o estudo monográfico (apesar de programadas, as sínteses não vingaram). As “memórias” predominantes transformaram em objeto histórico a experiência de comunidades municipais e, em menor grau, de grupos profissionais e religiosos.

Os sócios firmaram vícios e virtudes humanas como motor da história e encarara a verdade clássica como princípio do historiador. Tais resultados acabaram por contradizer os projetos iniciais do Instituto, baseados em uma “ciência moderna”. A ação historicista, mais que uma proposta epistemológica e também medotológica (não teorizada), impôs-se como necessidade. O local teria que ser exaltado, conhecido e reconhecido. Era uma questão de sobrevivência compreender e divulgar a experiência sergipana a partir das informações geradas no próprio Estado.

Essa foi, em síntese, um pouco da experiência da “Casa de Sergipe” no período regido pela geração fundadora, composta por homens como Florentino Menezes, Prado Sampaio, Manuel dos Passos de Oliveira Telles, Luiz José da Costa Filho, Francisco Antônio de Carvalho Lima Júnior e Elias do Rosário Montalvão. Mas, ainda há muito para contar sobre as gerações posteriores, notadamente, do período em que o Instituto transformou-se num centro cultural e atende a dezenas de jovens estudantes ávidos por informações sobre a terra de Tobias Barreto. Tendo completado noventa anos em 2002, o IHGSE atende à comunidade de pesquisadores com carinho e aguarda auxílios para sobreviver a mais noventa anos como o guardião da memória e produtor da identidade sergipana.

Baseado na dissertação A “Casa de Sergipe”: historiografia e identidade na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (1913/1929), do Prof. Dr. Itamar Freitas, defendida na UFRJ em 2000. Publicado em A Semana em Foco, Aracaju, 9 fev. 2003.

Texto reproduzido do site: ihgse.org.br

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe - "A Casa de Sergipe"

Fonte: Acervo do IHGSE.
Foto e Legenda reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe - "A Casa de Sergipe"

Alguns membros fundadores do IHGSE – 1912.
Fonte: Acervo do IHGSE.
Foto e Legenda reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe - "A Casa de Sergipe".


Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 01/08/2016.

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe - "A Casa de Sergipe" completa 104 anos. (mês de agosto de 2016).

O IHGSE foi o início da emancipação científica e cultural de Sergipe, quando começa os debates e estudos sobre Sergipe e o seu povo. Inicialmente, seus membros se reuniam no salão do antigo Tribunal de Relação (hoje Tribunal de Justiça)

De Osvaldo Ferreira Neto

No ultimo sábado, 06 de agosto, uma das instituições científicas mais importante de Sergipe completou 104. Que instituição é essa? O IHGSE – Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, carinhosamente referidos por pelos intelectuais sergipanos como “A Casa de Sergipe”. Foi criado em 06.08.1912 por Florentino Teles de Menezes (1886-1959) e mais 21 personalidades, sendo que a grande maioria delas eram bacharéis em Direito, como uma associação civil sem fins lucrativos, no sentido de zelar pela memória, estudos históricos e estudos geográficos do Estado, coletando documentos, discutindo problemas culturais e produzindo saber através de sua Revista publicada desde 1913.

O IHGSE foi o início da emancipação científica e cultural de Sergipe, quando começa os debates e estudos sobre Sergipe e o seu povo. Inicialmente, seus membros se reuniam no salão do antigo Tribunal de Relação (hoje Tribunal de Justiça), por sinal seu primeiro presidente foi o Desembargador João da Silva Melo.

Ao longo da história desta instituição, a construção da sua sede própria, iniciada em 17/03/1934, durante a gestão do presidente Nobre de Lacerda, foi um acontecimento de grande importância. Desde a sua fundação o instituto ocupou vários espaços, muitas vezes cedidos por outras instituições a exemplo do Palácio do Governo e do salão de conferências da Biblioteca Pública até a entrega da sua sede. No entanto, a construção da sede do IHGSE foi bastante dificultosa para seus principais idealizadores, o presidente e tesoureiro do período Nobre de Lacerda e Epifânio Dória (gestão 06/08/1927 – 28/06/1935), respectivamente.

A construção da sede foi realizada através de doações, mas seu andamento foi bastante prejudicado pelo contexto político, sobretudo pelos desdobramentos da Revolução de 1930 que dificultou a liberação de recursos do governo para a obra. O projeto foi elaborado pelo construtor alemão Arendt Von Altenesch, desembarcado da Argentina, que projetava vários edifícios na pequena Aracaju nos anos 30 e divulgava entre nós o estilo Art-déco, que pregava a adesão de formas geométricas regulares. No ano de 1935 a obra foi paralisada devido à morte de Nobre de Lacerda, sendo reiniciada em 1937 e finalmente inaugurada em 02/04/1939.

No Instituto tem um auditório de 450 cadeiras muito importante e histórico no Centro da nossa capital. Nele aconteceram grandes formaturas dos diversos ensinos. O IHGSE foi espaço de fomento de debates sobre a criação da Universidade Federal de Sergipe e também é neste auditório que ocorreu e ocorrem as grandes assembleias do SINTESE.

Esta instituição foi palco de relevantes debates. Como por exemplo os debates sobre os limites Sergipe e Bahia; sobre a nomenclatura correta do rio que margeia Aracaju, que era chamado por muitos de Rio Cotinguiba, até porque achavam que o Rio Sergipe era afluente do Rio Cotinguiba e se provou o contrario e entre outros temas.

Bom lembrar que a Instituição que debatia muitos temas progressistas só teve uma presidente até hoje que foi a professora doutora Maria Thétis Nunes, que por sinal passou mais tempo gerindo a Casa de Sergipe, de 1971 – 2003. No quadro de 19 presidentes dentre os quais: Almirante Amintas José Jorge, o grande Epifânio da Fonseca Dória, doutor João Batista Perez Garcia Moreno, historiador Felte Bezerra, José Ibarê Costa Dantas e o pesquisador José Calazans Brandão da Silva, hoje o IHGSE é presidido por um jovem historiador o professor Samuel Barros de Medeiros Albuquerque.

Vale a pena conhecer o Instituto, pois além de contar muita história, o prédio abrigar o Museu Galdino Bicho, o mais antigo do estado em funcionamento. Além da bela Pinacoteca Jordão de Oliveira com um grande acervo de obras de artistas da Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro. A biblioteca comporta aproximadamente 43.000 volumes de livros e de periódicos, dos quais 9.247 pertencem à sessão sergipana, uma das mais importantes do estado. Temos também a hemeroteca e a loja. Vale muito a pena conhecer esse baluarte do conhecimento e da cultura. Fica na Rua Itabaianinha, nº 41, no Centro de Aracaju em frente à agência central do Banco do Nordeste.

Texto e imagens reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

Fotos: Acervo do IHGSE.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Histórico do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe


Histórico do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.

O Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, carinhosamente referido por alguns dos seus sócios como "A Casa de Sergipe", foi criado em 06.08.1912, como uma associação civil sem fins lucrativos, no sentido de zelar pela memória do Estado, coletando documentos, discutindo problemas culturais e produzindo saber através de sua Revista publicada desde 1913. Inicialmente, seus membros se reuniam no salão do antigo Tribunal de Relação. Depois, estiveram em outros locais até quando foi construída sua sede inaugurada em abril de 1939.

Nesta casa estão instalados a biblioteca, a pinacoteca, o museu e o arquivo, todos voltados para a preservação, estudo e divulgação da cultura sergipana.

A Sede.

A sede do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe é um prédio significativo da década de 30 do século XX, resultando da influência Art Déco em Sergipe. Este estilo é inspirado na Exposição de Artes Decorativas de Paris, em 1925, em alusão à sociedade industrial nascente.

No Brasil, seu emprego ocorreu no final dos anos 20, interrompido pela Revolução de 30, e retomado posteriormente, existindo exemplares em várias capitais do país. Em Aracaju, o estilo está associado ao nome de Harendt Von Altenesh, alemão vindo da Argentina, que projetou vários edifícios, entre os quais se destaca a sede do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, construído em 1938, com auditório, que hoje, dotado de 450 cadeiras, é alocado ao público para eventos.

Texto e imagem reproduzidos do blog: mega-hist.blogspot.com.br

Samuel Barros de Medeiros Albuquerque

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
---------------------------------------------------
Samuel Barros de Medeiros Albuquerque.
Presidente no período de: 2010

José Ibarê Costa Dantas

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
---------------------------------------------------
José Ibarê Costa Dantas.
Presidente no período de: 2003-2010.

Maria Thétis Nunes

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
---------------------------------------------------
Maria Thétis Nunes.
Presidente no período de: 1971-2003.

José Garcez Dória

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
----------------------------------------
José Garcez Dória.
Presidente no período de: 1969-1971.

José Bonifácio Fortes Neto

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
----------------------------------------
José Bonifácio Fortes Neto.
Presidente no período de: 1967-1969.

José da Silva Ribeiro Filho.

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
----------------------------------------
José da Silva Ribeiro Filho.
Presidente no período de: 1965-1967.

Engenheiro Agrônomo Urbano de Oliveira Lima Neto

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
------------------------------------------------------------------------
Engenheiro Agrônomo Urbano de Oliveira Lima Neto.
Presidente no período de: 1961-1965.

Dr. Manoel Ferreira da Silva Neto

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
-----------------------------------------------
Dr. Manoel Ferreira da Silva Neto.
Presidente no período de: 1957-1961.

Desembargador Enoch Santiago

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
-----------------------------------------------
Desembargador Enoch Santiago.
Presidente no período de: 1953-1957.

Dr. Felte Bezerra

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
----------------------------------------------------
Dr. Felte Bezerra.
Presidente no período de: 1951-1953.

Dr. João Batista Perez Garcia Moreno

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
----------------------------------------------------
Dr. João Batista Perez Garcia Moreno
Presidente no período de: 1947-1951.

Dr. José Calazans Brandão da Silva

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
------------------------------------------------
Dr. José Calazans Brandão da Silva
Presidente no período de: 1945-1947.

Professor José Augusto da Rocha Lima

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Rua Itabaianinha, em Aracaju - Sergipe.
Foto reproduzida do blog: 2403adriana.blogspot.com.br
De Adriana Pacheco.
---------------------------------------------------------
Professor José Augusto da Rocha Lima
Presidente no período de: 1941-1945.