Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em
01/08/2016.
Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe - "A Casa
de Sergipe" completa 104 anos. (mês de agosto de 2016).
O IHGSE foi o início da emancipação científica e cultural de
Sergipe, quando começa os debates e estudos sobre Sergipe e o seu povo.
Inicialmente, seus membros se reuniam no salão do antigo Tribunal de Relação
(hoje Tribunal de Justiça)
De Osvaldo Ferreira Neto
No ultimo sábado, 06 de agosto, uma das instituições
científicas mais importante de Sergipe completou 104. Que instituição é essa? O
IHGSE – Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, carinhosamente referidos
por pelos intelectuais sergipanos como “A Casa de Sergipe”. Foi criado em
06.08.1912 por Florentino Teles de Menezes (1886-1959) e mais 21
personalidades, sendo que a grande maioria delas eram bacharéis em Direito,
como uma associação civil sem fins lucrativos, no sentido de zelar pela
memória, estudos históricos e estudos geográficos do Estado, coletando
documentos, discutindo problemas culturais e produzindo saber através de sua
Revista publicada desde 1913.
O IHGSE foi o início da emancipação científica e cultural de
Sergipe, quando começa os debates e estudos sobre Sergipe e o seu povo.
Inicialmente, seus membros se reuniam no salão do antigo Tribunal de Relação
(hoje Tribunal de Justiça), por sinal seu primeiro presidente foi o
Desembargador João da Silva Melo.
Ao longo da história desta instituição, a construção da sua
sede própria, iniciada em 17/03/1934, durante a gestão do presidente Nobre de
Lacerda, foi um acontecimento de grande importância. Desde a sua fundação o
instituto ocupou vários espaços, muitas vezes cedidos por outras instituições a
exemplo do Palácio do Governo e do salão de conferências da Biblioteca Pública
até a entrega da sua sede. No entanto, a construção da sede do IHGSE foi
bastante dificultosa para seus principais idealizadores, o presidente e
tesoureiro do período Nobre de Lacerda e Epifânio Dória (gestão 06/08/1927 –
28/06/1935), respectivamente.
A construção da sede foi realizada através de doações, mas
seu andamento foi bastante prejudicado pelo contexto político, sobretudo pelos
desdobramentos da Revolução de 1930 que dificultou a liberação de recursos do
governo para a obra. O projeto foi elaborado pelo construtor alemão Arendt Von
Altenesch, desembarcado da Argentina, que projetava vários edifícios na pequena
Aracaju nos anos 30 e divulgava entre nós o estilo Art-déco, que pregava a
adesão de formas geométricas regulares. No ano de 1935 a obra foi paralisada
devido à morte de Nobre de Lacerda, sendo reiniciada em 1937 e finalmente
inaugurada em 02/04/1939.
No Instituto tem um auditório de 450 cadeiras muito
importante e histórico no Centro da nossa capital. Nele aconteceram grandes
formaturas dos diversos ensinos. O IHGSE foi espaço de fomento de debates sobre
a criação da Universidade Federal de Sergipe e também é neste auditório que
ocorreu e ocorrem as grandes assembleias do SINTESE.
Esta instituição foi palco de relevantes debates. Como por
exemplo os debates sobre os limites Sergipe e Bahia; sobre a nomenclatura
correta do rio que margeia Aracaju, que era chamado por muitos de Rio
Cotinguiba, até porque achavam que o Rio Sergipe era afluente do Rio Cotinguiba
e se provou o contrario e entre outros temas.
Bom lembrar que a Instituição que debatia muitos temas
progressistas só teve uma presidente até hoje que foi a professora doutora
Maria Thétis Nunes, que por sinal passou mais tempo gerindo a Casa de Sergipe,
de 1971 – 2003. No quadro de 19 presidentes dentre os quais: Almirante Amintas
José Jorge, o grande Epifânio da Fonseca Dória, doutor João Batista Perez
Garcia Moreno, historiador Felte Bezerra, José Ibarê Costa Dantas e o
pesquisador José Calazans Brandão da Silva, hoje o IHGSE é presidido por um
jovem historiador o professor Samuel Barros de Medeiros Albuquerque.
Vale a pena conhecer o Instituto, pois além de contar muita
história, o prédio abrigar o Museu Galdino Bicho, o mais antigo do estado em
funcionamento. Além da bela Pinacoteca Jordão de Oliveira com um grande acervo
de obras de artistas da Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro. A biblioteca
comporta aproximadamente 43.000 volumes de livros e de periódicos, dos quais
9.247 pertencem à sessão sergipana, uma das mais importantes do estado. Temos
também a hemeroteca e a loja. Vale muito a pena conhecer esse baluarte do
conhecimento e da cultura. Fica na Rua Itabaianinha, nº 41, no Centro de
Aracaju em frente à agência central do Banco do Nordeste.
Texto e imagens reproduzidos do site:
expressaosergipana.com.br
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