Gravura de Sueli Nielsen.
Homenageadas junto à equipe da Secult.
Abertura da Exposição.
Publicado originalmente no site SERGIPE CULTURAL, em
26/08/2016.
Coletiva de arte com xilogravuras é lançada na Galeria J.
Inácio
A beleza da xilogravura preencheu a Galeria J. Inácio, a
partir desta quinta-feira, 25, com o lançamento da mostra “Gravadores em
Conexão Tempo a tempo – Ontem, Hoje e Amanhã”. Composta por obras das artistas
Jacira Moura e Sueli Nielsen, a mostra coletiva caminha por universos
imaginários, priorizando a figura da mulher negra.
Há dez anos se dedicando a xilogravura, Sueli Nielsen
apresentou três trabalhos mais antigos e outros diversos mais atuais. “Meus
trabalhos são projeções de imagens que eu vejo através dos sonhos. Fico com as
idéias na cabeça e, em determinado momento, as transformo em gravuras. A figura
da mulher sempre foi muito representativa no meu trabalho, principalmente por
toda a discriminação e violência que vivemos. Inspiro-me muito na minha mãe,
que foi sempre uma mulher muito guerreira”, contou a artista.
Já Jacira Moura expôs uma série de trabalhos inéditos
criados especialmente para a mostra, gravuras que narram uma história
imaginária onde cisnes se transformam em bailarinas negras. “No imaginário,
quando o dia amanhece elas se transformam em bailarinas alçando vôos por
diversos lugares como, Amazônia, Espanha e até em outros planetas. A presença
do negro, eu trago para reforçar nossas origens. Sempre se reporta ao negro
através da cultura afro, por isso quis romper essa ideia através do ballet
clássico”, explicou.
Na exposição, as artistas prestaram uma homenagem a colega
Tânia Alcântara, que iria participar da coletiva, mas veio a falecer em
fevereiro deste ano. “Tânia nos fez muita falta neste projeto, que acabou não
sendo como nós havíamos planejado. A mostra ficou bonita, mas ficaria ainda
melhor se tivesse a participação dela”, ressaltou Sueli.
Durante o vernissage, a sobrinha de Tânia, Samara Alcântara
também homenageou a tia com a declamação de um poema e a leitura de um texto
escrito pelo amigo e artista, Antônio da Cruz. O viúvo, José Mendonça Filho, e
o filho de Tânia, Breno, também estiveram presentes. Já a filha de Jacira
Moura, trouxe como surpresa para as artistas a apresentação de uma bailarina
profissional, fazendo referência a temática abordada nas gravuras da mãe.
Esta é a quinta exposição dentre as selecionadas pelo Edital
de Ocupação da Galeria J. Inácio, lançado no final do ano passado, para
incentivar a produção artística visual e o acesso à cultura. A mostra segue
aberta ao público na Galeria J. Inácio, localizado junto à Biblioteca Pública
Epifânio Dória, na Rua Dr. Leonardo Leite, s/n, no Bairro 13 de Julho, Aracaju.
Para o presidente da Associação dos Artistas Plásticos de
Aracaju (AAPLASA), Francisco José Curvelo, o Edital de Ocupação da galeria J.
Inácio tem um significado importante para as artes em Sergipe. “Acho este
espaço muito importante. Nós da Associação, sempre lutamos por espaços para as
artes visuais e essa nova gestão, está dando uma nova roupagem à Galeria com a
abertura de editais, o que engrandece nossos artistas”, destacou. Sobre a
mostra, o presidente afirma que é “suspeito de falar, pois Sueli é da nossa
associação e sempre admirei o trabalho dela. Da mesma forma Jacira apresentou
gravuras belíssimas nesta exposição”, concluiu.
Sobre as artistas
Professora aposentada, artista inquieta, Jacira Moura é
graduada em História e Geografia pela Universidade Federal de Sergipe. Trabalha
diversas técnicas, mas há 17 anos, dedica-se a xilogravura. Expôs pela primeira
vez no Salão dos Novos, em 1994, sendo sua primeira exposição individual em
1996 na Biblioteca Demonstrativa de Brasília.
Já Sueli Nielsen é graduada em Secretariado Executivo
Bilíngüe, pós-graduada em Educação, Arte, Estética e Museus pela Faculdade Pio
Décimo. Desde 2005, realizou diversos cursos como de pintura em tela, desenho,
escultura e xilogravura no SENAC. Participou de três exposições coletivas na
galeria do SESC, entre diversas outras. Seus trabalhos abordam o comportamento
social, retratando figuras femininas.
Texto e imagens reproduzidos do site: cultura.se.gov.br
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