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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Casa do Folclore Zeca de Norberto, em São Cristóvão








Publicado originalmente no Instituto Marcelo Déda, em 28 de agosto de 2012.

São Cristóvão ganha novo espaço para cultura popular

A cultura popular sergipana ganhou um novo espaço, totalmente repaginado e preparado para receber estudantes, turistas e pesquisadores do folclore existente em Sergipe. É a casa do folclore Zeca de Norberto, localizada na Praça São Francisco, em São Cristóvão, e que foi reinaugurada na manhã desta terça-feira, 28, com a presença de dezenas de mestres e brincantes da cultura local.

A casa funciona como um grande reduto dos folguedos da cidade e conta a história desses grupos através de bonecos, cartazes e objetos que formam a cultura popular em Sergipe. Intitulada Casa do Folclore ‘Zeca de Norberto’, o local homenageia um dos grandes mestres da cultura naquele município, que fez história através da sua precoce liderança em grupos como a Caceteira e Chegança.

Jandira Lourenço, filha de Zeca, esteve presente na abertura e ficou muito feliz em ver o nome do seu pai batizando um espaço tão importante para a cultura em Sergipe. “Eu e toda minha família ficamos muito felizes com essa homenagem, afinal, meu pai lutou muito para que a cultura acontecesse em Sergipe, e ver que hoje ele está sendo homenageado é muito gratificante”, destacou.

Sobre a casa

A casa do folclore já funcionava há muitos anos e era conhecida por todos da cidade. Ela foi criada inicialmente por um grupo de jovens que tiveram a idéia de ter um espaço onde o folclore sergipano fosse valorizado. Porém, a partir deste momento com tudo reformado, a casa amplia seu leque de ações e traz para a comunidade uma estrutura ainda melhor para a população.

“Esta casa será naturalmente o retrato da cultura imaterial de São Cristóvão. Quem entrar aqui verá que tudo que temos aqui é fruto de pesquisa, um compromisso cientifico com a cultura e a valorização com aquilo que é São Cristóvão”, explicou a historiadora e secretária de Cultura do município, Aglaé Fontes.

Homenagem aos mestres

Outro ponto importante da nova Casa do Folclore, diz respeito a homenagens aos mestres do município. Nomes como Satu, Rindu, Madalena, Jorge, Acácia e muitos outros estão estampados nas paredes do local.

Para o mestre Jorge, do Batalhão de São João, a casa e a homenagem o deixam muito feliz, afinal, ele passou muito tempo longe de Sergipe, mas não deixou de amar sua cultura. “Carrego a tradição dos grupos folclóricos há mais de 65 anos, por isso fiquei muito feliz com essa homenagem, ainda mais porque essa homenagem veio junto com a homenagem a Zeca de Norberto, que foi meu mestre desde o início”, comemorou.

A Casa do Folclore Zeca de Norberto, fica aberta ao público de diariamente, das 9h às 17h. As visitas são monitoradas por pesquisadores da área que explicam um pouco da trajetória dos grupos e mestres que estão estampados no local.

Texto e imagens reproduzidos do site: institutomarcelodeda.com.br

Pesquisadoras de Cultura Popular Aglaé Fontes e Beatriz Goes

 Aglaé d’Ávila Fontes.

Beatriz Goes Dantas.

Publicado originalmente no site do Poral da UFS, em 09 de fevereiro de 2017.
  
Grandes pesquisadoras de Cultura Popular participaram do XLII Encontro Cultural.

Evento ocorreu no dia 14/01, na UFS - Campus de Laranjeiras.

Com o tema “Cantoria: da Viola ao Cordel” o Simpósio do XLII Encontro Cultural de Laranjeiras, que aconteceu entre os dias 12 a 14 de janeiro de 2017, veio com uma programação especialmente voltada para a arte do cordel. Promovido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o evento reuniu pesquisadores e agentes culturais de várias partes do país para debater sobre as manifestações culturais verificando questões históricas, tendências e políticas públicas que as cercam.

Entrevistamos as pesquisadoras Aglaé d’ÁvilaFontes e Beatriz Goes Dantas sobre o simpósio, cultural popular e valorização desta cultura para Laranjeiras e Sergipe.

Aglaé d’Ávila Fontes pesquisadora; escritora; folclorista; historiadora; Licenciada em Filosofia e pós-graduada em Educação Musical pela Universidade Federal de Sergipe uma das maiores especialistas do folclore do estado. Integrante da Academia Sergipana de Letras e assumiu a Secretaria do Estado da Cultura por três vezes.

Aglaé falou sobre o que é preciso ser feito para o folclore e a cultura sergipana não ser esquecida:

“Ser utilizado, pois tudo que se utiliza continua vivo, a ser valorizado, documentado, e não deixar que desapareça, essa é a preocupação maior”. Aglaé ressalta a importância do Simpósio neste trabalho de valorização da cultura “sendo para a identidade cultural da cidade, para os grupos fazendo parte do contexto da cultura popular e também importante pedagogicamente porque é uma área de conhecimento que se estabelece”.

A professora Beatriz Goes Dantas complementa valorizando a importância do evento tanto no plano interno quanto no plano externo, para Laranjeiras a realização desse encontro cultural significou à retomada de uma nova identidade. “A inauguração desse simpósio ajudou Laranjeiras a se situar com o novo elemento de identificação perante Sergipe e perante o mundo. Laranjeira se tornou um foco de estudo do folclore, sendo intitulada Capital da Cultura Popular, ajudando os Laranjeirenses e os grupos folclóricos sobre tudo a permanecerem, recriarem, se recomporem, ter organização e seguirem vivos até hoje”.

Beatriz Goes Dantas, pesquisadora, escritora nordestina, professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Sergipe. É licenciada em geografia e história e mestre em antropologia social. Seu foco de pesquisa sempre esteve voltado para Sergipe, se dedicando a vários temas como: folclore, cultos afro-brasileiros, religião, índios e artesanato.

As duas pesquisadoras falaram sobre o que é preciso ser feito para que a nova geração possa valorizar a cultura. Aglaé Fontes: “Para que os jovens possam valorizar a cultura local é preciso a realização de cursos, propor trabalhos que os jovens possam fazer, utilização da tecnologia em benefício da cultura popular, o caminho está no mundo só que a gente precisa descobrir, essa descoberta vem por meio das escolas, das autoridades e por todos os envolvidos”. “Para que os jovens valorizem a cultura local é preciso que as escolas desenvolvam oficinas de estudos, sendo também que os órgãos públicos têm um papel importante” acrescenta Beatriz.

Por fim, a professora Beatriz comentou sobre as edições anteriores do simpósio, se houve muitas mudanças, se ainda é preciso melhorar e de que forma o simpósio trouxe contribuições para a cultura local. “São 42 anos de Encontro Cultural sem nenhuma interrupção, possibilidades de melhorar existe, pois melhorar sempre é possível, pois perfeição nunca se atinge. O simpósio para a comunidade é de suma importância, pois é o momento que a comunidade tem de se inteirar a elementos da comunidade que participando do simpósio, sobre tudo depois que a universidade instalou um Campus em Laranjeiras esse elo entre a cidade e o simpósio se estreitou. Porém, é papel do simpósio fazer com que a população comece a refletir sobre ela mesma, sobre as coisas que fazem parte da sua vida, sua cultura, sua maneira de ser e da sua cidade”.

Texto e imagens reproduzidos do site: laranjeiras.ufs.br