sábado, 30 de novembro de 2019

Conservatório de Música celebra 74 anos em concerto comemorativo

A apresentação vai contar com a participação de
professores e alunos (Foto: Seduc)

Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 28 de novembro de 2019

Conservatório de Música celebra 74 anos em concerto comemorativo

A Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), por meio do Conservatório de Música de Sergipe (CMSE), realizará nesta quinta-feira, 28, às 17h30, na sala Henrique Souza, o concerto comemorativo de 74 anos de história da unidade de ensino.

A apresentação vai contar com a participação de professores e alunos. Na ocasião, irão se apresentar o grupo de gafieira, o grupo de choro, camerata de violões, coral infantil, ensemble de sax, backing vocal, coral e a banda do Conservatório.

Situado no centro de Aracaju, o conservatório foi fundado pelo Professor Genaro Plech, no ano de 1945, por meio do Decreto Lei n° 840 de 28 de novembro, no governo de Hunaldo Santaflor Cardoso. Após décadas percorrendo endereços e modificando a denominação, a atual sede fica localizada na rua Boquim, esquina com a rua Santa Luzia, 313, quando por determinação do Governador Dr. João Andrade Garcez e do Secretário de Educação e Cultura, Dr. Nestor Piva, passou a denominar-se Conservatório de Música de Sergipe.

A história do CMSE é marcada pela gestão de músicos como Genaro Plech e Leozírio Guimarães, e, atualmente, é gerida pelo cantor e compositor Heitor Mendonça. A unidade oferta três modalidades de cursos: Oficinas: cursos rápidos diversos, voltados tanto à musicalização de crianças como a breves capacitações para adolescentes e adultos, além de cursos específicos para a terceira idade; Cursos FIC: são cursos de formação inicial ou continuada de profissionais da área de música, e estão divididos em duas grandes áreas: cursos de formação para músicos de banda, voltados para o ensino dos gêneros musicais atualmente denominados por “Música Popular” e cursos de formação para músicos de orquestra, voltados para o ensino da música erudita. Ambos os cursos são ofertados nos níveis iniciante e intermediário; e Cursos técnicos: são cursos profissionalizantes de nível médio nas áreas de Canto e Instrumento, com diversas habilitações.

De acordo com o diretor do CMSE, Heitor Mendonça, o processo seletivo, que ocorre entre os dias 9, 10 e 11 de dezembro, é o maior registrado pela escola. São 450 vagas disponíveis nos diversos cursos, onde 450 estão inscritos para os cursos de musicalização; 1920 para formação inicial; e 200 para formação continuada. “Já é o maior processo seletivo da história da escola, o que demonstra o interesse cada vez maior da população sergipana pelo Conservatório e o quanto o CMSE está consolidado como instituição de referência no ensino musical em Sergipe”.

Fonte: Seduc

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

Aos 82 anos, poeta Pedro Amaro vira nome de espaço dedicado ao Cordel

Foto: Assessoria de comunicação

 Publicado originalmente no site F5 NEWS, em 28 de novembro de 2019

Aos 82 anos, poeta Pedro Amaro vira nome de espaço dedicado ao Cordel

Espaço cultural foi inaugurado em biblioteca do Centro Universitário Estácio 

Aos 82 anos de idade e fazendo versos como nunca, o poeta Pedro Amaro do Nascimento virou nome de Cordelteca, local dedicado a quem aprecia essa literatura popular. Instalado na Biblioteca Garcia Moreno, do Centro Universitário Estácio de Sergipe, o espaço cultural foi inaugurado com muita festa e, naturalmente, com a presença e a poesia do homenageado: "Visitar a Cordelteca/É olhar o horizonte/É beber água na fonte/Naquela que nunca seca/Na Cordelteca verei/Uma bela livraria/Hoje vejo a poesia/Melhor do que encontrei".

O reitor Bruno Antunes disse que, ao homenagear Pedro Amaro, o Centro Universitário Estácio de Sergipe está reconhecendo a importância do cordel e abrindo um espaço em suas instalações para os amantes desta literatura tão difundida no Nordeste.

"Esperamos que, além dos alunos, a comunidade visite a Cordelteca, debata sobre os poetas e a literatura de cordel", frisou. A professora Rosilene Pimentel, coordenadora dos cursos de Pedagogia e Letras, também recorreu à poesia ao falar sobre a homenagem a Pedro Amaro: "O cordel está presente/ De norte a sul do Brasil/ Cada tema é diferente/ Riqueza igual não se viu".

Nascido no município pernambucano de Paudalho, Pedro Amaro adotou Sergipe para morar e aqui constituir família. Autor de l08 livros de cordel, o poeta homenageado pelo Centro Universitário Estácio de Sergipe possui uma centena de diplomas e certificados relacionados à poesia.

Em 2007, o renomado cordelista recebeu menção honrosa de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, pelo livro "João Paulo II", de sua autoria. Pedro Amaro é membro fundador da Academia Sergipana de Cordel e anfitrião da Casa do Cordel, ponto de encontro da poesia em Aracaju que também leva o seu nome.

Fonte: Assessoria de Comunicação

Texto e imagem reproduzidos do site: f5news.com.br

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

5a.Instrumental instiga reflexão em edição alusiva ao mês da Consciência Negra

 Grupo Batalá

 Gerônimo Santana


 Grupo Dissonantes



 Cássio Murilo

 Pâmela acompanhada pelo marido e o filho


Fotos: André Moreira

Publicado originalmente no site da Agência Aracaju de Notícias, em 28/11/2019

Quinta Instrumental instiga reflexão em edição alusiva ao mês da Consciência Negra

Do som doce da flauta à forte batida da percussão, passando pelo momento reflexivo, o Quinta Instrumental deste dia 28 foi integração popular unida à exaltação das raízes brasileiras, sobretudo um chamado a enaltecer a história afrodescendente que constitui a trajetória do país. O projeto desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), trouxe ao palco Gerônimo e Banda Mont Serrat e o grupo sergipano Dissonantes em mais um encontro na praça General Valadão, desta vez, em alusão ao mês da Consciência Negra.

Antes mesmo das apresentações musicais, o projeto começou de dentro do Centro Cultural de Aracaju, com uma mesa redonda para debater a presença das comunidades afrodescendentes na mídia.

“A nossa meta é que esse Quinta Instrumental fosse um momento de reflexão e celebração, por isso, realizamos a mesa redonda e, em seguida, contamos com as apresentações musicais. A ideia é mostrar um pouco da nossa identidade negra. A nossa cultura é formada por vários símbolos e aqui, temos a presença muito forte da cultura afrodescendente que se consolidou como elemento fundamental para a construção do nosso povo. Então, estamos celebrando um tipo de sergipanidade, entre tantas, a partir desse corte étnico-racial. No entanto, as reflexões devem continuar, as celebrações devem continuar, afinal, este mês serve como catalisador de algo que é muito maior que é a importância de combatermos os preconceitos, a intolerância constantemente”, ressaltou o presidente da Funcaju, Cássio Murilo Costa.

Para abrir as apresentações musicais, o grupo Dissonantes iniciou entoando “Palco”, música de uns dos maiores representantes da cultura brasileira, Gilberto Gil. No repertório, uma passeio instrumental com interpretações de clássicos do choro, baião, MPB, além de composições autorais.

Com formação iniciada em 2017, o grupo, integrado por Daniel Melo (flauta transversal), Kelvin Cruz (bateria), Kelvin Farias (contrabaixo), Erick Freitas (piano) e Rafael Freitas (violão/guitarra), começou no conservatório de música e o desejo de explorar nossas possibilidades e elementos musicais foi a motivação para dar os primeiros passos. Tendo com uma das maiores inspirações o músico Hermeto Pascal, hoje, os jovens e já maduros componentes do grupo fazem uma fusão entre suas composições e releituras com um toque ímpar.

“A nossa caminhada pela música erudita nos amadureceu no aspecto musical e nos possibilitou discernir o que queríamos experimentar. A música é universal, então, seguimos na tentativa de experimentar e dar o nosso toque em cada canção. Para nós, é uma alegria fazer parte do Quinta Instrumental, sobretudo porque ele, assim como a música que fazemos, é democrático”, destacou Daniel Melo.

Foi com um dos símbolos da cultura baiana que a noite de Quinta Instrumental foi concluída. Porém, antes de subir ao palco, Gerônimo Santana convidou o grupo sergipano de percussionistas femininas, Batalá, para abrir seu show no ritmo intenso da percussão, uma apresentação que exemplificou abundantemente a força e representatividade da mulher.

Vestido de axé, Gerônimo, acompanhado pela banda Mont Serrat, marcou a noite com polirritmia, numa mistura composta por música afro-baiana, ritmos latinos, lambada, igexá, aguerê, afoxé, adarrum, entre outros.

“Eu estou muito feliz em participar de um evento que fala sobre o instrumental. Eu tenho música popular, a minha formação é afrodescendente e eu estou do lado das pessoas que mais sofrem com o preconceito. Esse tipo de evento fortalece o povo e um povo com cultura é um povo que pensa, que sabe escolher para não sofrer no futuro. Parabenizo e dou meu apoio a iniciativas fortes como essa e me alegro por fazer parte”, afirmou Gerônimo.

Público instigado

A noite foi coroada com a participação de um público massivo e que foi instigado pelo contexto da edição do Quinta Instrumental.

Pela segunda vez marcando presença na plateia, a assessora executiva Pâmela Santos ressaltou que o projeto é essencial por levar um estilo de música não tão popularizado a uma praça pública. “Esta edição, em especial, trouxe uma importante reflexão sobre o negro e isso aconteceu em um espaço público, democrático. Essa iniciativa enriquece o debate que deve ser feito, não somente no mês alusivo à consciência negra, mas, a todo tempo. Além disso, o Quinta Instrumental tem como principal atrações grupos e bandas sergipanos, o que contribui para a valorização do que é nosso. Recomendo e torço para que siga por muito tempo”, considerou.

A gerente comercial Fabiana Tavares conferiu, pela primeira vez, uma edição do projeto. “É música instrumental à disposição de todos. Nem todo mundo por pagar para ir a um teatro, a um museu, por exemplo, e o Quinta Instrumental leva música de qualidade de graça para as pessoas. Isso ajuda a perpetuar a nossa cultura, sem contar que oferece mais uma opção de lazer totalmente acessível. É, com certeza, um evento muito importante para o estado”, completou.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Agricultor irrigante Nilson dá lição de alta produtividade em pequeno espaço












Fotos: Gabriel Freitas

Publicado originalmente no site do GOVERNO DE SERGIPE, em 25 de Novembro de 2019

Agricultor irrigante Nilson dá lição de alta produtividade em pequeno espaço

Dos restos e perdas da horta, produtor do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, ainda mantém criação de 100 galinhas em parceria com o sogro.

Agricultor do Perímetro Irrigado Piauí, Nilson Araújo trabalha há 22 anos no seu próprio lote, completamente cultivado com verduras, legumes e frutas mantidas com a água de irrigação pública e sob a orientação técnica da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe - Cohidro. Pelo aproveitamento de 100% de sua área e utilizando técnicas como a fertirrigação e o sistema de gotejamento, o produtor consegue o sustento de sua família – ele, esposa e dois filhos – com a comercialização destes produtos. Todos eles residem junto ao lote, no povoado Limoeiro, município de Lagarto, a 76 km da capital sergipana.

A rotina intensa de trabalho de Nilson vai de domingo a domingo: plantando, cultivando, colhendo e fazendo a entrega, ou recebendo os próprios compradores para colher os frutos na sua propriedade. “Hoje o que eu produzo, vendo direto para o comprador”, conta. A freguesia ele viu crescer após a inauguração do Mercado Municipal José Correa Sobrinho, entregue pelo governo do Estado à população de Lagarto em 2016. Hoje, a comercialização da sua produção é exclusiva para os varejistas do setor de hortifruti do mercado público. Tudo que não se tem aproveitamento na venda [cascas, folhas, caules, ramas e perdas da horta], o agricultor destina integralmente à criação de cerca de 100 galinhas caipiras, mantidas no lote do sogro.

Nilson possui 0,66 hectares de terra irrigada que, segundo ele, “tem de tudo um pouco: berinjela, abobrinha, jiló, quiabo, pepino, mamão e macaxeira”. Para o agricultor, essa plantação variada foi uma aposta proveitosa, quando comparada aos investimentos que ele havia feito anteriormente. “Eu deixei de plantar o fumo porque não era rentável, então achei melhor plantar de tudo um pouquinho para aproveitar mais. Se eu fosse produzir só um plantio poderia tomar mais prejuízo”, justifica. Tirando a macaxeira, o produtor escolheu espécies vegetais que permitem o aproveitamento de uma mesma planta para executar diversas colheitas semanais e por um período contínuo, que pode chegar a três meses. Isso lhe garante uma propriedade onde praticamente todo dia tem algum produto para colher.

José Américo é o técnico agrícola da Cohidro que dá orientação no cultivo do lote de seu Nilson. "Eu acompanho Nilson há mais de 15 anos. Acompanho com recomendações técnicas e, quando ele precisa de mais alguma coisa, como um receituário agronômico para uso de defensivos agrícolas ou documentação relacionada ao perímetro irrigado”. O técnico conta que Nilson também já atuou como produtor fornecedor no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade ‘Doação Simultânea’. O agricultor e os demais sócios da Associação de Produtores Irrigantes do Perímetro Irrigado Piauí – Appip recebem da Conab pelos alimentos entregues para instituições como asilos, creches, hospitais ou que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar.

“A Cohidro está de parabéns, pela orientação e ajuda. Sempre que a gente precisa eles (os técnicos) estão junto, auxiliando”, disse o agricultor, que passou a pagar a tarifa através da qual a Cohidro partilha com os irrigantes o custo com a energia elétrica usada no bombeamento. Nilson também não descuida e sempre busca se adaptar às novas tecnologias utilizadas no campo. Há quatro anos, a irrigação do seu lote é feita por sistema de mangueiras de gotejamento e, de acordo com ele, ficou ainda mais fácil e melhor para o cultivo das suas produções. “Já utilizei a irrigação de outras formas, mas a irrigação feita por cima, com aspersores, dá mais trabalho. Tenho ainda a fertirrigação, mas ela só é usada no quiabo”, concluiu.

Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Feira da Coruja encanta turistas e movimenta comércio em Tobias Barreto


Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 25 de novembro de 2019

Feira da Coruja encanta turistas e movimenta comércio em Tobias Barreto

Espaço possui centenas de estandes de artigos de confecções

Feira chega a receber cerca de 100 ônibus de diversos lugares a cada domingo

A tradicional Feira da Coruja, em Tobias Barreto, é sempre o centro das atenções para turistas e comerciantes que vêm em excursões. Neste domingo, por exemplo, uma equipe da TV Band veio para fazer uma reportagem especial, que será transmitida em todo o Estado de Sergipe e nos municípios baianos.

O espaço possui centenas de estandes que comercializam artigos de confecções (cama, mesa, banho, enxovais completos, vestuário e artesanato), desde a tarde do domingo até o final da manhã seguinte, chegando a receber cerca de 100 ônibus de diversos lugares.

Além de turistas que vêm conhecer também as belezas naturais e a gastronomia da cidade, revendedores e sacoleiros de todo o Brasil movimentam a feira, famosa pela grande variedade e bons preços. Vale frisar, inclusive, que as produções têxteis de Tobias Barreto são distribuídas para várias cidades e estados.

A Feira da Coruja tem início por volta das 17h do domingo e segue em plena atividade até o dia seguinte. Além de grande valor cultural, tem um impacto econômico significativo para a população tobiense.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

A queima de arquivos do "Centro Acadêmico Sílvio Romero"

Imagem - Acervo UFS 
Reproduzida pelo blog, para ilustrar o presente artigo

Texto publicado originalmente no site PRIMEIRA MÃO, em 27 de março de 2016

A queima de arquivos do "Centro Acadêmico Sílvio Romero" da Faculdade de Direito da UFS

Por Afonso Nascimento*

Em 1964, no primeiro sábado depois do golpe militar, aconteceu um fato que merece registro para os interessados na história da Faculdade de Direito (atual Departamento de Direito da UFS) e do regime militar em Sergipe. Segundo revelou, na última quarta-feira, à Comissão Estadual da Verdade a advogada Laete Fraga, teve uma queima de arquivos do Centro Acadêmico Silvio Romero (CASR) na residência do diretor da faculdade, o professor Gonçalo Rollemberg Leite.

A importante advogada sergipana tinha sido convidada pela referida comissão para relatar sobre a sua participação como advogada de Edgar Odilon na Justiça Militar em Salvador. Livreiro, ele não era membro do PCB, mas, como tinha emprestado a sua caixa postal para receber e repassar correspondências e jornais procedentes da direção da organização clandestina sediada no Rio de Janeiro. Por conta disso, foi preso e torturado no Quartel do 28 BC, em 1976, por ocasião da Operação Cajueiro. Fazendo curta uma longa história, ele foi absolvido.

Adiante, no seu depoimento, a advogada Laete Fraga falou que era muito próxima do professor Gonçalo Rollemberg Leite e que, como estudante, frequentava a sua casa, de onde muitas vezes saía com pilhas de livros para ler, emprestadas do diretor. Disse também que não se interessava por política. Pois bem, com o golpe militar, o diretor lhe pediu que fosse, juntamente com um funcionário chamado “Seu” Jonas e o estudante de Direito Ildo Nascimento (então funcionário do Banco do Nordeste), buscar arquivos estudantis do centro acadêmico da Faculdade de Direito, os quais foram queimados nas dependências da casa do citado diretor. Não foi lhe perguntado nem informou a advogada sobre o conteúdo dos arquivos, nem como foi feita a sua seleção ou se recebeu qualquer orientação a respeito do que selecionar.

Qual é o significado desse gesto do conhecido diretor? Vários autores o descrevem como um homem conservador, mas sempre acrescentam o seu papel na proteção dos estudantes de direito nos tempos do regime militar. O falecido historiador Luiz Antônio Barreto chegou mesmo a chamá-lo de “portal moral”.

Tomando essa iniciativa, o velho diretor temia, pode-se concluir, que a faculdade de direito – em cujas dependências estava o CASR - pudesse ser invadida pelos militares e que nos arquivos estudantis poderiam ser encontrados documentos comprometedores na leitura que os militares poderiam fazer deles. Havia razões para pensar assim? É muito razoável pensar que sim. Em 1964, era presidente do centro acadêmico o mais tarde governador Albano Franco.

Como devemos interpretar esse gesto do professor Gonçalo Rollemberg Leite? Como um ato de um homem conservador que, ainda assim, estava preocupado com o que poderia acontecer a estudantes de faculdade de que era diretor e professor e que, por isso, queria protegê-los? Pensamos que sim. Ou o que mais poderia significar?

Olhando retrospectivamente, porém, temos que admitir um problema: foi queimada a memória da instituição estudantil relativa a um período de treze anos (1951-1964). Nesse caso, a nobreza do seu gesto nos parece mais importante do que a referida documentação. Parece que o mencionado diretor teve de lidar com o seguinte dilema: era mais importante preservar estudantes de direito contra possíveis ameaças as suas vidas ou tocar fogo na documentação cujo conteúdo, sabe-se lá, poderia trazer dificuldades para a estudantada? Ele fez sua escolha.

PS: Outro caso de queima de arquivos foi realizado por estudantes da UFS, ligados ao PC do B nos estertores do regime militar. Segundo registros escritos, esses arquivos diziam respeito ao trabalho da Assessoria Especial de Segurança e Informação comandada pelo senhor Hélio de Souza Leão.

* Professor de Direito da UFS

Texto reproduzido do site: primeiramao.blog.br

domingo, 24 de novembro de 2019

Depoimento de Laete Fraga para a Comissão Estadual da Verdade de Sergipe

Comissão Estadual da Verdade de Sergipe 
Depoimento completo de:
 Laete Fraga para a Comissão Estadual da 
Verdade de Sergipe Paulo Barbosa de Araújo no dia 
23 de março de 2016 no auditório do Museu da Gente Sergipana.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Festival de Cultura Afro-brasileira






 Jullyecris Feitosa

 Fabíola Delfino

 Marluce Rocha

 Roberta Salgado

Victor Bispo
Fotos: André Moreira

Publicado originalmente na Agência Aracaju de Notícias, em 21/11/2019

Prefeitura envolve comunidade com o Festival de Cultura Afro-brasileira

Durante todo este mês de novembro, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, está reforçando as ações em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20. Por meio da Gerência de Igualdade Racial, da Diretoria de Direitos Humanos, os trabalhos têm sido desenvolvidos nos diversos equipamentos da Assistência e, nesta quinta-feira, 21, o Cras Jardim Esperança, localizado no bairro Inácio Barbosa, realizou uma programação especial para envolver a comunidade no tema.

Para enaltecer a cultura de pessoas negras e fortalecer a rede de enfrentamento à violência e discriminação racial contra homens e mulheres negros da capital, a programação do “Festival de Cultura Afro-brasileira” contou com apresentações culturais, palestra, oficinas e aulão, todos voltados para a temática e com a participação dos usuários do Cras e integrantes da comunidade.

Segundo a diretora de Proteção Social da Assistência Social, Roberta Salgado, os eventos e ações realizados durante este mês são para intensificar as ações que são desenvolvidas pela Prefeitura durante toda a gestão. “A Diretoria de Direitos Humanos foi criada pela atual gestão e, com ela, a Gerência de Igualdade Racial. Então, embora este seja um mês de extrema importância para ressaltar a importância da pessoa negra e do quanto é necessário que haja igualdade das raças, o nosso trabalho acontece todos os dias e é assim que precisa ser. Trazemos essas atividades para dentro dos nossos equipamentos justamente para que possamos fortalecer dentro da comunidade esses aspectos contra o racismo, de dizer não às diferenciações”, destacou.

Atualmente, cerca de 1.400 pessoas são assistidas pelos serviços do Cras Jardim Esperança e, segundo a coordenadora da unidade, Jullyecris Feitosa, o festival foi uma oportunidade de envolver a comunidade em uma questão essencial. “É muito importante que nos somemos a isso porque somos um equipamento de Assistência Social, ou seja, não há distinção. Nosso maior público é de pessoas negras e nós queremos chegar ainda mais perto delas, mas, também chamar a atenção contra o racismo. É um momento propício por ser o mês voltado para a Consciência Negra e esse festival envolve e instiga a população local”, considerou.

Quem abriu a programação do festival foi o grupo de idosos Fraternidade Josefina com uma apresentação da Dança do Guerreiro. A coordenadora do grupo, dona Marluce Rocha, de 70 anos, ressaltou a alegria de participar do momento alusivo.

“Somos do Orlando Dantas, mas, temos atendimento no Cras do Inácio e, para nós, é uma satisfação fazer parte de um evento que tem o objetivo de combater o racismo. O nosso grupo é formado por pessoas que já viu de um tudo e se podemos nos somar às atividades, assim faremos. Minha alegria é poder estar com as minhas colegas, dançando e essa é a nossa forma de chamar a atenção para as coisas importantes”, frisou.

Outro ponto alto da tarde de festival foi a palestra proferida pelo representante da União de Negros pela Igualdade (Unegro) em Sergipe, Victor Henrique Bispo, entidade nacional que chegou ao estado em 2009.

“Nós, negros, bem sabemos as nossas lutas diárias e o quanto já fizemos para conseguir quebrar um pouco as barreiras. No entanto, o preconceito ainda existe e é forte nos mais diversos espaços. Nossa entidade vem para destacar o porquê ainda é importante falar sobre a participação negra, a cultura negra e dizer que vidas negras importam”, salientou.

A agente comunitária e moradora do Inácio Barbosa há mais de 30 anos, Fabíola Delfino, se sentiu representada no festival. “Quem vive o racismo bem entende porque sofre, literalmente, na pele. Hoje, nesse evento, estamos vimos manifestações culturais que vêm dos negros e muito do que vemos no Brasil vem do negro, coisas que as pessoas admiram, então, precisamos fortalecer as boas referências que o negro trouxe e, principalmente, envolver a comunidade nas ações voltadas ao combate do racismo. Precisamos valorizar a cultura e a existência negra”, afirmou.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

'Um quê de negritude’ no Teatro Tobias Barreto









Fotos: Danillo França

Publicado originalmente no site GOVERNO DE SERGIPE, em 21 de Novembro de 2019

”Nós ainda temos uma luta imensa contra o racismo no Brasil”, disse a governadora em exercício Eliane Aquino

Eliane prestigiou na noite dessa quarta-feira, 20, espetáculo de dança em comemoração ao Dia da Consciência Negra

A governadora em exercício Eliane Aquino prestigiou o espetáculo de dança Zumbi: Amor e Liberdade apresentado pelo grupo ‘Um quê de negritude’ no Teatro Tobias Barreto, na noite dessa quarta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

O espetáculo retratou parte da vida de Zumbi dos Palmares, baluarte e ícone da luta pela igualdade humana no Brasil. Para a Eliane Aquino, “hoje é uma data muito importante para nosso país. Nós somos aproximadamente 60% de negros e pardos. Ter um dia de consciência é um espaço legítimo de reflexão porque nós ainda temos uma luta imensa contra o racismo no país”, ressaltou.

Conceição Vieira, diretora da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) evidenciou a importância da representatividade da população. “O ser humano é riquíssimo nas suas formas e expressões. Enaltecer o povo negro, quilombola, os senhores e senhoras de terreiros, das nossas periferias é um compromisso do nosso governo”, pontuou.

O grupo ‘Um quê de negritude’ já existe a 13 anos. O espetáculo de dança Zumbi: Amor e Liberdade foi apresentado por 60 alunos Centro de Excelência Atheneu Sergipense. A idealizadora e produtora Clélia Ramos afirma ser “uma oportunidade única e engrandecedora essa apresentação no dia de hoje, no mês da cultura, no dia da consciência negra”, disse.

Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br

Espaço Zé Peixe recebe exposições de peças africanas e de povos de terreiro












Publicado originalmente no site do Governo de Sergipe, em 20 de novembro de 2019

Espaço Zé Peixe recebe exposições de peças africanas e de povos de terreiro

As exposições Art In África e Orixás do Ilê Axé Obafanidê, promovidas pela Secretaria de Estado da Inclusão, da Assistência Social e do Trabalho (Seit) através do Espaço, contam com peças integrantes do acervo do Ilê Axé Obafanidê e do acervo pessoal de Guga Viana, produtor cultural da casa, estando abertas à visitação do público até o dia 30 de novembro, das 07h às 19h

Como parte da programação realizada pelo Governo de Sergipe para celebrar o mês da Consciência Negra, na tarde da última terça-feira (19), parte de um acervo com peças oriundas do continente africano foram expostas ao público, no Espaço Zé Peixe. As exposições Art In África e Orixás do Ilê Axé Obafanidê, promovidas pela Secretaria de Estado da Inclusão, da Assistência Social e do Trabalho (Seit) através do Espaço, contam com peças integrantes do acervo do Ilê Axé Obafanidê e do acervo pessoal de Guga Viana, produtor cultural da casa, estando abertas à visitação do público até o dia 30 de novembro, das 07h às 19h.

De acordo com ele, o acervo completo é composto por cerca de 3 mil peças, reunidas durante os 15 anos em que residiu nos países africanos. “Durante o período que eu vivi na África, em vários países, sempre tive o olhar sobre a cultura local. Trouxe essa coleção para o Brasil e nós estamos apresentando para o público sergipano para dar informação e proporcionar outro nível de conhecimento sobre o continente africano, sem esquecer que temos grande parcela da nossa cultura e da nossa ancestralidade oriundas de lá”, afirmou Guga Viana.

Para esta ocasião, ele afirma ter escolhido dar destaque às peças trazidas da Nigéria, um dos países em que viveu. A exposição conta com objetos em tecelagem, estátuas que representam os orixás, esculturas, entre outros artefatos. Além da exposição, o Espaço receberá também apresentações de capoeira, afoxé e rodas de conversa ao longo do mês, com o intuito de ampliar o conhecimento dos visitantes do ponto turístico sobre a cultura africana e afrobrasileira.

Uma das primeiras a prestigiar a montagem da exposição Arte in Africa foi a professora Yeda Pessoa de Castro. Doutora em línguas africanas pela Universidade Nacional do Zaire e membro da Academia de Letras da Bahia, ela está de passagem por Aracaju e visitou o Espaço Zé Peice. “Nós temos um legado linguístico e cultural de matrizes africanas e, desde pequena, me interessei por esses assuntos, pude visitar e morar na África, estudar a língua Bantu, e acho que expor esse acervo é uma forma de celebrar a nossa ancestralidade, toda essa riqueza cultural que esse continente carrega e trouxe ao Brasil, através de práticas religiosas, hábitos, culinária, dança, música, entre tantas outras”, destacou.

“Isso é extremamente importante e enriquecedor porque as pessoas normalmente têm acesso à cultura em espaços que geralmente são mais elitizados, e o [Espaço] Zé Peixe é mais popular, mais acessível a todas as pessoas. É a disseminação do conhecimento através da arte, num mês que é muito significativo para nós, negros, e que traz uma reflexão sobre esse processo do racismo e traz também outras perspectivas de produção cultural e da arte produzida pelos negros. Isso é muito importante”, disse Iyá Sônia Oliveira, referência técnica para Povos e Comunidades Tradicionais da Seit.

Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br