Publicado originalmente no site do Governo de Sergipe, em 20 de novembro de 2019
Espaço Zé Peixe recebe exposições de peças africanas e de
povos de terreiro
As exposições Art In África e Orixás do Ilê Axé Obafanidê,
promovidas pela Secretaria de Estado da Inclusão, da Assistência Social e do
Trabalho (Seit) através do Espaço, contam com peças integrantes do acervo do
Ilê Axé Obafanidê e do acervo pessoal de Guga Viana, produtor cultural da casa,
estando abertas à visitação do público até o dia 30 de novembro, das 07h às 19h
Como parte da programação realizada pelo Governo de Sergipe
para celebrar o mês da Consciência Negra, na tarde da última terça-feira (19),
parte de um acervo com peças oriundas do continente africano foram expostas ao
público, no Espaço Zé Peixe. As exposições Art In África e Orixás do Ilê Axé
Obafanidê, promovidas pela Secretaria de Estado da Inclusão, da Assistência
Social e do Trabalho (Seit) através do Espaço, contam com peças integrantes do
acervo do Ilê Axé Obafanidê e do acervo pessoal de Guga Viana, produtor cultural
da casa, estando abertas à visitação do público até o dia 30 de novembro, das
07h às 19h.
De acordo com ele, o acervo completo é composto por cerca de
3 mil peças, reunidas durante os 15 anos em que residiu nos países africanos.
“Durante o período que eu vivi na África, em vários países, sempre tive o olhar
sobre a cultura local. Trouxe essa coleção para o Brasil e nós estamos
apresentando para o público sergipano para dar informação e proporcionar outro
nível de conhecimento sobre o continente africano, sem esquecer que temos
grande parcela da nossa cultura e da nossa ancestralidade oriundas de lá”,
afirmou Guga Viana.
Para esta ocasião, ele afirma ter escolhido dar destaque às
peças trazidas da Nigéria, um dos países em que viveu. A exposição conta com
objetos em tecelagem, estátuas que representam os orixás, esculturas, entre
outros artefatos. Além da exposição, o Espaço receberá também apresentações de
capoeira, afoxé e rodas de conversa ao longo do mês, com o intuito de ampliar o
conhecimento dos visitantes do ponto turístico sobre a cultura africana e
afrobrasileira.
Uma das primeiras a prestigiar a montagem da exposição Arte
in Africa foi a professora Yeda Pessoa de Castro. Doutora em línguas africanas
pela Universidade Nacional do Zaire e membro da Academia de Letras da Bahia,
ela está de passagem por Aracaju e visitou o Espaço Zé Peice. “Nós temos um
legado linguístico e cultural de matrizes africanas e, desde pequena, me
interessei por esses assuntos, pude visitar e morar na África, estudar a língua
Bantu, e acho que expor esse acervo é uma forma de celebrar a nossa
ancestralidade, toda essa riqueza cultural que esse continente carrega e trouxe
ao Brasil, através de práticas religiosas, hábitos, culinária, dança, música,
entre tantas outras”, destacou.
“Isso é extremamente importante e enriquecedor porque as
pessoas normalmente têm acesso à cultura em espaços que geralmente são mais
elitizados, e o [Espaço] Zé Peixe é mais popular, mais acessível a todas as
pessoas. É a disseminação do conhecimento através da arte, num mês que é muito
significativo para nós, negros, e que traz uma reflexão sobre esse processo do racismo
e traz também outras perspectivas de produção cultural e da arte produzida
pelos negros. Isso é muito importante”, disse Iyá Sônia Oliveira, referência
técnica para Povos e Comunidades Tradicionais da Seit.
Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br
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