Jullyecris Feitosa
Fabíola Delfino
Marluce Rocha
Roberta Salgado
Victor Bispo
Fotos: André Moreira
Publicado originalmente na Agência Aracaju de Notícias, em 21/11/2019
Prefeitura envolve comunidade com o Festival de Cultura
Afro-brasileira
Durante todo este mês de novembro, a Prefeitura de Aracaju,
por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, está reforçando as
ações em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20. Por meio da
Gerência de Igualdade Racial, da Diretoria de Direitos Humanos, os trabalhos
têm sido desenvolvidos nos diversos equipamentos da Assistência e, nesta
quinta-feira, 21, o Cras Jardim Esperança, localizado no bairro Inácio Barbosa,
realizou uma programação especial para envolver a comunidade no tema.
Para enaltecer a cultura de pessoas negras e fortalecer a
rede de enfrentamento à violência e discriminação racial contra homens e
mulheres negros da capital, a programação do “Festival de Cultura
Afro-brasileira” contou com apresentações culturais, palestra, oficinas e
aulão, todos voltados para a temática e com a participação dos usuários do Cras
e integrantes da comunidade.
Segundo a diretora de Proteção Social da Assistência Social,
Roberta Salgado, os eventos e ações realizados durante este mês são para
intensificar as ações que são desenvolvidas pela Prefeitura durante toda a
gestão. “A Diretoria de Direitos Humanos foi criada pela atual gestão e, com
ela, a Gerência de Igualdade Racial. Então, embora este seja um mês de extrema
importância para ressaltar a importância da pessoa negra e do quanto é
necessário que haja igualdade das raças, o nosso trabalho acontece todos os dias
e é assim que precisa ser. Trazemos essas atividades para dentro dos nossos
equipamentos justamente para que possamos fortalecer dentro da comunidade esses
aspectos contra o racismo, de dizer não às diferenciações”, destacou.
Atualmente, cerca de 1.400 pessoas são assistidas pelos
serviços do Cras Jardim Esperança e, segundo a coordenadora da unidade,
Jullyecris Feitosa, o festival foi uma oportunidade de envolver a comunidade em
uma questão essencial. “É muito importante que nos somemos a isso porque somos
um equipamento de Assistência Social, ou seja, não há distinção. Nosso maior
público é de pessoas negras e nós queremos chegar ainda mais perto delas, mas,
também chamar a atenção contra o racismo. É um momento propício por ser o mês
voltado para a Consciência Negra e esse festival envolve e instiga a população
local”, considerou.
Quem abriu a programação do festival foi o grupo de idosos
Fraternidade Josefina com uma apresentação da Dança do Guerreiro. A
coordenadora do grupo, dona Marluce Rocha, de 70 anos, ressaltou a alegria de
participar do momento alusivo.
“Somos do Orlando Dantas, mas, temos atendimento no Cras do
Inácio e, para nós, é uma satisfação fazer parte de um evento que tem o
objetivo de combater o racismo. O nosso grupo é formado por pessoas que já viu
de um tudo e se podemos nos somar às atividades, assim faremos. Minha alegria é
poder estar com as minhas colegas, dançando e essa é a nossa forma de chamar a
atenção para as coisas importantes”, frisou.
Outro ponto alto da tarde de festival foi a palestra
proferida pelo representante da União de Negros pela Igualdade (Unegro) em
Sergipe, Victor Henrique Bispo, entidade nacional que chegou ao estado em 2009.
“Nós, negros, bem sabemos as nossas lutas diárias e o quanto
já fizemos para conseguir quebrar um pouco as barreiras. No entanto, o
preconceito ainda existe e é forte nos mais diversos espaços. Nossa entidade
vem para destacar o porquê ainda é importante falar sobre a participação negra,
a cultura negra e dizer que vidas negras importam”, salientou.
A agente comunitária e moradora do Inácio Barbosa há mais de
30 anos, Fabíola Delfino, se sentiu representada no festival. “Quem vive o
racismo bem entende porque sofre, literalmente, na pele. Hoje, nesse evento,
estamos vimos manifestações culturais que vêm dos negros e muito do que vemos
no Brasil vem do negro, coisas que as pessoas admiram, então, precisamos
fortalecer as boas referências que o negro trouxe e, principalmente, envolver a
comunidade nas ações voltadas ao combate do racismo. Precisamos valorizar a
cultura e a existência negra”, afirmou.
Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br
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