sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Festival de Cultura Afro-brasileira






 Jullyecris Feitosa

 Fabíola Delfino

 Marluce Rocha

 Roberta Salgado

Victor Bispo
Fotos: André Moreira

Publicado originalmente na Agência Aracaju de Notícias, em 21/11/2019

Prefeitura envolve comunidade com o Festival de Cultura Afro-brasileira

Durante todo este mês de novembro, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, está reforçando as ações em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20. Por meio da Gerência de Igualdade Racial, da Diretoria de Direitos Humanos, os trabalhos têm sido desenvolvidos nos diversos equipamentos da Assistência e, nesta quinta-feira, 21, o Cras Jardim Esperança, localizado no bairro Inácio Barbosa, realizou uma programação especial para envolver a comunidade no tema.

Para enaltecer a cultura de pessoas negras e fortalecer a rede de enfrentamento à violência e discriminação racial contra homens e mulheres negros da capital, a programação do “Festival de Cultura Afro-brasileira” contou com apresentações culturais, palestra, oficinas e aulão, todos voltados para a temática e com a participação dos usuários do Cras e integrantes da comunidade.

Segundo a diretora de Proteção Social da Assistência Social, Roberta Salgado, os eventos e ações realizados durante este mês são para intensificar as ações que são desenvolvidas pela Prefeitura durante toda a gestão. “A Diretoria de Direitos Humanos foi criada pela atual gestão e, com ela, a Gerência de Igualdade Racial. Então, embora este seja um mês de extrema importância para ressaltar a importância da pessoa negra e do quanto é necessário que haja igualdade das raças, o nosso trabalho acontece todos os dias e é assim que precisa ser. Trazemos essas atividades para dentro dos nossos equipamentos justamente para que possamos fortalecer dentro da comunidade esses aspectos contra o racismo, de dizer não às diferenciações”, destacou.

Atualmente, cerca de 1.400 pessoas são assistidas pelos serviços do Cras Jardim Esperança e, segundo a coordenadora da unidade, Jullyecris Feitosa, o festival foi uma oportunidade de envolver a comunidade em uma questão essencial. “É muito importante que nos somemos a isso porque somos um equipamento de Assistência Social, ou seja, não há distinção. Nosso maior público é de pessoas negras e nós queremos chegar ainda mais perto delas, mas, também chamar a atenção contra o racismo. É um momento propício por ser o mês voltado para a Consciência Negra e esse festival envolve e instiga a população local”, considerou.

Quem abriu a programação do festival foi o grupo de idosos Fraternidade Josefina com uma apresentação da Dança do Guerreiro. A coordenadora do grupo, dona Marluce Rocha, de 70 anos, ressaltou a alegria de participar do momento alusivo.

“Somos do Orlando Dantas, mas, temos atendimento no Cras do Inácio e, para nós, é uma satisfação fazer parte de um evento que tem o objetivo de combater o racismo. O nosso grupo é formado por pessoas que já viu de um tudo e se podemos nos somar às atividades, assim faremos. Minha alegria é poder estar com as minhas colegas, dançando e essa é a nossa forma de chamar a atenção para as coisas importantes”, frisou.

Outro ponto alto da tarde de festival foi a palestra proferida pelo representante da União de Negros pela Igualdade (Unegro) em Sergipe, Victor Henrique Bispo, entidade nacional que chegou ao estado em 2009.

“Nós, negros, bem sabemos as nossas lutas diárias e o quanto já fizemos para conseguir quebrar um pouco as barreiras. No entanto, o preconceito ainda existe e é forte nos mais diversos espaços. Nossa entidade vem para destacar o porquê ainda é importante falar sobre a participação negra, a cultura negra e dizer que vidas negras importam”, salientou.

A agente comunitária e moradora do Inácio Barbosa há mais de 30 anos, Fabíola Delfino, se sentiu representada no festival. “Quem vive o racismo bem entende porque sofre, literalmente, na pele. Hoje, nesse evento, estamos vimos manifestações culturais que vêm dos negros e muito do que vemos no Brasil vem do negro, coisas que as pessoas admiram, então, precisamos fortalecer as boas referências que o negro trouxe e, principalmente, envolver a comunidade nas ações voltadas ao combate do racismo. Precisamos valorizar a cultura e a existência negra”, afirmou.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

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