Publicado originalmente no site do GOVERNO DE SERGIPE, em 13 de novembro de 2019
Amendoim já sai cozido do perímetro irrigado Piauí
Produtores utilizam irrigação pública para plantar mais de
uma vez ao ano, além de beneficiar as suas colheitas e as dos vizinhos
Patrimônio imaterial, reconhecido pela Lei Estadual 7.682 de
2013, o amendoim cozido é orgulho do estado de Sergipe. Quer saber uma
curiosidade? A enorme demanda interna pelo produto é suprida, quase que na
totalidade, por produção local. O estado produz, anualmente, uma média de 1,9
mil ton de amendoim, numa área total de 1.100 hectares. Parte considerável
dessa produção está nos perímetros irrigados administrados pela Companhia de
Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que
oferecem a vantagem da colheita mais de uma vez por ano. Em Lagarto, tem
irrigante do perímetro Piauí que, além de plantar e colher, também cozinha as
vagens em água, sal e limão, deixando pronto o petisco preferido por 10 em cada
10 sergipanos e, claro, pelos turistas que aqui aportam.
Em 2018, nos perímetros mantidos pelo Governo do Estado,
através da Cohidro, foram colhidas 675 ton de amendoim de plantios irrigados,
em 182 ha. Diretor de Irrigação da companhia, João Fonseca explica que o
plantio do amendoim tem vantagens que vão além da boa procura nos períodos de
férias e das grandes festas, como o São João e o Carnaval, por ter uso na
rotatividade das culturas. “É uma cultura pouco exigente. Atua na fixação do nitrogênio
ao solo e fornece grande quantidade de restos culturais, ajudando o agricultor
a economizar em adubação. Por essas vantagens, em nossos perímetros, ele acaba
por suceder outros cultivos mais duradouros ou exigentes durante as
entressafras, como a batata-doce e o coentro”, revela.
No perímetro Piauí, os irrigantes colheram 173 ton de
amendoim no ano passado, plantados em 50 ha. Um deles é José Nivaldo, que
divide seu lote irrigado de 1,6 ha em cerca de cinco lavouras, mas planta mais
de uma com amendoim. “Eu costumo plantar em meados do mês de agosto e, até
março, estou colhendo ainda. Acredito que dê na faixa de umas 600 ‘terças’
(balde de 12 litros) por hectare”, conta. A primeira parcela do ano ele já
começou a colher. “Essa semana eu vou começar o plantio de uma nova lavoura. O
preço vai pela época. Agora mesmo está ótimo, de R$ 35,00 a R$ 30,00 a
‘terça’”, detalha. Segundo o produtor, a facilidade no cultivo e os 70 dias
entre o plantio e a colheita o motivam a plantar.
"A Cohidro ajuda no fornecimento de água da irrigação
e, às vezes, quando preciso de orientação técnica, quando surge um novo
problema na plantação, eu procuro um dos técnicos agrícolas da Cohidro e eles
me orientam sobre o que fazer. Mas temos aqui o Gildo (Almeida), o gerente do
perímetro que é da área, que conhece as necessidades com relação à água e está
fazendo um bom trabalho", opinou José Nivaldo. Durante 55 anos, o
irrigante viveu e trabalhou no mesmo lote e, há 32, ganhou um estímulo a mais
para produzir, passando a ser atendido pelo perímetro irrigado. Dessa forma,
pôde explorar o lote com novas culturas e em períodos do ano em que não há boa
incidência de chuvas, a exemplo do plantio do amendoim para colher e cozinhar
no verão.
“Todo ano, nesse período agora eu planto amendoim e, mais
tarde, eu planto novamente para tirar no Carnaval. Só faço um plantio em cada
área, quando chega o inverno eu planto milho”, disse o conhecido Toinho do
Amendoim. Em sua primeira área, cerca de 0,4 ha, colhe de 15 a 20 sacos, que
vai ele mesmo beneficiar e revender para comerciantes de Lagarto e da Ceasa de
Aracaju. “Eu cozinho toda semana. Quem compra quase toda roça do perímetro sou
eu. O do perímetro é melhor, porque vem mais limpo. Mas quando vem de fora do
estado é cheio de talo, bagaço, um monte de terra. Com o pessoal daqui não é
assim, eles ajeitam tudo direitinho. E a Cohidro ajuda com a irrigação, tanto
aqui quanto nos outros perímetros”, finalizou.
Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br
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