Héloa faz o seu primeiro show em Aracaju
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Héloa lança o videoclipe Silêncio
O cordelista Chiquinho do Além Mar
lança livro em praça pública
Maria Adilma Pinto, professora de História
Cássio Murilo, presidente da Funcaju
Graziele Ferreira, coordenadora do NPD
Dona Nadir da Mussuca
Liquidifica Diálogos abre espaço para
um debate sobre a temática
Índios Xokó expõem adereços ao público presente
Chiquinho do Além Marclique
Fotos: Silvio Rocha
Publicado originalmente no site da Agência Aracaju de Notícias, em 14/11/2019
Ocupe a Praça resgata a ancestralidade no mês da Consciência
Negra
Em uma noite de resgate às ancestralidades, a Prefeitura de
Aracaju, através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), trouxe à
praça General Valadão, no Centro da capital sergipana, significativas
personalidades para uma imersão no passado, por meio de tradições que envolvem
o sagrado e o feminino. Nesta quarta-feira, 13, a edição especial do mês da
Consciência Negra apresentou a expressão de Chiquinho do Além Mar, Dona Nadir
da Mussuca, Nary Kariri-Xocó e Héloa.
“Uma remissão às ancestralidades nos remete a nossa identidade. Identidade a partir da
arte. E é exatamente uma das maiores perspectivas do Ocupe a Praça. No mês da
Consciência Negra, buscamos fazer essa referência e incentivar a reflexão sobre
o que somos, em que momento estamos e sobre a construção do nosso modo de vida.
Também aproveitamos para questionar a forma como lidamos com as diferenças em
um lugar tão significativo, o marco zero da capital”, enfatiza o presidente da
Funcaju, Cássio Murilo.
O lançamento do livro “Diversidade Rima com Igualdade”, do
poeta sergipano Chiquinho do Além Mar, abriu a noite com a literatura de
cordel. Com cerca de 20 anos de carreira, apresentando temáticas de história de
Sergipe e de utilidade pública, baseadas em pesquisas, Chiquinho também realiza
um projeto pedagógico em escolas da capital e leva a cultura do cordel para
outros estados do Brasil. “Esse material do livro é sobre a igualdade racial e
apresenta a importância do negro em todas as vertentes e repudia o preconceito,
através de uma linguagem leve e bem típica do cordel. Espero que a sociedade
goste e acolha. O Ocupe a Praça foi o momento ideal para o lançamento, por
estar com uma temática voltada para a diversidade e pluralidade”, destacou
Chiquinho, que distribuiu fotos e autógrafos durante todo o evento.
Em mais um debate do Liquidifica Diálogos, a temática levou
à reflexões sobre as dificuldades e preconceitos enfrentados pelas minorias,
destacando as suas tradições e necessidade de afirmação para esta época. Para a
coordenadora do Núcleo de Produção Digital (NPD) Orlando Vieira, unidade da
Funcaju, Graziele Ferreira, não tem como contribuir com a autoestima dos
sergipanos sem falar das suas raízes.“É preciso enaltecer de onde viemos, que é
o nosso bem mais precioso. A temática foi direcionada para chegar aos nossos
antepassados e foi o que alcançamos nesta noite”, afirmou Graziele.
Dona Nadir da Mussuca, mestra, quilombola e guardiã da
herança cultural negra sergipana, participou do Liquida enriquecendo o público
com a sua história de resistência. “Tem muita gente que não sabe as suas
próprias origens e faço questão de repassar essa cultura. É importante saber o
que o negro já enfrentou. Eu sinto muito orgulho de ser uma negra, mulher, que
faço parte da cultura sergipana”, garantiu a quilombola. A indígena
representante da aldeia Kariri-Xocó, Nary Kariri-Xocó, também participou do
debate e exaltou o trabalho de resgate às origens que tem sido realizado por
sua comunidade.
Antes do lançamento do álbum Opará, que conta com a
participação especial do grupo Sabuká Kariri-Xocó, Héloa brincou o público com
o videoclipe exclusivo da faixa "Silêncio", composição que assina com
Luedji Luna. O primeiro show da sergipana em sua terra natal teve uma
simbologia ainda mais especial. “Eu tive o prazer de trazer para Aracaju um
pouco do que apresentamos recentemente no auditório do Ibirapuera, em São
Paulo. É muito especial, ainda mais por ser no Centro da cidade, tão próximo ao
bairro em que eu nasci, o Getúlio Vargas. Além de ser em frente ao rio Sergipe,
contando com a força das águas”, ressalta Héloa.
A cantora, que atualmente reside em São Paulo, também
enfatizou a importância da ocupação dos espaços públicos, de maneira gratuita e
democrática. “Fico feliz que o Opará tenha sido convidado para esse momento
sobre ancestralidades, já que esse show busca falar da população ribeirinha,
indígena, dos povos negros, africanos, que somos todos nós, todo mundo que
ocupa esse lugar e carrega essa história”, aponta.
A professora de História da rede pública de ensino, Maria
Adilma Pinto, foi atraída pela primeira vez ao Ocupe a Praça ao saber a
temática abordada: ancestralidades. “Eu já conhecia a luta dos índios Xokó e o
tema me chamou a atenção. Eu sou descendente de indígenas e muito dessa
história não está registrada nos livros didáticos. Nós não conhecemos a nossa
verdadeira história. E é essa a vivência e conhecimento que a população precisa
ter. Achei um evento lindo, que valoriza o Centro da cidade à noite”, explica a
professora.
Opará
Opará é o nome do segundo álbum da cantora sergipana Héloa.
E celebra um novo momento na vida da artista, um encontro com sua própria
natureza e uma nova forma de encarar os desafios. O disco, cujo ritmo das águas
e da maré conduz as canções, retrata, a partir deste elemento, as diversas
facetas que as águas assumem em seus cursos, fazendo uma analogia com o próprio
sentido de existir e fluir.
Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br
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