Mostrando postagens com marcador - VLADIMIR SOUZA CARVALHO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador - VLADIMIR SOUZA CARVALHO. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Desembargador Vladimir Carvalho lança livro dia 24

 O livro será lançado pelo desembargador federal 
sergipano Vladimir Souza Carvalho.

O livro tem como título ‘Fogo de Monturo e Outras Fumaças’

Publicado originalmente no site Infonet, em 21/11/2017.

Desembargador Vladimir Carvalho lança livro dia 24

O livro tem como título ‘Fogo de Monturo e Outras Fumaças’

O desembargador federal sergipano Vladimir Souza Carvalho, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), lança, nesta sexta-feira, 24, o livro ‘Fogo de Monturo e Outras Fumaças’, pela editora Juruá. O lançamento ocorre às 17h, na sede da Academia Sergipana de Letras.

‘Fogo de Monturo e Outras Fumaças’ reúne mais de 30 contos que versam, em sua maioria, sobre o sexo, com uma linguagem poética que corteja o surrealismo e o absurdo – o que justifica o título do livro, na consagração do fogo que vem de baixo.  Contém, ainda, algumas histórias de amor com pitadas de regionalismo, que têm marcado a trajetória literária do desembargador.

Em março deste ano, Vladimir Carvalho foi incluído no Mapa Literário do Brasil, organizado e publicado pela redação da revista Super Interessante, que relaciona os 26 autores mais importantes de cada estado brasileiro, figurando ao lado de nomes como Mário de Andrade, Machado de Assis, Rachel de Queiroz, Guimarães Rosa, Ariano Suassuna, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Milton Hatoum, Manoel de Barros, Cruz e Sousa, Érico Veríssimo, Rubem Braga e Clarice Linspector.

Perfil

Nascido na cidade de Itabaiana/SE, Vladimir Carvalho ocupa a Cadeira 25 da Academia Sergipana de Letras e já conta com mais de 20 obras publicadas. Ele é o contista de ‘Quando as cabras dão leite’ (1971), ‘Mulungu Desfolhado’ (1995), ‘Água de Cabaça’ (2003) e ‘Feijão de Cego’ (2009), entre outros; o historiador de ‘Santas Almas de Itabaiana Grande’ (1973), ‘A República Velha em Itabaiana’ (2000) e ‘Vila de Santo Antônio de Itabaiana’ (2009); o folclorista de ‘O Caxangá na História de Itabaiana’ (1976), ‘Apelidos em Itabaiana’ (1995) e ‘Adivinhas Sergipanas’ (1999); o poeta de ‘Sinal Verde, Trânsito Vermelho’ (1972); e o polemizador de ‘Dom Casmurro: a história que Machado de Assis não contou’ (2014). No prelo, tem ‘Crônicas da Infância Vivida’, ‘Crônicas da Vida e da Morte Corriqueiras’ e ‘Crônicas da Faculdade ao Tribunal’, além do livro de história municipal ‘Euclides Paes Mendonça na História de Itabaiana’.

O desembargador também é autor de uma das mais importantes obras jurídicas do país, ‘Competência da Justiça Federal’ (1990), que, até hoje, é manuseada por gerações de estudantes e profissionais do Direito. Sobre essa área, ele ainda escreveu ‘Da Justiça Federal e suas Competências’ (1980), ‘Manual de Judicatura Aplicada’ (1993), ‘Manual de Competência da Justiça Federal’ (2010) e ‘Ilegalidade e Inconstitucionalidade do Exame de Ordem’ (2011). Carvalho foi, ainda, um dos fundadores e principais redatores do jornal ‘O Serrano’, de Itabaiana, e colaborador de diversos jornais de Aracaju, como Diário de Aracaju, Jornal da Cidade, Gazeta de Sergipe e Jornal da Manhã e do Diário de Pernambuco, no Recife. Atualmente, a cada 15 dias, colabora com uma coluna nos jornais Correio de Sergipe, em Aracaju, e Folha de Pernambuco, em Recife.

SERVIÇO
Lançamento do livro Fogo de Monturo e Outras Fumaças, de Vladimir Carvalho
Data: 24 de novembro (sexta-feira)
Horário: 17h
Local: Sede da Academia Sergipana de Letras - Rua Pacatuba, 288, Centro

Fonte e foto: ascom Justiça Federal em Sergipe

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br 

sábado, 8 de abril de 2017

Entrevista com o escritor Vladimir Souza Carvalho


Vladimir Souza Carvalho.

No ranking dos melhores do país.

"Escrevo pela necessidade de colocar para fora algo que está dentro de mim".

Diante de tantas notícias ruins nos cercando neste país, que se não bastasse nos tirar o sono, a paz, a esperança e o sossego, também nos rouba a qualidade de vida e o direito de viver com dignidade e boas expectativas, ainda temos que suportar a onda de fatos e irregularidades que pipocam neste nosso Estado, o menor da federação. Mas, como nem tudo está perdido para que ainda a gente possa ao menos enxergar aquele pontinho de luz no fundo do poço, eis que a mídia nacional divulgou um guia com os 26 escritores mais importantes do país - Estado a Estado, que para a nossa surpresa e orgulho, consta o nome do sergipano Vladimir Souza Carvalho, através de um dos livros da extensa lista de obras publicadas por ele, "Feijão de Cego", lançado no ano de 2009.

Itabaianense, nascido no dia 6 de abril de 1950, Vladimir formou-se em Direito pela Universidade Federal de Sergipe - UFS -, no ano de 1973,  e ao longo da trajetória profissional foi desde datilógrafo do extinto INPS até passar pela Justiça Federal de Sergipe, tendo sido juiz de direito das comarcas de Nossa Senhora da Glória e Campo do Brito, respectivamente, e depois, juiz federal da 2ª Vara das Seções Judiciárias do Piauí, Alagoas e Sergipe, e depois promovido, por antiguidade, para o Tribunal Regional Federal da 5a. Região, cargo que ocupa desde fevereiro de 2008.

Paralelamente com a carreira jurídica, Vladimir produziu vários livros de contos, poesias, história municipal da sua cidade natal (Itabaiana), folclore e Direito. Começando pelos livros de contos, produziu: "Quando as cabras dão leite" (1971), "Mulungu Desfolhado (1994), "Água de Cabaça" (2003) e "Feijão de Cego", publicação que lhe garantiu reconhecimento nacional, além de "Fogo de Monturo e outras fumaças", que já está prontinho só esperando o momento certo para ser lançado.
Na poesia podemos citar: "Sinal Verde, trânsito vermelho" (1972), "Dois Instantes e uma saudade" (ainda no prelo).
Na história municipal: "Santas Almas de Itabaiana Grande" (1973), "A República Velha em Itabaiana" (2000) e "Vila de Santo Antonio de Itabaiana".
No folclore: "O Caxangá na História de Itabaiana" (1976), "Apelidos em Itabaiana", "Adivinhas Sergipanas" (1999).
No Direito: "Da Justiça Federal e sua Competência" (1980), "Manual de Judicatura Aplicada", "Inconstitucionalidade e ilegalidade do Exame da OAB", que particularmente rendeu bastante polêmica, e "Competência da Justiça Federal" (sete edições publicadas). E em preparo, "Manual de Competência da Justiça Federal". Na fotografia, ele lançou ao lado de Robério Barreto Santos, "Álbum de Itabaiana". Outro livro que também não podemos deixar de citar é "Dom Casmurro: a história que Machado de Assis escondeu", no qual mostra toda a verdade do imortal romance de Machado de Assis.

Fora as obras, Vladimir de Souza colabora semanalmente com a publicação de artigos no jornal Correio de Sergipe, assim como também colaborou por seis anos no Diário de Pernambuco e na Folha de Pernambuco.

Em março de 2009, foi escolhido para dar nome ao Fórum da Justiça Federal de Itabaiana e atualmente exerce a sua função no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, na cidade do Recife.

O BACANUDO.COM bateu um papo com escritor e pinçou não só um pouco da sua trajetória no mundo literário, assim como o dom da escrita entrou e vem influenciando na sua vida. Deguste!

BACANUDO - Como recebeu a notícia que o nome do Sr. estava incluso na lista dos 26 escritores mais importantes do Brasil?
VLADIMIR SOUZA CARVALHO - Calado, vibrando internamente, mas calado, sem pular para vibrar com o gol.

BACANUDO - Qual a sensação de estar entre grandes nomes como Ariano Suassuna, Clarice Lispector, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, Aluísio Azevedo, entre outros ícones da nossa literatura?
VSC - Não dá para descrever. É como se estivesse incluído na seleção brasileira de todos os tempos, ao lado de Garrincha, Pelé, Didi, Leônidas da Silva, Zizinho, etc. e etc.

BACANUDO - Quando descobriu o talento para a escrita?
VSC - Desde os seis anos que escrevo. Ou seja, há justamente 61 anos. Inicialmente, histórias com os gatos lá de casa, em Itabaiana, depois acrósticos com as musas que me encantaram, em seguida, poesias com elas. Depois, veio a crônica e os contos. Até que resolvi reunir em livros os contos divulgados no jornal 'O Serrano', de Itabaiana. Título do livro: 'Quando as cabras dão leite', do ano de 1971. Sem querer, fui o primeiro sergipano a publicar, em Sergipe, um livro de contos. Após, mergulhei na história de Itabaiana, e, por força da condição de magistrado, penetrei também na seara jurídica.

BACANUDO - Como surgem as ideias para escrever um livro?
VSC - Sempre digo que é o bom anjo, que me acompanha, que me passa as ideias. De repente, no banho, na cama, na mesa, na viagem, caminhando, a ideia desponta. E aí a gente passa mentalmente a arquitetar os alicerces.

BACANUDO - De onde surgem os personagens? De alguma forma se relacionam com alguém que conhece?
VSC - Os personagens, em parte, são pincelados da vida real; em outra parte, nascem junto com a ideia. Interessante é que há contos em que o personagem reclama nome. Em outros, não.

BACANUDO - Qual o seu livro e autor favorito?
VSC - Gosto de todos os meus livros, mas me encanto mais, até agora, nos livros de contos. Não tenho autor preferido, me deliciando com aquele que, na leitura, nos prende a atenção do início até o final. Mas, minha leitura está muito limitada, no momento, por espaço curto, levando em conta que a prioridade está para os recursos que me são distribuídos, no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife. O que sobra é muito pouco.

BACANUDO - Qual a sensação de ir a uma loja e encontrar um livro de sua autoria à venda?
VSC - Senti, a primeira vez, em Porto Alegre, ante uma nova edição de Competência da Justiça Federal, pela Juruá Editora (de Curitiba). Estava numa livraria jurídica, quando me deparei com o livro, e, imediatamente, pensei que havia outro doido escrevendo sobre a mesma matéria. Aí pousei os olhos no meu nome. Bom, não era outro doido, era eu mesmo. Depois, me acostumei a ver meus livros jurídicos nas livrarias, bem como nos catalogos da Juruá Editora, como também nas estatísticas de venda que a Juruá me envia trimestralmente. A sensação é muita boa. 

BACANUDO - Quais eram os seus passatempos que te levaram a querer contar histórias?
VSC - O meu primeiro conto foi escrito quando era estudante do então Ginásio Estadual de Itabaiana. Depois, as ideias foram surgindo e fui escrevendo, escrevendo. Nesse andar, eu aproveito a ideia que me surge na cabeça ou alguma história real, que a gente se encarrega de dar as cores que considera necessárias.

BACANUDO - O que irá influenciar a partir de agora na sua carreira e na sua vida, estar entre os melhores do país?
VSC - Me dá mais responsabilidade. Oxalá me abra mais as portas das editoras.

BACANUDO - Qual livro marcou a sua vida até hoje e por quê?
VSC - Não foi um. Foram três: 'Laudas da História do Aracaju', de Sebrão, sobrinho, meu tio-avô; 'Os Sertões', de Euclides da Cunha, e 'Grandes Sertão Veredas', de Guimarães Rosa. O estilo de cada um, as frases longas, o texto fechado, tudo me impressionou. Não consigo ler outra coisa depois que passo os olhos em algum trecho destes três livros.

BACANUDO - O que acha que está faltando para incentivar a leitura, principalmente entre os mais jovens?
VSC - O hábito da leitura deve ser plantado na escola, em primeiro plano. Depois, há de se pensar que a sede de leitura está no homem. Uns, só vivem com sede. Outros, a sede é temporária. Outros, infelizmente, não tem sede alguma.

BACANUDO - Acredita que a literatura seja um dos fatores mais importantes para definir a identidade de um povo?
VSC - Evidentemente que sim. Tanto que a gente ainda lê hoje 'Dom Quixote', conhecendo a vida de Cervantes, sem saber quem eram os homens ricos de seu tempo. Machado de Assis, por exemplo. Quem eram os ricos de seu tempo? Não sei. Mas conheço alguma coisa da vida de Machado.

BACANUDO - Se estivesse agora a começar a sua carreira como escritor, mudaria alguma coisa?

VSC - Eu escrevo nas horas de folga. Não sou profissional. Primeiro, tenho sempre dito, meu trabalho, que representa meu ganha-pão. Depois é que vem os contos e as crônicas, nos momentos de folga. Em função disso, meus votos são sempre diferentes, inserindo neles um pouco de literatura na clareza de cada assertiva. Escrevo pela necessidade de colocar para fora algo que está dentro de mim. Não escrevo como Manuel Bandeira que fazia versos como quem morre. Escrevo para tirar de mim a ideia que o bom anjo plantou.  Tivesse de começar agora, não mudaria nada, dando os meus passos de antes e fazendo as mesmas coisas.

Texto e imagem reproduzidos do site: bacanudo.com

segunda-feira, 27 de março de 2017

Mapa literário: o escritor mais importante de cada Estado

Clique na imagem para ampliar.

Dica de Antônio Saracura - Clique no link abaixo:

Revista Superinteressante.

Mapa literário: o escritor mais importante de cada Estado.


NORDESTE

– Paraíba: Ariano Suassuna (O Auto da Compadecida, 1955)
– Pernambuco: Clarice Lispector (A Hora da Estrela, 1977)
– Rio Grande do Norte: Madalena Antunes (Oiteiro – Memórias de uma sinhá-moça, 1958)
– Bahia: Jorge Amado (Gabriela Cravo e Canela, 1958)
>>>> Sergipe: Vladimir Souza Carvalho ( Feijão de Cego, 2009).
– Ceará: Rachel de Queiroz (O Quinze, 1930)
– Alagoas: Graciliano Ramos (Vidas Secas, 1938)
– Piauí: Carlos Castello Branco ( O Arco de Triunfo, 1959)
– Maranhão: Aluísio Azevedo (O Cortiço, 1890).

Texto e imagem reproduzidos do site super.abril.com.br

Vladimir Souza Carvalho

Foto: Getulio Bessoni (TRF5).

Vladimir Souza Carvalho.

O escritor Vladimir Souza Carvalho (...), Cadeira de n° 25, da Academia Sergipana de Letras (ASL), ocupada durante mais de 50 anos pelo acadêmico Manoel Cabral Machado (...).

“Para mim... (é) uma honra muito grande ocupar o lugar do Cabral Machado, uma pessoa de grande envergadura moral”, afirma Vladimir Souza, que ocupa o cargo de desembargador federal no Tribunal Regional Federal da 5° Região (TRF5). Ele foi eleito em julho numa eleição considerada “pacífica”, que contou apenas com a sua candidatura.

A sua vida literária começou cedo. Ele conta que aos 16 anos já escrevia para a imprensa local. Aos 21 anos lançou o primeiro livro de contos, intitulado ‘Quando as Cabras dão Leite’. “Foi o primeiro livro de contos editado por um sergipano em Sergipe, os anteriores foram publicados por baianos”, explica Vladimir.

O currículo literário deste itabaianense nascido em 1950 é recheado de obras de contos, folclore, história e Direito. Algumas das obras são: ‘Água de Cabaça’ (contos), ‘Feijão de Cego’ (contos), ‘Santas Almas de Itabaiana Grande’ (história), ‘As vilas de Santo Antônio de Itabaiana’ (história), ‘Competência da Justiça Federal’ (Direito) e ‘Manual de Competências da Justiça Federal’ (Direito)...

Fonte: Carla Sousa.

Feijão de Cego, de Vladimir Souza Carvalho


Foto: Divulgação.

Feijão de Cego, Vladimir Souza Carvalho, contos, Juruá, 2009, 210 páginas, isnb 978-85-363-2570-8

Por Antônio Francisco de Jesus Saracura.

Acabei de ler “Feijão de Cego”. Aracaju, 18/10/2009. Quando o filme é bom, a tela pequena da tv some engolida pela espetáculo. É extenso, tantas histórias marcantes. Cadê meu fôlego? Parece uma coleção. 210 páginas compactas. Com minha vista cansada, reencontrar a linha seguinte obrigava-me a eventuais remetidas. Vou amanhã mesmo ao oculista, acertar o grau de meus óculos. Ao chegar ao último conto de Feijão de Cego, “Aparição”, sem fôlego e com os olhos pinis, lamentei. Queria mais, precisava continuar lendo, respirando Vladimir.

E incentivado pelo “Feijão”, trabalharei melhor algumas pequenas histórias (quase sempre envolvendo minha família maluca e minha nobre terra) que rabisquei em toda a vida. Vou encaixá-las em algum livro futuro que talvez publique. E gostaria que tivesse o visgo deste que acabo de ler.

Essa resenha terá um jeito diferente das que tenho escrito aqui. Farei um pequeno comentário (a partir de anotações rabiscadas nas margens das páginas enquanto lia) a respeito dos principais contos, um a um, didaticamente. O comentário pode não ser conclusivo, me perdoem! Quis apenas acender uma luz, que nem sempre consegui, reconheço! Eventuais contos não incluídos na resenha também são principais. Que eles não fiquem constrangidos, é que eram tantos!

E vamos aos contos:

“Herança”: Ritmo de cantiga de embolada, envolvente. Choque de esperanças, da avó, em sair da miséria e, da neta, que inventa também a sua, muito pequena, como que inventada para se consolar ou para se justificar.

“Júri de Vítima Viva”: Vi minhas melancias também sendo roubadas e eu sem um revólver à mão para atirar no ladrão. Manilton me pareceu um matador irresponsável (todos são?) matando por coisa boba demais, como foi o caso da morte do safado do perneta. Achei que Manilton (na sua condição de cabra brabo) humilhou-se demais na página 22 (1 parágrafo). Sinézia entenderia seus motivos e devolveria a arma com muito menos. Vá lá compreender os mistérios da natureza humana!

“O rosto do Noivo”: Alegrei-me saudoso com o “arreda uma palha”, expressão que nunca mais ouvira. Essa tia Porfíria é uma alcoviteira e tanto, hein?

“Espera”: Viva a Crestomatia! Eu sabia que este nome era meu também. Que tristeza, a velhice doente! Impiedosa!

“Uma combuquinha de café...”: Nem tive tempo de anotar nada, e cheguei ao final com um “Muito bom” na garganta... Esse escritor excede a cada frase. Nem permite que a gente pare para tomar notas com cuidado.

“Ciúme”: Minha letra é ruim demais. Nem eu decifro depois. Eu terminaria o conto um pouco antes, em “numa briga”. Por que? Não sei. Foi uma sensação do momento. Será que estou me revelando escritor também? Talvez ainda tropece nos meus arraigados equívocos.

“Soldado do Fisco”: Surpreendente desfecho, as indagações em aberto acho-as salutares. O leitor que tire suas conclusões.

“Perdão”: O tiro torto é o que melhor mata.

“Parto da Vaca”: Acho que o doutor Luiz tem a culpa por tudo que aconteceu. Ele precisa estar alerta. Ter cuidado com as consequências do que fala. As pessoas tem dificuldade em recusar-lhe um pedido, um convite, até para beber mais um copinho. Acham que, por ele ser doutor, devem-lhe obrigações. O conto marca para o resto da vida, dos melhores que já li. Nada a ver com a atitude do doutor Luiz. Vou dizer mais uma coisa: o parto da vaca deu-se no povoado Ceilão de Campo do Brito, local que conheço bem pois era lá a Fazenda Saracura, que me consumiu o juízo por alguns anos de minha vida aventurosa.

“Turbulência”: Não atinei para o sentido da frase: “Georgina dirigindo o carro sem falar comigo” (página 75, 2 parágrafo). Eu pensava, enquanto lia o conto, que se tratava de um pesadelo. Mas não era.

“Visão”: Uma frase que sempre achei que fosse minha (ledo engano) está grafada aqui com marca de Vladimir, “Você está se sentindo mal?”. O autor andou pelos mesmos caminhos que eu, certamente. Se não ele, seus genes, lá no remoto passado.

“Assunto Sério”: Excelente “thriller”(?). Fui literalmente surpreendido. Fiquei de queixo caído.

“A Esposa de meu...”: Um pequeno tema pode gerar uma grande história.

“Meu Filho Teodásio”: Você não poderia falar como falou sobre o dia-a-dia na roça. À rigor, você precisaria ter vivido lá, como eu. De que adiantou para mim, que nasci e me criei na roça, se você, que a visitou apenas, descreve melhor a alma desses ermos? Apesar da queixa, o conto é excelente.

“Consulta”: Também um bom desfecho, como requer a arte do conto. Tanto arrodeio (calculista, hein?) só para ver se deveria pagar ou não o sepultamento... Acredito que existam pessoas assim. EU?

“Justificações”: Na Terra Vermelha (eu menino) já mandei muita gente se arrombar. Depois saía correndo, claro! Vi-me, em “justificações” lá, de novo. Bem empregado, Odimar! Pra você deixar de ser corno! O que deverá ocorrer quando o filho do vaqueiro quiser ser prefeito? A próxima eleição deve estar próxima.

“Valor do Cão...”: Logo no começo, achei meio inadequada a figura de que urubu não aparecia lá, era um lugar muito pequeno. É que eu, àquela altura, já desconfiava de que era um erminho de nada. Como é bom ter um amigo na praça, especialmente, se o amigo for autoridade.

“Última Tarefa”: O inusitado, que poderia não ser, lembrou-me Pedro Paramo, se bem que no mexicano os mortos viam e eram vistos. Quem sabe se o personagem (igual ao livro de Juan Rulfo) estivesse morto e, equivocado, achasse que estava vivo. Para dar um justo descanso à Salma? Estou eu, aqui, me envolvendo demais com mundos vastos de Vladimir, quando deveria apenas falar sobre eles. Humildemente.

“Cavalheirismo”: Bom suspense: xan,xan,xan! Concordo também que o momento era inadequado. Seria como se aproveitar de uma pessoa fragilizada pelo terror. Seu Crescêncio (tenho a mais absoluta certeza) ainda vai comer esta mulher.

“Reconhecimento”: Devo ter perdido algo, pois não reconheci este Porfírio do primeiro parágrafo na página 152. Não seria Merêncio, que já era meu conhecido?

“Confissão”: Ritmo avassalador. Uma história contada em “crescendo”. Uma marca cultivada pelo autor, também em outros contos. Que bom!

“A Descida”: Ressurge aqui outra vez o inusitado (é este o nome mesmo?). Igual ao estacionamento do supermercado de “Turbulência” e o desenrolar inteiro da “Última Tarefa”. Há um senão (talvez um erro gráfico) no último parágrafo da página 170, na segunda frase, o autor usa “fazia”. Se bem que entendi sem problemas a boa história.

“O dia Diferente”: Eu conhecia como “mulher do padre”. Mas acato “mulher do burro”, que acho que ninguém quer ser também. Foi uma digressão. O conto tem o lirismo gostoso que me faz bem, um final doce.

“As Três Filhas...”: Poderia ter um final diferente. Tudo pode ser nesse mundo da ficção! Floricélia já está mocinha. Mas é minha filha, mesmo sendo uma Pedra! Deus me livre que morra antes de mim!

“Cama Nova”: Porreta! Corno convencido mesmo. E existe?

“Obstáculo”: Haveria alternativa? Botar no asilo de irmã Terezinha não seria adequado? De qualquer jeito, essa sugestão está chegando tarde. A sobrinha, pelo que entendi, já habita o mundo da loucura. Sem retorno.

“O Casamento de Esterlito”: Vivas para Floduarda, que “aponta o chão e mostra baratas (que nem existiam, acho!) e vivas também para isael Maroto, contrariado porque a sexta-feira da Paixão foi cair justo no Sábado de Aleluia. Floduarda era feia (cara de doce de leite batido) ou a moça mais bonita da cidade, no pensar de Esterlito, sentado no banco da praça? Quando o noivo foi “desmanchar tudo” fiquei pensando que a operação de Floduarda em Aracaju dera zebra (se de fato aconteceu?) como também, convenci-me mais ainda de que uma experimentada prévia ajuda muito.

“Aparição”: Ótimo desenrolar. Muito justo o crime da garota e, como juiz, eu a consideraria inocente, mesmo que o júri a incriminasse. Se a menina não saía de casa, com medo de ser comida pelo safado, como é que foi chupar massaranduba justo naquele dia? Estou imaginando a cachoeira, bem longe de sua casa. O demônio apronta cada presepada!

Sobre tudo:

Esse estilo de conversa miúda, encadeada, seguindo o fio da meada sem saltos ou despistes, caiu muito bem. O leitor, nem precisa gastar-se, basta ler uma palavra depois da outra que a história vai saindo do papel e tomando conta dele.
Sobre os nomes estranhos dos personagens, confesso que me incomodaram no começo. No “Casamento de Esterlito” na página 198, no meio da folha, pareceu-me estar numa aldeia da Grécia histórica (eu já morei lá, penso que sim!). Por conta desses nomes talvez as novas gerações de sergipanos (e brasileiros) tenham nomes mais exóticos. Nada demais, até eu tenho em casa um trio txucurramae (Raoni, Candire, Mohara). Por outras influências

Há tantos contos espetaculares no "Feijão de Cego" que eu seria injusto com um, escolhendo outro como o melhor. Alguém falou de eleição?

Texto reproduzido do blog: antoniosaracurasobrelivroslidos.blogspot.com.br