quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Canal profundo em praia de Aracaju gera alerta nas redes sociais

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Publicação compartilhada do Portal A8SE, de 10 de setembro/09/2025 

Canal profundo em praia de Aracaju gera alerta nas redes sociais; Bombeiros acompanham situação

Vídeo mostra risco de afogamento na Praia dos Artistas, na Coroa do Meio, e população cobra sinalização no loca

Por Redação do Portal A8SE

Canal profundo em praia de Aracaju gera alerta nas redes sociais; Bombeiros acompanham situação

Um vídeo que alerta para o risco de afogamento na Praia dos Artistas, localizada na Coroa do Meio, Zona Sul de Aracaju, está sendo amplamente divulgado nas redes sociais nesta quarta-feira (10). A gravação também faz um apelo para que haja sinalização adequada na área.

No vídeo, um popular relata que um trecho da praia apresenta um canal profundo próximo à margem, o que representa perigo para banhistas. Ele destaca que, apesar da bandeira vermelha do Corpo de Bombeiros, que indica risco elevado, muitas pessoas continuam frequentando o local. "Como formou essa faixa de areia que antigamente não tinha, o pessoal está vindo tomar banho", explica.

Durante a gravação, ele também relata uma situação de risco que presenciou com um pescador na localidade. “No instante tem um senhor pescando ali, ele desceu sem saber da profundidade, perdeu a vara e teve dificuldade para voltar", afirma, ao mencionar que o trecho pode ter mais de dois metros de profundidade.

Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) informou que já está ciente da situação e que adotará as medidas necessárias para avaliar e atuar da melhor forma possível, sempre com o objetivo de garantir a segurança da população e dos frequentadores da praia.

Texto, vídeo e imagem reproduzidos dos sites: a8se.com/noticias e YouTube

 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Deu no New York Times: Sergipe e a Segunda Guerra Mundial

Artigo compartilhado do site INFONET , de 4 de setembro de 2025 

Deu no New York Times: Sergipe e a Segunda Guerra Mundial

Por Dilton Cândido Santos Maynard (Blog Getempo/infonet)

Professor do Departamento de História da UFS

Bolsista Produtividade CNPq e líder do Grupo de Estudos do Tempo Presente. Coordenador do Projeto Segunda Guerra Mundial no Nordeste Brasileiro: cotidiano e transformação social, apoiado pelo Edital FAPITEC/SE/FUNTEC N° 01/2024 – PROGRAMA DE AUXÍLIO AO DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA – UNIVERSAL

Helen Post Papers, Arquivos do Museu Amon Carter de Arte Americana, Fort Worth, Texas. Disponível em: https://www.cartermuseum.org/collection/man-reading-new-york-times-handwritten-notes-about-newspaper-headlines-and-permission

Deu no New York Times em 25 de agosto de 1942: “a cidade de Aracaju, capital do estado de Sergipe, será apagada todas as noites, e quem estiver nas ruas após as 23h será preso”. Foi assim que as consequências imediatas dos torpedeamentos de navios mercantes, ocorridos poucos dias antes, em pleno litoral brasileiro, em águas da Bahia e de Sergipe, começaram a repercutir na imprensa estrangeira. O jornal New Orleans State, por exemplo, no mesmo 25 de agosto, informou sobre a tragédia: “seus navios, engajados no comércio costeiro, foram torpedeados em suas costas. Muitos brasileiros foram mortos nesses ultrajes”.

Dias antes, em 21 de agosto, o jornal El Telégrafo afirmou que o Equador, “como os demais países da América, sentiu-se profundamente comovido e profundamente indignado, ante o temerário e premeditado ataque dos submarinos alemães ao comboio de navios mercantes brasileiros, que navegava em calma viagem territorial do Brasil, muito próximo ao litoral”. Pouco depois, em 28 de agosto, o presidente cubano Fulgêncio Batista assinou o Decreto-Lei nº 2390, condenando o ataque. Os afundamentos provocaram a declaração de guerra do Brasil à Alemanha e à Itália, naquele que, conforme o historiador escocês Neil Lochery, foi descrito pelos estadunidenses como o nosso próprio “Pearl Harbor”, em alusão ao ataque japonês aos EUA em dezembro de 1941.

Mas, afinal de contas, o que ocorreu? Na noite de sábado, 15 de agosto, em águas de Sergipe, pouco depois do jantar, os tripulantes e passageiros do navio mercante Baependy sentiram o impacto e o estrondo provocado pelo ataque do submarino alemão U-507. Além do Baependy, o Araraquara, que também navegava na região, foi torpedeado na mesma noite. Outro navio, o Aníbal Benévolo, estava a cerca de 7 milhas das praias sergipanas quando foi atacado. Pouco depois, foi a vez do Itagiba, que navegava com 179 ocupantes, sendo 119 passageiros e 60 tripulantes.  O navio teve parte dos náufragos resgatada pelo Arará (com 35 tripulantes) já no domingo. Atento todo o tempo, o Kommandant do submarino nazista esperou os náufragos subirem a bordo e, em seguida, também torpedeou aquela embarcação.

Os frutos da ofensiva submarina do U-507, os náufragos e destroços do Baependy, do Aníbal Benévolo e do Araraquara, chegaram às praias da região sul de Sergipe. Cadáveres foram parar nas proximidades da Praia de Atalaia, em Aracaju. Restos de gente, corpos nus, mutilados, corroídos, inchados apareceram e chocaram os habitantes da capital, além de Estância e dos povoados Praia do Saco e Porto Mato. Ao final, os ataques mataram tripulantes das embarcações, passageiros militares e civis. A tragédia não poupou nem mesmo crianças. No caso do Baependy, embarcação com maior contingente (eram 323 pessoas, sendo 73 tripulantes e 250 passageiros), que transportava filhos de oficiais do 7º Grupo de Artilharia de Dorso, nenhuma sobreviveu, como observou o cronista Santos Santana em Aracaju dos meus amores, livro de 1983.

E a pacata Aracaju não estava preparada para tamanha tragédia. Tudo precisou ser improvisado. Os sobreviventes que chegaram à capital foram distribuídos entre os hotéis da cidade, a exemplo do Hotel Central, Hotel Rubina, Hotel Marozzi, Avenida Hotel, Hotel Sul Americano. Além do Hospital de Cirurgia, o Palácio do Governo, o Quartel do 28º Batalhão de Caçadores e até mesmo as casas de algumas pessoas da cidade acolheram náufragos. E, com as vítimas, também chegaram às praias diversos pertences pessoais, tais como joias, roupas, sapatos, carteiras etc.

No entanto, essas peças não serviram apenas para identificação dos corpos. Elas também instigaram a cobiça de alguns. O saque aos mortos, embora combatido e criticado, ocorreu com uma frequência maior do que imaginamos. O exemplo de Nelson de Rubina, acusado de furtar três anéis do corpo de Virgínia Auto de Andrade, é talvez o mais conhecido na historiografia regional graças ao trabalho de Maria L. Pérola Barros, autora do livro O Senhor dos Anéis na Aracaju que viu a Guerra: o caso de Nelson Rubina (1942-1943), recentemente publicado pela Editora Manacá. Outro exemplo, também envolvendo joias, ocorreu com Eduardo Alexandre Bauman, um segundo-tenente de 27 anos, cujo corpo foi encontrado na Barra de São Cristóvão pelas autoridades apresentando “esmagamento parcial de partes moles – dos dedos anular e médio da mão direita e uma contusão da região frontal”, fruto do esforço feito para arrancar dele a aliança.

Como se pode perceber pelos casos acima, os torpedeamentos trouxeram consequências nefastas ao cotidiano dos sergipanos. Noticiados por jornais de diversas partes do mundo, o susto, o assombro e o medo conviveram com o desejo, a ganância e o senso de oportunidade. Todavia, destacamos que os estudos históricos pouco exploraram tais saques, tais posturas nada elogiáveis diante do horror. Por essa mesma razão, é importante lembrar que não apenas a gente mais simples, a “arraia miúda”, roubou dos mortos. Gente viva, muito viva, situada em posições não tão desprestigiadas assim da pirâmide social, se beneficiou em meio à confusão dos torpedeamentos. Essa é uma história que precisará ser escrita. Essa e muitas outras.

Texto e imagem reeproduzidos do site: infonet com br/blogs/getempo

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Conheça os detalhes da nova ponte Aracaju-Barra

Imagem da Sedurbi

Publicação compartilhada do site F5 NEWS, de 3 de setembro de 2025

Conheça os detalhes da nova ponte Aracaju-Barra

Governo do Estado assina edital para licitar obra de R$ 1,1 bilhão  Política

Por F5 News                 

O Governo de Sergipe vai assinar, nesta quarta-feira (3), no Palácio dos Despachos, o edital de licitação da nova ponte entre Aracaju e Barra dos Coqueiros. O investimento previsto é de R$ 1,117 bilhão em um complexo viário que inclui a ponte e três viadutos interligados, considerado estratégico para a mobilidade urbana da Grande Aracaju.

O projeto, elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura (Sedurbi), prevê uma estrutura de 1.260 metros de extensão e 24,20 metros de largura, com quatro faixas de rolamento, ciclovia central e passeios para pedestres. O gabarito de navegação será de 25,20 metros de altura livre e 200 metros de largura, atendido por um trecho estaiado de 484,20 metros.

A ligação partirá da Avenida Delmiro Gouveia, em Aracaju, até a Rodovia José de Campos, em Barra, com rótula alongada para ordenamento do tráfego. O plano também inclui três viadutos urbanos na Delmiro Gouveia, revitalização da avenida, baias de ônibus, ciclovia e cerca de 5 km de sistema viário.

Segundo o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), conduzido pela Adema, foram avaliadas cinco alternativas de traçado, consolidando a opção mais viável para reduzir desapropriações e preservar áreas de mangue e alagados. O documento prevê programas ambientais que podem reduzir em até 81% os impactos negativos, além de medidas de mitigação para fauna, vegetação e qualidade da água.

A nova ponte deve aliviar a sobrecarga da Ponte Construtor João Alves, diminuindo congestionamentos e melhorando o tempo de deslocamento na região metropolitana.

Os próximos passos incluem a análise técnica do EIA/RIMA, realização de audiências públicas e deliberação da Adema sobre a Licença Prévia, condição necessária para o avanço do cronograma de obras.

Texto e imagem reproduzidos do site: www f5news com br

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

24ª Parada LGBT+, na Orla de Atalaia, em Aracaju-SE.











Fotos: Igor Matias

Publicação compartilhada do site GOVERNO DE SERGIPE, de 31 de agosto de 2025 

Governo de Sergipe celebra a diversidade e reafirma compromisso com inclusão na 24ª Parada LGBT+

Gestão estadual reforça papel na construção de sociedade mais justa e democrática em evento que promove visibilidade à causa e defesa dos direitos humanos

O Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e da Secretaria Especial de Cultura (Secult), marcou presença pelo terceiro ano consecutivo na Parada LGBT+, garantindo a participação de artistas no evento. Com o tema ‘Envelhecer é Resistir’, a 24ª edição da Parada reuniu milhares de pessoas, neste domingo, 31, na Orla da Atalaia, em Aracaju, em um grande ato de celebração, visibilidade e defesa dos direitos humanos.

Promovido pela Associação de Travestis e Transgêneros de Aracaju (Astra), o evento contou com apresentações de Karol Conká e de diversos artistas sergipanos, além de performances que exaltaram a cultura e a diversidade local. A programação incluiu ainda o Circuito do Orgulho, que levou às ruas de Aracaju uma série de ações de mobilização e conscientização, como pit-stops educativos, debates sobre saúde, empregabilidade e combate ao preconceito, além de atividades artísticas e culturais.

O presidente da Funcap, Gustavo Paixão, destacou a relevância do apoio governamental a iniciativas que unem cultura, diversidade e cidadania.“A Parada LGBT+ é um símbolo de resistência, orgulho e visibilidade. Para a Funcap, apoiar esta iniciativa é reafirmar o compromisso do Governo do Estado com a promoção da diversidade cultural e o respeito às diferenças. Nosso papel é valorizar a pluralidade como parte do patrimônio cultural do estado e contribuir para uma sociedade mais inclusiva e democrática”, ressaltou.

Já para o secretário Especial da Cultura, Valadares Filho, o evento representa um marco de cidadania e de fortalecimento das políticas públicas em defesa da diversidade. “A Parada LGBTQIAPN+ é um ato de visibilidade, cidadania e respeito. O Governo de Sergipe tem o compromisso de apoiar iniciativas que ampliam os direitos humanos e fortalecem a diversidade cultural. Estar junto deste movimento é reafirmar o papel do Estado na construção de uma sociedade mais inclusiva, democrática e justa”, destacou.

A coordenadora da Parada e fundadora da Astra, Tathiane Araújo, destacou o caráter amplo do evento, que vai além da celebração cultural e reforçou ações de conscientização social e direitos humanos. 

“A Parada é uma manifestação pública que se desdobra em diversos setores da sociedade, promovendo cultura, turismo, conscientização sobre direitos humanos e debates sobre saúde e questões sociais. Este é um dia de celebração, em grande parte ligado à expressão cultural LGBT, que a cada ano avança ainda mais com o apoio da Funcap e da Secult. Nosso objetivo é valorizar os artistas sergipanos, garantindo recursos para que eles possam abrilhantar o evento e consolidar a Parada de Sergipe como uma das maiores do Brasil, reconhecida pelo seu caráter cultural e pela promoção dos direitos humanos”, afirmou.

Encantamento geral 

A apresentadora Markíbia Mazort, responsável por conduzir as atrações da 24ª Parada LGBT+, ressaltou a pluralidade do evento e o impacto do apoio institucional na valorização da diversidade. Segundo ela, a Parada é mais do que uma festa: é um momento de união, resistência e amor.

“Essa é uma causa marcada pela pluralidade, e com o apoio do Governo e da Funcap conseguimos tornar a Parada ainda mais linda e significativa. Estamos aqui para abrilhantar um dia que celebra a nossa luta, a nossa voz e o nosso orgulho. Ame o diferente, ame o ousado — porque no fim, o que nos une é o amor. Aqui, cada gesto, cada sorriso e cada abraço reafirma que a diversidade é a nossa maior riqueza”, declarou.

Já a cantora sergipana Gardênia Mel, uma das atrações do palco (SOBRE)VIVER, ressaltou a importância da comunidade LGBT+ em sua trajetória e enfatizou o significado do tema deste ano. “Sou profundamente grata à comunidade LGBT+, que sempre acreditou no meu trabalho e me fortaleceu ao longo da minha carreira. Hoje, celebrar a diversidade com o tema ‘Envelhecer é Resistir’ é uma emoção enorme. Estar neste palco é uma honra e uma forma de contribuir para a visibilidade e o empoderamento da comunidade”, afirmou.

Quem também marcou presença na Parada foi a cantora Karol Conká, que subiu ao trio levando muita animação e energia ao público. “Estou muito feliz de estar aqui, em Sergipe. Recebo muitas mensagens de fãs sergipanos pedindo shows e estava ansiosa para esse momento. Fico emocionada por fazer parte de um evento tão importante. A Parada é um espaço de diálogo, de resistência e de luta por respeito. Aqui, celebramos o amor, a liberdade de ser quem somos e tratamos de assuntos urgentes para toda a sociedade. É uma alegria imensa cantar para vocês e compartilhar dessa energia tão poderosa”, declarou a artista.

Público aprova

O maquiador Ryan Mateus, 22 anos, ressaltou a relevância da Parada como um espaço de resistência e união da comunidade. Para ele, o evento representa não apenas uma celebração, mas também a reafirmação da luta por liberdade e respeito. “A nossa comunidade já enfrenta tantas dificuldades no dia a dia, e esse é o momento em que a gente se reúne para celebrar a diversidade e reafirmar a nossa liberdade. É um ato de resistência e também de alegria”, classificou ele. 

A sergipana Hanna Bonfante, que atualmente mora na Irlanda, participou da Parada acompanhada da tia, Elma Santana. Para ela, estar presente foi uma forma de reforçar valores de respeito e igualdade. “É importante mostrar que temos respeito pela orientação sexual de cada pessoa e compreender que todo mundo é igual, que toda forma de amor é válida”, sublinhou Hanna.

Já Elma enfatizou a alegria em ver a valorização da cultura local dentro da programação. “Esse apoio do Governo é maravilhoso. Fiquei surpresa e muito feliz com o palco (SOBRE)VIVER, que neste ano foi um espetáculo à parte.”

O advogado Lucas Ernesto destacou que a Parada LGBT+ é um momento de resistência e de reafirmação de direitos. Segundo ele, a celebração vai além da festa, pois carrega uma pauta fundamental para a sociedade.“O direito à igualdade precisa ser garantido a todos, sem exceção. A transfobia é um crime, e combater esse preconceito é uma luta diária que carrego comigo. Estar aqui, celebrando com tanta gente unida pela diversidade, mostra que estamos avançando e que Sergipe tem dado exemplo de acolhimento e respeito”, afirmou.

O casal Suelle Nascimento e Lisley Kelly Serafim também marcaram presença na Parada LGBT+ e elogiaram o caráter acolhedor do evento. Para Suelle, a celebração vai muito além da festa. “Está sendo um momento maravilhoso, que acolhe e abraça a todos. É um espaço inclusivo, cheio de significados para nós. Estar aqui é mostrar que temos o direito de ser felizes e que o preconceito precisa ficar no passado”, ressaltou.

Lisley reforçou o clima de alegria e respeito que tomou conta da Orla de Atalaia. “Não tem como melhorar essa festa. Aqui, encontramos tudo: alegria, igualdade, diversidade e, acima de tudo, muito amor. O mais importante é ser feliz do jeito que cada um quiser”, concluiu.

Igualdade e respeito 

Além de apoiar a Parada pelo terceiro ano consecutivo e reforçar a visibilidade da causa, o Governo de Sergipe mantém o compromisso com a garantia de direitos da população LGBTQIAPN+. Entre as iniciativas estão o programa ‘Trans Retifica’, que oferece suporte e isenção de taxas para o registro de nome social, e o Trabalho Digno Transforma, que promove cadastro para empregos e capacitações, ampliando oportunidades e fortalecendo a inclusão social.

Texto e imagens reproduzidos do site: www se gov br

sábado, 23 de agosto de 2025

(...) Aracaju que viu a guerra: o caso Nelson de Rubina (1942-1943)

Capa do livro O senhor dos anéis na Aracaju que viu a guerra: o caso Nelson de Rubina (1942-1943).

Publicação compartilhada do BLOG INFONET, de 21 de agosto de 2025 

Getempo

Aracaju, uma página de conto de fadas ou policial?

Maria Luiza Pérola Dantas Barros

Doutoranda em História Comparada (PPGHC/UFRJ)

Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)

E-mail: perola@getempo.org

Uma cidade pacata, com pessoas honestas e solidárias: era assim que autoridades, como o chefe de Polícia Enoch Santiago, descreviam Aracaju no início dos anos 1940. Talvez essa descrição não dê conta de apresentar uma cidade que passava por um crescimento populacional considerável, com uma vida social pulsante e um comércio de proporções significativas, com destaque para as ruas João Pessoa e Laranjeiras.

Casas de comércio diversas, cinemas, cafés, bares, restaurantes ou mesmo pontos de encontro, como a Ponte do Imperador, eram locais de sociabilidade que existiam na cidade nesse período e reuniam desde homens de negócio a senhoras que consumiam os filmes hollywoodianos. Um outro comércio também se destacava: a prostituição. Combatida pelas medidas higienistas do Estado Novo (1937-1945), essa era uma prática conhecida em locais de Aracaju como o Vaticano, o Beco dos Cocos ou mesmo a Zona do Bomfim. 

Nacionalmente, a cidade era ainda apresentada como uma “festa para os olhos” , devido à modernização pela qual passava. Podemos ter uma ideia de tal processo modernizador por meio de periódicos ilustrados, como a Revista da Semana que, na edição de 30 de setembro de 1939, fazia circular, entre seu numeroso público leitor, as feições de uma Aracaju em que os “cornoros arenosos, de conformação caprichosa, cederam o passo ás ruas e avenidas ideadas com rigorismo mathematico, numa opulencia de perpendiculares e paralelas”. Um processo que, afirmava-se, ocorria a passos largos, fazendo com que as casas rudimentares e modestas cedessem lugar ao modernismo arquitetônico, dando feições à cidade de algo que saía de “uma pagina de conto de fadas”, e que se transformava “como se tivesse uma vara de condão a modificar-lhe o aspecto”.

Porém não tem como falarmos da cidade nesse período sem remeter ao episódio dos torpedeamentos das embarcações brasileiras, pelo submarino alemão U-507, entre 15 e 17 de agosto de 1942, no litoral sergipano e baiano, no contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-945). Em poucos dias, mais de 600 pessoas perderiam suas vidas, seus parentes buscariam respostas, e muitos corpos e pertences passariam a chegar às praias sergipanas, como a Praia de Atalaia. 

Em pouquíssimo tempo, a cidade precisaria se adaptar àquela nova conjuntura, o que sucedeu àquele evento certamente fez que de conto de fadas, Aracaju parecesse saída de um conto policial: Nelson de Rubina, um conhecido comerciante de artigos diversos, se destinou, na manhã de 18 de agosto, à Praia de Atalaia e furtou três anéis de uma daquelas vítimas. 

Há mais de 80 anos, esse fato resultou em investigações envolvendo pessoas conhecidas da época, e na prisão de Rubina. Hoje, tal fato é o cerne do livro que vem a público, intitulado: O senhor dos anéis na Aracaju que viu a guerra: o caso Nelson de Rubina (1942-1943), objetivando pensar o cotidiano de Aracaju no contexto que antecedeu os torpedeamentos em 1942 em nosso litoral, como essas notícias foram divulgadas na imprensa local, nacional e internacional, e o desenrolar propriamente dito do feito de Nelson de Rubina.

Assim como eu me impactei outrora com a descoberta de toda essa trama em nossa cidade, espero que muitas outras pessoas possam conhecer esse fato que também faz parte da nossa história, enquanto aracajuanos, sergipanos, brasileiros. Uma boa leitura!

A versão e-book dessa obra, que atende aos parâmetros de acessibilidade para pessoas com baixa visão, já está disponível para download gratuito e pode ser acessada clicando no Link abaixo:

https://drive.google.com/file/d/1gQ64fzyVsvKdx3yjmwBdwP_5wx9tVgAp/view

Texto produzido no âmbito do Projeto “O senhor dos anéis na Aracaju que viu a guerra: o caso Nelson de Rubina (1942-1943)”, coordenado pela Profa. Ma. Maria Luiza Pérola Dantas Barros, apoiado pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (FUNCAJU), a partir do edital nº 009/2023 Paulo Gustavo em Aracaju.

Clique no Link abaixo, para saber +

https://blogminhaterraesergipe.blogspot.com/search/label/-%20NELSON%20DE%20RUBINA

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs/getempo

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Dia do Folclore traz a importância e valorização das manifestações culturais

Publicação compartilhada da Agência de Notícias Alese, de 21 de agosto de 2023

Dia do Folclore traz a importância e valorização das manifestações culturais

Por Paulo Renan

O Dia do Folclore Brasileiro é comemorado nesta terça-feira, 22 de agosto. A data foi criada com o intuito de alertar para a importância e valorização das manifestações folclóricas no país. O dia também faz referência à primeira vez que a palavra ‘folclore’ foi utilizada para fazer referência aos costumes de um povo.

Em Sergipe, a data é marcada por várias manifestações culturais em todo o estado, através dos Cacumbi; Cangaceiros; Chegança; Guerreiro; Lambe Sujo e Caboclinho; Maracatu; Parafusos; Reisado; São Gonçalo; Taieira e Zabumba. A atividade contempla ainda ações desenvolvidas por grupos folclóricos do ciclo junino, a exemplo dos Bacamarteiros; Batucada; Samba de Coco; Sarandaia e Pisa-Pólvora.

Nos anos de 2016 e 2017, a Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe incluiu no Calendário Oficial Cultural do Estado de Sergipe a Festa do Mastro de Capela, pela Lei Nº 8.098 (cerimônia em que um grupo de pessoas levantam um tronco de árvore. É uma tradição ancestral, de origem pagã, que simboliza a força e fertilidade masculina); o movimento acontece anualmente no período junino. A Legislação contempla também, por exemplo, o Dia do Capoeirista, celebrado no dia 26 de novembro, devido a Lei Nº 8.299.

De acordo com o historiador sergipano Pedro Abelardo, é preciso valorizar as raízes folclóricas. “O folclore é uma data importante pra gente lembrar das riquezas das criações culturais que os povos fazem. Em Sergipe, podemos lembrar de manifestações folclóricas como o Reisado, Chegança, Parafuso e demais elementos que representam nossa cultura popular. Falar do folclore resgata nossa identidade cultural, crenças e valoriza nossas raízes. O [dia] 22 de Agosto é uma data para refletirmos, porque é uma forma de valorizar o que é nosso e reforçar nossa identidade como povo, e conhecer o que é nosso, sem desmerecer o que nossa população produz”, destacou o pesquisador.

Manifestações sergipanas

Estão expostas no Largo da Gente Sergipana oito esculturas de representações folclóricas sergipanas: Lambe Sujo e Caboclinhos, Chegança, Cacumbi, Taieira, Bacamarteiro, Reisado, São Gonçalo e Parafuso.

Lambe-Sujos e Caboclinhos

A festa que acontece sempre mês de outubro data de antes mesmo da abolição da escravatura e é muito comum nos municípios de Laranjeiras e Itaporanga D’Ajuda. Nela se apresentam dois grupos, que através de uma dramaturgia forte retratam o combate entre negros e índios. O folguedo começa com a luta dos índios para resgatar sua princesa que foi roubada pelos negros. Além dos combates, o canto e a dança enriquecem a dramaturgia, que tem seus personagens definidos. 

Reisado

Inspirado no costume de louvar o nascimento de Jesus com cantos e danças, a manifestação teve origem em Portugal e chegou ao Brasil através da colonização. Por lá, a festa começava no Natal e se encerrava na festa de Santos Reis. Conhecida por Reseiras, aqui no Brasil a festa passou a se chamar de Reisado e tem o Nordeste como território de referência. Os cantos e danças são bem presentes na folia, na qual participam elementos humanos, fantásticos e animais.

São Gonçalo

O louvor ao santo é bem difundido em Portugal e no Brasil está presente em diversas regiões. Aqui em Sergipe, existem grupos do folguedo nos municípios de Itaporanga D’Ajuda, Laranjeiras, Pinhão, Poço Verde, Riachão do Dantas, São Cristóvão e Simão Dias. Trata-se de uma dança ritual, com registros na Bahia datados de 1718, destinada inicialmente para pagamentos de promessas feita a São Gonçalo. Mas além da devoção, existem algumas lendas envolvendo a história do santo, sendo uma delas a de que antes de se tornar frade franciscano, ele foi marinheiro e resgatava mulheres do pecado.

Taieira

Inicialmente chamada de Talheira, a festa já acontecia na Vila de Nossa Senhora da Purificação e Santo Amaro, na Bahia, em festejos importantes como nas comemorações pela celebração do casamento de Dona Maria I com Dom Pedro III, de Portugal e Algarves, realizado em junho de 1760. A festa recebe forte influência africana, ligada ao culto nagô e se apresenta como louvor aos santos protetores dos negros, Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito. Trata-se de uma dança-cortejo de intenção religiosa e acontece nas festas de seus santos de devoção, no Natal, Ano Novo e dia de Santos Reis. Nesta festa, a rainha das Taieiras é laureada, com a coroa de Nossa Senhora do Rosário, pousada sobre sua cabeça, pelo Padre, durante a missa.

Cacumbi

Acredita-se que a folia seja resultado da evolução e junção de elementos de outras danças e folguedos. Pode ser encontrada em vários municípios brasileiros, com várias identificações a depender da região. Originalmente o Cacumbi remete a uma luta entre um rei negro e um chefe caboclo, sempre vencido pelo rei. Também em homenagem aos padroeiros dos negros São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, o grupo é composto apenas por homens, que obedecem ao som marcante e ao apito que coordena os passos, vestidos com calça branca e camisa amarela. Os personagens são o Mestre, o Contra-Mestre e os dançadores e cantadores.

Bacamarteiros

O termo bacamarteiro ou bacamartista trata-se de uma denominação militar do integrante da infantaria do Exército Imperial Brasileiro, destacado na Guerra do Paraguai, referindo-se ao soldado que manuseava o bacamarte, uma arma de fogo de cano curto e largo, carregada com pólvora seca e com um poder de fogo mortal. Com o fim da guerra e o passar do tempo, o bacamarte se tornou um instrumento de defesa pessoal e das propriedades, principalmente no nordeste brasileiro. Já no período junino ele é utilizado como um desafio à valentia.

* Com informações do Governo de Sergipe

Foto: Divulgação

Texto reproduzido do site: al se leg br

Largo da Gente Sergipana celebra a identidade do povo de Sergipe

Esculturas têm 7 metros de altura, 
menos o barco de fogo


Esculturas homenageiam tradições que 
moldaram a identidade do estado
Fotos: Max Carlos/Setur

Publicação compartilhada do site TURISMO SERGIPE, de 27 de setembro de 2024

Largo da Gente Sergipana celebra a identidade do povo de Sergipe

No local, esculturas gigantes representam figuras do folclore e preservam tradições culturais do estado

Localizado na Avenida Ivo do Prado, Centro de Aracaju, o Largo da Gente Sergipana é um dos pontos turísticos mais emblemáticos de Sergipe. Inaugurado em 2018, o local faz parte do complexo cultural do Museu da Gente Sergipana em homenagem às tradições, danças e personagens que moldaram a identidade do estado. Por meio de esculturas gigantes que representam figuras do folclore sergipano e que embelezam o local, o Largo também representa a resistência e a preservação das tradições culturais do estado, proporcionando aos visitantes uma conexão autêntica com a arte, a história e as expressões populares.

Aberto à visitação em qualquer horário, o Largo da Gente Sergipana, além de oportunizar uma vista privilegiada do Rio Sergipe que o margeia, possibilita o encontro com a cultura sergipana. Inclusive, o visitante pode fazer o registro fotográfico e audiovisual com as imponentes esculturas ao fundo, que criam uma conexão entre o passado e o presente de forma vibrante e artística. Confeccionada em fibra de vidro e resina de poliéster, cada escultura tem 7 metros de altura, com exceção do barco de fogo. As esculturas representam as seguintes manifestações culturais: Lambe-sujo e Caboclinhos, Bacamarteiros, Cacumbi, Parafuso, Barco de Fogo, Reisado, Chegança, Taieira e São Gonçalo. Venha conhecer um pouco sobre cada uma delas (na ordem da esquerda para a direita).

Lambe-sujo e Caboclinhos: estas esculturas representam uma das tradições folclóricas mais importantes de Sergipe. Elas simbolizam a luta entre negros escravizados (Lambe-sujos), que recebem esse nome por pintar o corpo com carvão pisado e cabaú, e os indígenas (Caboclinhos), que pintam o corpo com roxo-terra e se vestem com saiotes de penas coloridas e cocares. As figuras representam a encenação que mistura teatro e dança, e remete à festa que leva o mesmo nome, realizada todos os anos no mês de outubro, nos municípios de Laranjeiras e Itaporanga D’Ajuda.

Bacamarteiro: essa escultura representa um grupo característico de atiradores, surgido na segunda metade do século XIX, quando o bacamarte (arma de fogo de cano curto e largo carregada com pólvora seca) se tornou um instrumento de defesa pessoal no Nordeste brasileiro. Formado por homens e mulheres, os bacamarteiros estão presentes nos municípios de Capela, Carmópolis e General Maynard. No período junino, ele é utilizado como um desafio à valentia.

Cacumbi: essa escultura representa uma dança brincada por homens e que tem origem nos tempos coloniais, produto da evolução e da fusão de elementos de outras danças e folguedos. Essa manifestação cultural é em homenagem aos padroeiros dos negros: São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. É possível reconhecê-la pela indumentária: chapéus enfeitados com fitas e espelhos. Os brincantes costumam se apresentar nas procissões de Bom Jesus dos Navegantes e no Dia dos Santos Reis, nos municípios de Laranjeiras, Itaporanga D’Ajuda, Japaratuba, Lagarto, Maruim e Riachuelo.

Parafuso: essa escultura representa um personagem característico do município de Lagarto. Tem origem no período colonial, quando escravizados em fuga usavam anáguas das sinhás e pintavam o rosto de branco como disfarce. O grupo Parafuso é exclusivamente composto por homens, que representam os negros escravos, e seguem trajando as anáguas, cantando e dançando pela cidade ao som do triângulo e de tambores.

Barco de Fogo: embora em tamanho menor que as demais esculturas presentes no Largo da Gente Sergipana, o barco de fogo representa este artefato que está ligado ao ciclo junino no município de Estância. Inclusive, é Patrimônio Cultural do povo sergipano. Confeccionado em madeira, papel celofane, papel seda, chuvinhas e espadas (um tipo de fogo de artifício), o barco de fogo dá um espetáculo de luzes e cores ao ‘navegar’ de um lado a outro através de uma roldana que desliza sobre um cabo de aço em uma distância que pode chegar até 300 metros de comprimento.

Reisado: trata-se de uma manifestação folclórica ligada às festividades natalinas, que representa a jornada dos Reis Magos. A origem dessa manifestação cultural remonta as tradições europeias. Mas, no Nordeste brasileiro, especialmente em Sergipe, adquiriu características próprias, misturando música, dança e teatralidade. A escultura retrata com vivacidade essa celebração na figura do boi e no colorido da indumentária azul e amarelo vibrantes.

Chegança: a escultura da Chegança no Largo da Gente Sergipana está representada com um personagem vestido como marinheiro, simbolizando o enfrentamento de inimigos no mar. Essa manifestação folclórica com raízes ibéricas recria episódios de batalhas navais e marítimas. A tradição trazida pelos colonizadores portugueses foi adaptada e transformada no Nordeste, tornando-se parte do calendário festivo em várias regiões de Sergipe.

Taieira: manifestação tradicional que tem raízes afro-brasileiras e representa a dança-cortejo de intenção religiosa e influência nagô caracteristicamente feminina presente nas celebrações à Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito e ao Dia dos Santos Reis. A Taieira está representada no Largo na figura de uma brincante, em que chama a atenção o elemento mais marcante dessa tradição, a saia volumosa e colorida, que simboliza a energia e o espírito comunitário da festa.

São Gonçalo: esse santo é o padroeiro dos violeiros e dos dançarinos, e a festa é celebrada com uma dança religiosa em homenagem a ele. A escultura dessa manifestação cultural no Largo da Gente Sergipana retrata um dançarino, pois somente homens participam do grupo, usando blusa rendada, saia colorida e fitas.

Texto e imagens reproduzidos do site: turismosergipe com br

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Heróis entre o mar, torpedos e silêncio eterno…

Navio Baependi, um dos torpedeados pelo
 submarino alemão (Fotos: Wikipedia)

Navio Aníbal Benévolo

Navio Araraquara

Artigo compartilhado do site SÓ SERGIPE, de 16 de agosto de 2025 

Heróis entre o mar, torpedos e silêncio eterno…

Por André Brito *

Hoje não vou começar com “Dia desses”. Porque ontem foi dia 15 de agosto, e contamos 83 anos dos torpedeamentos dos três navios na costa sergipana, em 1942, realizados pelo famigerado submarino alemão U-507. Foram a pique as embarcações: Araraquara, Aníbal Benévolo e Baependy. O desgraçado submarino nazista matou 551 pessoas. Na calada da noite madrugosa, essas vidas foram ceifadas covardemente. Vidas de pessoas que não estavam nem aí pro que rolava na Europa, quem eram Hitler, Mussolini, Churchil, Durango Kid.

Esse fatídico episódio foi o pontapé para que o Brasil entrasse na Segunda Guerra Mundial, ao lado dos Aliados. Aracaju virou uma cidade sitiada, como bem fala o professor Luiz Antônio Pinto Cruz em todas as instâncias acadêmicas por onde passou, desde a graduação ao doutorado.

Imagino, ainda que superficialmente, a agonia das pessoas acordando com o nefasto estrondo dos torpedos explodindo os navios. A agonia, o desespero, a dor do encontro com a tragédia, uma cena que nem Munch conseguiria retratar. O silêncio do mar, a escuridão da noite, o sono no vaivém das vagas do movimento marítimo… de repente a morte e o sofrimento…

O meu avô materno, o velho Teodoro, era o faroleiro à época (o atual farol da Farolândia) e foi designado para comandar a guarnição que recolhia os corpos dos náufragos na praia. Minha mãe, à época com 10 anos de idade, relatou-me que meu avô fedia tanto, em razão do contato com os corpos, que precisava entrar pelo quintal e tomar banho antes de entrar em casa. Ninguém suportava o mau (contrário de bom) cheiro.

Os malafogados (nome que os aracajuanos deram aos náufragos) foram recolhidos da Atalaia à Praia do Saco, em Estância. Inchados, disformes, uma cena mais grotesca que filmes de Freddy Krueger. Todos mortos pelo U-507. Inocentes destruídos por motivos imbecis de guerra. Não entendo, não aceito essa maldade humana.

Ah, outra figura importante desse episódio foi o meu tio-avô Henrique, irmão da minha vó materna Celina. Ele trabalhava como marinheiro no Baependy e sofreu o naufrágio. Exímio nadador e focado no trabalho, Tio Henrique conseguiu conduzir 20 pessoas para um bote salva-vidas e as deixou em segurança em terra firme. Dentre as pessoas salvas, estava a suposta irmã daquele que seria presidente do Brasil: Castelo Branco. Vilma Castelo Branco, agradecida pelo ato heroico, algum tempo depois do atentado terrorista, presenteou o marinheiro aguerrido com um lindo e gigante peixe de madeira. E ainda alcunhou meu tio com o fofo apelido de “Peixinho do Mar”.

— Alguém já viu alguma homenagem a essas pessoas?

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* Articulista Andre Brito, é jornalista e professor

Texto e imagens reproduzidos do site: www sosergipe com br

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Livro Momentos da Cultura Sergipana será lançado dia 22

Izabel Nascimento é cordelista, escritora, 
pedagoga, poeta e radialista

O livro retrata nove monumentos que compõem 
o Largo da Gente Sergipana

Publicação compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 17 de agosto de 2025

Livro Momentos da Cultura Sergipana será lançado dia 22

O Museu da Gente Sergipana, centro de Aracaju, será palco do lançamento do livro Monumentos da Cultura Sergipana, uma obra escrita em literatura de cordel pela poeta Izabel Nascimento. A noite de autógrafos está agendada para o próximo dia 22. O livro retrata, com lirismo e rigor histórico, a trajetória dos nove monumentos que compõem o Largo da Gente Sergipana, um dos mais emblemáticos pontos turísticos da capital.

“Quando o Largo da Gente Sergipana foi inaugurado, senti uma forte sensação de pertencimento. Esse sentimento me acompanha por toda a vida, especialmente por ter nascido no dia 22 de agosto, data em que se celebra a Cultura Popular. Por isso, escrever e publicar o livro Monumentos da Cultura Sergipana vai muito além de uma realização literária e poética: é a concretização do que realmente sinto e vivo, manifestada em versos sobre a cultura da terra onde nasci”, ressalta Izabel Nascimento.

Além de apresentar os versos da autora, a publicação traz ilustrações do renomado xilogravurista Nivaldo Oliveira e artes em Quilling da professora e artista Rosilene Pimentel. O projeto gráfico é assinado por Germana Araújo, resultando em uma obra que une literatura, imagem e memória em profunda harmonia.

O lançamento contará com recital poético, sessão de autógrafos e a apresentação musical da Banda de Pífano do Mestre Pedrinho Mendonça. A venda de exemplares se dará no local. O evento é gratuito e aberto ao público, sendo uma oportunidade única para mergulhar na riqueza simbólica e cultural do povo sergipano.

Esta realização é fruto de um projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo, por meio da Funcaju (Fundação de Cultura e Arte de Aracaju), com apoio cultural do Museu da Gente Sergipana e Instituto Banese.

Mais que um livro, Monumentos da Cultura Sergipana é um convite à valorização da identidade nordestina, celebrando a tradição do cordel e a memória viva de um povo que resiste, canta e encanta em cada verso.

Texto e imagens reproduzidos do site: destaquenoticias com br

sábado, 16 de agosto de 2025

Cortejo Folclórico do Sesc terá mais de 20 grupos de tradição e show de Mestrinho






Publicação compartilhada do site SESC-SE, de 12 de agosto de 2025

Cortejo Folclórico do Sesc terá mais de 20 grupos de tradição e show de Mestrinho

Por Marina Fontenele

O Cortejo Folclórico do Sesc acontecerá na sexta-feira, 29 de agosto, no Centro de Aracaju (SE). Cerca de 500 integrantes, representando mais de 20 grupos de tradição, desfilarão pelo Calçadão da Rua João Pessoa até a Praça Fausto Cardoso, onde acontecerão apresentações culturais e um show especial do sanfoneiro sergipano Mestrinho.

A concentração está marcada para as 15h, na Praça dos Mercados Municipais, de onde partirá o cortejo. O evento integra a programação do Aldeia Sesc de Artes, projeto que valoriza e promove a diversidade cultural por meio da música, dança, teatro, literatura, circo, cinema e artes visuais.

“É uma oportunidade maravilhosa para que a população vivencie de perto a força e a beleza dos grupos de tradição que mantêm viva a história do nosso estado. E, para tornar esse momento ainda mais especial, teremos o show gratuito de Mestrinho, um artista da terra que vem conquistando o país com seu talento”, destacou a diretora regional do Sesc, Aparecida Farias.

O Aldeia Sesc de Artes tem apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), presidida por José Roberto Tadros, do Departamento Nacional do Sesc, dirigido José Carlos Cirilo, e do Sistema Comércio, presidido por Marcos Andrade.

Texto e imagens reproduzidos do site: sesc-se com br