quarta-feira, 15 de outubro de 2025

O torpedeamento do Araraquara em 1942, o Tenente Verçosa e a d. Alaíde Lemos

 Artigo compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 15 de outubro de 2025

O torpedeamento do Araraquara em 1942, o Tenente Verçosa e a d. Alaíde Lemos
Por Marcelo Rocha *

Uma das revoluções do pensamento histórico ocorridas no século XX foi aquela capitaneada pela Escola dos Annales. Marc Bloch e Lucien Febvre em oposição ao foco nos jogos políticos e relações de poder entre autoridades e países, voltaram suas atenções à complexidade dos indivíduos e das sociedades, pois os tais jogos de poder são incapazes de demonstrar profundamente como é uma sociedade e seus integrantes.

Nesse sentido, muito falamos sobre os torpedeamentos em nossa costa em 1942 dentro de tais relações de poder, mirando assim a Segunda guerra e a Europa, pouco dando atenção aos eventos mais humanos, como saber mais detalhadamente sobre os sobreviventes, quem eram, como viviam e o que o destino lhes ofereceu naquele trágico evento. É a partir desse mote que nos atentaremos aqui as Histórias de Verçosa e Alaíde, que viajavam a bordo do Araraquara.

O Tenente de Intendência José Castelo Branco Verçosa viajava em companhia de sua família – esposa e filho, tendo se perdido deles na ocasião dos torpedeamentos, após dar na costa e levado à Estância e Aracaju, permaneceu por dias, dolorosa e implacavelmente, buscando sua família no nosso litoral. A sua imagem desolado, após o reencontro trágico, rodou o país.

“Em mar ou terra, o sofrimento não escolheu lugar. No canto esquerdo da foto, policiais sergipanos examinam despojos à beira-mar, já do outro canto, no direito, percebe-se um homem sentado na duna, isolado e cercado pela vegetação de restinga. Era o 1 o Tenente José Castelo Branco Verçosa, náufrago do Araraquara, usando calça comprida e camisa manga longa xadrez obtidas em Aracaju. Ele está desolado, pois se deparou com os cadáveres da sua esposa e filho na praia. Após dias de buscas no litoral de Sergipe, a verdade veio à tona. Com uma mão segura o chapéu e com a outra ampara a cabeça com o ar de desespero. Há um vazio no meio da imagem que parece gritar.”(Luiz Antônio Pinto Cruz, 2017)

Como se dizia à época, pouca lhe era a fortuna naquele momento, apensar de em algum momento saber de uma sobrevivente de nome Castelo Branco, o que talvez lhe dera alguma esperança, logo destruída, pois Vilma Castelo Branco não era a sua esposa. Essa sobrevivente, era uma atriz que viajara com o pai que infelizmente também sucumbira aos torpedeamentos.

Pouca sorte também tivera a sobrevivente Alaíde Lemos Lins Cavalcanti, que viajava em companhia do marido – o SubTenente Luiz Cavalcante, seus filhos pequenos e do irmão, o Sargento Valdemar Lemos. Alaíde esperava encontrar a família, pois o marido mandara salvar-se pois ele cuidaria das crianças, quando do ataque ao Araraquara. Alaíde muito sofreu até achar terra firme em Estância, após quase dois dias lutando pela sobrevivência nas águas, semidespida em uma baleeira danificada com outros náufragos.

Infelizmente não os reencontrou. Na sua tragédia pessoal, todos os seus familiares são tragados pelas águas do atlântico e, diferente do Tenente Castelo Branco Verçosa que dolorosamente encontra os corpos da esposa e filho, sequer lhe é dada a opção de enterrar os seus.

Vejamos aqui a trágica ironia inversa do destino, se o militar Verçosa perdeu a esposa, Alaíde perdeu o esposo militar.

Um outro militar entraria nessa história, apesar de não estar a bordo de nenhuma das embarcações afundadas naquele 1942, era o Sub Tenente Francisco Alves Pereira, que em Pernambuco aguardava a chegada da sua esposa e três filhos que viajavam no Araraquara.

Segundo Luis Antonio Barreto, Francisco ao saber do torpedeamento da Araraquara, chega a Aracaju e através das declarações dadas por Alaíde, descobre que sua família também não resistira ao ataque alemão. Pereira então voluntaria-se à FEB, indo lutar na Europa. Certamente pesara na decisão, além da questão de ser militar, a devastação causada Harro Schatch – comandante de U-Boat 507, ao torpedear o Araraquara e exterminar sua família.

Mas a vida, o destino, que intercruzara as duas Histórias de Castelo Branco Verçosa e Alaíde Cavalcante, ainda não cessara seus caprichos.

Em seu regresso, em 1945, Pereira reencontra Alaíde, com se casa logo no ano seguinte e, em 1950, estabelecem ambos moradia definitiva em Aracaju, onde morariam na rua Terêncio Sampaio. Luis Antonio Barreto acreditou na possibilidade de eles optaram por não ter filhos, diante da tragédia compartilhada por ambos. Viveram em Aracaju desde 1950, reservadamente, até a morte de ambos nos anos 80.

Apesar de toda a descrição, Alaíde e Pereira ainda foram homenageados por ocasião da inauguração da rodovia dos náufragos em fins de 1980.

O tenente Verçosa por anos continuou a prezar pela memoria dos seus queridos Ruth e Nilton, mandando celebrar missas naquele mesmo dia 15 de agosto. Dividiria seu estar entre as lotações militares e o Recife que nunca abandonaria. Era de tradicional familia militar, tendo como irmãos o Marechal do Ar Manoel Narciso Castelo Branco e o Brigadeiro Olegário Castelo Branco Verçosa, além do primo (e Marechal) o ex presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. Seguiu sua carreira concorrendo promoções até ingressar na reserva remunerada em 2 de fevereiro de 1966 e efetivar sua reforma em 1974, era General de Divisão.

O nosso trágico naufrago não somente conseguiu seguir sua carreira, como também a vida. Ao que parece, refez a família casando-se com a Sra. Maria do Carmo Cruz Castelo Branco Verçosa, com quem logo teve um filho, Manoel Narciso Cruz Castelo Branco Verçosa, nome que homenageava não somente seu pai, mais seu irmão mais velho. Seu desenlace da vida deu-se em 26 de setembro de 1993, aos 87 anos.

Se Alaide e Pereira não tiveram filhos, o mesmo não houve com Castelo Branco Verçosa, pois além de Manoel Narciso, deixou mais 5 outros filhos. Três histórias dramáticas que se conectam primeiro pela tragédia e depois pelas ironias da vida. Certamente histórias, ironias e coincidências envoltas em amores familiares.

* É tenente coronel, membro da Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço. 

Texto e imagem reproduzidos do site: www destaquenoticias com br

domingo, 12 de outubro de 2025

Longa metragem retratará ataques de submarino alemão à costa sergipana

Foto: Michele Becker

Publicação compartilhada do site INFONET, de 10 de outubro de 2025

Longa metragem retratará ataques de submarino alemão à costa sergipana

Locações já começaram e acontecem em Sergipe e no Rio de Janeiro

Novo filme do diretor Caco Souza e produção da WG Produções traz Olivia Torres, William Nascimento, Gabi Britto, Wagner Santisteban, Mina Nercessian, Daniel de Oliveira, Dalton Vigh, Domingos Antonio e Leonardo Medeiros no elenco principal

No último sábado, dia 04 de outubro, começaram as filmagens do longa-metragem brasileiro CORAÇÕES NAUFRAGADOS, produção da WG Produções, com direção de Caco Souza (“Atena”, “O Faixa Preta” e “Solteira Quase Surtando”) com roteiro e produção executiva de Cacilda de Jesus (“Memórias de um agosto sangrento” e “Velho Chico, a alma do povo Xokó”).

Contando um episódio pouco explorado da memória nacional: os ataques do submarino alemão U-507 à costa sergipana, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o filme traz em seu elenco nomes consagrados da TV brasileira como Olivia Torres (do vencedor do Oscar “Ainda Estou Aqui” e da novela “Totalmente Demais”), William Nascimento (da série “Anderson Spider Silva”), Dalton Vigh (das novelas “O Clone”, “Fina Estampa” e “O Profeta”), Daniel de Oliveira (“Aos Teus Olhos”, “Cazuza: O Tempo Não Pára” e das novelas “Cabocla” e “Passione”), Wagner Santisteban (“Desapega!”, “A Grande Família: O Filme” e das novelas “Sete Pecados” e “Sandy & Junior”), Mina Nercessian (“Solteira quase Surtando”), Leonardo Medeiros (“Kardec: A História por Trás do Nome”, “O Tempo e o Vento” e “O Cheiro do Ralo”), Gabi Britto (“A Divina Farsa”), Domingos Antonio (“João, O Maestro”) e Anne Samara (apresentadora do programa de TV “Giro Sergipe”), que se encontram em Sergipe para as primeiras cenas. Além deles, o filme conta ainda com grande elenco sergipano com mais de 40 atores da região.

“Dirigir este projeto é uma responsabilidade e uma honra. Estamos contando uma parte fundamental e ainda pouco explorada da história recente do nosso país. É gratificante poder fazer isso ao lado de um elenco poderoso e de uma equipe técnica extremamente talentosa.”, diz Caco Souza, diretor do filme.

Ambientada entre o Rio de Janeiro e Sergipe, a trama acompanha Lucinda Camargo (Olivia Torres), jovem jornalista que ousa revelar sua identidade após escrever sob pseudônimo masculino, e o Capitão Francisco da Silva (William Nascimento), oficial sergipano da Marinha e líder clandestino antinazista. Entre o amor e a resistência, o casal enfrenta a repressão política e a tragédia da guerra que ceifou a vida de mais de 600 civis brasileiros.

Filmado em locações históricas do estado de Sergipe, o longa não apenas lança luz sobre um capítulo esquecido da participação do Brasil no conflito mundial, mas também reafirma o estado como cenário e polo de produção cinematográfica de relevância nacional.

“Corações Naufragados é mais do que um filme. É um tributo à memória, ao afeto e à resistência de um povo que testemunhou de perto os horrores da guerra. Nosso objetivo é transformar essa dor em reflexão e identidade cultural”, afirma Cacilda de Jesus, roteirista e produtora executiva.

A produção já conta com recursos captados pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA/BRDE) e busca alcançar tanto os circuitos de festivais nacionais e internacionais, plataformas de streaming, ampliando o diálogo entre arte, história e sociedade. A estreia de CORAÇÕES NAUFRAGADOS nos cinemas brasileiros deve acontecer em meados de 2026.

Fonte: Assessoria de comunicação

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet com br

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Palácio de Veraneio recebe 5ª mostra CASACOR SE 2025 - Tema 'Semear Sonhos'


Publicação compartilhada so site A8 SE, de 9 de outubro de 2025

Palácio de Veraneio recebe 5ª mostra CASACOR Sergipe 2025 com o tema 'Semear Sonhos'

Visitantes encontram 31 ambientes que unem tradição, sustentabilidade e inovação

Por Redação do Portal A8SE, com informações da Assessoria de Imprensa

A sociedade sergipana terá a oportunidade de visitar uma das edificações mais emblemáticas do Estado, o Palácio de Veraneio do Governo de Sergipe será palco da 5ª edição da CASACOR em Sergipe a partir desta sexta-feira, 10 de outubro, até o dia 30 de novembro.

A mostra propõe uma imersão no tema “Semear Sonhos”, despertando o olhar para o futuro e para novas formas de viver, habitar e cuidar.

O percurso da CASACOR atravessa a casa-sede, os jardins e os espaços externos do Palácio de Veraneio, onde os visitantes encontram 31 ambientes que unem tradição, sustentabilidade e inovação.

Com projeto atribuído ao engenheiro alemão Hermann von Altenesch, o Palácio de Veraneio foi construído no período de 1939 a 1941 e está localizado na Avenida Gov. Paulo Barreto de Menezes, 2240, no bairro Farolândia em Aracaju. O prédio principal do Palácio abriga agora o futuro gabinete de despachos do governador e um memorial histórico-cultural do lugar, enquanto a área externa acolhe espaços dedicados ao morar, restaurantes e experiências sensoriais.

O acesso para visitação será pela rua lateral (Amaralina) e o local conta com estacionamento gratuito. A mostra estará aberta de terça a domingo, funcionando das 16h às 22h (terça a sábado) e das 15h às 21h (domingos). 

Os ingressos têm valores a partir de R$40 e estão à venda na bilheteria do evento e pelo link...

Programação gratuita:

O público também poderá viver experiências gratuitas, com ativações culturais e ações voltadas ao bem-estar e à sustentabilidade.

O visitante poderá desfrutar do Uçá Bistrô, do Sensi Deck Bar e do Café Doce Acaso, além de vivenciar experiências singulares nos jardins, na Galeria de Arte e na Casa do Artesanato, projeto da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (SETEEM) que coloca em evidência os saberes e fazeres da gente sergipana.

Texto e imagens reproduzidos dos sites A8 SE e Google

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Antigos Cartões Postais da cidade de Aracaju-SE.





Antigos Cartões Postais da cidade de Aracaju-SE.
Imagens compartilhadas do Google.

Academia de Letras de Aracaju celebra 10 anos com solenidade memorável



Post compartilhado do Facebook/Pascoal Maynard, de 1 de outubro de 2025

Academia de Letras de Aracaju celebra 10 anos com solenidade memorável

A Academia de Letras de Aracaju (ALA) celebrou, com brilho e emoção, seu décimo aniversário em uma solenidade que reuniu intelectuais, autoridades, artistas e admiradores da cultura sergipana. O evento, realizado em ambiente de grande elegância, reafirmou o papel da instituição como guardiã da memória literária e promotora da produção intelectual local.

Fundada em 2015, a ALA tem se destacado como espaço de diálogo, reflexão e valorização da literatura em suas múltiplas expressões. Ao longo da última década, consolidou-se como referência cultural, promovendo encontros, lançamentos, e ações educativas que aproximam a comunidade das letras.

Encerrando a solenidade, os presentes participaram de um coquetel festivo, onde as conversas literárias fluíram entre brindes e reencontros. Mais do que uma celebração, os 10 anos da Academia de Letras de Aracaju representam um marco na história cultural da cidade, reafirmando que a palavra escrita continua a ser instrumento de transformação, identidade e beleza.

Texto e imagens reproduzidos de post do Facebook/Pascoal Maynard

Abertura da exposição Ismael Pereira > 75 anos de Arte






Fotos Karla Tavares /SECOM PMA

Publicação compartilhada do site da PMA, de 1 de outubro de 2025

Prefeita Emília Corrêa prestigia abertura da exposição Ismael Pereira 75 anos de Arte

O Centro Cultural de Aracaju recebeu, na noite desta quarta-feira, 1º, a abertura da exposição “Ismael Pereira – 75 anos de Arte”, em homenagem aos 85 anos de vida do renomado artista sergipano. O evento contou com a presença da prefeita Emília Corrêa, do secretário municipal da Cultura, Paulo Corrêa e de amigos e familiares do artista. A mostra reúne uma seleção de obras que refletem a trajetória artística de Ismael Pereira, destacando seu talento e a contribuição para a cultura de Sergipe e do Brasil ao longo de décadas.

A prefeita Emília Corrêa comentou a importância de Ismael Pereira para a cultura local. “É uma grande alegria para Aracaju celebrar os 75 anos de trajetória artística de Ismael Pereira, um nome que honra a cultura sergipana e inspira gerações. Essa exposição é mais do que uma homenagem, é um reconhecimento à contribuição de um artista que ajudou a contar, por meio da arte, a história e a identidade do nosso povo.”

O secretário Paulo Corrêa destacou a importância da data por ser aniversário de vida do artista. “Para a nossa cultura, essa exposição tem um significado muito especial. Não poderia haver data melhor para abrir a mostra comemorativa dos 75 anos de arte de Ismael Pereira do que no dia do aniversário dele. Além disso, iniciamos o mês da Sergipanidade com essa homenagem, abrindo o espaço do Centro Cultural para celebrar um dos maiores artistas de artes visuais, não apenas de Sergipe, mas do Brasil. Ismael já realizou exposições em diversos estados e cidades do país, construindo uma carreira impecável e marcada pelo perfeccionismo. Estamos muito felizes de iniciar todos os festejos de outubro com a arte e a trajetória de Ismael Pereira.”

O filho do homenageado, Israel Melo, emocionou-se ao falar sobre o pai. “Agradeço por este momento tão especial e pela oportunidade de celebrar meu pai com todos vocês. Ele sempre semeou a verdade, o amor e a pureza em tudo que fez, e esta exposição reflete um pouco desse legado. Como filho, sou grato todos os dias pela dádiva divina de ter um pai como ele e por poder compartilhar com o público os 85 anos de sua vida e 75 anos de arte. Este momento nos inspira e nos lembra que, mesmo diante de dificuldades, é sempre possível viver com esperança e amor no coração.”

O homenageado Ismael Pereira também falou sobre a felicidade de completar 85 anos e ganhar essa homenagem. “Comemorando meus 75 anos de atividade artística e meus 85 anos de vida, posso dizer que me sinto um ser humano realizado e muito feliz, agraciado por Deus. Neste momento, celebrar meu aniversário com a presença de todos que estão aqui prestigiando este evento é o maior presente que eu poderia receber, e sou eternamente grato por isso. Comecei a pintar aos 10 anos de idade e, desde então, nunca parei. Esta exposição reflete toda a minha dedicação à arte ao longo de décadas, e fico muito feliz por poder compartilhar isso com o público. Se a pintura e a arte são dons, agradeço a Deus por ter me concedido esse dom e por permitir que eu viva a realização de expressar minha vida através da arte.”

A exposição fica aberta ao público, até o dia 21, no Centro Cultural de Aracaju – Praça General Valadão, Centro.

Texto e imagens reproduzidos do site: www aracaju se gov br

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Após dez anos de campanha, AMO vai inaugurar nova casa de apoio


Foto: Arquivo Institucional

Publicação compartilhada do site INFONET, de 17 de setembro de 2025 

Após dez anos de campanha, AMO vai inaugurar nova casa de apoio

Com mais de 850 m², a nova casa de apoio em Aracaju amplia a capacidade de acolhimento a pacientes oncológicos em tratamento

Após mais de uma década de campanhas, doações e trabalho incansável, a Associação dos Amigos da Oncologia – AMO – se prepara para inaugurar a sua nova Casa de Apoio Anna Garcez. A solenidade de inauguração acontecerá na próxima sexta-feira, 19 de setembro, às 17h, na Rua Permínio de Souza, 81, no Bairro Cirurgia, em Aracaju. A nova estrutura é a materialização de um sonho coletivo e a expansão de uma missão vital: amparar, com dignidade e amor, pacientes em tratamento contra o câncer.

O novo espaço nasce com a missão de multiplicar ainda mais a esperança para aqueles que mais precisam. Destinada a acolher pacientes oncológicos em situação de vulnerabilidade socioeconômica que, em sua maioria, se deslocam de suas distantes cidades para realizar tratamento em Aracaju, a casa chega para ser um porto seguro em meio à árdua jornada contra a doença, proporcionando conforto e tranquilidade não apenas aos que protagonizam a luta contra o câncer, mas também dos seus acompanhantes, suprindo suas necessidades com zelo, acolhimento e muito amor.

A solenidade de inauguração contará, inicialmente, com falas de apresentação, agradecimentos e homenagens, em especial a Anna Garcez, que dá nome à nova Casa. Após isso, ocorrerá o descerramento da faixa e placa, seguida da benção do Padre Peixoto e da visita guiada ao espaço. A cerimônia será encerrada com uma apresentação musical de saxofone.

Transformando vidas, levando esperança

A nova Casa de Apoio não é apenas uma construção de tijolo e argamassa; ela se ergue como um lugar de acolhimento e dignidade para inúmeras famílias que enfrentam a desafiadora jornada do tratamento contra o câncer. Representando mais de uma década de trabalho, o percurso foi marcado por campanhas incansáveis, superação de obstáculos e uma fé inabalável no sentimento de solidariedade.

A presidente-voluntária da AMO e assistente social, Conceição Balbino, conta como se deu o percurso trilhado para chegar até esse momento, destacando a importância das doações que a sociedade fez e continua a fazer para alcançar a realização desse sonho coletivo.

“O tempo tem sido muito generoso com a AMO e a sociedade dá resposta positiva, acredita nesse projeto. Eles colaboram, financiam, estão sempre presentes. A nova Casa de Apoio é a realização de um sonho para nós, mas é importante destacar que foi um exercício coletivo e desafiador, com muita busca por recursos. Antes dela, não pensávamos mais em expandir, a sede com a casa de apoio já atendia às nossas necessidades lá em 2010”, explicou.

Para cumprir sua missão, a AMO oferece um conjunto de serviços gratuitos e estruturados, pensados e executados para amparar os pacientes em todas as frentes. “Nossa causa é muito importante e necessária para colaborar com o Sistema Único de Saúde (SUS). São pessoas que são 100% dependentes do SUS e que vivem por meio da assistência social, por isso é preciso entender que a realidade é desafiadora, mas o ser humano é muito maior do que tudo isso, e necessita nesse momento de fragilidade, de acompanhamento de vários profissionais e de cuidado completo, para que assim, volte a acreditar na vida”, disse emocionada.

Ela destaca ainda a importância do projeto para que a instituição possa auxiliar cada vez mais pessoas. “Esse projeto é muito importante pois temos hoje em dia muito mais pessoas com diagnósticos de câncer do que no passado, e as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram isso. A Casa de apoio dá justamente essa oportunidade de dizer: ‘Você não está só. Você vai ser acolhido e abraçado por uma instituição que tem uma casa e um lar que irá te respeitar e cuidar de você indiscriminadamente.’ O acolhimento que a Casa de Apoio dá para essas pessoas possibilita a acessibilidade, a assiduidade e a adesão ao tratamento, salvando vidas”, finaliza.

Um novo lugar para se sentir abraçado

A nova Casa de Apoio representa um salto significativo na capacidade de acolhimento da instituição. Com mais de 851 metros quadrados de área construída, distribuída em dois pisos. O espaço foi projetado para quase dobrar a capacidade de acolhimento da associação, passando de 40 (atual casa de apoio) para 70 pessoas por dia. Este aumento é vital para expandir o serviço da instituição e reduzir as filas de espera, garantindo que pacientes não precisem adiar suas vindas a Aracaju para a realização do tratamento.

O espaço foi cuidadosamente planejado para oferecer conforto e bem-estar, contando com sete dormitórios, 40 leitos e uma ala de home day com 30 acomodações, para aqueles que precisam de um local de descanso e apoio durante o dia, entre as sessões de tratamento. Além disso, a infraestrutura inclui um consultório para atendimentos básicos de saúde, uma cozinha, um refeitório com capacidade para 50 pessoas, áreas de convivência, nove banheiros, cinco sanitários e dois vestiários adaptados (garantindo que todos os pacientes, independentemente de sua mobilidade, possam utilizar as instalações com segurança e autonomia), além de um espaço de oração, diversas áreas de circulação, pergolado e jardim.

Construir um lar. Mudar histórias

Como diz o escritor portugês Fernando Pessoa em sua obra intitulada ‘O Infante’, “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, a nova Casa de Apoio é fruto de um sonho compartilhado por muitas mãos. A jornada até a inauguração foi longa e exigiu uma mobilização conjunta. Mais de R$ 4 milhões foram investidos no projeto, um valor arrecadado ao longo de mais de dez anos.

O valor inclui R$ 1.152.000,00 na aquisição e demolição de três imóveis , R$ 2.410.901,18 na obra civil e mais de R$ 469.000,00 em serviços adicionais e mobiliários. Deste montante, mais de R$ 1,5 milhão foram arrecadados em dez anos de campanhas solidárias, somados a recursos cruciais de emendas parlamentares de senadores, deputados federais, estaduais e vereadores.

O engenheiro fiscal da obra, Sandoval Júnior, explica as etapas de construção e como tudo se deu. “Com mais de dois anos de intensos trabalhos, o projeto de construção da nova Casa de Apoio Anna Garcez passou por diversas fases de infraestrutura (fundações, sapatas e vigas baldrames); de superestrutura (lajes, vigas e pilares de primeiro e segundo piso); vedação e alvenaria, volumes d’água; eletricidade, esgotamento sanitário, entre outros”. disse.

Ao destacar os serviços realizados na parte final da obra, Sandoval expressa a sua realização. “O acabamento final da obra colocamos os revestimentos, realizamos as pinturas e finalizações com casas de lixo e de gás, além da fachada e a área de estacionamento. Eu posso dizer que sou muito feliz e realizado por ter feito parte desse projeto, contribuindo com a construção de uma casa que ajudará muitas pessoas que lutam contra o câncer”, contou com gratidão.

Um legado de amor e cuidado

A inauguração da nova Casa de Apoio da AMO homenageia Anna Maria Maynard Garcez, uma das sócio-fundadoras da associação que, ao lado do marido Sílvio Garcez, estabeleceu a associação em 1996 para apoiar pacientes com câncer. Anna faleceu em 1997 após lutar contra um câncer de mama e, em sua memória, a família cedeu a casa que se tornou a sede da AMO. A Casa de Apoio Anna Garcez simboliza solidariedade e esperança, garantindo que ninguém enfrente o câncer sozinho. Que o nome Anna Garcez seja para sempre sinônimo da solidariedade que nos move e da esperança que aqui compartilhamos. Seu sonho vive, e continuará a viver.

Fonte: AMO.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet com br

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Canal profundo em praia de Aracaju gera alerta nas redes sociais

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Publicação compartilhada do Portal A8SE, de 10 de setembro/09/2025 

Canal profundo em praia de Aracaju gera alerta nas redes sociais; Bombeiros acompanham situação

Vídeo mostra risco de afogamento na Praia dos Artistas, na Coroa do Meio, e população cobra sinalização no loca

Por Redação do Portal A8SE

Canal profundo em praia de Aracaju gera alerta nas redes sociais; Bombeiros acompanham situação

Um vídeo que alerta para o risco de afogamento na Praia dos Artistas, localizada na Coroa do Meio, Zona Sul de Aracaju, está sendo amplamente divulgado nas redes sociais nesta quarta-feira (10). A gravação também faz um apelo para que haja sinalização adequada na área.

No vídeo, um popular relata que um trecho da praia apresenta um canal profundo próximo à margem, o que representa perigo para banhistas. Ele destaca que, apesar da bandeira vermelha do Corpo de Bombeiros, que indica risco elevado, muitas pessoas continuam frequentando o local. "Como formou essa faixa de areia que antigamente não tinha, o pessoal está vindo tomar banho", explica.

Durante a gravação, ele também relata uma situação de risco que presenciou com um pescador na localidade. “No instante tem um senhor pescando ali, ele desceu sem saber da profundidade, perdeu a vara e teve dificuldade para voltar", afirma, ao mencionar que o trecho pode ter mais de dois metros de profundidade.

Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) informou que já está ciente da situação e que adotará as medidas necessárias para avaliar e atuar da melhor forma possível, sempre com o objetivo de garantir a segurança da população e dos frequentadores da praia.

Texto, vídeo e imagem reproduzidos dos sites: a8se.com/noticias e YouTube

 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Deu no New York Times: Sergipe e a Segunda Guerra Mundial

Artigo compartilhado do site INFONET , de 4 de setembro de 2025 

Deu no New York Times: Sergipe e a Segunda Guerra Mundial

Por Dilton Cândido Santos Maynard (Blog Getempo/infonet)

Professor do Departamento de História da UFS

Bolsista Produtividade CNPq e líder do Grupo de Estudos do Tempo Presente. Coordenador do Projeto Segunda Guerra Mundial no Nordeste Brasileiro: cotidiano e transformação social, apoiado pelo Edital FAPITEC/SE/FUNTEC N° 01/2024 – PROGRAMA DE AUXÍLIO AO DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA – UNIVERSAL

Helen Post Papers, Arquivos do Museu Amon Carter de Arte Americana, Fort Worth, Texas. Disponível em: https://www.cartermuseum.org/collection/man-reading-new-york-times-handwritten-notes-about-newspaper-headlines-and-permission

Deu no New York Times em 25 de agosto de 1942: “a cidade de Aracaju, capital do estado de Sergipe, será apagada todas as noites, e quem estiver nas ruas após as 23h será preso”. Foi assim que as consequências imediatas dos torpedeamentos de navios mercantes, ocorridos poucos dias antes, em pleno litoral brasileiro, em águas da Bahia e de Sergipe, começaram a repercutir na imprensa estrangeira. O jornal New Orleans State, por exemplo, no mesmo 25 de agosto, informou sobre a tragédia: “seus navios, engajados no comércio costeiro, foram torpedeados em suas costas. Muitos brasileiros foram mortos nesses ultrajes”.

Dias antes, em 21 de agosto, o jornal El Telégrafo afirmou que o Equador, “como os demais países da América, sentiu-se profundamente comovido e profundamente indignado, ante o temerário e premeditado ataque dos submarinos alemães ao comboio de navios mercantes brasileiros, que navegava em calma viagem territorial do Brasil, muito próximo ao litoral”. Pouco depois, em 28 de agosto, o presidente cubano Fulgêncio Batista assinou o Decreto-Lei nº 2390, condenando o ataque. Os afundamentos provocaram a declaração de guerra do Brasil à Alemanha e à Itália, naquele que, conforme o historiador escocês Neil Lochery, foi descrito pelos estadunidenses como o nosso próprio “Pearl Harbor”, em alusão ao ataque japonês aos EUA em dezembro de 1941.

Mas, afinal de contas, o que ocorreu? Na noite de sábado, 15 de agosto, em águas de Sergipe, pouco depois do jantar, os tripulantes e passageiros do navio mercante Baependy sentiram o impacto e o estrondo provocado pelo ataque do submarino alemão U-507. Além do Baependy, o Araraquara, que também navegava na região, foi torpedeado na mesma noite. Outro navio, o Aníbal Benévolo, estava a cerca de 7 milhas das praias sergipanas quando foi atacado. Pouco depois, foi a vez do Itagiba, que navegava com 179 ocupantes, sendo 119 passageiros e 60 tripulantes.  O navio teve parte dos náufragos resgatada pelo Arará (com 35 tripulantes) já no domingo. Atento todo o tempo, o Kommandant do submarino nazista esperou os náufragos subirem a bordo e, em seguida, também torpedeou aquela embarcação.

Os frutos da ofensiva submarina do U-507, os náufragos e destroços do Baependy, do Aníbal Benévolo e do Araraquara, chegaram às praias da região sul de Sergipe. Cadáveres foram parar nas proximidades da Praia de Atalaia, em Aracaju. Restos de gente, corpos nus, mutilados, corroídos, inchados apareceram e chocaram os habitantes da capital, além de Estância e dos povoados Praia do Saco e Porto Mato. Ao final, os ataques mataram tripulantes das embarcações, passageiros militares e civis. A tragédia não poupou nem mesmo crianças. No caso do Baependy, embarcação com maior contingente (eram 323 pessoas, sendo 73 tripulantes e 250 passageiros), que transportava filhos de oficiais do 7º Grupo de Artilharia de Dorso, nenhuma sobreviveu, como observou o cronista Santos Santana em Aracaju dos meus amores, livro de 1983.

E a pacata Aracaju não estava preparada para tamanha tragédia. Tudo precisou ser improvisado. Os sobreviventes que chegaram à capital foram distribuídos entre os hotéis da cidade, a exemplo do Hotel Central, Hotel Rubina, Hotel Marozzi, Avenida Hotel, Hotel Sul Americano. Além do Hospital de Cirurgia, o Palácio do Governo, o Quartel do 28º Batalhão de Caçadores e até mesmo as casas de algumas pessoas da cidade acolheram náufragos. E, com as vítimas, também chegaram às praias diversos pertences pessoais, tais como joias, roupas, sapatos, carteiras etc.

No entanto, essas peças não serviram apenas para identificação dos corpos. Elas também instigaram a cobiça de alguns. O saque aos mortos, embora combatido e criticado, ocorreu com uma frequência maior do que imaginamos. O exemplo de Nelson de Rubina, acusado de furtar três anéis do corpo de Virgínia Auto de Andrade, é talvez o mais conhecido na historiografia regional graças ao trabalho de Maria L. Pérola Barros, autora do livro O Senhor dos Anéis na Aracaju que viu a Guerra: o caso de Nelson Rubina (1942-1943), recentemente publicado pela Editora Manacá. Outro exemplo, também envolvendo joias, ocorreu com Eduardo Alexandre Bauman, um segundo-tenente de 27 anos, cujo corpo foi encontrado na Barra de São Cristóvão pelas autoridades apresentando “esmagamento parcial de partes moles – dos dedos anular e médio da mão direita e uma contusão da região frontal”, fruto do esforço feito para arrancar dele a aliança.

Como se pode perceber pelos casos acima, os torpedeamentos trouxeram consequências nefastas ao cotidiano dos sergipanos. Noticiados por jornais de diversas partes do mundo, o susto, o assombro e o medo conviveram com o desejo, a ganância e o senso de oportunidade. Todavia, destacamos que os estudos históricos pouco exploraram tais saques, tais posturas nada elogiáveis diante do horror. Por essa mesma razão, é importante lembrar que não apenas a gente mais simples, a “arraia miúda”, roubou dos mortos. Gente viva, muito viva, situada em posições não tão desprestigiadas assim da pirâmide social, se beneficiou em meio à confusão dos torpedeamentos. Essa é uma história que precisará ser escrita. Essa e muitas outras.

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