Seixas Dória (foto: arquivo Infonet).
Infonet - Cultura - Noticias - 27/02/2014.
Acervo de Seixas Dória irá para o Palácio Museu
Documento que cede o acervo por 20 anos foi assinado
Após um hiato de 50 anos, o Palácio Museu Olímpio Campos
(PMOC ) prepara seus cômodos para receber a história de Seixas Dória. Deposto
do cargo e retirado da sede do Governo pelo exército em 1964, Dórea passa a
compor o acervo permanente do PMOC através de correspondências, fotografias,
comendas, diplomas, banner, manuscritos, impressos e 983 volumes.
O contrato de Comodato foi assinado na manhã desta
quinta-feira, 27, pelo governador Jackson Barreto e os filhos de Seixas Dórea.
O documento acerta a cessão temporária por 20 anos, ao Estado de Sergipe, pelos
herdeiros do governador Seixas Dória, do conjunto de documentos privados
produzidos e/ou acumulados pelo ex-governador, que corresponde a seu arquivo
pessoal. Deverá o estado de Sergipe manter os arquivos custodiados no
Palácio-Museu Olímpio Campos (PMOC).
Jackson Barreto destacou o papel de Seixas Dórea na história
política de Sergipe. “Hoje é um dia muito importante para mim que acompanhei
seus comícios encantado pela sua oratória. É para esta casa, histórica para
vida de Seixas Dórea e para os sergipanos que volta o seu acervo. Esse acervo é
parte significativa da história de nosso estado, dos sergipanos. Que esse
acervo sirva de estímulo para as novas gerações, que possamos aprender com a
vida de um homem nacionalista e democrata. A história de Seixas Dórea nos
inspira a continuar na vida pública”, afirmou.
O secretário adjunto de Cultura, Wellington Mangueira
comentou a importância dessa cessão para a identidade histórica do Estado.
“Este acervo é de suma importância para as novas gerações. Seixas Dórea foi um
nacionalista, um democrata que lutou pela reforma agrária, por um desenvolvimento
permanente do País. Este acervo será fonte de pesquisa sobre um homem que lutou
por um mundo melhor”.
“Este é um momento extremamente feliz para nossa família.
Esse acervo é fruto de um trabalho de minha mãe, que arquivou tudo que ele fez
e recebeu de prêmios, comendas. O desejo dela era justamente esse: deixar que
as pessoas conhecessem a história de meu pai”, disse Antônio Carlos Mesquita,
filho de Seixas Dórea.
Acervo
Inclui-se no acervo, a biblioteca pessoal do ex-governador
Seixas Dória, composta de 983 volumes, abrangendo assuntos de interesse geral,
com ênfase na história e na política de Sergipe. A transferência possibilitará
o tratamento arquivístico, guarda, conservação e custódia adequada, bem como a
exibição ao público dos documentos e à promoção do estudo histórico destes. O
Governo do Estado poderá, inclusive, reproduzir os documentos mediante
supervisão técnica de profissional com formação em arquivologia, de modo a
garantir sua integridade física.
O acervo vai se juntar ao Centro de Documentação de Estudos
e Pesquisas do PMOC, que conta com a biblioteca Vice-Governador Manoel Cabral
Machado, abriga os acervos bibliográficos do Ex-Governador Arnaldo Garcez,
doados ao Estado por seus herdeiros, e a coleção do Palácio.
Seixas Dórea
Removido à força do governo um dia após tomar posse como
governador, Seixas Dória foi preso e levado à ilha de Fernando de Noronha onde
sua detenção durou quatro meses. Em seu lugar foi empossado o vice-governador
Celso Carvalho. Por força do Ato Institucional número 2, Dórea teve os direitos
políticos suspensos por dez anos.
Encerrada a sua reclusão política, ele ingressou no MDB e
fez sua primeira aparição pública na convenção estadual do partido em maio de
1978. Coordenou a estratégia do diretório estadual nas eleições daquele ano e
atuou em defesa da anistia e da redemocratização. Beneficiado pela Lei da
Anistia, filiou-se ao PMDB e foi eleito suplente de deputado federal em 1982.
Derrotado ao disputar um mandato de senador em 1986, foi nomeado secretário de
Transportes pelo governador Antônio Carlos Valadares em agosto de 1988,
permanecendo no cargo por quatro meses. Assessor político da Presidência da
República nos últimos meses do Governo Sarney, foi secretário de Transportes no
segundo governo João Alves Filho e depois membro do conselho de administração
da Companhia Vale do Rio Doce. Membro da Academia Sergipana de Letras, escreveu
as obras Sílvio Romero, jurista e filósofo e Eu, réu sem crime.
Fonte: ASN.
Texto reproduzido do site: infonet.com.br/cultura
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