História da Barra.
O município de Santa Luzia, que já foi um porto seguro de
navegadores franceses, só foi emancipado em 1952.
Bem antes de os portugueses chegarem às terras que hoje
formam o Estado de Sergipe, os navegadores franceses já tinham fortes contatos
comerciais com os índios que aqui habitavam. Acredita-se que foram eles que
trouxeram para cá o coqueiro. Os primeiros registros da existência de
povoamento do território da antiga Ilha dos Coqueiros datam de 1590, quando da
conquista definitiva do território da Capitania de Sergipe d’El Rei.
O historiador que mais fez referências a Ilha dos Coqueiros
foi o cartógrafo holandês Barleus. Ele chegou a colocar a cidade de São
Cristóvão na costa ocidental da Ilha dos Coqueiros. Mas boa parte dos
historiadores revolta-se com essa posição do holandês, que acabou sendo
referendado por Felisbello Freire. A discussão se estendeu por muitos anos.
Nos seus escritos, Barleus ainda faz referências à povoação
na antiga Ilha dos Coqueiros, incluindo entre as capelas existentes em 1632 na
capitania, a de São Cristóvão, que ficava naquela ilha. A povoação se
desenvolveu envolta pelas embarcações que chegavam e partiam da ilha. O fluxo
de importações e exportações era tanto que lá foi instalada uma Mesa de Rendas,
espécie de posto fiscal da Secretaria da Fazenda.
Ação Equivocada
Em 1854, o então presidente da província, Ignácio Joaquim
Barbosa, toma uma atitude equivocada. Em 30 de dezembro daquele ano ele
determina ao inspetor da Tesouraria Provincial que faça a imediata
transferência da Mesa de Rendas da Ilha dos Coqueiros para a margem oposta do
Rio Sergipe, isto é, na povoação de Santo Antônio do Aracaju.
Mas a localização da Mesa de Rendas na ilha se justificava
tendo em vista as embarcações de grande porte que penetravam pela barra do Rio
Sergipe para atender as demandas dos importantes portos de Maruim, Laranjeiras
e Santo Amaro. Os navios chegavam na barra, esperavam a preamar (maré alta) e
depois seguiam aos portos, que por sua vez faziam inúmeras transações com
muitos países europeus.
Depois que Aracaju aparece como capital, em 17 de março de
1855, a Ilha dos Coqueiros é absorvida pela nova cidade. O início de progresso
conquistado pelos moradores da ilha ficou estagnado e tudo seguia para Aracaju,
a capital. Mas 20 anos depois, em 10 de maio de 1875, a povoação da ilha ganhou
o status de freguesia com o nome de Freguesia de Nossa Senhora dos Mares da
Barra dos Coqueiros. No entanto, essa nova categoria era apenas teórica.
Vira Cidade
Por muitos anos, os moradores da Barra dos Coqueiros não
tiveram nenhum desejo mais sincero de transformar o povoado em cidade. A
proximidade com a capital era o fator principal dessa manutenção. Mas a
situação começou a mudar quando o coco-da-baía passou a ser muito valorizado no
mercado nacional e internacional e na Barra dos Coqueiros foram instaladas duas
fábricas de beneficiamento do coco.
Em 1953 ocorre uma grande revisão do território de Sergipe.
Muitas freguesias e povoados já vinham brigando para se tornarem cidades
independentes. A Assembleia dos Deputados aprovou e o Governo sancionou a
criação de mais 19 municípios, dentre eles a Barra dos Coqueiros. Mais
precisamente no dia 25 de novembro de 1953, a Barra é elevada à condição de
cidade.
Mas a ilha que virou município demorou ainda para se tornar
efetivamente independente. Isso só aconteceu no final de 1954 quando 598
eleitores dos 1.105 inscritos votaram no primeiro prefeito da Barra dos
Coqueiros e nos cinco primeiros vereadores. No dia 31 de janeiro de 1955 toma
posse como prefeito, Moisés Gomes Pereira...
Foto reproduzida do blog: tribunadapraiaonline.com
Texto reproduzido do blog: barradoscoqueiros.blogspot.com
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