Quem foi Augusto Maynard Gomes?
Artigo de Dércio Cardoso Reis, graduando em História pela UFS
Augusto Maynard Gomes foi possivelmente um dos políticos
mais marcantes da história sergipana. Nascido em 16 de fevereiro de 1886 no
Engenho Campo Redondo, em Rosário do Catete, Sergipe, filho de Manuel Gomes da
Cunha e Teresa Maynard Gomes, ele faleceu em 12 de agosto de 1957, na cidade do
Rio de Janeiro.
Segundo o seu biógrafo Severino Uchôa, Maynard nasceu em um
período de guerra e seu nome de “Augusto” foi uma predestinação de que seria um
homem voltado para campanhas militares e tarefas administrativas, assim como o
aguerrido Imperador romano.
Sendo predestinado ou não, Maynard desde cedo se envolveu em
revoltas que tiveram um cunho militar. Com 18 anos de idade, ainda cadete, se
envolveu na Revolta da Vacina, que tinha como objetivo a deposição do então
presidente da República Rodrigues Alves. O movimento foi debelado, Maynard foi
desligado da Escola Militar e expulso do Exército brasileiro. Retornou para
Sergipe, e acabou participando da Revolta Fausto Cardoso, em 1906.
Certamente a Revolta de 13 de julho foi o movimento rebelde
de maior significação do qual Maynard participou. A revolta foi comandada por
ele, Eurípides de Lima e João Soarino, militares pertencentes aos quadros do
28º BC (Batalhão de Caçadores). A princípio
foi uma resposta de apoio à revolta militar de 05 de julho de 1924 comandada
por Isidoro Dias em São Paulo. Assim, em Sergipe, na manhã do dia 13, os
tenentes já estavam no poder e montaram uma Junta Governativa Militar. O
levante teve fim apenas em 02 de agosto de 1924.
Maynard volta para o cenário político na Revolução de 1930
que colocou Getúlio Vargas no poder. Com isso, foi anistiado, promovido a
capitão e nomeado no dia 16 novembro para governador provisório de Sergipe. E
no dia 19 de dezembro foi confirmado na chefia do governo na condição de
Interventor Federal em Sergipe. Ficou no
cargo até 1935, quando solicitou a exoneração para concorrer às eleições
indiretas para o governo do Estado. Mas foi derrotado por Eronides de Carvalho.
Ficou inconformado com o resultado, a ponto de não transferir o cargo para o
seu sucessor e retirou-se para sua fazenda, no município de Rosário do Catete.
Maynard voltou novamente ao cargo de Interventor Federal de
Sergipe em março de 1942. Ficou até outubro de 1945, tendo deixado o cargo dois
dias antes da deposição de Getúlio Vargas. Voltou para a política em 1947 como
senador, e em 1952 foi promovido a general de brigada. Foi eleito uma última
vez para o Senado em 1954.
Como se vê, Maynard pode ser considerado um importante
personagem da história política e militar de Sergipe. O seu envolvimento em
eventos tão relevantes para Sergipe e para o Brasil na primeira metade do
século 20 certamente exigem de nós maiores estudos.
Dércio Cardoso Reis é Graduando em História pela UFS,
bolsista voluntário do projeto “Memórias da Segunda Guerra em Sergipe”, apoiado
pelo CNPq e pela FAPITEC – Edital PRONEM/2011. O artigo integra as colaborações
feitas à coluna do GET.
Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br/educacao
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