Sérgio Ricardo mostra com orgulho as suas duas publicações.
Foto: Portal Infonet.
Infonet - Cultura - Noticias - 27/02/2015.
Sergipano se destaca em livros sobre aviação
Interesse sobre aviação partiu da inquieta do sergipano
Os constantes conflitos aéreos no oriente Médio reacenderam
um alerta nos diversos países do mundo quanto a segurança aérea. As aeronaves
do tipo ISR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) são utilizadas pela
Força Aérea Brasileira (FAB) com o intuito de detectar possíveis ameaças
externas.
Apesar de pouco ainda se falar sobre o assunto, Sérgio
Ricardo Santana Cerqueira, é o primeiro escritor brasileiro a lançar dois
livros que tratam sobre aviação militar. Os livros "Embraer EMB-145 ISR-
Programa, Versões, Operações e Emprego" e o “Beyond The Horizon” retratam
sobre as aeronaves brasileiras de longo alcance e que fazem a segurança do
espaço brasileiro.
“Os livros tanto um quanto outro tratam sobre aeronaves de
alerta antecipada de controle. Essas aeronaves tem longo alcance e um
equipamento de controle de outras aeronaves. Elas funcionam como torres de
controle pro céu. Elas são usadas para proporcionar um alerta antecipado de
ameaças contra aquele país. Então em vez do país depender de radares em terra
que são limitados pela curvatura do planeta, ele agora vai se confiar também
nos radares montados nas aeronaves que não são limitados por essa curvatura”,
informa.
O interesse de escrever sobre aviação militar partiu da
inquietação do sergipano em abordar sobre uma manobra simulada do Exercício
Cruzeiro do Sul (CRUZEX) que é um exercício aéreo multinacional organizado pela
Força Aérea Brasileira (FAB) com o objetivo de treinar suas tropas em caso de
ameaça externa.
Essa simulação ocorreu em 2006 e contou com a participação
das Forças Aéreas da França, Argentina, Brasil e Venezuela, onde na
oportunidade, a aeronave brasileira [Embraer 145 ISR] derrubou simuladamente
outras aeronaves francesas e argentinas sem ser detectadas.
De acordo com Sérgio Ricardo Santana Cerqueira muitas foram
as barreiras para o lançamento do primeiro livro. “A ideia do livro nasceu de
uma teimosia. Houve um campeonato de aeromodelismo aqui em 2006, só que na
ocasião, não se falava em outra coisa a não ser na missão que a força brasileira
tinha participado em que uma das aeronaves que havia entrado em operação abateu
simuladamente aeronaves inimigas. E eu disse que iria escrever um livro sobre
isso. Cheguei em casa e comecei a pesquisar e em 2010, já tinha escrito o
texto, mas não tinha quem publicasse, pois algumas editoras disseram que não
tinha público por não ser uma aeronave que chamava atenção, já que não era de
caça. Mesmo assim, continuei tentando e no decorrer da pesquisa conheci várias
pessoas e uma dessas me pareceu confiável a ponto de fazer comigo uma versão
ampliada e em maio de 2010 começamos a trabalhar o texto, ele é britânico,
tinha passado mais de 30 anos na força aérea de lá”.
Mas foi em 2012 que o primeiro livro intitulado
"Embraer EMB-145 ISR- Programa, Versões, Operações e Empego" foi
lançado em São Paulo. Ainda não satisfeito, o sergipano continuou as pesquisas
e em 2014 uma editora austríaca lançou o seu segundo livro Beyond The Horizon.
Para Sérgio Ricardo Santana Cerqueira, o que chama atenção
nos seus livros é o fato deles apresentar não somente abordagens técnicas, mas
relatos de quem pilotou a aeronave. “Esse livro ele teve uma coisa curiosa que
eu busquei desde o começo não ser técnico ao extremo, busquei conceitos para
colocar o lado pouco conhecido do assunto como pessoas que operaram essas
aeronaves. Tanto um quanto o outro tem depoimentos de pessoas que tiveram em
combate nessas aeronaves, ou seja, tem o lado humano ao contrário dos que tem
por aí, não é um livro maçante, mas procurei trazer um assunto digamos mais
fechado para perto do leitor”, elogia.
Mas a luta do escritor sergipano não vai parar por aí. Após
se formar, Sérgio Ricardo pretende permanecer na área. “Quero entrar na área,
quem sabe fazer a minha própria empresa ou trabalhar em algo voltado a pesquisa
ou ao desenvolvimento de algum programa para facilitar a vida dos deficientes,
porque hoje por exemplo existe a questão do transporte de pessoas de necessidades
especiais em aeronaves. Como viajo regularmente a Brasília para tratamento, eu
percebo essas dificuldades de locomoção no solo que depende às vezes de um
aparelho”, afirma.
Por Aisla Vasconcelos.
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura
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