Publicado originalmente no site do PORTAL SERGIPANO, em 06/02/2019
Aluna de escola pública de Itabaianinha passa em 1º lugar na
UFS e sua história viraliza na net
A história de Rafaela
de Jesus Nascimento, ex-aluna do Colégio Estadual Olímpio Campos, localizado em
Itabaianinha (SE), seria mais uma entre os mais de 1.300 aprovados da rede
pública estadual para o ensino superior, se a jovem não tivesse sido mãe aos 17
anos, em plena maratona de preparo para o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem).
Hoje aos 18 anos de
idade, mãe de Bernardo Nascimento (cinco meses), filha de pais humildes,
oriunda da escola pública estadual, Rafaela Nascimento postou nas redes sociais
a foto amamentando com o rosto pintada com a sigla da UFS e o número 1 de
primeiro lugar no curso que escolheu. “Ouvia que não iria conseguir,
desestimulava, mas sempre achei que podia. Digo a todos que é possível, não
desista dos sonhos, das metas, que não coloquem motivos e desculpas”, argumenta
a jovem.
Ex-presidente do
grêmio estudantil do Colégio Estadual Olímpio Campos, bolsista do PBICJr por
conta de dois projetos que participou no colégio – A construção do Mapa Fácil
de Itabaianinha como um instrumento de Localização, Orientação e Cidadania e
“Nosso Solo, Nossa Vida” –, Rafaela Nascimento começou o texto postado nas
redes sociais fazendo alusão aos sonhos de várias adolescentes. “Aos 15 anos
quero um baile de debutante tão perfeito que as princesas vão sentir inveja!
Aos 17 vou concluir o ensino médio, prestar vestibular e tentar cursar medicina
já que é um dos sonhos da minha mãe e meu também e com 26 anos quero ter o meu
primeiro filho”, postou.
Segundo ela, tudo
isso não passou de expectativas, e quando não é de acordo com o que se imagina,
na concepção da jovem, cria-se sentimentos de “fracos” e “incapazes de fazer
qualquer outra coisa”.
Em seu texto, Rafaela
mostrou a realidade que vivenciou aos 17 anos como mãe, e disse que foi julgada
por engravidar prematuramente. “Depois disso só conseguia me imaginar
desistindo de tudo como num efeito dominó. Foi aí que descobri de onde a minha
mãe tira tanta força para sustentar uma casa e três filhos sozinha durante
quase 20 anos … os filhos! É deles que tiramos toda força e persistência que
nem sabíamos que tínhamos e eu descobri a minha”, disse no texto.
Segundo a futura
professora de Geografia, era “impossível” que a filha de faxineira conseguisse
passar numa Universidade Federal em primeiro lugar em Geografia, sem cursinho,
nem professores particulares, apenas contando com a ajuda de amigos, de vídeo
aula, livros antigos e da base que teve no Colégio Estadual Olímpio Campos.
Rafela conta que veio uma nota que ultrapassava as expectativas: 820 na redação.
“Ela não pode! Como? Ela não já é mãe? Sim, eu posso! Consegui! Passei!”,
indagou a jovem.
Os projetos para o
futuro: ser professora e fazer um mestrado. “Acredito que meu filho hoje é
minha inspiração em continuar focada. Quero dar a ele o que não tive, seguir em
frente”, disse, agradecendo aos professores do “Olímpio Campos”, ao incentivo
do professor de Geografia, Ademir, e ao hoje diretor, Mailson. “Eles me
incentivavam bastante, até quando fui presidente do Grêmio Escolar”, relembra.
Mailson José Santos,
diretor do “Olímpio Campos, destacou Rafaela Nascimento como sinônimo de
superação, já que passou a estudar no turno noturno por conta da criação do
filho, e não deixou de estudar cada vez mais. “Não sei se choro, se aplaudo, se
brinco, é muita emoção. A situação dela não foi fácil. Independente das
dificuldades, ela criou uma motivação a mais e se superou. Essas situações me
motivam também a cada vez mais ser professor”, afirmou.
Por Ascom/ Seduc
Texto e imagem reproduzidos do site: portalsergipano.com
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