sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Irrigação pública estadual produz 132.601 toneladas de alimentos em 2022




Fotos: Paulo Ricardo

Publicação compartilhada do site do GOVERNO DE SERGIPE, de 19 de dezembro de 2022

Irrigação pública estadual produz 132.601 toneladas de alimentos em 2022

Quiabo sergipano atende Salvador. A acerola abastece indústria de sucos, sorvetes e farmacêutica. Já o sorgo é substituto proteico ao milho na ração animal

Os seis perímetros públicos de irrigação administrados pelo Governo do Estado de Sergipe produziram, juntos, 132.601 toneladas de alimentos em 2022, incluindo os 1.826.478 litros de leite gerados no Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto. O registro é o resultado do trabalho e investimento dos irrigantes atendidos com o fornecimento de água para irrigação e assistência técnica fornecida pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). A produção utilizou uma área irrigada de 5.902 hectares (ha) e propiciou uma renda bruta de R$ 173,7 milhões a estes empreendedores rurais. Os produtos mais colhidos e que ao mesmo tempo estão presentes em todos os cinco perímetros irrigados de aptidão agrícola da Cohidro, foram a batata-doce (10.799 t) e o quiabo (7.839 t).

O irrigante José Humberto – do Perímetro Irrigado Jacarecica II; que fica situado entre Areia Branca, Malhador e Riachuelo – planta exclusivamente batata-doce com a água de irrigação, que vai por meio de adutoras da barragem até seu lote por gravidade. Sem custos para o Estado com bombeamento. “Água aqui é uma coisa que nós temos muito. A Cohidro dá o apoio e a gente tem. A irrigação aqui é boa, não paga energia e não falta. A batata-doce sai para São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Belo Horizonte, Curitiba, mas o lugar que eu mais vendo é Salvador, que são essas batatas roxas e brancas, da massa amarela. Já as roxas da massa branca, eu vendo para Maceió”.

Destacaram-se, isoladamente, as produções de cana de açúcar (50 mil t) dos lotes empresariais do Jacarecica II e o sorgo (7.200 t), para alimentação animal, colhido no perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco. Outro destaque, com ocorrência nos perímetros Califórnia, Jacarecica II e Piauí (Lagarto), é a acerola (5.193 t). O milho verde (4.688,5 t) e a macaxeira (3.463,5 t), produtos tradicionais da mesa nordestina e destaque nas festas juninas, também estão presentes em quase todos os perímetros da Cohidro, companhia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Aos quais ainda se incluem os perímetros Jacarecica I e o Poção da Ribeira, em Itabaiana.

O diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, faz uma avaliação do resultado da produção anual, levando em consideração os diversos ramos que ela atende. “Desta amostra das culturas agrícolas mais produzidas, podemos estabelecer que os perímetros atendem à demanda da indústria (cana e acerola), abastecem outros estados (batata-doce e quiabo), têm foco nas nossas feiras livres e consumidor local (milho verde e macaxeira) e está fornecendo alimento para a produção pecuária (sorgo). Nos últimos quatro anos, investimos na revitalização das estações de bombeamento e desassoreamento de barragens; em métodos de aproveitar melhor a água e superar as estiagens; chamamos o agricultor para contribuir com a tarifa d’água. Tudo para que esses perímetros tivessem continuidade. Tamanha é a sua relevância socioeconômica para Sergipe”.

Cesta básica

Durante todo ano de 2022, Aracaju despontou como a capital, dentre as 17 pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), da cesta básica com custo mais baixo de todo país. Sete, dos 12 itens pesquisados no Norte e Nordeste do Brasil, tem sua produção direta ou indiretamente influenciada pelos perímetros irrigados: banana, tomate, farinha de mandioca, açúcar, leite, manteiga e carne bovina.

No perímetro Jabiberi, o cálculo da produção sempre foi medido pelos litros de leite retirados das vacas alimentadas nos pastos ou pelo material forrageiro, produzidos a partir da irrigação com água fornecida pela Cohidro. “Todos os perímetros irrigados têm um enorme potencial para a produção de alimentação animal, para produção de leite e carne. Vai do aproveitamento de folhas, talos e ramas, da sobra das colheitas; até o plantio de sorgo e milho para produção de silagem, no nosso perímetro que fica no Alto Sertão. A região que mais produz leite no estado. É a integração irrigado-sequeiro que já ocorre e tem potencial para crescer mais”, destacou o diretor de Irrigação da Cohidro, João Fonseca.

Um dos três produtos da cesta básica que hoje ainda tem o preço mais barato do que há 12 meses, segundo a pesquisa mensal do Dieese, é o tomate. Renilson Araújo é um irrigante assistido pelo perímetro Piauí que aposta no fruto. Em área de 0,4 ha em Lagarto, ele pretende colher tomate entre dezembro e janeiro do próximo ano. Época de demanda por tomate maior, mas em que só é possível plantar na irrigação. “Digamos que é 80% chance para ele dar bom. Em questão de praga, de dar menos bichado. E em questão do preço, como é final de ano, ele é mais procurado. Eu só gosto de plantar [tomate] no fim de ano”.

Engenheiro Agrônomo da Cohidro, Arício Resende informa que, por conta do clima, houve uma redução de 10% na produção anual de oleícolas em 2022. “Passamos pela suspensão da irrigação no Perímetro Irrigado Poção da Ribeira, durante três meses deste ano. Por conta do baixo nível da água na barragem de irrigação que abastece aqueles agricultores. A barragem voltou a encher com as chuvas de inverno e, agora, as reservas de água de todos os perímetros, foram novamente reforçadas pelas chuvas de trovoadas em dezembro”, destacou.

Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br

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