quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Paulo Escariz, dono da maior rede de livrarias do Nordeste...

Legenda da foto: Morador de Aracaju há 44 anos, Paulo Escariz recebeu título após propositura do deputado Samuel Carvalho

Publicação compartilhada do site JLPOLÍTICA, de 9 de dezembro de 2024

Paulo Escariz, dono da maior rede de livrarias do Nordeste, recebe Título de Cidadão Sergipano

Por Jozailto Lima (Aparte)

O empresário baiano Paulo Escariz, proprietário da Livraria Escariz - maior rede regional de livrarias do Nordeste -, recebeu nesta segunda-feira, 9, o Título de Cidadania Sergipana, na Assembleia Legislativa de Sergipe – Alese. A propositura foi do deputado estadual Samuel Carvalho, Cidadania, prefeito eleito de Nossa Senhora do Socorro.

Nascido em Salvador, no dia 12 de janeiro de 1959, Paulo Pereira Carrera Escariz, 65 anos, é filho dos espanhóis Manoel Apolinário Escariz Moinhos e Elena Pereira Carrera Escariz. Criado em uma família de cinco filhos, ele sempre teve laços afetivos com Sergipe, onde passava temporadas na casa de seus tios.

Em 1980, aos 21 anos, Paulo decidiu fixar residência na capital sergipana para concluir sua formação acadêmica e iniciar uma nova etapa de sua vida. Em 1982, se casou com Maria de Fatima Dorea Campos Escariz, seu braço direito nos negócios. Com ela, é pai de três mulheres, Paula, Renata e Marcela.

“Desde a minha infância, Sergipe sempre fez parte de minha vida. Eu e minha família passávamos os dias na casa de meus tios, Dr. Carrera e Maria Amélia, que sempre nos acolheram com muito carinho. Em agosto de 1980, tomei a decisão de vir morar em Aracaju, para fazer minha vida profissional e familiar”, relembrou Escariz.

INÍCIO DA ESCARIZ – Formado em Economia pela Universidade Tiradentes – Unit – em 1985, Paulo fundou no mesmo ano a Escariz, que começou de forma modesta, como uma banca de revistas na garagem de uma tia, no São José. Ao longo de quase quatro décadas, a livraria cresceu e se consolidou como uma referência em educação e cultura. Hoje, com seis lojas e dois cafés Fran’s Café, a rede figura entre as 15 maiores livrarias do Brasil.

“A Escariz começou de forma simples e, com o tempo, fomos crescendo juntos com o povo sergipano. Abrimos a primeira loja no Shopping Riomar, quando percebemos o quanto os sergipanos valorizavam a cultura e a leitura”, destacou.

RECONHECIMENTO E GRATIDÃO – No discurso, Paulo falou sobre a importância do título e do apoio que recebeu dos sergipanos em sua trajetória. “Hoje, a Escariz é a maior rede de livraria regional do Nordeste com um grande acervo, feito que agradeço imensamente à população de Sergipe, que sempre apoiou e prestigiou nossa livraria, tornando-a parte essencial do cotidiano educacional e cultural do estado”, disse.

Ele também destacou o papel da família e dos colaboradores em seu sucesso. “A Escariz é uma empresa familiar que se dedica à educação através dos livros. A confiança das escolas, professores, universidades, escritores, contadores de histórias, leitores e seus familiares, foi essencial para nossa trajetória. Essa confiança é o combustível que nos mantém firmes em nosso propósito de contribuir com a educação dos sergipanos”, afirmou.

Ao final, Paulo reforçou o seu empenho com o desenvolvimento de Sergipe: “Este Título de Cidadão Sergipano representa, mais que uma honra, um compromisso com a terra que me acolheu, que me formou e que me fez ser quem sou. Acredito que: ‘Não nascemos em um lugar, pertencemos a ele, pelo coração.’ Hoje, minha alma é ainda mais sergipana e reafirmo meu compromisso de continuar contribuindo para o crescimento e prosperidade deste estado que tanto me deu”, declarou. 

* É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Com colaboração da jornalista Tatianne Melo.

Tex e imagem reproduzidos do site jlpolitica com br

Livro: 'José Trindade - Um Homem Singular, Um Ser Especial'

Capa do livro - biografia de José Trindade: 400 páginas de uma vida

Escritor Antônio Camilo

REGISTRO DE NOTÍCIA publicada em 30/11/2024

Publicação compartilhada do site JLPOLÍTICA, de 30 de novembro de 2024

“José Trindade - Um Homem Singular, Um Ser Especial”: é assim que esta grande figura humana vira biografia

Jozailto Lima (Coluna Aparte)*

Na segunda sexta-feira de dezembro, dia 13, o grande sergipano José Trindade vai ganhar uma biografia à altura de sua história e de sua luta como ser social, como pesquisador das ciências agrárias e como materializador de políticas públicas enquanto prefeito que foi da cidade de Boquim por oito anos - dois mandatos. 

Naquele dia, será lançada a biografia dele, que trará o oportuno título de “José Trindade - Um Homem Singular, Um Ser Especial”, a sétima obra no campo biográfico do pesquisador e biógrafo Antônio Camilo.

O lançamento será às 18h, no Ginásio de Esportes do Colégio Professor Antônio Barros, na Rua Jackson de Figueiredo, 152, Centro, na própria Boquim. A família de José Trindade decidiu que toda a renda com a venda do livro será destinada à Sociedade de Amparo à Velhice de Boquim - Asilo São Francisco.

José Trindade foi um engenheiro agrônomo muito preciso, exato e dedicadíssimo à causa da citricultura, da qual foi pesquisador, fomentador e produtor. Ele nasceu no dia 23 de dezembro de 1940 e faleceu no dia 12 do mesmo mês de 2012 - faltando apenas quatro dias para completar 72 anos.

Em 400 páginas, o escritor Antônio Camilo vai reconstituir com base em 52 depoimentos e em outras pesquisas a grande história de um dos mais respeitados pesquisadores do país no campo da citricultura e um cidadão que marcou como prefeito de Boquim.

“O leitor vai se deparar com a história de um ser realmente especial. Conhecerá a trajetória de José Trindade com riqueza de detalhes, concluindo que o biografado foi brilhante em todas os campos onde atuou”, diz o Camilo nesta breve entrevista concedida à Coluna Aparte.

Aparte - O que o leitor vai encontrar nesta biografia de José Trindade a ser lançada agora em dezembro?

Antônio Camilo - O leitor vai se deparar com a história de um grande homem, um ser realmente especial. Conhecerá a trajetória de José Trindade com riqueza de detalhes, concluindo que o biografado foi brilhante em todas os campos onde atuou. Ou seja, como engenheiro agrônomo, citricultor, professor, palestrante, pesquisador e prefeito de Boquim por dois mandatos, além de se notabilizar pela atenção e o amor que dedicava à sua família, assim como ao povo de sua terra.

Aparte - Como chamar-se-á o livro e por que o senhor chegou a este título?

AC - José Trindade - Um Homem Singular, Um Ser Especial. Estou convicto de que a obra não poderia ter um título melhor, uma vez que José Trindade era indubitavelmente um ser especial. Um homem à frente do seu tempo. O leitor perceberá sua singularidade logo nos primeiros capítulos e ratificará ao ler os emocionantes depoimentos dispostos em seus 12 demais capítulos.

Aparte - Quem vai preponderar neste livro será o engenheiro agrônomo ou o homem público?

AC - Tive o devido cuidado para que o engenheiro agrônomo e o homem público fossem retratados de igual modo, posto que em vida o José Trindade, insigne estudioso no campo da citricultura, e o José Trindade, prefeito municipal, alcançaram a mesma dimensão, pois nenhum outro pesquisador obteve a mesma projeção na área citrícola, assim como não houve um prefeito de Boquim que demonstrasse mais amor por sua terra. 

Aparte - E há grandes discrepâncias entre um e outro?

AC - Sendo assim, inexistem discrepâncias.

Aparte - O senhor tem em mente quantas pessoas deram depoimentos para chegar a este retrato que é pintado de José Trindade?

AC - São exatos 52 depoimentos prestados por familiares, amigos, ex-secretários de governo e servidores públicos, muitos regados de uma intensa emoção que muito contribuíram para contar a sua história e adicionar leveza à narrativa.

Aparte - Para além de Boquim, a família pensa em lançá-lo em Aracaju?

AC - É possível que a obra posteriormente venha a ser lançada na capital sergipana, sim.

Aparte - Numericamente, como este livro está para a sua bibliografia?

AC - Trata-se de meu nono livro e sétima obra biográfica.

Aparte - Ele será composto de quantas páginas?

AC - Serão 400 páginas a narrar uma das mais belas histórias de vida de um ser humano verdadeiramente especial.

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* É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Com colaboração da jornalista Tatianne Melo.

Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica com br

Artista sergipano é premiado em Londres

 

Publicação compartilhada do site RADAR SERGIPE, de 27 de novembro de 2024

Artista sergipano é premiado em Londres

O artista plástico sergipano, César Maciel, foi premiado em Londres, ao participar do Top Of Mind Internacional com uma pintura que representa o evento, que ocorreu no último dia 16 de novembro, reunindo artistas brasileiros que se destacam na capital inglesa.

Quem é César Maciel

César Maciel é um artista autodidata Umbaubense e sergipano de coração. Iniciou sua história no mundo das artes ainda na infância, onde surgiram seus primeiros desenhos. Ao longo da sua carreira atuou em diversas áreas da pintura, porém, aos 40 anos, após várias fases e tendências no realismo, encontrou no abstrato a válvula perfeita para expressar os traços e as formas que permeiam seus pensamentos como expressa o artista: ‘‘Eu sou apaixonado por cores, e busco traduzir nas minhas obras os sentimentos e observações que faço a respeito do mundo, pois gosto de pensar que os meus traços quando encontram a tela, ganham vida própria e traduzem sensações únicas nos ambientes em que se encontram presentes’’.

César Maciel apresenta em suas obras, traços definidos e trabalho marcante e sua principal inspiração é o cotidiano e as vivências diárias, a urbanidade transforma suas inspirações em telas complexas, cujo  marco são as cores precisas, a diversidade de referências é responsável pela variedade de sentimentos presentes em suas obras. Para o artista, a pintura abstrata é o retrato da sua maturidade e demonstra sua verdadeira inspiração, nos seus trabalhos, há predominância de sentimentos e emoções, e suas criações despertam a liberdade e a nostalgia presentes na alma do artista. O fator marcante de suas obras é a contemporaneidade.

 Após o estudo de várias tendências, o abstrato representou verdadeiramente a paixão pela pintura. Segundo o artista:  ‘‘A arte quando toca, tem o poder de transformar realidades...” ainda assevera que: ‘’É através da minha subjetividade que encontro as mais expressivas possibilidades de produzir obras que considero naturais. A tela possui a forma e o objetivo de ser item decorativo, mas são as cores e os traços que tocam a alma e transformam os  ambientes’’.

 Atualmente dedica-se a pintura de painéis de grandes formatos, sob medida, e vende em seu ateliê, algumas galerias de Sergipe, lojas de decoração e pelo instagram para todo País.

Texto e imagens reproduzidos do site: radarse com br

“Memórias de um agosto sangrento” será lançado hoje

Legenda da foto:  O submarino alemão responsável pelos naufrágios foi afundado pela Força Aérea dos Estados Unidos

 Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 10 de dezembro de 2024

“Memórias de um agosto sangrento” será lançado hoje

O documentário sergipano “Memórias de um Agosto Sangrento” será lançado nesta quarta-feira (11), a partir das 14 horas, na Biblioteca Pública Epiphânio Dórea, em Aracaju. O longa-metragem relata o trágico torpedeamento de navios brasileiros na costa sergipana, um evento que levou o Brasil a entrar na Segunda Guerra Mundial.

Além da exibição do filme, que teve sua pré-estreia no dia 23 de novembro, na Praia do Saco, em Estância, o evento contará com uma roda de conversa com realizadores e pesquisadores. O debate abordará a importância histórica da obra cinematográfica, o impacto do trágico evento em Sergipe e no país, além de suas consequências para a sociedade sergipana.

A roda de conversa terá a participação do jornalista porto-alegrense Marcelo Monteiro, autor do livro U-507 – O Submarino que Afundou o Brasil na Segunda Guerra Mundial; da professora doutora Roberta Rosa; dos professores doutores Luiz Antônio Pinto Cruz e Diltom Maynard; e do decano do jornalismo sergipano, Luiz Eduardo Costa.

Em seguida, será realizada uma segunda roda de conversa com representantes da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) e da WG Produções, responsáveis pelo documentário, que discutirão o processo de realização do documentário. Na sequência, haverá a exibição de Memórias de um Agosto Sangrento.

Sobre a obra cinematográfica

O documentário Memórias de um Agosto Sangrento foi produzido pela WG Produções e Publicidade Ltda., com recursos da Agência Nacional do Cinema (Ancine), por meio do Edital de Chamada Pública de Fluxo Contínuo Televisão 2018 – BRDE/FSA. A produção também contou com o apoio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap).

Com 71 minutos de duração, o filme narra histórias de horror ocorridas em 1942, nos mares de Sergipe e Bahia, quando o submarino alemão U-507 torpedeou cinco navios civis na costa nordestina, resultando em 607 mortes. Esses eventos foram decisivos para que o Brasil declarasse guerra à Alemanha e entrasse na Segunda Guerra Mundial.

Este impactante documentário resgata um dos capítulos mais marcantes da história do Brasil: os ataques do submarino U-507 na costa nordestina, que desencadearam uma série de manifestações em todo o país e levaram o então presidente Getúlio Vargas a declarar guerra à Alemanha.

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias com br

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

O escritor sergipano Fábio Dantas e seu mais novo livro...

Legenda da foto: Fábio Dantas é tarólogo e pesquisador

Artigo compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, 1 de dezembro de 2024

Livro sobre liberdade religiosa foi lançado...

O escritor sergipano Fábio Dantas (lançou no dia 3 de dezembro), seu mais novo livro, “Além das Amarras: Os Desafios da Liberdade Religiosa no Brasil”, na Livraria Leitura do Shopping RioMar, em Aracaju. A obra convida os leitores a uma reflexão profunda sobre o direito à liberdade de crença e os desafios enfrentados em um país marcado pela diversidade religiosa.

Com uma abordagem minuciosa, o livro explora o arcabouço constitucional que assegura aos brasileiros a prática religiosa sem coerção. No entanto, Fábio Dantas também destaca a dura realidade da intolerância religiosa, um problema que ainda afeta significativamente a sociedade, levando a atos de discriminação e violência.

O autor ressalta a importância de políticas públicas eficazes e da atuação do Estado para proteger os cidadãos vítimas de intolerância, promovendo um ambiente de respeito e convivência entre os diferentes credos. “Além das Amarras” busca não apenas expor os desafios, mas também reforçar a necessidade de garantir a liberdade religiosa como um direito fundamental de todos.

O evento de lançamento promete ser uma oportunidade de debate sobre a convivência pacífica entre as diversas manifestações de fé no Brasil. A entrada é gratuita, e o autor estará disponível para autografar exemplares e conversar com os leitores.

Sobre Fábio Dantas

Autor de mais de 15 livros, Fábio Dantas é sergipano de frei Paulo. É formado em Direito e Letras, doutor em Direito, Mestre em Direitos Humanos, especialista em Ciência das Religiões, em Direito Educacional, em Direito Penal e Processual Penal e em Gestão Pública. Graduando em Cinema e Audiovisual. Também é servidor público da carreira de gestor governamental do Estado de Sergipe. Já lançou livros como “Religião e Legislação: Uma questão de direito” e “Aspectos Criminais da Lei Maria da Penha”.

Fábio Dantas é dirigente do Centro de Formação Espiritual Águas de Aruanda. Também é tarólogo e pesquisador. Entre as obras escritas na linha da espiritualidade estão: “A Magia das Cartas Terapêuticas”, “A Magia das Cartas Ciganas”, “O Milagre da Oração”, “Eu Te Benzo”, além do “best-seller” Ervas e Benzimentos, que há meses integra a lista dos livros mais vendidos na categoria Religião e Espiritualidade no e-commerce Amazon. A obra também foi incluída no catálogo do Grupo Planeta para a Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha.

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias com br

Porque ler “Aspas da vida“ de Rafael Salomão, por Antônio da Cruz

Artigo compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 8 de dezembro de 2024

Porque ler “Aspas da vida“ de Rafael Salomão
Por Antônio da Cruz *

“Aspas da vida, recordação de um tempo”, Infographics Editora, 2024, é o primeiro livro do autor sergipano Rafael Salomão da Silva. Licenciado em ciências biológicas e Doutor em Ciências pela UFS, ele é professor de química no ensino médio, da rede estadual e do ensino superior em Sergipe. Rafael também é músico e compõe a “Banda Cogumelo Azul”. A sua jornada como escritor começou em 2019, recentemente, portanto.

O tema deste primeiro livro é complexo, desafiador e atrativo. O seu conteúdo é um mergulho no intrincado mundo da espiritualidade, da filosofia e da ciência. Nesta publicação a narrativa é feita por Eros. Este seria o deus do amor e do erotismo da Roma clássica, que encontra um diário antigo deixado por seu pai, o protagonista Mileto, denominação da cidade associada ao nome de Tales, que na historiografia grega é o questionador da veracidade dos préstimos dos deuses. Dentre esses personagens de nomes emprestados do universo histórico e mitológico e trazidos para o mundo fictício do autor, estão Athenas, a deusa da sabedoria, da justiça e das artes e Eva, esta que poderia ser Pandora.

Na medida em que o diário é lido, os conflitos existenciais ou os dramas humanos universais surgem, numa linguagem acessível, sem rebuscamentos. A trama labiríntica não linear produz reflexões a partir das elucubrações e dos diálogos concisos e objetivos, o que dá leveza ao texto, porém não facilita a compreensão para os desatentos. Expressões como “os princípios científicos da fé” são impactantes. A leitura de “Aspas da vida” tira o leitor da quietude passiva e o coloca na necessária condição de ser ativo questionador, tanto do curso da vida, quanto dantes e após.

* É artista visual, escritor e membro da Academia de Letras de Aracaju.

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias com br

domingo, 8 de dezembro de 2024

'Marcelo Déda, um governador popular', por Gilfrancisco






Artigo compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 6 de dezembro de 2024

Marcelo Déda, um governador popular
Por Gilfrancisco*

“Não posso pensar como sindicalista. Tenho que pensar como governador do estado”.

Ouvi falar pela primeira vez do deputado Marcelo Déda em 1994, por intermédio de meu irmão Jaime Francisco, na época profissional de vendas nesse estado, dos Tubos e Conexões Tigre. Como representante atuante nos 75 municípios, teve tempo suficientemente para obter um panorama político do Estado e construir uma ideia própria, baseando-se em comentários de eleitores em território sergipano. Ao retornar ao final de cada semana a Salvador, durante o almoço ou uma caminhada pelas alamedas de Ipitanga, Lauro de Freitas, comentava a atuação de um jovem parlamentar sergipano que vinha se destacando no cenário político nacional.

Quando cheguei a Aracaju, no início de fevereiro de 1996, para coordenar e chefiar o Departamento do Curso de Letras, da Universidade Tiradentes – UNIT, passei a acompanhá-lo melhor na sua trajetória política e endossar as observações feitas por Jaime, sobre o estreante parlamentar federal.
Apesar de sermos de partidos diferentes, ideologicamente, comungamos no mesmo rosário, no mesmo abecê socialista, quis conhecê-lo pessoalmente. Nosso encontro foi breve e de impressão forte, não falei com ele, mas observei que seu rosto tinha a estampa viva de um triunfante jovem parlamentar. O ocorrido deu-se em 2004, quando da abertura da via de interligação do Conjunto Beira Mar I e II ao Conjunto Santa Tereza (rota de fuga). Ali tive a oportunidade de cumprimentá-lo no momento em que passava pela porta da minha residência, dirigindo-se ao palanque, armado em frente ao Bar de Buarque, popular Arrumadinho. Mas os vereadores Sérgio Góis e Emanuel Nascimento haviam me chamado para perguntar algo que no momento não me recordo, e fui desviado do tão esperado encontro com o prefeito.

Jornal do Dia. Aracaju, Evoé Governador! 2 de outubro de 2012

Marcelo Déda Chagas

Nascido em Simão Dias (SE), localizada no Centro-Oeste do Estado, a 120 km de Aracaju, em 11 de março de 1960, foi o caçula de uma família de cinco irmãos: Claudio Dinart, Selma, Aparecida e Maria do Carmo, filhos de Manoel Celestino Chagas e de Zilda Déda Chagas. Déda cresceu na cidade do interior sergipano, uma infância marcada pelas brincadeiras de ruas e por brinquedos feitos por artesãos. Em 11 de setembro de 1981, casa-se na Igreja São José, em Aracaju, com Marcia Farias Barreto, a Bel Barreto, com quem teve três filhas: Roberta, Luiza e Yasmim. Separados desde 1999, Déda conhece em Brasília Eliane Aquino, sua segundo esposa, e desse relacionamento nasceram dois filhos, João Marcelo e Matheus.

Estudos

Aprendeu a ler e escrever no Grupo Escolar Fausto Cardoso, na cidade onde nascera. Nesse Grupo estudara a maior escritora sergipana, criada em Simão Dias, Alina Paim (1919-2011). Em 1969 seus pais vieram morar em Aracaju, mas ele permanece em Simão Dias, com a tia Eunice Oliveira. Somente aos 13 anos o adolescente veio morar com os pais, no bairro São José, e matriculou-se no Colégio Atheneu Sergipense, onde concluiu o ensino médio. O amor pelos livros deve ter ocorrido quando conheceu a biblioteca do avô José Carvalho Déda (1898-1968), que além de jornalista era escritor e político.

Leitura

Das constantes leituras dos livros da biblioteca do avô constavam Alina Paim, principalmente o romance “Simão Dias” publicado em 1949, Jorge Amado, os próprios livros do avô, lia também os jornais da imprensa alternativa, como Pasquim, Movimento, Opinião e outros. Acompanhando as eleições de 1974, apaixonou-se pela política e participou de uma greve no Atheneu, contra a exigência da farda de gala para o desfile de Sete de Setembro, próximo à conclusão do ensino médio. O resultado da greve foi a suspensão dos alunos, além da obrigação de desfilarem com a farda usada no dia a dia.

Atheneu Sergipense

Nessa instituição de ensino, Déda foi presidente do cineclube, cineasta amador na bitola Super 8mm e, em 1979, recebe o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema Amador de Sergipe. Nessa época, Déda e outros jovens de escolas pública e particulares, organizaram a União Sergipana dos Estudantes Secundaristas – USES, época em que juntamente com alguns amigos participou do processo de criação do Partido dos Trabalhadores – PT.

Diretas já – Eleição indireta de Tancredo Neves e aprovação da Constituinte

Diretas já foi o movimento político de cunho popular (1983-84) que teve como objetivo a retomada das eleições diretas para presidente da República no Brasil, durante a ditadura militar e civil brasileira. A possibilidade de eleições diretas se concretizou com a proposta da Emenda Constitucional Dante de Oliveira pelo Congresso. No entanto, a proposta foi rejeitada, frustrando a sociedade brasileira. Ainda assim, os adeptos do movimento conquistaram uma vitória parcial em abril de 1984, quando Tancredo Neves foi eleito presidente pelo Colégio Eleitoral.

Fenômeno Déda

Título do editorial da Gazeta de Sergipe, fundada por Orlando Dantas (1900-1982) e dirigida por Paulo Dantas Brandão, edição nº8.415 de 22 de novembro de 1986:

Marcelo Déda, apesar da pouca idade, tem já um perfil político que é digno de louvores. Foi como Presidente do Diretório Central dos Estudantes que ele projetor o seu jeito simpático de fazer política, ainda que tenha vivido um dos mais estranhos e intrigantes episódios, quando se meteu quase em briga corporal com o então Prefeito Heráclito Rollemberg. Fez uma primeira incursão política pelo PT, para deputado e consegui somar, em todo o Estado, 236 votos. Isto mesmo, e mais nada. No ano passado retornou à cena, candidatando-se a Prefeitura de Aracaju, numa espécie de ousadia que surpreendeu a todos. A campanha, no entanto, resultou no grande êxito de chegar no honroso segundo lugar, batendo a candidato do PDS, o deputado federal Gilton Garcia, pessoa reconhecidamente mais conhecida, com mais traquejo e mais desenvoltura política.

A experiência de Aracaju animou a Marcelo Déda e ele se fez, muito naturalmente, um dos candidatos do PT à Assembleia Estadual. Nas conversas de rua, nos locais de trabalho, se falava sempre do nome do candidato, como se estivesse fadado a receber uma votação histórica como recorde. E assim foi. Uma votação que deixa os grandes partidos e os políticos sem uma justificativa final, da mesma forma com o revela a capacidade do povo em escolher, sempre que é possível, acima dos partidos e das divergências, aquele a quem quer colocar na glorificação do voto. Assim foi com Marcelo Déda, e ele obteve, em Aracaju, a mais espetacular, a maior e mais consagradora vitória que um candidato já obteve nesta cidade cheia de surpresas, cabeça do Estado e caixa de ressonância de todos os problemas sergipanos. (…)

Universidade

Em 1980, Marcelo Déda ingressou no curso de Direito, da Universidade Federal de Sergipe – UFS, período em que fundou o Cine Clube do Diretório Central dos Estudantes. Envolvido na política estudantil aos 22 anos, Déda concorreu pela primeira vez a uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, mas só conseguiu 300 votos. Bacharel em Ciências Jurídicas em 1984, em plena campanha das Diretas já, Déda promoveu comícios em todo o Estado, até a realização do maior deles, em Aracaju, com mais de 30 mil pessoas e a presença de Ulisses Guimarães e Lula. Em 1985, o Partido dos Trabalhadores lançou Marcelo Déda candidato à Prefeitura da Capital, ficando em segundo lugar, com quase 19 mil votos. Um ano depois, foi eleito deputado estadual com mais de 32 mil votos e, quatro anos depois, amargou uma derrota na tentativa de se reeleger.

Em 1994, com 26 mil votos, Marcelo Déda chegou à Câmara Federal e foi reeleito, em 1998 com 83 mil votos, a segunda maior votação proporcional do Brasil. Em  26 de maio de 2000 Marcelo Déda, na época um dos mais atuantes deputados federais do Brasil, ingressa no processo eleitoral como candidato a prefeito de Aracaju, sendo um dos últimos colocados nas pesquisa. Durante três meses de campanhas, Déda começa a colecionar saltos nas pesquisas, ganhando a eleição ainda no primeiro turno. E com o título “PT ganha eleição em Aracaju em primeiro turno”, a Folha de São Paulo, publica em edição de 2 de outubro de 2000:

Após 16 anos de uma última vitória em uma capital no Nordeste, o PT vai comandar a prefeitura de Aracaju.  O deputado federal Marcelo Déda venceu as eleições da capital sergipana, no primeiro turno, com 52,8 dos votos. A última vitória do PT em uma capital do Nordeste aconteceu em 1984, em Fortaleza (CE), com Maria Luiza Fontenelle. O segundo lugar em Aracaju ficou para o ex-prefeito José de Almeida Lima (PDT), com 22,5%, pouco à frente do senador Antônio Carlos Valadares (PSB), que ficou com 22,08 dos votos, Adelmo Macedo do (PHS), ficou com 1,53% dos votos e Ismael Silva, do PV, com 1,09%.

Déda comemorou a vitória em praça pública, no centro de Aracaju: “É a vitória de uma nova geração política de Sergipe, afirmou ele.

Em apenas duas das 2.972 seções eleitorais de Sergipe houve votação em cédula de papel por problemas irreparáveis com as urnas eletrônicas.

Jairo Marques

Em 2004, foi reeleito prefeito com 71,38% dos votos válidos. Em 31 de março de 2006, Déda renunciou ao mandato de prefeito de Aracaju para encarar a disputa pelo Governo do Estado, sendo seu vice Belivaldo Chagas, também filho de Simão Dias, e eleito com 52,48% dos votos. Quatro anos mais tarde (2010) foi reeleito para o mesmo cargo.

Discurso de Posse

Discurso de posse do Governador Marcelo Déda Chagas, realizado em 1º de janeiro de 2007, no Teatro Tobias Barreto. Vejamos um trecho:

Déda governador com Albano Franco

Meus senhores e minhas senhoras, meus amigos e minhas amigas, meus companheiros e minhas companheiras, sou sergipano de Simão Dias e a minha vida inteira aqui travei a disputa política. Primeiro no movimento estudantil, organizando com tantos outros a resistência ao regime militar e a luta pela educação de qualidade, pela construção da democracia. Sempre fui, e não é hoje, quando os cabelos brancos começam a hegemonizar a minha cabeça que deixarei de ser, um homem de esquerda. Acredito na igualdade e no valor, acredito na luta popular como instrumento e creio, sinceramente, nas possibilidades que a humanidade tem de ser mais feliz, mais justa, longe de certas mazelas que a disputa, muitas vezes ilimitada, pelo que o lucro impõe.

Aprendi na minha trajetória que de fato o grande político que liderou a Inglaterra na resistência a Hitler, aqui citado pelo governador João Alves, tem razão. Não há regime mais desejado por quem ama a liberdade do que a democracia, e com todos os seus defeitos é o que melhor há para possibilitar a convivência entre os homens.

A democracia se alimenta da política e a política vive da disputa. A disputa permite que cada um de nós exponha os seus pontos de vista, represente os interesses sociais com quais temos base e proponhamos à população os projetos e programas que legitimarão nossa trajetória e a própria chegada ao poder.

Sou um adversário histórico do doutor João Alves. Pertenço a um partido que também enfrenta historicamente politicamente o PFL, mas devo dizer que o valor do adversário enobrece a vitória. Vossa Excelência é um líder de luta e eu fui criado na luta. Portanto, aqui hoje face a face recebendo de suas mãos o governo do Estado, é meu dever registrar que foi dura a campanha porque eu enfrentei um guerreiro.

Quero dizer que acredito na tolerância. Muitos filósofos franceses têm problemas semânticos em expressar a tolerância, mas também é uma expressão que nem a filosofia e nem a ciência política produziu outra a substituir. A tolerância não significa concordar com aquilo que as pessoas dizem. A tolerância não significa aderir àquilo que as pessoas querem, mas a tolerância é fundamental à vida civilizada e indispensável à democracia. É preciso saber ouvir quem pensa diferente. Quando não, para produzir melhores argumentos e construir maiores vitórias, mas é indispensável o respeito na política e na vida cotidiana.

Recebo o governo do Estado e assumo as altas responsabilidades que essa investidura significa. Tenho a exata dimensão do momento histórico que vivo. Tenho preservadas as minhas posições e conservadas as minhas críticas, mas sem dúvida de que nada é fruto de apenas um, nada surge de uma experiência isolada.

A construção do Estado de Sergipe se valeu dos esforços de muitos grandes ilustres sergipanos. Muitos dos quais não comungavam as minhas teses, nem apoiavam as minhas ideias, mas todos deram a sua contribuição, e o povo, do alto da sua sabedoria e exercitando a sua soberania, escolhe-os, muda-os, premia-os, pune-os, porque essa também é a grande lei da democracia. A democracia não tem donos: os governadores, presidentes e prefeitos não são monarcas, nem déspotas, cuja vontade é indiscutível e os objetivos incontestáveis.

Reeleição

Após vencer novamente no 1º turno em 2010, sendo que nesse pleito a sua vitória já foi mais apertada, tinha como vice, Jackson Barreto, e mais uma vez derrotaram João Alves Filho. A cerimônia de posse do Governador Marcelo Déda Chagas, ocorreu no dia 1º de janeiro de 2011no Teatro Tobias Barreto.

Entre os muitos convidados, estavam a primeira dama do Estado, o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Luiz Mendonça, o presidente do Tribunal de Contas do Estado – TCE, conselheiro Reinaldo Moura, além de vários deputados estaduais, secretários de Estado, vereadores e prefeitos de municípios do interior sergipano. Vejamos um trecho do discurso:

Exmº Sra. Deputada Angélica Guimarães, Presidente da Assembleia Legislativa
Exmº Sr. Desembargador Roberto Porto, Presidente do Tribunal de Justiça
Exmº Sr. Promotor de Justiça Orlando Rochadel, Procurador Geral de Justiça,
Exmº Sr. Conselheiro Reinaldo Moura, Presidente do Tribunal de Contas

Sergipanas e Sergipanos,

No alvorecer da civilização ocidental, quando o chamado “milagre grego” apresentava ao mundo a Filosofia, um homem chamado Heráclito, nascido em Éfeso, na Jônia, e considerado o mais importante dos filósofos pré-socráticos, pensava o mundo como expressão de mudança contínua e o movimento como realidade última e verdadeira. No decorrer das suas reflexões, Heráclito de Éfeso produziu um pensamento, dos mais conhecidos e citados, que pode assim ser exposto: “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio: suas águas não são as mesmas e nós jamais seremos os mesmos.”
Há quatro anos, num primeiro de janeiro como hoje, compareci a esta casa para prestar juramento de fidelidade à Constituição e assumir o Governo do Estado de Sergipe, eleito que fora, em primeiro turno nas eleições do dia 01 de outubro de 2006.

Hoje, retorno a esta Casa para, mais uma vez, prestar compromisso e assumir, por mais um mandato o Governo do meu Estado, eleito que fui, também em primeiro turno, nas eleições do dia 03 de outubro do ano que ontem se findou.

Mas, o rio em que hora mergulho já não é mais o mesmo e eu, como homem e político, carrego agora uma experiência pessoal e política que não possuía naquela solenidade de outrora.

O Governo que assumo neste momento, já não é o mesmo que assumi há quatro anos. Um processo complexo e difícil, mas, também, inexorável, produziu mudanças na qualidade da gestão, nas práticas administrativas e no conteúdo das políticas públicas que executa.

O Estado de Sergipe experimentou um período de transformações e mudanças, cujos resultados se espalham em todo o seu território, se fazem presente em todas as áreas da sua vida social e econômica e já podem ser aferidos e mensurados, traduzindo-se em vida nova para milhares de sergipanos.

No já distante primeiro de janeiro de 2007, adentrei este plenário acompanhado deste extraordinário homem público sergipano que é Belivaldo Chagas, companheiro fiel, vice governador leal, amigo solidário, cuja competência e capacidade de trabalho, somadas às qualidades do seu caráter, mereceram a admiração e o aplauso da nossa gente.

Hoje, venho em companhia desta legenda da luta política e social de Sergipe, o ex-prefeito, ex-deputado federal, ex-deputado estadual e ex-vereador, Jackson Barreto, vice-governador do nosso estado, ora empossado. Referência da luta contra o regime militar, nos mandatos parlamentares que exerceu àquela época, Jackson foi o prefeito que incorporou a periferia à geografia administrativa da Prefeitura de Aracaju, tirando da retórica para a prática o compromisso efetivo com os mais pobres da nossa cidade. Não conheço quem o ultrapasse em sincero e devotado amor ao nosso povo. Filho de uma família pobre de Santa Rosa de Lima, Jackson Barreto, aprendeu com a sua mãe, a professora Neuzice Barreto, o exemplo da resistência à opressão e as lições de coragem cívica. Militante do antigo PSD, foi constantemente perseguida pelos adversários e inúmeras vezes transferida para os recantos mais longínquos do nosso estado. Mas não se dobrou aos poderosos nem aceitou a sentença de um senhor de engenho que, ao negar-lhe uma oportunidade para educar os filhos, lhe dissera que ainda havia vagas no eito da usina para os seus meninos cortarem cana. Neuzice, como aquela mãe coragem eternizada na personagem de Máximo Górky, não aceitou que o futuro dos seus filhos fosse definido pelo desprezo e pela insensibilidade do oligarca. Enfrentou-o. Engajou-se na política e no trabalho e ao lado do seu querido esposo…………, conheceu as maiores privações, mas não cedeu à humilhação, criando a sua família com amor e desvelo e legando a todos o seu exemplo de mulher, de mãe, de cidadã brasileira.

Box

A única razão de um político que tem uma referência ideológica concorrer a uma reeleição é a vontade de fazer melhor, no segundo governo, do que fez no primeiro. Se não houver essa vontade e esse desejo, a reeleição fica sendo apenas um ato de vaidade. E, não é isso que eu vejo na política. A política não é um instrumento para massagear o ego, é uma ferramenta para fazer bem ao povo.

Morte e Repercussão

Afastado do cargo de governador desde o dia 28 de maio de 2013, passando o cargo ao vice-governador Jackson Barreto, desde então, Déda dedicou-se ao tratamento em tempo integral, sempre acompanhado da mulher, Eliane Aquino e frequentemente dos filhos. Marcelo Déda foi diagnosticado com câncer em 2009, mas não resistiu a luta corporal e faleceu aos 53 anos, às 4h45 do dia 2 de dezembro de 2013, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde estava internado para tratar de problemas decorrente de câncer no estômago e no pâncreas.

Dilma Rousseff, presidente da República

O Brasil e o Estado de Sergipe perderam hoje um grande homem. Marcelo Deda exerceu a Política com P maiúsculo. Eu perdi hoje um grande amigo, daqueles das horas boas e más. Deda fará falta. Mas seu exemplo nos guiará. 

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República

Marcelo Déda foi um exemplo de dignidade e compromisso público na atividade política. Ajudou a construir o Partido dos Trabalhadores e teve uma trajetória brilhante como representante do povo na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados, como prefeito de Aracaju e finalmente como governador de Sergipe, sempre com sua atenção voltada aos mais pobres e ao desenvolvimento do seu estado. O legado do seu trabalho viverá para sempre na memória dos sergipanos e de todos que o conheceram. Sergipe perdeu um grande governador, o Brasil perdeu um excepcional homem público e Marisa e eu perdemos também um grande amigo, compadre e irmão.

Senador Eduardo Suplicy (PT-SP)

Cheguei em Montevidéu (Uruguai) agora para uma reunião do Parlamento do Mercosul e lamento muito por não estar em São Paulo neste momento. O governador Marcelo Déda constituiu uma das principais lideranças da história do PT e sempre se distinguiu. Quando deputado federal, deu uma contribuição extraordinária para o estado de Sergipe e também para o Brasil. Era uma pessoa tão querida pelo povo de Sergipe que foi duas vezes eleito governador, e sempre com um grau de aprovação por parte do povo muito forte. Nas reuniões da direção do PT, onde tantas vezes estive com ele, ele sempre deu uma contribuição extremamente positiva, com muito bom senso e sempre caracterizado também por uma percepção do que era o melhor caminho para a realização da justiça. Certamente, perdemos um dos nossos principais valores, mas cujo exemplo de determinação e vontade inabalável de construir um Brasil justo vai ficar sempre muito presente entre nós.

Instituto Marcelo Déda

Fundado em 22 de abril em 22 de abril de 2014, em Aracaju, é uma organização da sociedade civil, apartidária e sem fins lucrativo, que entre seus objetivos e finalidades visa o tratamento, custódia e a promoção, lato sensu, do arquivo pessoal de Marcelo Déda Chagas. Conforme o diretor executivo, José de Oliveira Junior:

O IMD também tem por finalidade a difusão das crenças, do ideário político, social e cultural que fundamentaram Marcelo Déda em vida, além do estabelecimento, articulação e fomento de programas da igualdade, da cidadania, da justiça social e da promoção do desenvolvimento econômico e social para o combate à pobreza.

O acervo do Instituto Marcelo Déda encontra-se na sala “Marcelo Déda”, que foi criada na Biblioteca Pública Epifânio Dória por se tornar acessível ao público. Lá, os visitantes poderão conhecer documentos, objetos, livros relacionados à história do ex-governador. São mais de 100 mil documentos no banco de dados.

Em 2017 a Universidade Federal de Sergipe e o Instituto Marcelo Déda celebraram termo de cooperação técnica, científica e pedagógica. Segundo Eliane Aquino, viúva de Marcelo Déda e ex-presidente do IMD, afirma que a parceria tem dois objetivos:

Um deles é disponibilizar todo o acervo de que dispomos – que dizem respeito à sua atuação como político, estadista, poeta, intelectual – para a comunidade acadêmica, a quem queira utilizar esse material em projetos de extensão, de pesquisa. Outro objetivo é a promoção de projetos com atuação na responsabilidade social.
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* Gilfrancisco é jornalista, escritor, Doutor Honoris Causa concedido pela UFS. Membro do Grupo Plena/CNPq/UFS e do CPCIR/CNPq/UFS gilfrancisco.santos@gmail.com

Texto e imagens reproduzidos do site: destaquenoticias com br

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

A ditadura militar em Sergipe virou livro

O livro foi organizado pelos repórteres Cristian Góes,
 Ana Paula Rocha e Paulo Marques
 

Legenda da foto: Os presos da "Operação Cajueiro" eram torturados no quartel do 28º Batalhão de Caçadores, em Aracaju

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTIÍCIAS, de 5 de dezembro de 2024

A ditadura militar em Sergipe virou livro

O livro “Borracha na cabeça: o golpe e a ditadura militar em Sergipe”, será lançado, nessa sexta-feira (6), no Campus da Universidade Federal de Sergipe, em São Cristóvão. A tarde de autógrafos acontecerá às 14 horas, no auditório da Associação dos Docentes da UFS (Adufs). O lançamento é parte das atividades do XIV Encontro de Grupos de Estudos e Pesquisas Marxistas (EPMARX) que estará ocorrendo na universidade e que tem como tema “1964, 60 anos do Golpe Empresarial Militar”. Junto com o lançamento do livro ocorrerá o debate “Memórias e Resistências na ditadura: lições”.

Em abril de 1964, o Brasil foi tomado por um golpe de Estado. Militares das forças armadas, empresários, o clero reacionário, políticos e mídias tradicionais e o Governo dos Estados Unidos depuseram o presidente João Goulart, fecharam o Congresso Nacional e implantaram um regime de terror que durou 21 anos. Milhares de pessoas foram presas, torturadas e muitas assassinadas.

Em 2024, esse golpe empresarial-militar completou 60 anos e, infelizmente, muitos de seus crimes não foram julgados, histórias ficaram silenciadas e criminosos impunes. Em Sergipe, por exemplo, criou-se uma falsa narrativa de que no menor estado brasileiro não houve ditadura militar, nem gente perseguida, presa, torturada e morta, um apagamento para proteger figuras e organizações da elite local.

Na esteira das lembranças desses 60 anos, do filme “Ainda estou aqui” e agora das comprovações da tentativa de golpe em 2022, a Mangue Jornalismo lança no dia 6 de dezembro o livro Borracha na cabeça: o golpe e a ditadura militar em Sergipe, um documento histórico, com quase 300 páginas de acontecimentos e personagens quase invisíveis. Trata-se de um conjunto de provas que põe por terra a ideia de que não existiu ditadura em Sergipe. Existiu, foi violenta e continua impune.

Grande parte do material do livro, organizado pelos repórteres Cristian Góes, Ana Paula Rocha e Paulo Marques, é um conjunto de reportagens publicadas quase semanalmente no site da Mangue, a partir do relatório final da Comissão Estadual da Verdade (CEV). A comissão que trabalhou essa temática teve muitas dificuldades de funcionar em Sergipe, produziu um documento com quase 500 páginas sobre o golpe e a ditadura militar no estado, mas esse material jamais foi impresso pelo governo.

Movimento estudantil

Além de parte do relatório final da CEV, o livro Borracha na cabeça conta com textos inéditos, a exemplo do que conta as prisões do prefeito Pascoal Nabuco, de Estância, do professor Rubens Marques (Dudu); do que trata do movimento estudantil, de autoria do professor José Vieira da Cruz; da história partidária do poeta Mário Jorge, escrito pela professora Maria Vitória; e um que conta a história da história sobre o período, do professor Fernando Sá. O livro ainda tem a apresentação dos professores Andréa Depieri e Gilson Reis, que organizaram o relatório final da CEV.

“Importante destacar que optamos em começar a contar as histórias do golpe e da ditadura em Sergipe a partir do assassinato pela polícia do operário negro Anísio Dário, em 1947. Também revelamos que o Governo de Sergipe perseguiu, censurou e torturou jornalistas, operários e estudantes nos anos 1950. Ou seja, é um material que ajuda a perceber os antecedentes de 1964”, informa Cristian Góes.

Envolvimento da Igreja

O livro Borracha na cabeça traz as histórias e documentos de como o Consulado dos Estados Unidos em Salvador foi decisivo para implantar ditadura em Sergipe; o envolvimento da Igreja Católica com a ditadura, sendo parte perseguida e outra apoiando; a violenta Operação Cajueiro, que sequestrou e torturou várias pessoas no Quartel do Exército em Aracaju. “São muitas histórias e fases, inclusive mostramos como militares e empresários agiram juntos numa camaradagem público-privada na destruição de manguezais em Aracaju, um outro material que não está no relatório da CEV”, disse a repórter Ana Paula Rocha.

Para que este livro virasse realidade, foram fundamentais o apoio de mais de 150 pessoas que contribuíram com a vaquinha coletiva organizada pela Mangue. “Mesmo com essa contribuição fundamental de leitores, o projeto do livro não iria se concretizar. Foi aí que tivemos um apoio vital do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese), da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (Adufs) e do Sindicato do Fisco do Estado de Sergipe (Sindifisco). Aí sim, conseguimos fechar as contas para pagar a edição, diagramação e impressão do livro”, informa Paulo Marques.

A Mangue Jornalismo é uma organização sergipana de mídia profissional, sem fins lucrativos, formada por comunicadores e que realiza um jornalismo local independente e de qualidade. Não recebe, conforme seu estatuto, verbas de publicidade de governos e nem de empresas privadas.

Fonte: Mangue Jornalismo (Foto: Facebook do 28º BC)

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