Esculturas têm 7 metros de altura,
menos o barco de fogo
Esculturas homenageiam tradições que
moldaram a identidade do estado
Fotos: Max Carlos/Setur
Publicação compartilhada do site TURISMO SERGIPE, de 27 de setembro de 2024
Largo da Gente Sergipana celebra a identidade do povo de Sergipe
No local, esculturas gigantes representam figuras do folclore e preservam tradições culturais do estado
Localizado na Avenida Ivo do Prado, Centro de Aracaju, o Largo da Gente Sergipana é um dos pontos turísticos mais emblemáticos de Sergipe. Inaugurado em 2018, o local faz parte do complexo cultural do Museu da Gente Sergipana em homenagem às tradições, danças e personagens que moldaram a identidade do estado. Por meio de esculturas gigantes que representam figuras do folclore sergipano e que embelezam o local, o Largo também representa a resistência e a preservação das tradições culturais do estado, proporcionando aos visitantes uma conexão autêntica com a arte, a história e as expressões populares.
Aberto à visitação em qualquer horário, o Largo da Gente Sergipana, além de oportunizar uma vista privilegiada do Rio Sergipe que o margeia, possibilita o encontro com a cultura sergipana. Inclusive, o visitante pode fazer o registro fotográfico e audiovisual com as imponentes esculturas ao fundo, que criam uma conexão entre o passado e o presente de forma vibrante e artística. Confeccionada em fibra de vidro e resina de poliéster, cada escultura tem 7 metros de altura, com exceção do barco de fogo. As esculturas representam as seguintes manifestações culturais: Lambe-sujo e Caboclinhos, Bacamarteiros, Cacumbi, Parafuso, Barco de Fogo, Reisado, Chegança, Taieira e São Gonçalo. Venha conhecer um pouco sobre cada uma delas (na ordem da esquerda para a direita).
Lambe-sujo e Caboclinhos: estas esculturas representam uma das tradições folclóricas mais importantes de Sergipe. Elas simbolizam a luta entre negros escravizados (Lambe-sujos), que recebem esse nome por pintar o corpo com carvão pisado e cabaú, e os indígenas (Caboclinhos), que pintam o corpo com roxo-terra e se vestem com saiotes de penas coloridas e cocares. As figuras representam a encenação que mistura teatro e dança, e remete à festa que leva o mesmo nome, realizada todos os anos no mês de outubro, nos municípios de Laranjeiras e Itaporanga D’Ajuda.
Bacamarteiro: essa escultura representa um grupo característico de atiradores, surgido na segunda metade do século XIX, quando o bacamarte (arma de fogo de cano curto e largo carregada com pólvora seca) se tornou um instrumento de defesa pessoal no Nordeste brasileiro. Formado por homens e mulheres, os bacamarteiros estão presentes nos municípios de Capela, Carmópolis e General Maynard. No período junino, ele é utilizado como um desafio à valentia.
Cacumbi: essa escultura representa uma dança brincada por homens e que tem origem nos tempos coloniais, produto da evolução e da fusão de elementos de outras danças e folguedos. Essa manifestação cultural é em homenagem aos padroeiros dos negros: São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. É possível reconhecê-la pela indumentária: chapéus enfeitados com fitas e espelhos. Os brincantes costumam se apresentar nas procissões de Bom Jesus dos Navegantes e no Dia dos Santos Reis, nos municípios de Laranjeiras, Itaporanga D’Ajuda, Japaratuba, Lagarto, Maruim e Riachuelo.
Parafuso: essa escultura representa um personagem característico do município de Lagarto. Tem origem no período colonial, quando escravizados em fuga usavam anáguas das sinhás e pintavam o rosto de branco como disfarce. O grupo Parafuso é exclusivamente composto por homens, que representam os negros escravos, e seguem trajando as anáguas, cantando e dançando pela cidade ao som do triângulo e de tambores.
Barco de Fogo: embora em tamanho menor que as demais esculturas presentes no Largo da Gente Sergipana, o barco de fogo representa este artefato que está ligado ao ciclo junino no município de Estância. Inclusive, é Patrimônio Cultural do povo sergipano. Confeccionado em madeira, papel celofane, papel seda, chuvinhas e espadas (um tipo de fogo de artifício), o barco de fogo dá um espetáculo de luzes e cores ao ‘navegar’ de um lado a outro através de uma roldana que desliza sobre um cabo de aço em uma distância que pode chegar até 300 metros de comprimento.
Reisado: trata-se de uma manifestação folclórica ligada às festividades natalinas, que representa a jornada dos Reis Magos. A origem dessa manifestação cultural remonta as tradições europeias. Mas, no Nordeste brasileiro, especialmente em Sergipe, adquiriu características próprias, misturando música, dança e teatralidade. A escultura retrata com vivacidade essa celebração na figura do boi e no colorido da indumentária azul e amarelo vibrantes.
Chegança: a escultura da Chegança no Largo da Gente Sergipana está representada com um personagem vestido como marinheiro, simbolizando o enfrentamento de inimigos no mar. Essa manifestação folclórica com raízes ibéricas recria episódios de batalhas navais e marítimas. A tradição trazida pelos colonizadores portugueses foi adaptada e transformada no Nordeste, tornando-se parte do calendário festivo em várias regiões de Sergipe.
Taieira: manifestação tradicional que tem raízes afro-brasileiras e representa a dança-cortejo de intenção religiosa e influência nagô caracteristicamente feminina presente nas celebrações à Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito e ao Dia dos Santos Reis. A Taieira está representada no Largo na figura de uma brincante, em que chama a atenção o elemento mais marcante dessa tradição, a saia volumosa e colorida, que simboliza a energia e o espírito comunitário da festa.
São Gonçalo: esse santo é o padroeiro dos violeiros e dos dançarinos, e a festa é celebrada com uma dança religiosa em homenagem a ele. A escultura dessa manifestação cultural no Largo da Gente Sergipana retrata um dançarino, pois somente homens participam do grupo, usando blusa rendada, saia colorida e fitas.
Texto e imagens reproduzidos do site: turismosergipe com br
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