Manoel Bomfim (foto). Imagem reproduzida do site: onordeste.com
Autores sergipanos pouco conhecidos são tema de seminário
Seminário Inclusão Social e Diversidade. (Maio/2013).
Manoel Bomfim, Alina Paim e Tobias Rabelo Leite.
Você sabe quem são eles? Poucos sabem da importância dessas
pessoas no cenário da literatura sergipana, mas elas tratam, através de suas
obras, do direito à educação e da inclusão social, temas cada vez mais atuais.
Seus pensamentos foram debatidos na última quinta-feira, 9, no Seminário
Inclusão Social e Diversidade, que fez parte da programação do 45º aniversário
da UFS.
Singular representante da história do pensamento educacional
brasileiro, Manuel Bomfim deixou a Medicina para dedicar-se à educação no
começo do século XX. O autor acreditava que os problemas brasileiros não são
eugênicos – de cor ou raça – e sim, de caráter.
A obra mais importante do sergipano é “América Latina: males
de origem”, onde Bomfim ressalta que “o mal do Brasil é Portugal”. Foi o que
destacou o professor Claudefranklin Monteiro Santos. Para o professor, a
herança cultural e econômica que Portugal deixou para o Brasil atrapalha o
desenvolvimento do nosso país. No seminário, Claudefranklin ressaltou que,
segundo Bomfim, os problemas que existem no Brasil são resultado das falhas do
governo em não incluir a todos no ambiente educacional. Para alguns, Manoel
Bomfim foi um “rebelde esquecido”, mas segundo Claudefranklin, ele foi apenas
“eclipsado”.
Descoberta ao acaso pela professora Ana Leal, Alina Paim foi
uma romancista sergipana. Professora, Paim escreveu seus primeiros textos no
jornal do colégio em que estudava ainda quando era criança. Foi apadrinhada
pelo escritor alagoano Graciliano Ramos e fez parte da militância do Partido
Comunista. Através de seus romances, dedicados ao público infantil e juvenil,
Alina Paim lutou pela inclusão social. Sua primeira obra publicada foi Estrada
da Liberdade, em 1944.
Ana Leal demonstrou em sua palestra que, quando professora,
a sergipana já falava sobre inclusão. Alina comparava seus alunos a lápis
coloridos, demonstrando que cada um tem uma função para contribuir no resultado
final. Além de Estrada da Liberdade, Paim tem publicados também A sombra do
patriarca, O sino e a rosa, A sétima vez e A casa da coruja verde.
Segundo a professora Verônica dos Reis Mariano Souza, Tobias
Leite é um dos pioneiros em abordar a temática da inclusão dos surdos na
educação do Brasil no século XXI. Além de escritor, Tobias Leite era médico. E
foi a partir da Medicina, que o autor se introduziu na luta pela inclusão. O
sergipano trabalhava na área de política sanitária e a partir disso percebeu
que os surdos sofriam com a falta de inclusão no meio social e dessa forma não
recebiam a educação necessária. Em suas obras, Tobias Leite correlaciona
diretamente higiene e inclusão. Dentre as obras, muitas eram de fins didáticos
destinados a surdos, como Noções da Língua Portuguesa.
Para Verônica, Tobias Leite enfrentou diversos preconceitos
e barreiras para escrever sobre e para os surdos no Brasil. Muitas vezes por
“ignorância de uns e má vontade de outros”, como a professora afirma.
Ascom
comunica@ufs.br
Texto reproduzido do site: ufs.br/conteudo
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