Outro produto da culinária sergipana que também será
destaque na publicação do jornalista é a quiabada, que traz a marca do nosso
povo. "O modo de preparo do quiabo pelas donas de casa sergipanas tem um
sabor especial que só encontramos aqui no estado", disse.
Foto e texto reproduzidos do site: turismosergipe.net
Tradicionais queijadas de São Cristóvão/SE.
Fotos reproduzidas do site: turismosergipe.net
Jornalista pernambucano faz registro de culinária sergipana.
O jornalista, editor do Caderno de Gastronomia do Jornal do
Commércio, pesquisador e autor do livro "Recife - Guia Prático e
Sentimental da Cozinha de Tradição", Bruno Albertim, esteve em Sergipe
para registrar alguns pratos da culinária sergipana. A viagem aos sabores
sergipanos contou com o apoio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur). As
matérias produzidas em Sergipe, além de serem publicadas em um livro, também
irão fazer parte do acervo do Museu do Homem do Nordeste, localizado em Recife
(PE).
O enviado especial do Jornal do Commércio, de Pernambuco,
está estabelecendo o seu trabalho em cima da tese de que os alimentos
nordestinos, assim como o de outros povos e culturas, são elevados à categoria
de ícones. "Não comemos só comida, mas os símbolos que aquela comida
representa que vai além da materialidade", explicou.
Na opinião do jornalista, todo o processo da preparação da
culinária nordestina tem uma conotação de sobrevivência de seu povo. Prova
disso, é o exemplo de Marieta Santos, dona da receita das tradicionais
queijadas de São Cristóvão. A cozinheira aprendeu a fazer o quitute através de
sua mãe, neta de escravos. Já o registro da moqueca de aratu de dona Artêmia
Costa, uma mulher da região de Itaporanga D'Ajuda, analfabeta, a catadora do
marisco conseguiu sair da miséria e criou os nove filhos dentro de uma cozinha,
produzindo mais de 150 moquecas diariamente. Segundo Bruno, essas mulheres
reforçam o espírito de sobrevivência do nordestino. "Sair da miséria e
poder criar os filhos com dignidade reflete um processo de espiritualização das
tradições nordestinas. Todos os que compram de suas especialidades se alimentam
espiritualmente daquela comida", acredita Albertim.
Outro produto da culinária sergipana que também será
destaque na publicação do jornalista é a quiabada, que traz a marca do nosso
povo. "O modo de preparo do quiabo pelas donas de casa sergipanas tem um
sabor especial que só encontramos aqui no estado", disse.
Segundo o jornalista, a documentação da culinária nordestina
está muito defasada ultimamente. Os livros mais recentes ainda são da década de
30, do autor Gilberto Freyre (Açúcar, 1937), e os das obras dos folcloristas
Mário Souto Maior e Câmara Cascudo. "Não existe muita documentação sobre
alimentação, à exceção de Lectícia Cavalcanti. Por isso, temos dado a nossa
contribuição, viajando pelos estados do nordeste e documentando, textual e
fotograficamente a gastronomia da nossa região", afirmou Albertin, que
está redigindo seu livro, com cerca de quinhentas páginas, ao lado do fotógrafo
Emiliano Dantas.
Texto e foto reproduzidos do site: turismosergipe.net
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