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Infonet - Cultura - Noticias - 26/09/2014.
Lambe-sujos x Caboclinhos: campanha educativa para festa
Este ano, a festa será realizada no dia 12 de outubro
No mês de outubro, em Laranjeiras, trabalhadores e
estudantes se transformam em lambe-sujos e caboclinhos. Este ano, a festa
promovida pela prefeitura da cidade, através da secretaria municipal de Cultura
será realizada no próximo dia 12. Para garantir mais uma edição de sucesso e
tranquilidade para brincantes e turistas, a administração municipal lança uma
campanha educativa de orientação.
Na avaliação do secretário municipal de Cultura, Evanilson
Calazans, a campanha é um pedido da população, já que, nos últimos anos pessoas
que não participam da festa cultural tentam desviar o foco principal do evento.
"Estamos lançando um folder com orientações básicas sobre a festa e
algumas regras de como manter a conduta e a organização do evento. Junto com os
estudantes e a população, vamos realizar também uma panfletagem em diversos
pontos. Esta ação é um pedido dos brincantes e da população, que vem participar
desta tradicional festa da cultura popular", disse o secretário.
A festa.
O início da festa se dá cerimonialmente na madrugada do
domingo, com a alvorada de foguetes de artifício e o primeiro encontro do grupo
dos negros, os lambe-sujos na casa do rei. Daí os lambe-sujos saem à feira para
arrecadar os mantimentos para a realização da tradicional feijoada, logo mais
ao meio-dia. O maracatu começa aos poucos, na mesma medida que a cidade acorda
e que seus visitantes chegam. Nas primeiras horas da manhã, também os
caboclinhos começam o seu ritual.
A tinta xadrez vermelha colore de um rubro fosco os corpos
dos brincantes que com cocares, pulseiras e tornos se ornamentam para o desfile
de um dia todo. Em fileiras indianas, comportados e atentos aos toques da caixa
que marca seus passos, os caboclinhos são em sua maioria caboclinhos mesmo, com
idade média de 10 anos de idade.
Os lambe-sujos se reúnem nas horas mais altas da manhã para
começar às veras a brincadeira. As bacias com o mel de cabaú e tinta xadrez se
amontoam na calçada e o brilho do sol “incandeia” a vista de quem presencia.
Mais difícil do que não sambar com os negros é ficar limpo durante todo o dia.
O primeiro conselho para quem vai à festa é: “Use roupas velhas”. Você pode
correr e se esconder, mas em algum momento um lambe - sujo vai te dizer: “Dá,
dá, iô iô” e mesmo que você dê o dinheiro que ele pede, o agradecimento será
sempre um abraço bem melado.
De short vermelho, gurita de flanela também vermelha e os
adereços pessoais de cada brincante, o grupo já lançou até moda, tendo as
versões femininas da indumentária. Apesar de o grupo ser composto exclusivamente
por homens, algumas mulheres caem na brincadeira e põe pra sambar seus
“macaquitos” flanelados.
A partir de então os dois grupos estão devidamente
paramentados a desfilar pelas ruas de Laranjeiras. Em alguns momentos do dia,
os dois grupos se encontram e seus líderes travam embaixadas.
À tarde, é vez das figuras reais dos grupos entrarem em
cena. Enquanto os lambe-sujos buscam seu Rei, o Pai Juá e sua Mãe Susana, os
caboclinhos buscam seus príncipes e princesas. Daí então, entra-se na fase crucial
que são as embaixadas na região do quilombo, montado pelos negros. Enquanto o
inimigo não vem a festa é grande. O samba está no seu auge. Pode-se ver o negro
vigilante nas nuvens a avisar da chegada dos índios. E eles chegam. Uma luta.
Duas lutas. Três lutas e vitória dos índios. O castigo para os negros é terem
que pedir esmolas ao público para dar ao seu algoz.
Fonte: Ascom PML.
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura
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