Livro será lançado nesta quinta-feira, 28,
no Museu da Gente Sergipana.
Foto: Editora Edise
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 26 de março de 2019
Livro sobre partos será lançado no Museu da Gente Sergipana
Será lançado na próxima quinta-feira, 28, às 17h, no Museu
da Gente Sergipana, em Aracaju, o livro ‘Sobre Parir e Renascer. A publicação é
organizada por Priscilla Lírio, Graziela Gatto, Márcia Jaqueline, Rainá
Burmann, Tamyres Lima e Vivian Reis, um coletivo de seis mulheres , quatro
puérperas e duas doulas (sendo uma gestante) , que se reuniram em torno de um
sonho: produzir um livro a partir de relatos de partos.
A produção apresenta histórias diversas, contando detalhes
intrínsecos de cada gravidez, escrita ou contada por puérperas e seus
companheiros. O livro mostra também, através de relatos, a visão das
doulas, mulheres que oferecem apoio
físico e emocional, tiram dúvidas e orientam as gestantes antes, durante e
depois do parto. E ainda há um texto produzido por uma neonatologista,
referência em acompanhamentos de partos humanizados em Aracaju.
‘Sobre Parir e Renascer’ é um guia e conselheiro não só para
gestantes, mas um composto de informações necessárias e narrativas repletas,
não somente de amor e receios vinculados a gestação, como também denúncias de
abusos médicos (implícitos e explícitos). A desmistificação do parto natural, e
necessidade de se abordar a questão do “parto humanizado” como direito de toda
gestante.
A intenção central da comissão organizadora é informar as
mulheres e as demais pessoas envolvidas no processo de gestar para que elas
tenham consciência nas escolhas durante a gestação e do parto – e em suas
consequências. “Tive dois partos cesarianos, achei que já estivesse ‘calejada’,
no que diz respeito a parir, mas o meu último parto foi normal, e foi uma
experiência completamente nova, não sabia o que estava acontecendo. Toda
gravidez é uma experiência única.”, contou Vivian Reis.
Tamyres Lima, doula e amiga das demais organizadoras, contou
um pouco de sua experiência como acompanhante profissional desse incrível
processo que é a gravidez. “Eu não tenho filhos, e nunca havia me interessado
sobre a história de meu nascimento. Há um mito de que doulas são profissionais
de luxo. O que fazemos, e eu sempre brinco dizendo isso, é dar o ‘cardápio’ às
gestantes, elas escolhem cada detalhe, como querem, o que cabe no seu bolso,
tudo fica à disposição das mulheres, colocamos elas em foco, tornam-se
protagonistas de sua experiência”.
A violência obstétrica é uma das formas de desumanização
para com o corpo da mulher, e infelizmente é uma realidade comum no Brasil.
Para Vivian, “a gravidez virou mercadoria, já não se importam mais com a
experiência da mulher e dos companheiros. Muitos médicos tentam convencer a
realizarem uma cesariana, pois assim pode-se induzir o parto com data e assim,
o natural do processo é perdido. Ninguém quer ficar numa sala de parto com uma
mulher por mais de doze horas, e depois do limite de tempo, colocam pressão
sobre a mulher, para que aceite um parto cesariano, e se a mulher, que está
fragilizada com a situação, não tiver um apoio no momento, fica vulnerável e
suscetível a qualquer decisão tomada por outra pessoa”.
Ressalta-se também o valor cultural de cada sociedade.
Márcia Jaqueline pontua que “a cultura do meu esposo é completamente diferente
da nossa, ele é dos Estados Unidos, e lá o parto normal é o mais comum,
sugere-se o cesariano apenas em último caso, então tive completo apoio dele
para a minha decisão. Já aqui no Brasil, o comum é a cesariana”. “Eu brinco que
se para parir fosse necessário um corte, nossa barriga viria com um zíper”,
completou Vivian Reis.
Para o presidente da Empresa de Serviços Gráficos de
Sergipe, Ricardo Roriz “o livro trata de um tema de suma importância, não
apenas para as gestantes, mas para todos envolvidos com o processo, pois além
de contar experiências únicas, desconstruir conceitos, informa e denuncia, tudo
com o objetivo de encontrar uma solução, uma mudança neste processo, que é
completamente natural, mas ainda pouco debatido na sociedade”.
Fonte: Editora Edise
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário