Acácia Maria Santos
Publicado originalmente no site da Prefeitura de São Cristóvão, em 12/03/2019
Projeto Mãe das Águas foca na revitalização do Rio Pitanga
Em parceria com os adeptos das Religiões de Matrizes
Africanas de Sergipe, para que juntos repensem a situação das oferendas em
torno do rio Pitanga, a Coordenadora de Promoção e Inclusão da Igualdade Racial
da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fundact), em São
Cristóvão, realizará nos dias 21 e 22 de março uma ação de limpeza do rio e um
Cortejo Afro pelas ruas da cidade. O evento contará com os apoios do Omolayê,
do Ilê Axé Obáladô Dejuínan, do Ilê Asé Alaroke Bábà Ajagunan, do Axé Ilê Oba
Abassa Ode-Bamirê Oba Fanidê e do Acampamento Emília Maria (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra)
“Diferente da primeira edição, ocorrida em 2007, que foi
resumida a um cortejo, a edição 2019, que acontecerá nos dias 21 e 22 de março,
pretende não apenas operacionalizar o cortejo, mas, estendê-lo a uma ação de
revitalização do entorno do rio Pitanga, com acesso pela rodovia João Bebe-Água
e, ao mesmo tempo, utilizar o trecho de sua margem como espaço sagrado dos
terreiros de Candomblé e Umbanda”, explicou a coordenadora de Promoção e
Inclusão da Igualdade Racial, Acácia Maria Santos.
O objetivo do projeto Mãe das Águas é desmistificar as
práticas dos adeptos das religiões de matrizes africanas, presentes no
território sancristovense, possibilitando maior visibilidade. Outro ponto que o
projeto pretende enfatizar é a transformação da cultura de sujar as margens do
rio Pitanga, deixando a área como um espaço que será assistido pela coleta de
lixo periódica, acabando com as agressões ao meio ambiente e devolvendo ao
local o status de reserva florestal.
De acordo com Acácia, o rio Pitanga é utilizado há muito
tempo para a colocação de oferendas, mas o uso, de maneira aleatória,
desordenada e clandestina, acabou prejudicando a relação homem-natureza. “Esta
ação é importante, em razão da visibilidade que pretendemos dar à religiosidade
de matrizes africanas em cidades como São Cristóvão, por exemplo, onde os
terreiros estão localizados na periferia e povoados distantes do Centro
Histórico. O cortejo será um ‘grito’ dos adeptos das Religiões de Matrizes
Africanas para manifestar com alegria, a fé nos seus Deuses e na ancestralidade,
junto à comunidade do município onde estão situados inúmeros terreiros de Axé.
A questão ambiental tem sido tema de muita discussão no mundo inteiro. E isso
exige de todos nós uma reflexão na mudança de hábitos, fazendo uso de materiais
que não agridam o meio ambiente e que possam melhorar o aspecto dos rios,
florestas, estradas rurais e urbanas. O planeta pede socorro, e os adeptos das
religiões de matrizes africanas podem colaborar para a mudança deste cenário”,
pontuou.
Meio Ambiente
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente Agricultura e Pesca
(Semap) também fará parte do evento celebrando, na ocasião, o Dia Mundial da
Água (22 de março). Os técnicos farão a limpeza do rio Pitanga em parceria com
a Coordenadoria de Promoção e Inclusão da Igualdade Racial. “A equipe inteira
da Semap vai participar deste evento por compreendermos se tratar de algo
fundamental para nossa sociedade. O rio Pitanga é um dos rios mais importantes
de São Cristóvão e precisa ser cuidado, olhando com mais carinho, evitando o
acúmulo de resíduos nas suas margens”, disse a diretora de Meio Ambiente, Ana
Carla Santos Andrade.
Programação do Projeto Mãe das Águas
21/03 - Rio Pitanga
8h - Limpeza do trecho das margens do rio Pitanga, nas
imediações do antigo posto da polícia federal.
Plantio de uma muda de “akokô”, árvore sagrada de Oxossy, as
margens do Rio Pitanga.
Com a participação das comunidades de matrizes africanas e a
comunidade do Acampamento Emília Maria.
22/03 - Rio Pitanga
8h - Solenidade para encher as quartinhas ao som dos agogôs
e cânticos;
9h - Todos seguirão em ônibus para o Fórum Desembargador
Gilson Góis (entrada da cidade - Bairro Paulo Barreto de Meneses).
9h30 - Saída do Fórum no Cortejo da Paz com representação
das religiões de matrizes africanas do território de São Cristóvão e
simpatizantes, ao som dos agogôs e cânticos religiosos, com destino a Praça da
Matriz.
Participação de terreiros de outros municípios, além dos
existentes em São Cristóvão.
10h30 - Conclusão com a roda de danças (Xiré) e a rega das
árvores na Praça da matriz, utilizando a água coletada no Rio Pitanga.
Texto e imagens reproduzidos do site: saocristovao.se.gov.br
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