Cemitério indígena na Ilha de São Pedro.
Povoado Mocambo - Quilombo, em Porto da Folha/SE.
Vestígios de ruinas e a igreja São Pedro, em Porto da
Folha/SE.
Um dos atrativos da região é o passeio pelo rio São
Francisco.
Fotos: Silvio Oliveira.
Publicado originalmente no Portal Infonet, em 01/07/2010.
Porto da Folha (SE).
Vaquejada, índios e rio São Francisco
Por Sílvio Oliveira.
Porto da Folha localiza-se na região semi-árida sergipana, a
pouco mais de 190km da capital, Aracaju, e orgulha- se de está às margens do
rio São Francisco, fato este que motivou a presença de colonizadores holandeses
na região por volta do século XVII.
O município é estritamente agrícola e pesqueiro, fazendo com
que os costumes de sua população estejam ligados ao campo e ao rio São
Francisco, mesmo estando em terras áridas do sertão brasileiro.
Turisticamente falando, a região possui diversos atrativos à
beira do rio São Francisco: ilha de São Pedro com a aldeia dos índios Xokó;
ilha do Ouro e os povoados Niterói e Mocambo, este último, comunidade
quilombola, símbolo de resistência de lutas em Sergipe.
A ilha de São Pedro dista cerca de 220km de Aracaju e é
cortada por braços do rio São Francisco, abrigando a única aldeia indígena
vivendo nesse sistema em Sergipe. A beleza da região em
consonância com o bioma de caatinga, além de ruínas de
construções jesuíticas e indígenas, confere à localidade paisagens de encher os
olhos.
Dentro da aldeia indígena Xokó há a igreja São Pedro,
tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual e um cemitério indígena, além de
ruínas que podem ter sido vestígios da passagem jesuítica pela região.
A aldeia não costuma receber muitos visitantes, porém é
sempre bom avisar o porquê da visita. Vale à pena fazer um contato com
antecedência com o articulador e ex-cacique Apolônio através do telefone 79
9994 1553 ou 79 8842 7188.
Na ilha do Ouro – um banco de areia bastante procurado por
visitantes nos finais de semana, onde banha-se em águas limpas e esverdeadas do
rio São Francisco – há passeios de embarcações a motor e à vela pela região e comem-se iguarias feitas à base de camarões e
peixes de água doce.
À “caibeira”, uma árvore de mais de 300 anos na beira do
Velho Chico foi preservada pelos moradores do povoado, mas fortes ventos
derrubaram a centenária árvore este ano. Também pode-se apreciar a vista do
povoado Barra do Ipanema e o morro da Ilha dos Prazeres, do lado alagoano.
O povoado Mocambo é para quem gosta de história e não se
preocupa com a rusticidade. Vale a pena visitar a comunidade quilombola de mais
de 800 habitantes, que comemora a independência de suas terras em 27 de maio
com várias festividades. O povoado é simples, mas faz parte da história de
resistência e luta do povo quilombola de Sergipe. As casas coloridas envolto de
uma igreja a beira rio registra uma boa fotografia. Os meninos da comunidade no
jogo de bola, enquanto as lavadeiras mantêm o hábito de geração em geração
também podem render um bom registro.
Caso queira conhecer a sede municipal (Porta da Folha) uma boa
data é em setembro, quando a cidade realiza a tradicional Festa do Vaqueiro,
com vaquejadas, shows e muita tradição. Como pode-ser notar, Porto da Folha é
diversão, lazer e história, em terras do semi-árido sergipano.
Dicas de Viagem:
A estrada que vai até o povoado Niterói foi recapeada
recentemente e possui boa sinalização;
Há poucas opções de hospedagem na região. Em Porto da Folha
há pousadas simples, mas que garantem uma boa estada. Pode-se apreciar um bom
prato de camarão de água doce e peixes da região; Para chegar em Porto da Folha, pega-se a BR 101 e, logo
após, a BR 235 sentido Itabaiana. A SE 414 levará até o município de
Ribeirópolis, depois a SE 212 a Nossa Senhora da Glória. As estradas que ligam
as cidades do sertão sergipano passaram ou estão passando por reformas e até
Porto da Folha não tem errada por conta da sinalização.
Para o acesso à Ilha de São Pedro da cidade de Porto da
Folha, deve-se seguir sentido Monte Alegre até chegar ao povoado Lagoa da
Volta. Percorre-se uma estrada de piçarra por mais 30 minutos, mas o
desconforto é compensado ao chegar na aldeia de canoa.
Uma outra opção é partir de Aracaju pela BR 101 e acessar a
BR 235 sentido Itabaiana/ Ribeirópolis/ Nossa Senhora Aparecida/ Nossa Senhora
da Glória. Segue-se pela Rota do Sertão e deve-se ter atenção para a entrada da
estrada de piçarra, do lado direito para o povoado Niterói e Mocambo.
Percorre-se pouco mais de 40km em estrada que recentemente passou por reformas.
Ao chegar à beira do rio, segue-se por via fluvial.
Texto e foto reproduzidos do site: infonet.com.br/sysinfonet
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