As amigas Maria da Soledade, 79 anos,
Maria Francisca, 70 anos, e Maria Perpétua, 77 anos.
Fotógrafo Lineu Lins
Foto: arquivo f5news
Publicado originalmente no site: f5news, em 06/02/2013.
Idosos participam de evento carnavalesco no Palácio Olímpio
Campos.
Por Adriana Meneses
Na tarde do dia 6 (de fevereiro/2013), dezenas de idosos
participaram de um evento em comemoração ao Carnaval no Museu Palácio Olímpio
Campos, localizado na Praça Fausto Cardoso, centro de Aracaju. A alegria e o
sentimento de recordação dos antigos carnavais eram visíveis nos semblantes do
público participante.
O grupo da melhor idade assistiu a uma palestra com o tema
“Antigos Carnavais em Aracaju”, ministrada pelo historiador e pesquisador
Murillo Melins, e conferiu ainda algumas imagens fotografadas por Lineu Lins,
dos bailes carnavalescos que aconteciam nas décadas de 40, 50 e 60, em Aracaju.
Em seguida, os idosos participaram de um pequeno baile de máscaras no hall de
entrada do museu, ao som de marchinhas e frevos tocados pela banda da Polícia
Militar.
Para o historiador e pesquisador Murilo Mellins, falar sobre
os antigos carnavais de Aracaju é sempre um momento de muita recordação e
saudosismo, onde os blocos de rua e os bailes à fantasia nos clubes faziam a
alegria dos foliões. “Era um tempo maravilhoso. Naquela época as pessoas se
reuniam nas Praças Tobias Barreto ou Fausto Cardoso, além dos clubes como Iate,
Vasco e Associação Atlética, e tudo era festa. Era uma brincadeira saudável, um
tempo de muita alegria que só virava tristeza na Quarta-feira de Cinzas, quando
acabava o Carnaval”, disse.
O historiador comentou também a diferença entre os Carnavais
antigos em comparação aos dos dias atuais. Para ele, a inocência das décadas de
40, 50 e 60 já não existe mais. “Hoje é tudo muito diferente. Naquela época
todo mundo brincava junto, não existia esse Carnaval dividido em bairros que
parece até uma competição. O bom mesmo era ver Aracaju toda em um mesmo lugar
brincando sem confusões. Antigamente usávamos lança-perfume para galantear,
hoje as pessoas não sabem mais brincar”, afirmou.
Para o fotógrafo Lineu Lins, as recordações ficaram
impressas nas fotografias. Para ele, fotografar os bailes carnavalescos era uma
maneira de eternizar as suas lembranças e mostrar para a atualidade como eram
os antigos carnavais. “Eu fotografava por esporte. Achava bonitas aquelas
brincadeiras de antigamente, onde as pessoas preparavam as suas fantasias, as
mais diversas possíveis e os bailes ficavam muito alegres e coloridos. Por isso
eu fotografava. Queria um dia poder olhar tudo aquilo novamente sem contar
tanto com a minha memória. Os antigos carnavais eram simplesmente perfeitos”,
observou.
Quem adorou a tarde de festividades carnavalescas no museu
foram as amigas Maria da Soledade, 79 anos, Maria Francisca, 70 anos, e Maria
Perpétua, 77 anos. O trio de “Marias” pode dançar as antigas marchinhas de
Carnaval e recordar o tempo em que ainda eram garotas. “Aqui é a nossa
oportunidade de reviver e recordar os velhos carnavais, o tempo em que éramos
meninas e as brincadeiras muito inocentes, sem brigas, bebedeiras e violência.
Afinal, recordar é viver”, comentaram as animadas Marias.
Texto e imagens reproduzidos do site: f5news.com.br
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