Gildecio Costaeira participou da Exposição de Artes Visuais
no Uruguai no último fim de semana
Publicado originalmente no site do Cinform, em 23 de abril de 2018
Artista plástico sergipano faz sucesso internacional
Por Fredson Navarro
Com mais de 25 anos de dedicação às artes plásticas, o
sergipano Gildecio Costaeira conquistou seu espaço e representa o estado nos
maiores eventos culturais ligados às artes visuais do mundo. Na última semana
participou da Exposição de Artes Visuais em Montevidéu, no Uruguai, e se
destaca com o trabalho que realiza inspirado na recriação de animais e plantas
que foram extintas. As telas expressam a junção de vidas.
“Nasci no Povoado Campo do Crioulo, que fica na cidade de
Lagarto, e desde os 12 anos, em 1990, comecei meu trabalho com a arte, fazendo
desenhos em lápis de cera. Depois iniciei na pintura como autodidata fazendo as
primeiras telas”, recorda Costaeira.
De lá para cá foram mais de 1500 telas feitas com a mensagem
da preservação das espécies. “A vida dos animais e plantas sempre é lembrada
nas minhas obras com a combinação de cores entre os seres ali presentes, dando
curvas e traços para que novos seres surjam durante o processo de criação. A
arte desenvolve um ciclo natural que traz a combinação e a impressão de serem
um só”, explica.
Inspiração
Gildecio Costaeira detalha como se inspira para levar para a
tela o meio ambiente em cores marcantes. “A obra é o retrato de um mundo criado
por mim, destacando a importância de observar cada detalhe do nicho ecológico
com o propósito de chamar a atenção dos espectadores sobre a preservação dos
seres”, explica o artista plástico que tem formação em Autóctone, que se
inspira em uma comunidade em que habita e proveniente das raças que ali sempre
habitaram.
“A minha pintura tem a pureza de trazer as plantas e os
animais extintos para serem transformados em telas irradiantes, com cores
fortes e atraentes, a visão do espectador. A pintura traz seres luminosos que
viveram em nosso planeta no passado, que são recriados em outras dimensões, com
proposta de passar ideias sobre arte e educação, trazendo um pensamento
artístico e natural. Sempre me inspiro nos rios, peixes, mamíferos, vegetais,
aves, moluscos, répteis e árvores”, conta.
O artista disse começou utilizar esta técnica desde a sua
infância. “Toda a minha vida foi dedicada aos estudos geográficos e biológicos
da terra. Desde cedo aprendi a origem das espécies. A arte flui naturalmente e
a obra é focada na pintura de seres presentes e não existentes há milhões de
anos. A vida de animais e plantas está presente como uma vida de vanguarda. A
obra constrói e mostra para novos e velhos artistas uma maneira de fazer arte
com temas naturais em visão simples, representando com bichos e plantas. Não
tenho a referência dos grandes pintores e minhas pinturas não têm influência de
nenhuma escola antiga ou algo parecido com a cultura europeia”.
Sucesso
De Sergipe, as obras de Gildecio Costaeira foram expostas em
grandes eventos no Brasil e no mundo. “Sobreviver de arte no nosso Brasil é
muito difícil, mas é satisfatório ter um trabalho reconhecido. Já fui
selecionado e participei de diversas mostras, eventos em Brasília (DF), São
Paulo (SP), Recife (PE), Salvador (BA), Rio Grande do Sul (RS) e Poços de
Caldas (MG)”.
Em seguida, o trabalho do sergipano também foi selecionado
para participar de mostras internacionais. “Participei da Bienal de Florença,
na Itália, da Mostra em Viena, na Áustria, e na última semana da Exposição de
Artes Visuais em Montevidéu, no Uruguai”, orgulha-se.
“Estou há um mês entre Rio Grande do Sul e Montevidéu e para
mim é um fato inédito. Nunca imaginava fazer duas exposições no extremo Sul das
Américas. Antes de chegar a Montevideo, fizemos uma conexão entre os pontos de
cultura ‘Outro Sul de Pelotas’, ‘Espacio Cultural el Taller de Montevideo’ e
‘Casa Cultura Zabumbambus’, através disso com os diretores das instituições,
Aldemir Tacer, Herberto Mereb e Guillermo Ceballos, conseguimos fazer uma
conexão unindo as tradições destas regiões, sendo que um sergipano vem fazer
exposições no Sul do Brasil e no Uruguai. Foi tudo muito incrível”, vibra.
Texto e imagem reproduzidos do site: cinform.com.br
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