O padre Marcelo Conceição afirma que a ressurreição
de Cristo é o motivo maior da fé para os católicos
Foto: Arquivo Infonet
Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 21 de abril de 2019
Padre explica a importância da Semana Santa para os
católicos
O domingo de Páscoa encerra uma semana de grande importância
para os fiéis católicos que seguiram em oração desde o início do período da
Quaresma. “Foram quarenta dias em que a igreja nos convidou a viver
intensamente um período de introspecção. Essa introspecção é pautada por três
realidades: o jejum, a esmola e a vivência intensa na oração. São três
realidades que nos auxiliaram a domar os instintos, as paixões e aquilo que em
nós excede”, explica o padre Marcelo Conceição.
Segundo o padre Marcelo, o centro de todas as celebrações é
a ressurreição de Cristo. “Passados os quarenta dias, chegamos na Semana Santa
e a iniciamos com o Domingo de Ramos, que chamamos de Domingo de Ramos da
Paixão, justamente porque rememoramos a entrada de Jesus em Jerusalém. Saímos
às ruas meditando a paixão de Cristo com esperança de dias melhores e na
ressurreição, conta.
Como símbolo de fé e adoração, alguns católicos adotam o
jejum como hábito da Semana Santa. “O jejum é uma forma de remediar a alma,
educando a vontade. A igreja convida os fiéis a viverem o jejum e a
abstinência, de modo que pessoas acima dos 14 anos são convidados à abstinência
e dos 18 aos 60 são chamadas ao jejum. Ficam esquivados as gestantes e aqueles
com problema de saúde que não possam fazer o jejum, porém há sempre uma modalidade
que nos auxilia a nos moldarmos mais em Deus, nos voltarmos mais para o
sentimento sóbrio da vida e darmos sentido a essa dinâmica na nossa vida,
sentindo essa realidade em nós”, orienta ele.
O padre Marcelo reforça que, ao contrário do que ouvimos com
frequência, uma das orientações feitas pela Igreja Católica não se refere ao
jejum de carnes vermelhas, mas sim à proibição de comidas feitas com ‘animais
de sangue quente’. “Carne suína, bovina, caprina… essas carnes de sangue quente
são uma proibição porque geralmente a carne é um alimento muito prazeroso e
estamos tentando mudar os prazeres, que é aquilo que em nós precisamos domar
internamente. Se abster de carne é a possibilidade que nós temos de domar os
instintos e vivenciar a sobriedade de modo especial dentro dessa dinâmica da
expectativa da Páscoa e da vivência do sofrimento de Cristo”, explica.
Tríduo Pascal
Para a igreja católica, o Tríduo Pascal é a junção das três
celebrações que antecedem a Páscoa. Revivendo o mistério da Páscoa, o período é
iniciado na tarde da Quinta-Feira Santa e encerrado na Vigília Pascal, que
ocorre no Sábado Santo. Como uma forte característica do Tríduo, os três dias
formam uma única celebração e a benção final, que em outros períodos ocorre no
final de cada uma delas, é dada somente no final da Vigília, como explica o
padre Marcelo.
“O Tríduo Pascal começa na quinta-feira a tarde, com a missa
da instituição da eucaristia, rememorando a última ceia de Jesus Cristo, onde
Jesus pediu que celebrássemos aquele momento em memória dele. De modo especial
ele institui a eucaristia, no modo pelo qual ele disse que ficaria conosco
todos os dias, pois ele é o alimento que sustenta a vida na igreja… ele
celebrou a primeira missa e instituiu o sacerdócio, pedindo que aqueles que ali
estavam celebrassem em memória dele, pelo mandamento do amor como serviço. A
atitude de lavar os pés é adotada por quem se faz servidor e se coloca
disponível para amar”.
Cada celebração relembra momentos do sofrimento de Cristo e,
de acordo com o padre, um dos principais sentidos da Páscoa é entender que
Jesus deu a vida por seus filhos. “Na sexta feira, meditamos a experiência da
paixão de Cristo, que foi todo sofrimento que ele enfrentou por nós. Oramos
pela igreja, por aqueles que não creem, pelos poderes constituídos. Meditamos a
paixão de cristo com a leitura da narrativa da paixão e temos o momento da
comunhão e o beijo da cruz, como uma adoração ao mistério que existe nela.
Beijamos o crucificado porque o trazemos para aquele momento, para que, de uma
forma especial, possamos entender que Jesus entregou sua vida por nós”,
esclarece.
No Sábado Santo, última celebração antes da Páscoa, os
cristãos refletem a história da salvação. “É o dia em que acolhemos também os
catecúmenos, aqueles que foram preparados ao longo do ano para o santo batismo,
acolhidos pela igreja”, diz o padre.
Finalmente, num momento de alegria e louvor, o domingo de
Páscoa representa a ressurreição de Cristo. “A Páscoa, para nós, faz sentido
quando mergulhamos nessa condição de entender um Deus tao próximo e tão
inserido na nossa história, que é capaz de enviar seu filho único para nos
salvar. Esse é o motivo maior da nossa fé!”, afirma o padre Marcelo.
A programação das celebrações na Catedral Metropolitana de
Aracaju está disponível no site da Arquidiocese.
Por Juliana Melo e Verlane Estácio
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br
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