Filhos Ilustres de Sergipe - Fausto Cardoso (1864 - 1906).
Fausto de Aguiar Cardoso, mais conhecido como Fausto
Cardoso, advogado, poeta, sociólogo, jornalista, orador e político sergipano,
nasceu no Engenho São Félix, no município de Divina Pastora, em 22 de dezembro
de 1864.
Concluídos os preparatórios, ingressou na Faculdade de
Direito de Recife, onde foi contemporâneo de Tobias Barreto, e seu liderado.
Nesta condição colaborou em vários jornais de Pernambuco.
Formado, voltou para Sergipe, onde foi promotor público em
Laranjeiras e outras comarcas, até desentender-se com a política local e
mudar-se para o Rio de Janeiro, onde se projetou como político, professor de
direito e escritor.
Escreveu vários livros. Em um deles, denominado “Concepção
Monística do Universo”, expôs sua filosofia. Em outro, intitulado “Taxonomia
Social”, escreveu páginas brilhantes sobre a sociedade. Publicou vários artigos
sobre história, temas jurídicos e outros assuntos.
Em 1900, eleito deputado federal por Sergipe, se envolveu de
corpo e alma com a política de sua terra natal, Foi um político corajoso e um
orador brilhante. Integrou o Movimento de Renovação do Pensamento Nacional,
aderiu ao movimento republicano, e fundou o Partido Progressista.. As galerias
da Câmara dos Deputados ficavam cheias quando Fausto Cardoso anunciava que iria
usar da palavra. Todos o conheciam e o admiravam.
Morreu cedo, com, apenas, 42 anos de idade.
Para entender o trágico episódio que culminou com a morte de
Fausto Cardoso, é preciso lembrar que a República iniciou-se no Brasil como um
movimento oligárquico representado pelo coronelismo que se perpetuou no poder
vencendo eleições sucessivas. A vitoria dos candidatos a Governador era
resultante de um pacto firmado entre o Governo Federal e o Governo dos Estados.
Baseados neste pacto, os Presidentes da República praticavam uma política
incompetente e impopular. Em Sergipe, o grupo dominante era liderado pelo
monsenhor Olympio Campos posicionou-se como aliado de Olympio Campos mas depois
rompeu e se tornou opositor. Em 1906, ao chegar em Aracaju, logo após a eleição
em que saiu vitorioso, Fausto Cardoso alegou que estava agradecendo o sufrágio
mas seus inimigos entenderam que o seu verdadeiro objetivo era desafiar Olympio
Campos. A capital sergipana estava dominada por um movimento revolucionário que
depôs o Governador Guilherme Campos (irmão de Olympio), e entregou o poder ao
Partido Progressista, (fundado, algum tempo antes, por Fausto Cardoso). A
revolta, preparada pelos seguidores de Fausto Cardoso e executada pela Polícia
Militar, tomou o Palácio do Governo, invadiu a Assembléia Legislativa, cassou
diversos deputados e se apoderou de alguns municípios do interior. O monsenhor
Olympio Campos que era Senador por Sergipe, conseguiu que o Presidente
Rodrigues Alves enviasse tropas do Exército que se deslocaram da Bahia e de
Pernambuco, com o objetivo de restabelecer a ordem.
No dia 28, Fausto Cardoso se dirigiu, desarmado, ao Palácio
do Governo numa tentativa de mudar o pensamento da tropa. Proferiu um discurso
inflamado mas os soldados atiraram e ele caiu morto, vitimado por uma bala que
o atingiu no peito.
Os filhos de Fausto Cardoso vingaram a morte do pai
assassinando, três meses depois, Olympio Campos, no Rio de Janeiro.
Texto e imagem reproduzidos do blog:
bainosilustres.blogspot.com.br
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